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The Regressed Demon Lord is Kind – Capítulo 53

Capítulo 53

— Para dizer a verdade, vim aqui verificar se o terremoto mexeu na mina. — Devido aos eventos recentes, esqueceu por que tinha ido no lugar — Aquele tremor também tinha algo a ver com a besta?

— Uhum. Na verdade, foi porque um desgraçado de merda fundiu Snoc e a besta mágica.

—  Esse cara que deixou ele assim, certo? Quem era?

— Não sei. Tenho certeza de que ele fazia parte de uma organização misteriosa, mas não importa o que eu fizesse, ele não abria a boca, então matei.

De fato, não sabia de qual grupo o homem fazia parte, mesmo com as lembranças de antes da regressão.

— Mas não se preocupe. — Riu — Já que virei inimigo deles, vou foder cada um. — É tão bom não se sentir culpado por espancar os outros. 

Mesmo que Sam estivesse furioso com os assassinos e o grupo que sequestrou Snoc, não podia apoiar todas as palavras de Zich. Felizmente, seu sorriso não durou muito.

— Mas você não podia ter verificado as minas de dia? Por que chegar aqui agora? Não é de se admirar que se meteu numa situação horrível.

Foi repreendido, mas se sentia mais confortável com o Zich mamãe do que o que sorriu há pouco.

— É… Você tem razão — disse, arrependido. Parecia também achar que foi irracional. Mas podia entender por que ele queria ir lá.

“Provavelmente por causa do pai.”

O pai dele morreu em um desabamento. Mesmo que ninguém estivesse dentro de uma mina após o pôr do sol, estava preocupado que alguém pudesse estar preso. Havia uma baixa possibilidade de que isso acontecesse, entretanto o trauma dificultou que descartasse as baixas possibilidades.

— Mas graças ao senhor Hans, fui salvo.

— Ah, sim, eu estava pensando sobre isso. Por que é que ele está contigo?

Hans piscou os olhos com toda a atenção se dirigindo a ele.

— Quando falei que viria, ele disse que podia me trazer.

— Senhor, enquanto eu estava à sua espera, vi o senhor Sam passar pela nossa janela. Ele contou que precisava vir… Era tarde da noite, e já que ele é seu amigo, pensei que deveria acompanhá-lo.

Como esperado de um ex-servente, ele era muito hábil em julgar depressa a situação. Se não estivesse lá, Sam teria encontrado seu fim dentro de uma montanha escura. Um final bem trágico, visto que seu irmão o mataria.

— Fez bem, fez bem. — O elogiou pelos esforços.

Foi o segundo elogio dele, e tudo no mesmo dia. Se sentiu feliz por receber alguns elogios de quem na maioria das vezes apenas gritava e o xingava o tempo todo.

Zich coçou o queixo e riu.

— Mas você também é bem impressionante. Não pensei que o perdoaria.

Sam ficou traumatizado com a morte do pai ao ponto que, quando a explosão eclodiu, a primeira coisa que fez foi ir verificar as minas à noite. Zich ainda estava surpreso com a decisão dele de perdoar Nowem, que estava profundamente ligado ao seu trauma.

— Isso é tão surpreendente? Como Snoc disse, não é como se ela tivesse causado o colapso da mina de propósito.

Pela experiência de Zich, os humanos agiam sobre as emoções mais do que a razão, ainda mais em assuntos sensíveis assim.

— Eu nunca seria capaz de perdoar ela se fizesse de propósito, mas não foi o que aconteceu. Snoc também nunca ficaria do lado de um ser assim. Pensei que era o destino.

— Destino… — Zich repetiu a menção inesperada — O que quer dizer com destino? Quando você estava falando com Snoc sobre isso, mencionou o destino quando estava falando de uma música, certo?

— Você provavelmente também conhece essa música. É uma canção sobre um monstro selado dentro da mina de Iruce. É famosa em todos os lugares ao redor de Suol.

— Sim, eu sei. — Assentiu — Mas ela não era um aviso para temer o Monstro Mineiro? Acho que não havia nada sobre o destino nela.

— Na verdade, tem outra versão. — Abriu um dos dedos — É uma música transmitida pela família dele, e seus pais costumavam cantá-la. Nela, tem mais alguns versos no fim. Nós dois gostamos mais desta versão do que aquela espalhada pela cidade. 

Costumava cantá-la sempre, e o garoto cantava para se consolar quando estava triste ou magoado.

— Não sei qual é a original. Mas se a transmitida na família dele é a original, passada para os descendentes, não seria absurdo dizer que ele e Nowem são destinados um ao outro.

— Como ela é? — Ficou curioso depois de ouvir tanto sobre.

— Posso?

Respirou fundo e começou a cantar. A voz ecoou sob o céu escuro, em uma montanha destruída pela batalha.


Snoc abriu os olhos, e tudo o que viu foi a terra desolada. Era uma vista diferente por completo da do topo da montanha.

“É possível, mesmo?”

Olhou em volta com curiosidade. Pelo que Zich disse, estava na mente de Nowem. Não importa o quão compatível alguém fosse, entrar na mente de outro ser era difícil ao extremo. Porém eles foram fundidos de um jeito incrível. Suas circunstâncias especiais reduziram muito essa barreira ao ponto de ter precisado somente seguir as instruções para entrar.

“Onde está Nowem?”

Como esperado, apenas sujeira e terra existiam na sua mente. Dos pés e até os confins do horizonte, só havia terra. Nem uma única erva daninha, um traço de água, inseto ou qualquer coisa. O menino se sentiu oprimido pela vastidão e nem sabia por onde começar a procurar.

