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The Regressed Demon Lord is Kind – Capítulo 223

Capítulo 223

“O Lorde Demônio?”, se perguntou Zich, ouvindo a conversa do grupo de Brave. Parecia curioso pela primeira vez. “Pensando melhor, disseram que ele era um herói.”

As pessoas não chamariam Brave de herói só por conta da Estellade e porque ele possuía algumas habilidades. Só começaram a chamar Glen de herói após ele ter derrotado muitos demônios e declarar que estava indo atrás do Lorde Demônio.

“Quer dizer que existia uma ameaça que permitiu que ele ganhasse o título de herói”, concluiu. Não tinha certeza se o sonho tinha ou não algum significado, mas como Lyla se lembrava de Brave assim, o palpite parecia convincente. “Então quem é? Não deve ser outro eu. Existem outros Lordes Demônios?”

Se pensasse no seu tempo antes de regredir, parecia provável, mas não dava para chegar a uma conclusão tão cedo. “Já que é um mundo louco onde me chamam de herói, um futuro idiota de diferente poderia se desenrolar.”

Pelo que sabia, Lubella poderia estar em segredo reinando como o Lorde Demônio deste mundo. Contudo, isso também era aterrorizante à sua maneira.

— Para onde ele foi? — questionou Brave.

— Shootuol.

— É uma cidade grande.

— O que foi que aconteceu? — perguntou o homem enorme, babando.

— A cidade caiu.

— Deve ter havido muitos danos…

— Dizem que a cidade foi destruída.

Com as palavras de Leona, todos fecharam a boca ao mesmo tempo. A aniquilação de uma cidade grande era terrível, não importava como Zich a interpretasse.

— Quantos morreram… não, quantos estão vivos? — indagou o mago.

— O relatório não menciona isso.

— Quase ninguém ou ninguém sobreviveu. Existem apenas esses dois resultados — disse o mago, calando a todos por um momento.

— Eu não posso perdoar o Lorde Demônio! — gritou Lubella, assumindo uma rara expressão de raiva. — Shootuol era uma cidade muito pacífica! Os cidadãos eram amigáveis e até mesmo o prefeito era gentil! Tinha grande fé no nosso deus Karuna também! Mas isso… isso…!

No fim, ela não conseguiu terminar as suas palavras e baixou a cabeça, molhando o chão com lágrimas silenciosas. Leona deu uma tapinha nas costas dela.

— Aine está certa — falou Brave, chamando a atenção pela sua voz não tão calma, mas também não tão furiosa. Ele ergueu o punho cerrado. — Tenho certeza de que havia algumas pessoas ruins e imperdoáveis lá, mas aqueles que continuavam a cada dia fazendo o seu melhor no trabalho e eram gentis representavam a maior parte da população! Não teve razão para morrerem assim!

Uau, sou mesmo eu?”, Zich coçou o braço todo. “Quando esse pesadelo vai acabar? Puta merda, já deu, já.”

— Você disse que o Lorde Demônio ainda está em Shootuol? — continuou Brave, olhando para Leona.

— Não, o relatório diz que ela foi embora.

— Eles sabem para onde ela foi?

— Não há informações sobre isso.

— Vamos para Shootuol e procurar lugares onde ela poderia ter ido. Podemos tentar reunir o máximo de informações possível acerca dela, o Lorde Demônio.

— Então, devemos organizar tudo o que sabemos sobre ela até agora? — sugeriu o mago.

— Mas não sabemos quase nada sobre ela… — Contestou o homem enorme.

— Bem, é verdade. Não importa o quão trivial seja a informação, é melhor se continuarmos repetindo o que sabemos. Dessa forma, vamos nos lembrar melhor e conectaremos às novas coisas que descobrirmos melhor.

— É verdade. — Assentiu o homem.

— Eu vou primeiro, então — disse o mago. — Como sabem, o Lorde Demônio tem incríveis habilidades mágicas e uma mana monstruosa. Ela pode realizar encantamentos silenciosos e duplos sem nenhum problema, e mesmo quando usa um, o poder é incrível. Desnecessário dizer a força dos feitiços se ela dizê-los em voz alta.

— Além disso — acrescentou Leona —, ela pode controlar monstros. O seu poder militar é formidável. Algumas das fortalezas que eram conhecidas por serem impenetráveis caíram sob ataques dela.

— Ela não parece diferente de um ser humano — informou o grandão. — Ela parece ser uma mulher, mas é só a aparência externa. É suspeito se ela é ou não humana.

— Ela não parece humana, mas é extremamente linda. As pessoas sempre me dizem que sou bonita, mas a beleza dela supera a minha.

De certa forma, parecia que ela estava elogiando a aparência da inimiga, mas a sua aura fria indicava que ela estava somente descrevendo as características do Lorde Demônio.

