— Gi-Gyu! Onde você encontrou essa bela dama? — A mãe de Gi-Gyu perguntou com um sorriso brilhante.
— Achei que você gostasse de homens, oppa! — Yoo-Jung acrescentou com um sorriso.
Fazia um tempo desde que Gi-Gyu viu tanta risada e alegria em sua família; infelizmente, ele tinha que agradecer à famosa Lúcifer, Jung Soo-Jung, por isso.
Com uma voz chocantemente melosa, Lúcifer respondeu: — Hahaha! Você tem olhos tão bons, sra. Lee! Sim, eu realmente sou linda!
‘O-o quê? Quando ela se tornou tão doce e feminina?! Tenho que parar com isso! Tipo… agora mesmo!’
Gi-Gyu caminhou até Soo-Jung e murmurou: — Hmm, Soo-Jung, vamos conversar em particular por um momento… — Quando Gi-Gyu tentou levar Soo-Jung embora, Yoo-Jung estreitou os olhos e perguntou desconfiada: — Hmm, o que vocês dois estão planejando fazer sozinhos?
Soo-Jung deu a Yoo-Jung um sorriso enquanto Gi-Gyu gaguejou: — O-o quê? O quê? O que quer dizer?! — Gi-Gyu nunca fez parte de tal mal-entendido, então estava bastante confuso.
De repente, uma ideia lhe ocorreu e ele anunciou: — Oh, um cachorrinho!
— O quê? — Quando Yoo-Jung exclamou em confusão, Gi-Gyu continuou: — Eu tenho um cachorrinho para vocês! Esperem aqui!
Gi-Gyu correu para o jardim enquanto Yoo-Jung e sua mãe o seguiam lentamente.
— Hehehe! — Soo-Jung riu divertida enquanto seguia também.
Quando estava sozinho no jardim, Gi-Gyu pegou seu colar e sussurrou: — Bi, transforme-se em uma versão em miniatura.
O colar brilhou e gradualmente se transformou em um cachorrinho em vez de sua forma usual de lobo gigante. Gi-Gyu o agarrou com as mãos e se virou para olhar para Yoo-Jung.
— O-o quê?! Kyaaa! Que fofo! — Os olhos de Yoo-Jung se arregalaram quando ela avançou. Tentando muito não assustar Bi, Yoo-Jung estudou com entusiasmo. Ela exclamou com admiração: — Uwaaah! Que tipo de cachorro é? Nunca vi um assim!
Bi era um monstro lobo com uma combinação única de pele azul e vermelha. Em sua forma atual, também tinha uma pelagem preta fraca.
Yoo-Jung perguntou: — Oppa! Você não pintou o pelo dele para deixá-lo bonito, não é? Você tem ideia de como isso é ruim para os filhotes?!
— Não, e isso é natural — Gi-Gyu respondeu enquanto entregava Bi para Yoo-Jung. Como Bi tinha uma lealdade inabalável para com Gi-Gyu, o lobo também se sentia próximo de sua família e permaneceu dócil nos braços de Yoo-Jung.
— Au au!
— Ai meu Deus! Ele é tão fofo! — Quando Yoo-Jung exclamou, Bi latiu adoravelmente mais algumas vezes: — Au au! Au!
Yoo-Jung não pôde deixar de esfregar a bochecha contra o cachorrinho fofo. Observando com um sorriso aliviado, Gi-Gyu explicou: — Já dei um nome a ele.
— Tá! E qual é?
— O nome dele é Bi — respondeu Gi-Gyu enquanto acariciava a cabeça do filhote, fazendo Bi ronronar de prazer. A mãe de Gi-Gyu também se aproximou e acariciou enquanto dizia: — Que cachorrinho fofo!
Depois de usar Bi para sair da situação embaraçosa, Gi-Gyu tentou apressar Soo-Jung para o porão do andar de baixo. Yoo-Jung viu isso e estreitou os olhos para ele novamente. Felizmente, quando Baal se juntou a Gi-Gyu e Soo-Jung, o olhar suspeito de Yoo-Jung desapareceu.
Quando eles finalmente ficaram sozinhos, Gi-Gyu perguntou: — Por que fez aquilo lá em cima?
— O que quer dizer? — Soo-Jung sentou-se despreocupadamente em um sofá e acrescentou: — Só estou tentando me aproximar da família do meu pupilo.
Quando Soo-Jung sorriu, Gi-Gyu suspirou profundamente: — Haa…
Atualmente, a mente de Gi-Gyu estava cheia de preocupações e perguntas, mas Soo-Jung estava aqui, atrasando seu plano. Qual foi a reação da guilda Iron? E o público? E a Associação? Como a guilda Cain e os outros que o ajudaram se saíram depois da batalha cruel? Quantos não sobreviveram ao incidente? Tudo estava sendo resolvido em Yeoksam? Havia alguma ameaça imediata com a qual ele deveria se preocupar?
