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The Regressed Demon Lord is Kind – Capítulo 90

Capítulo 90

O garoto estava triste e desapontado. Quando foi visitar onde Zich se hospedou, foi dito que ele não estava. Já que gostava de conversar com ele Zich, conseguir pão era agora uma segunda prioridade.

“Bem, não tem problema. Isso acontece com frequência.”

Como ele se mantinha ocupado, havia muitos dias em que não conseguia encontrá-lo. Mesmo assim, se sentia para baixo todas as vezes e ia andar.

Seus pais eram estrangeiros. Desde que ele era jovem, encontraram um lugar para ficarem perto e começaram a viver lá. As aldeias eram, na maioria das vezes, cautelosas com gente de fora. Por essa razão, levou bastante tempo e esforço para que fossem aceitos, embora ainda fossem discriminados por trás.

“Hã?”

Voltando para casa, avistou um estranho cercado por pessoas. Era um viajante com uma aparência peculiar ao extremo. Ele não tinha um único fio de cabelo, e metade da cabeça era coberta com tatuagens estranhas, além da aura ameaçadora. Aldeões conhecidos da criança o cercaram ao vê-lo trocando dinheiro por pacotes de comida. No entanto, até os moradores eram intimidados e seus corpos vacilavam toda vez que ele se movia.

Então, de repente virou a cabeça e encontrou os olhos do menino.

Twitch!

Ele sentiu um arrepio frio nas costas antes de dar meia-volta e fugir pro beco mais próximo. Porém, mesmo aí, sentiu como se estivesse sendo vigiado e correu ainda mais rápido.


O grupo de Zich terminou de examinar o resto da montanha. Felizmente, mataram a maioria dos monstros na primeira vez, e agora só pegaram dois orcs e cinco goblins. Até consideraram a possibilidade de que alguns teriam saído e voltaram para os lugares que invadiram, entretanto não encontraram nenhum traço.

— Ótimo! Vamos lá! — gritou.

Todos se foram, e graças a Zich e Hans, o número de animais também diminuiu. Não havia sinais de que mais monstros viriam. Ele concluiu que um conflito de poder interno deles empurrou os mais fracos para as redondezas da aldeia. Por um tempo, Polrune não seria prejudicada.

“É hora de ir.”

Não havia mais nada que ele pudesse fazer ali, então decidiu partir à próxima. Todos os aldeões, incluindo o chefe, ficaram tristes em vê-lo, pois ele os ajudou demais, apesar de não gostarem tanto de visitantes. Após se despedir de todos, aguardou pelo garoto a fim de dizer ao menos um adeus. Contudo, não importava quanto tempo esperasse, a criança não aparecia, fazendo Zich ir atrás do dono do lugar.

— Hmmm. Ele costumava vir quase todos os dias, mas de uns tempos pra cá, parou.

Zich não conseguiu a resposta que queria. Deveria ir embora? Talvez, porém ficou preocupado.

“É uma boa ideia dar uma olhada na casa dele?”

Poucos viviam além da cerca de madeira da aldeia, e as pessoas que viviam lá fora viviam na pobreza. Como não eram tantos, poderia encontrá-lo.

“É, vou lá ver.”

Visto que era o último encontro deles, comprou uma cesta cheia de pão. Enquanto comprava, perguntou aos habitantes como o jovem e o pessoal além da cerca estavam.

— Parando para pensar, acho que não os vi nos últimos dois dias. Normalmente, eles vêm aqui para ajudar com tarefas e trabalhar.

Ao ouvir isso do padeiro, sentiu que algo ruim poderia ter acontecido. Foi estranho que o menino, sua família e todo o resto sumiram do nada. Por outro lado, apenas por dois dias. Havia uma grande possibilidade de que existia alguma razão desconhecida.

Carregando a cesta, foi para fora. A casa da criança não era longe da aldeia, e no horizonte, era possível ver outras construções mais pobres espalhadas nas planícies.

Tut!

Ele parou os passos sem um motivo aparente e usou suas habilidades de sensoriamento, permitindo que não percebesse ninguém na casa. Começou a andar mais uma vez, sem sentir ninguém dentro das moradias até alcançar a última.

Vum!

Ele acelerou os movimentos ao sentir uma presença fraquíssima no fim.

“Tem gente morrendo.”

Em questão de segundos, chegou e abriu a porta sem tranca. O interior estava bagunçado por completo; os poucos móveis foram destruídos, e três pessoas largadas no meio da sala.

“Dois mortos. Por isso senti somente um.”

Ele foi em direção ao ainda vivo, pisando no chão sujo de sangue pegajoso e escuro, tirou uma poção e levantou a pessoa, que era bem menor do que um adulto.

Era o menino.

— Ei! Acorde! — O chacoalhou. Prestes a abrir a poção, parou.

“Isso…”

Havia algo no seu peito: uma cicatriz grotesca com um padrão específico.