Brave assentiu. O que contaram não era diferente de nada que ele já sabia.

— Todos vocês sabem bem. Por favor, mantenham as informações em mente. Vamos dar uma olhada mais de perto.

Todos assentiram.

— Vamos dormir agora, já que temos que acordar cedo e ir para Shootuol.

Com essas palavras, todo mundo, exceto o enorme homem, que estava de plantão noturno, foram se deitar. E aí a visão de Zich foi distorcida.


Zich abriu os olhos e viu os arredores, levantando a parte superior do corpo. Estava num espaço bem organizado que só poderia ser um dos atribuídos a ele no castelo. Nada mudou desde quando adormeceu.

Ele virou a cabeça e olhou para a janela. A escuridão não havia se retirado completamente, mas podia enxergar a luz do sol ganhando força por trás da montanha. Depois, se deitou de novo para refletir.

“Eu gostaria de que fosse algum tipo de sonho sem nexo.”

Ele estava cético que os sonhos eram sem sentido; dignos de ignorância. Mas, se mostrassem um dos seus possíveis futuros, não poderia fazer isso.

“Um Lorde Demônio… Primeiro, o deles não é nenhum dos que conheço.”

Parecia semelhante ao Lorde Demônio de Mana, mas ele não era mulher e com certeza não era bonito. No entanto, não era como se ninguém viesse à mente — tinha uma pessoa que se encaixava muito bem na descrição.

Ele lembrou de uma maga talentosíssima que poderia usar tanto o encantamento duplo quanto o silencioso; que ao usar o padrão, extraía um poder mágico surpreendente; que era uma mulher; que a beleza superava a de Lubella.

“É a Lyla. Se for mesmo ela… ela talvez esteja me enganando?”

Porém, era improvável. Ela partia da definição de uma caipira erudita. Além do mais, as capacidades dela não estavam no patamar dos Lordes Demônios. Com mais tempo, era possível que alcançasse o nível de um, como Zich.

“Ou ela perdeu as memórias como Lorde Demônio? São vários cenários sem respostas claras. O sonho também pode ter sido sem sentido. Mas eu deveria prestar um pouco mais de atenção nela. O que complica é o rosto dela quando ela vem conversar comigo para que eu não me torne um… Como isso seria possível? ‘Faça o que digo, não o que faço’?”

Hans e Snoc definitivamente a tratariam como a inimiga deles e se sentiriam muito magoados, quase o mesmo tanto que sentiriam caso ele se tornasse um.

“Eu… provavelmente também não vou conseguir me dar bem com ela. A coexistência de um mais bondoso eu e ela, um Lorde Demônio, seria impossível. O contrário seria a mesma coisa.”

Antes da regressão, ele nunca se deu bem com os outros. Em vez disso, lutava contra eles com frequência. Os dois teriam brigado caso isso fosse uma realidade antes da regressão; não conseguiriam se dar bem como fazem agora.

“Não importa como eu olhe para isso, acabaremos lutando um contra o outro. Isso é surpreendente de verdade”, ponderou. Ele avaliou com cuidado o que estava sentindo. “É amargura. É certo que é amargura. É porque são situações diferentes de antes?”

Se ele escolhesse se tornar um Lorde Demônio, se tornaria um inimigo dela, Hans e Snoc; no entanto, isso incluía um pouco a vontade dele. Mas, se fosse ela, era muito provável que virassem inimigos independentemente da vontade dele.

“Achei que eu estava fazendo apenas atos gentis por causa do que Glen disse, mas, pelo jeito, também mudei,” pensou, sorrindo. Ele se levantou da cama. “Bom, tudo bem.”

Ele caminhou até a janela. A luz por trás da montanha estava ficando mais forte, e o sol estava intenso.

“Futuro real ou não, não importa. Já é impossível para nós o alcançarmos. Ninguém sabe o que vai acontecer comigo, ela, Hans, Snoc e Glen. Prever o futuro era impossível mesmo para o Moore. Vou escolher o meu próprio caminho.”

Inúmeras coisas mudaram. Mesmo que um dos dois decidisse seguir o caminho demoníaco, não seriam os exatos mesmos dos futuros possíveis. No fim, não ligava para honra; o mais importante era saber que fez o que fez por decisões próprias. Talvez criasse uma linha do tempo nova.

“Não vou prestar muita atenção à ideia de que ela pode ser um Lorde Demônio. Deveria prestar um pouco mais a ela e nada mais.”

Ele, entretanto, tinha que descobrir informações mais específicas. Não se preocupar demais e deixar as coisas acontecerem eram coisas diferentes.

Antes que ele percebesse, o sol passou por cima da montanha e espalhou os seus raios de luz brilhantes por toda a terra. Zich olhou para aquilo por um tempo e depois se virou. A porta se fechou atrás dele, e apenas o brilho invasor foi deixado para trás.


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