Contudo, ao contrário de seus sentimentos, os passos eram leves.

“Acho que… aqui.”

Seu coração parecia dizer as direções. Os pés dele não pararam por um momento. Ele subiu no topo da colina mais próxima ao lado e viu uma caverna em uma encosta suave e entrou. Estava muito escura, porém não teve dificuldade em ver o interior por algum motivo. Ele inclinou a cabeça vagando lá dentro.

“Não é a nossa mina?”

A estrutura e os sistemas de apoio eram os mesmos. Os restos nas paredes e vestígios de escavação também, e os passos dele ficaram um pouco mais leves. Continuou a ir mais fundo e parou em frente a um poço, antes de o observar por um tempo. Foi lá onde o seu pai morreu. 

Após soltar um suspiro profundo, entrou. Depois da queda, a entrada estava aberta e limpa, e ele a passou e voltou a andar. Não teve que ir muito longe para chegar ao fim e encontrar o que procurava na frente dele.

— Nowem.

Nowem estava deitada de bruços e abriu os olhos. Quando o viu, mostrou os dentes. Os olhos avermelhados indicavam que ainda estava sob a influência da pedra de vedação. Embora Zich o tivesse avisado de que este poderia ser o caso, vê-lo neste estado doía o coração.

— Nowem. — Tentou chamar o nome de novo. Apenas algumas horas atrás, não teve problemas em chamá-lo, mas agora, o nome soava desconhecido aos seus lábios.

Kuuuurgh!

Gritou alto, estranho e cheio de hostilidade, todavia Snoc permaneceu calmo.

— Ei.

Mal conseguiu abrir a boca; sentiu como se tentasse abrir uma porta trancada a pulso ou separar águas de um rio.

— Eu sinto muito. — As primeiras palavras foram um pedido de desculpas, pois era a única maneira de iniciar conversa — Sinto muito por tentar te afastar. Desculpa por te ignorar. Por tudo. — Depois, todo o resto fluiu com facilidade — Eu estava ressentido e com raiva de você. Fiquei confuso depois de saber que era a razão da morte dos nossos pais. E também me senti culpado. Se continuasse no seu lado, achava que trairia meu pai, o pai do Sam e o próprio Sam. Foi porque ele é que nem um irmão para mim. — Encontrou os seus olhos — Que nem você.

Os olhos dela ainda observavam Snoc. As palavras pareciam não estar chegando nela, mas ele não se decepcionou por muito tempo.

— Mas, sabe, não consigo ficar com raiva de você. Como as pessoas dizem, talvez seja porque nossas propriedades de mana são muito compatíveis…?

Ele ficou um pouco insatisfeito ao saber que a razão pela qual sentiu grande apego por Nowem não foi por causa do tempo que passaram juntos ou da fé que tinham um no outro, e sim por alguma razão inata. No entanto, ninguém os forçava a sentir essas emoções.

— Mas ainda não posso aceitá-la. Mesmo que não tenha feito de propósito, isso não muda o fato de que o terremoto que causou foi a razão da morte dos nossos pais. Só que Sam disse que te perdoou.

Ele pôde encontrar a coragem para continuar por conta da afirmação do irmão.

— Ainda assim, não consigo e nem vou agir da mesma forma que antes, quando não sabia de nada. Então, vamos pensar sobre o que seria melhor para nós.

Decidido, estendeu a mão que foi usada antes para afastá-la; com o movimento, os olhos dela se moveram em sua direção. Reagiria à sinceridade dele?

O suor se acumulou nas palmas das suas mãos.

Kuuuurgh!

As expectativas e esperanças dele foram destruídas. Nowem continuou a rosnar mostrando os dentes, e não parecia que recuperaria os sentidos tão cedo. Talvez, fosse porque Snoc havia a deixado quando o homem encapuzado disse a verdade. 

Ele tornou-se dominado pela tristeza. Entretanto, cerrou os dentes e acalmou o coração trêmulo. Ainda tinha algo.

“Sam me disse que o meu encontro com ela pode ser o destino.”

A canção que seus pais lhe ensinaram era a prova de que estavam destinados a se encontrarem. Suas cordas vocais tremeluziram e uma suave fluiu e rítmicas saiu. As suas habilidades de canto não se comparavam às de cantores profissionais, e ele cantava meio desafinado e um pouco fora de sintonia, porém todo o resto se mantia firme e indicava claramente a frequência que ele cantava a música.

— Um ancião cheio de ira desce a nós como maré; um desastre nunca visto antes nem uma vez sequer. As pessoas de medo tremem com a sua presença por saberem que no covil se esconde a sua sentença.

Era um canto a respeito do medo da besta. Todos em Suol, incluindo Snoc, pensaram que a canção foi espalhada para impedir que as crianças entrassem na mina. Afinal, as letras eram desagradáveis.

Os olhos de Nowem ficaram ameaçadores. Ele obteve uma resposta, mas não ficou feliz, já que foi negativa. Porém, a canção não terminou aí.

— Mas o ser antigo se sela pela felicidade do amigo.

Eram versos passados apenas pela família dele e mostravam um outro lado do Monstro Mineiro, que sempre fora um assunto de grande medo.

— A cada noite que passa, ele supre a tristeza profunda, e esperançoso, em sono sua mente afunda — recitou como se suspirasse — E então, sonha o futuro feliz contado pelo amigo de coração.


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