Ele tinha tantas perguntas sem resposta, mas não tinha tempo para lidar com elas.
Ah, e isso vinha depois de pular os problemas chamados Nove e Rogers.
— Com o que está tão preocupado? perguntou Soo-Jung, indiferente. — As pessoas que te ajudaram são todas profissionais, sabe.
Quando Soo-Jung levantou a mão, Baal tirou um bule e uma xícara de chá de sua bolsa e os entregou a ela. — O quão grande é essa bolsa? — Algum cara curioso poderia perguntar, mas Gi-Gyu não se incomodou.
Soo-Jung continuou: — Todos eles escolheram ajudá-lo, o que significa que são responsáveis por suas próprias ações. E não é como se não estivessem recebendo nada por desempenharem o papel que realizaram. Além disso, duvido que você possa fazer qualquer coisa para ajudá-los.
— Hmm… — Gi-Gyu entendeu o ponto de Soo-Jung. Enquanto ele era uma equipe de uma pessoa só e tinha que cuidar de tudo sozinho ou pedir ajuda de outros, seus amigos dependiam de seus respectivos grupos.
Soo-Jung acrescentou: — O que quer que estejam fazendo para limpar a bagunça é algo que devem fazer. Você, sozinho, não vai acrescentar muito ao esforço deles. Então não se preocupe com isso. Seu tempo vai ser melhor gasto comigo agora.
Os olhos violetas de Soo-Jung ficaram tranquilos novamente. Ela o estudou e continuou: — O que você precisa fazer agora é se tornar forte.
‘Ela está certa. É hora de colocar minhas preocupações de lado.’
Quando Gi-Gyu se sentou em uma das cadeiras, um silêncio constrangedor caiu no porão. Soo-Jung, Baal e Gi-Gyu sentaram-se juntos e permaneceram quietos.
De repente, Gi-Gyu percebeu que precisava descobrir como se dirigir a Lúcifer. Ele murmurou: — Hmm… senhorita Soo-Jung…? Ou lorde Lúcifer? Só Lúcifer?
A confusão de Gi-Gyu fez cócegas no cotovelo de Soo-Jung; ela lhe deu uma solução rápida. — Hahaha, o que diabos você está fazendo? Só me chame de Soo-Jung. Temos a mesma idade, de qualquer maneira.
— O quê? — Gi-Gyu não conseguiu esconder seu choque. Sentindo-se irritada, Soo-Jung franziu a testa e perguntou: — Por que você parece tão chocado por eu ter a mesma idade? Pareço tão velha assim?
— N-não! É que você parece saber muito mais do que eu, e… Você é tão e-experiente — gaguejou Gi-Gyu. Só com base em sua aparência, Soo-Jung parecia mais jovem que Gi-Gyu. Mas seu comportamento era muito maduro, então Gi-Gyu sempre acreditou que ela era mais velha que ele.
— Bem, tenho uma boa razão para isso. Mas minha idade terrestre é a mesma que a sua, então só me trate como sua amiga. Você pode ser meu aluno, mas não precisa agir de maneira formal e respeitosa comigo.
Se sentindo mais à vontade agora, Gi-Gyu declarou: — Tudo bem. Então vou te chamar de Soo-Jung de agora em diante.
— Gosto de como você mudou seu tom tão rapidamente — Soo-Jung respondeu com uma risadinha.
Gi-Gyu achou essa nova situação estranhamente confortável. Ele sempre teve receio em conhecer novas pessoas e permitir que elas entrassem em seu espaço pessoal, mas Soo-Jung era uma exceção. Eles não se conheceram exatamente na melhor das circunstâncias, e o relacionamento deles era estranho. Então, por que ele se sentia assim sobre ela?
— É porque nosso relacionamento é estritamente profissional — respondeu Soo-Jung como se pudesse ler os pensamentos de Gi-Gyu.
— Será que o olho demoníaco permite que você leia minha mente também? — Gi-Gyu perguntou cautelosamente. Se isso fosse verdade, seria um grande problema.
— Do que está falando? Só pude ler em seu rosto, isso é tudo — respondeu Soo-Jung rapidamente. Claro que ela não estava mentindo, Gi-Gyu tocou seu rosto e se perguntou:
‘Sou tão fácil de ler?’
“Mas é claro. Por que isso é mesmo uma pergunta?”
-Infelizmente, devo concordar com Lou, Mestre.-
-Isso aí! Você é um livro aberto, Mestre!-
A voz de Lou, El e Brunheart ecoaram em sua cabeça. Como até mesmo seus Egos acreditavam nisso, Gi-Gyu não teve escolha a não ser aceitar o assunto como fato. Outro silêncio caiu, mas não foi tão constrangedor quanto o primeiro.
