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The Regressed Demon Lord is Kind – Capítulo 173

Capítulo 173

Pedaços rasgados de carne caíram, se contorcendo e encontrando o fim após uma longa tortura, revelando o chão da ruína. Os movimentos começaram a parar com o tempo.

As pernas pararam a resistência sem sentido; os braços pendiam no lugar. Os olhos começaram a fechar um a um junto com os lábios. Entretanto, não ficaram quietos mesmo nos momentos finais.

— Morra.

A voz era silenciosa e impotente, mas quando a batalha chegou ao fim, puderam ouvir com clareza.

— É por sua causa.

— Você também deve se tornar como nós…

— Odeio você.

— Eu te amaldiçoo.

Com uma expressão rígida, Lyla olhou para todos eles.


Os pedaços pararam de se mexer por completo. Os companheiros de Zich tinham algumas pequenas feridas, mas nada fatais. Considerando a tempestade de ataques mágicos, foi um resultado milagroso. Ele elogiou a si mesmo dizendo que era graças ao seu treinamento.

Um por um, correram atrás de desgrudar a carne dos locais. Porém, Lyla simplesmente ficou na frente do corpo principal. Ninguém a incomodou ou fez perguntas. Não estavam excluindo-a, mas esperando que ela reunisse os pensamentos.

Embora a área fosse ampla, terminaram o trabalho rápido, e não demorou muito para que revelassem a forma original da sala. Os pedaços de carne que empilharam em um canto eram nojentos de verdade. Apesar de ser a maneira mais eficiente, ninguém tentou colocá-los em uma caixa mágica.

A maior parte do lugar estava vazio. Era difícil dizer se as coisas foram destruídas por aquele monstro ou já era assim, mas não havia nem uma única mobília. No entanto, havia algumas coisas que poderiam colher: cristais quebrados, detritos de metal espalhados e o círculo mágico que cobria o chão sem iluminação.

— Nunca vi este metal antes — disse Zich, pegando um dos detritos.

— Deve ser uma liga — respondeu Lyla, de repente. Não aparentava estar bem, contudo, estava como de costume.

— Pode dizer quais são os compostos dela?

— Eu não sei com certeza, mas tenho certeza de que inclui mithril e oricalco.

— O dono daqui devia ser incrivelmente rico. Talvez, naquela época, metais raros como esses eram tão comuns quanto pedras.

— É um círculo mágico. Acho que o usaram para entregar mana. — Ela focou no desenho no chão, andando de acordo com as linhas do círculo com Zich até chegarem aonde o corpo principal do monstro estava — Este é provavelmente o centro do círculo.

— Não parece diferente de outros lugares — falou, procurando por algum sinal diferente no chão.

Ele se ajoelhou em uma perna e colocou a mão no chão. Não tinha uma textura diferente, mas sentiu uma leve corrente de mana fluindo por baixo. Ele se pôs de pé de novo e procurou ao redor do andar com cuidado. Em um lugar não muito longe, havia um buraco em forma de meia-lua semelhante a uma alça. Ele colocou as mãos dentro e pressionou.

Com um zumbido profundo, ele levantou o chão e o colocou de lado. Um piso quadrado apareceu embaixo — havia mais do que vários andares. Entre as estruturas em forma de treliça que apoiavam as tábuas do chão, dava para ver um porão por baixo. Dentro, um dispositivo metálico de aparência peculiar.

— É uma bomba de mana — afirmou ela.

— Bomba de mana? Essa coisa?

Zich olhou para o dispositivo que Lyla apontou como uma bomba de mana. Era tão grande quanto a casa de um camponês que estava do lado maior. Um metal obviamente caro e de aparência rara cobriu a superfície do dispositivo. No entanto, não o cercou completamente como um selo e, entre eles, havia grandes itens que pareciam pedras preciosas embutidas entre os metais.

O dispositivo tinha uma presença formidável, mas se era uma bomba de mana, ia além de surpreendente. Como o nome sugeria, era um dispositivo raro que bombeava mana. Ele tinha visto umas antes de regredir, e todas não eram maiores do que uma cabeça humana. Todavia, aquela à frente deles era sem dúvidas maior do que todas as outras.

— É mesmo uma. Também fiquei surpresa, mas vendo isso, agora posso entender como aquele monstro foi capaz de sobreviver por tanto tempo e tinha mana sobrando para começar uma batalha assim que chegamos.

— É uma tecnologia esquecida do antigo império? — Antes que percebessem, Hans, Snoc e Leona se agacharam sobre o buraco, os olhos de Hans brilhando enquanto perguntava.