— Senhor…

— É, sou eu.

— Por que está aqui…?

— Você sumiu, então vim até você — contou, a voz fria e calma.

Se um espectador não soubesse o contexto, acharia que era uma conversa casual.

— Eu… entendi…

Como se estivesse feliz, um sorriso fraco se formou no rosto do garoto, fazendo seu rosto pálido e sem vida parecer ainda mais perturbador.

— Quem fez isso com você?

O garoto não notou o tom frio na voz de Zich, e ele simplesmente tremeu com a memória.

— Eu… eu não sei… Foi alguém… que nunca… vi antes… Ele apareceu de repente… à noite. — Lágrimas escorreram pelas suas bochechas — Ah, ele… meu pai… primeiro… depois… mãe!

Ele não deu detalhes, porém os corpos mostraram o terror que enfrentaram pouco antes de suas mortes.

— Ele disse… que se eu não gritasse… não mataria… minha mãe e meu pai… mas doeu muito, e eu não consegui… Eu tentei… suportar… o máximo que…

Havia marcas de faca nele todo. Parecia que seu agressor o torturou com uma condição de que não devia fazer um som.
— Depois… ele matou… meus pais… Ele fez a mesma coisa… com os outros…

Zich não sentiu nada nas outras casas; todos os vizinhos morreram.

— Ele disse… que… é tudo… minha culpa. É… tudo minha culpa!

Ele não conseguia chorar, nem tinha energia para falar direito, e sua consciência estava quase se apagando. A única coisa que indicava que estava vivo era as lágrimas escorrendo em silêncio.

— Não se preocupe. Não é sua culpa — respondeu Zich, falhando em tentar apaziguar a criança com simples palavras — Se lembra de algo em particular do cara?

— Ele não tinha… cabelo… e uma estranha… marca cobria… metade do rosto dele…

Os olhos de Zich se iluminaram.

— Certo, entendi. Você fez bem. — Pôs as mãos no peito do garoto, reunindo mana.

Pwiish!

Suas unhas com mana perfuraram o centro da marca esquisita.

Shaa…

A energia sombria que permanecia desapareceu, e o menino fechou os olhos ao mesmo tempo, dando seu último suspiro.

— Não se preocupe. Eu vou resolver isso para você. — Acariciou o seu cabelo.


Crackle!

O fogo queimava de uma maneira agressiva. Ficou ainda mais forte com a quantidade de combustível: insetos destemidos que voaram perto e os cadáveres agora em chamas.

As pessoas que viviam nos arredores da aldeia sofriam discriminação e não receberam bênçãos mesmo na morte. Eram todos forasteiros, por isso não tinham uma conexão clara com a comunidade. Além disso, o fato de terem sido brutalmente assassinados assustou os aldeões. Os únicos que se despediram foram Zich, Hans e Snoc.

— Eles são dignos de pena…

Koo…

Snoc suspirou abraçando Nowem. Os habitantes estavam relutantes em realizar um funeral, portanto, Zich e o seu grupo se ofereceu para o trabalho e fizeram toda a preparação. Quando Hans e Snoc viram os corpos, ficaram chocados. Estavam irreconhecíveis ao ponto de não parecerem mais humanos.

Os três assistiram o fogo transformá-los em cinzas, e Hans olhou rápido de lado para Zich, que tinha a expressão de sempre, o preocupando mais.

“É impossível que ele não vai fazer nada.”

Não sabia os detalhes, entretanto sabia que ele cuidava de um garoto, que morreu após passar por uma tortura horrível.

“Mas ele não vai agir por sentimentos ou senso de justiça.”

Embora Zich tenha jurado fazer atos bons, Hans sabia que motivações comuns não o afetavam. No entanto, matar alguém que ele ajudou, invalidando sua gentileza, ou torturar e matar alguém relacionado a ele feria o seu ego. E a análise de Hans estava no ponto. O coração e a mente daquele ser eram feito um pedaço de gelo milenar.

Zich esperou até que o fogo diminuísse sem se mover um centímetro, o que levou muito tempo. Ele recolheu o pó dos ossos deixado para trás e deixou em um vaso. Depois, o colocou em sua caixa mágica.

— Vamos. — Estas foram as primeiras palavras dele desde que as chamas subiram.

— Está planejando vingança, senhor?

— É óbvio.

— Você sabe quem é o alvo?

Zich sorriu fracamente, todavia Hans e Snoc não podiam fazer igual. O seu sorriso era aterrorizante o suficiente para suarem frio.

— Hans, se lembra de Lubella e Weig, certo?

— Ah, sim!

— Vamos nos encontrar com eles. Já faz um tempo.

— O quê…?

A voz do servo naturalmente aumentou quando ouviu sobre a candidata à santa Karuwiman como se fossem falar com um amigo na vizinhança. Mas Zich o ignorou e continuou andando.


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