Dentro de alguns minutos, Soo-Jung anunciou: — Você deve ter muitas perguntas, não é? Deve estar se perguntando como apareci no momento perfeito naquela hora. Além disso, por que fiz aquele acordo tão facilmente como se eu já soubesse de tudo. Pode me perguntar o que quiser.
Traindo a expectativa de Soo-Jung, Gi-Gyu perguntou algo completamente diferente.
— O que é o olho demoníaco? Achei que tinha uma compreensão decente de magia negra¹, mas não sei o que o olho demoníaco faz.
O olho demoníaco vinha da magia negra, território de Lou, mas o que Lou sabia sobre isso não se aplicava ao olho demoníaco de Gi-Gyu. Um dia, a cor de seu olho direito mudou de repente; com isso, sua personalidade também começou a mudar. Então o conhecimento sobre o olho demoníaco era prioridade para Gi-Gyu.
Com uma voz amarga, Soo-Jung respondeu: — É uma longa história… — ela suspirou — Faz muito tempo desde que voltei para a Coreia. Podemos conversar em um café ou algo assim?
Uma profunda tristeza caiu em seu rosto; surpreso com a reação dela, Gi-Gyu não recusou seu pedido.
‘Acho que realmente escolhi bem a localização da nossa casa.’
A área do rio Bukhan era conhecida por seus inúmeros cafés. Eles estavam dentro de uma das cafeterias bonitas, e Soo-Jung estava apreciando a vista do rio enquanto tomava café, aparentemente satisfeita com o local que Gi-Gyu escolheu. Enquanto isso, Baal permaneceu sentado com sua aparência habitual sem emoção.
‘Talvez eu possa perguntar sobre a identidade de Baal agora’, Gi-Gyu pensou com expectativa. Ele estava curioso sobre Baal desde a primeira vez que se conheceram. Baal, sem dúvida, parecia estranho para ele, e Gi-Gyu se lembrou de Jung Soo-Jung dizendo a Lee Sun-Ho que lutar contra os dois seria difícil.
Então, quem era Baal?
Gi-Gyu não hesitou muito antes de perguntar sem rodeios: — Baal é um jogador? — O que ele realmente queria saber era se Baal era um humano, mas perguntar isso seria muito rude, então ele escolheu suas palavras com cuidado.
Soo-Jung sorriu inocentemente para Gi-Gyu, enviando um arrepio na espinha. Lúcifer era conhecida como a mais maligna e cruel jogadora de alto rank, apesar de não ser uma jogadora vermelha. Aquele sorriso inocente não combinava nem um pouco com seu codinome.
— Ele não é um jogador — respondeu Soo-Jung.
— …? — Quando Gi-Gyu esperou que ela lhe desse uma resposta real, Soo-Jung perguntou: — Por que não pergunta à sua espada?
Gi-Gyu vacilou no início, mas assentiu no final. Antes mesmo de expressar sua pergunta em sua cabeça, Lou murmurou:
“Ele é um demônio.”
‘O quê?’ Gi-Gyu gritou em sua cabeça.
“Eu disse que ele é um demônio. E é um dos mais vis de todos eles. Antigamente, ele era…”
De repente, Baal se levantou e a escuridão caiu ao seu redor como uma cortina preta. Gi-Gyu se preocupou que as outras pessoas ao seu redor pudessem achar isso estranho, mas ninguém notou nada. Então, Gi-Gyu percebeu que a escuridão era alguma forma de barreira.
Baal cumprimentou formalmente: — Ah, então é o grande imperador de todos os demônios… Minhas saudações… grande mestre.
Baal se ajoelhou na frente de Gi-Gyu. O rosto de Soo-Jung permaneceu em branco, enquanto Gi-Gyu não conseguiu esconder seu choque. Enquanto isso, Lou sorriu alto:
“Hmph!”
Sabendo que Baal não podia ouvir Lou, Gi-Gyu disse a Baal: — Ele diz “Hmph!”
— O quê? Pffttt! Hahahaha! — Soo-Jung caiu na gargalhada com as palavras de Gi-Gyu, enquanto Baal manteve sua calma habitual. Soo-Jung perguntou depois de rir um pouco: — Seu novo nome é Lou, certo?
“Sim.”
— …? — Gi-Gyu ficou boquiaberto em surpresa. Soo-Jung falou diretamente com Lou. Ele gaguejou: — S-será que…? Você pode ouvir meus Egos?
— Egos? Ah, então eles são chamados de Egos, hein? — Soo-Jung riu tanto que lágrimas rolaram de seus olhos. Enxugando-as, ela respondeu: — Sim, posso ouvi-los.
Nota:
1. A Magia Negra é uma habilidade, enquanto a magia negra é um tipo de magia.