Enquanto o restante do grupo estava entretido, Lyla observou ao redor. A sensação desconfortável que parecia picar a sua cabeça já havia desaparecido. Ainda assim, não se sentiu aliviada. Em vez disso, a cabeça dela ficou cheia de pensamentos mais complicados e problemáticos, a deixando melancólica.


Não havia nada a ganhar mais com a ruína. Como também estavam cansados da luta, decidiram dormir mais cedo do que o normal. Acamparam no primeiro andar, pois ninguém queria dormir nos inferiores, onde havia pedaços de carne por toda parte. Lyla foi passear pelas ruínas, quase de volta à forma original graças a Snoc.

— Se lembrou de algo?

— Ah! Que susto! — Ela pulou de volta, surpresa. Antes que percebesse, Zich estava bem atrás dela, rindo. Se controlou para não o bater com o cajado — O você quer?”

— Aqui! — Ele estava segurando uma garrafa inteira de rum com alto teor alcoólico — Tá precisando.

Ela pegou o rum, abriu e bebeu, em um só gole, mais da metade. — Que diabos foi aquilo?! — exclamou, a voz cheia de raiva.

— E eu lá sei?

— É, é, vamos só dizer que é um monstro misterioso de um antigo império! Como era uma civilização que possuía um combustível mágico como aquele há milhares de anos, não é surpreendente que tivesse um bicho daquele nível!

Não era certo que a ruína fosse de um antigo império ainda, mas ele sabia que não era um bom momento para corrigir as palavras dela. Ao invés disso, ele engoliu a sua parte do rum.

— Mas por que essa coisa está relacionada a mim?! Hein?!

Ele também não respondeu. Não havia como saber de algo que nem ela sabia sobre si mesma. Ela não queria que Zich respondesse às perguntas de verdade, só queria se libertar. Então, os ombros dela caíram. Uma atmosfera melancólica e séria agora a envolvia.

“Maluca bipolar. Compreensível, foi um grande choque.”

Com uma voz muito mais calma, ela continuou. — A julgar pela estrutura, o último andar devia ser um laboratório de pesquisa. Ele tinha as características básicas de laboratórios mágicos, como a bomba de mana e os círculos no chão. Os dispositivos espalhados eram ferramentas. Então, Zich, o que acha que eles estavam pesquisando?

— A julgar pela situação, não seria aquele monstro?

— Sim, é capaz que seja. Que tipo de monstro você acha que é?

Zich se lembrou da aparência dele. Era impossível esquecer das partes humanas nele. Ele tentou organizar a situação dentro da mente. O laboratório, o monstro que parecia ser um experimento, o selo na porta e vestígios de batalhas passadas…

— O experimento escapou?

— Como esperado, você percebe as coisas rapidamente. — Ela assentiu — Mas não acho que escapou porque sim. Acho que teve algum tipo de acidente, e o sujeito de testes provavelmente enlouqueceu. Mas a parte mais significativa sobre isso é que ele parecia estar de alguma forma relacionado a mim.

“Ela provavelmente está chocada, né, não?”

Como ela não tinha as suas memórias, a nova revelação foi ainda mais chocante para ela. Talvez, pensou que era o mesmo tipo de ser que aquela coisa. Mesmo que Zich pudesse entender os seus sentimentos, não conseguia simpatizar com as preocupações dela. Ele já havia estabelecido o seu senso de identidade com perfeição, então não importava para ele que tipo de existência ele era ou o que aconteceu no passado. Em um cenário hipotético, ele não levantaria sequer uma sobrancelha se descobrisse que era adotado ou um monstro.

— Você acha que também sou um experimento…?

— Não sei.

— Apenas… me dê qualquer tipo de conselho.

— Você precisa? — Tomou um gole de rum.

— Preciso. Acho que estou ficando louca agora.

— Você me falou antes, não foi? Nem o passado pode me prender no presente. Não me importa o que você é. A Lyla que conheço é a idiota que se deu o nome de uma flor quando perguntei seu nome.

Ela levantou devagar a cabeça. Entre os cabelos bagunçados, ele pôde ver os olhos dela. Pareciam afiados, mas devido à situação em que se encontrava, era mais lamentável.

— Não consigo pensar nas coisas em linhas tão claras como você.

— Tô ligado.

— Mas obrigado pelo conselho. Tentarei mudar a minha perspectiva.

Ela não podia aplicar de imediato o conselho, mas aparentava ter pelo menos encontrado um novo rumo para si no meio da escuridão sombria.


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