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The Runesmith – Capítulo 129

De volta para casa.

“Uau!” 

“Você com certeza está animado, não é menino?” 

Agni balançou sua cauda com ponta de rubi enquanto corria na frente de seu mestre. Eles estavam no caminho para sua casa. Havia andado por ali várias vezes desde que chegara e a trilha estava lentamente tomando forma. 

Roland não se incomodou em retornar à cidade de Albrook, precisava substituir sua armadura antes que ela desmoronasse totalmente. Foi um milagre que ele pudesse manter sua identidade escondida sem que seu capacete caísse. 

Todo o barulho chamou bastante atenção e sabia que as pessoas estavam olhando para ele. Todos provavelmente estavam se perguntando por que não tirou a armadura, já que eles já estavam fora de perigo. Felizmente os nobres não disseram nada e os membros de seu grupo pararam de cutucar depois de um tempo. 

Depois de sair da masmorra, os aventureiros seguiram seu próprio caminho. Silvio informou que faria um relatório enquanto eles podiam descansar. Deveriam se encontrar na guilda no dia seguinte para receber sua parte. Também informou a Roland que provavelmente seria questionado sobre seu pequeno acidente no penhasco. 

Robert, Lucille junto com Percival e Charlene seguiram para a cidade para a casa do prefeito. Seu irmão mais velho não teve a chance de se despedir, pois foi forçado a voltar à sua antiga posição por Percival. 

O nobre comandante não ligava para gentilezas e também não parecia interessado em conversar com os aventureiros. Roland realmente não se importou, só queria deixar essa expedição para trás. 

O contrato que assinou afirmava que depois que eles saíssem da masmorra, estava livre para fazer o que quisesse. Ele nem precisaria fazer um relatório adequado, não era obrigado a isso. Devido a isso, planejou não divulgar a câmara do chefe ou o que estava além dela. 

Sem conseguir uma pessoa que pudesse sentir as runas e quebrá-las, não havia como entrar nas cavernas. A passagem também estava no meio daquele lago de lava que seria um obstáculo difícil de passar. 

‘Não que eu possa voltar nesse estado, aquele monstro provavelmente vai aparecer de novo… ou talvez algo ainda mais perigoso.’ 

Roland soltou um suspiro enquanto pensava na grande caverna com todos aqueles recursos. Ele não queria nada além de consertar sua armadura e voltar lá com Bernir. Com uma bolsa espacial grande o suficiente e algumas ferramentas de mineração, ficaria rico. 

O problema era o monstro chefe junto com os monstros que guardavam a câmara do chefe. Ele precisaria passar por eles sem muita ajuda. Bernir não era realmente um lutador e a única coisa que poderia usar seria munição rúnica. 

Mesmo com o lançador de granadas rúnicas, sentiu que Bernir seria mais um obstáculo do que uma ajuda real. Aquele monstro era inteligente o suficiente para liberar uma área de ataque para prender Robert e Lucille. Ele provavelmente escolheria o elo mais fraco que forçaria Roland a defender Bernir. 

Lamentavelmente, precisaria adiar a expedição de mineração para outra ocasião. Primeiro, precisava atualizar sua armadura e reabastecer sua munição rúnica. Sentiu que esperar até que estivesse pelo menos no 100º nível não era uma má ideia. 

Isso estava bem, pois teria coisas para se manter ocupado. Ao terminar esta missão, estaria recebendo aqueles segredos de fabricação. Seus projetos de nível inferior por exigir que colocasse pedras de mana no exterior de sua armadura não o seguraria mais. 

Durante esta masmorra, ficou claro que ter pedras de mana presas às suas mercadorias o impediria cada vez mais. Talvez os escudos fossem os únicos itens que poderiam usar o antigo processo de fabricação, pois poderia empilhar muitas pedras de mana dentro deles. 

‘Vou ter que fazer uma nova fundição e depois tentar misturar alguns lotes de metais… O etherium que consegui pegar deve ser suficiente para um conjunto de armadura… devo fazê-lo de prata profunda desta vez? 

Roland pensou enquanto agora estava quase em sua casa. Ele tinha algumas barras de prata profunda que poderia derreter, isso não era suficiente para um conjunto completo de armadura, mas ele poderia obter mais no mercado. 

Este metal de fantasia permitiria que ele mantivesse a resistência do aço profundo, mas também lhe daria um buff contra demônios e criaturas do tipo mortos-vivos. Era algo que as classes de paladinos gostavam de usar, pois ajudava a resistir a feitiços do tipo maldição. 

“Mhh… queria ter uma pá rúnica…” 

“Huh?” 

Sua linha de pensamento foi interrompida depois que ouviu a voz de Bernir de longe. Ele estava perto de sua casa, mas não tão perto, isso significava que Bernir ainda estava na área da floresta. Quanto mais se aproximava, mais ouvia o som de escavação. 

“Uau!” 

Agni correu para frente e começou a agir mais como um cachorro do que como um lobo enquanto latia para o assistente meio anão. 

“O quê? Agni é você? O que você está fazendo aqui?” 

O Lobo Rubi saltou sobre o ruivo Bernir e o derrubou no chão. Ele começou a lamber o rosto enquanto abanava o rabo. Roland espiou por trás de uma árvore enquanto avançava, ele agarrou seu capacete danificado e começou a retirá-lo.

O que ele viu foi seu assistente cavando um grande buraco. Ao lado desse buraco havia quatro sacos que estavam amarrados no topo. Mesmo sem perguntar, ele poderia dizer o que havia lá, as moscas que circulavam ao redor do sangue escuro e seco deixavam as coisas claras. 

“O que você está fazendo Bernir?” 

Roland gritou enquanto Bernir finalmente conseguiu empurrar Agni para longe. Bernir tinha um olhar confuso no rosto e parecia que precisava de alguns segundos para processar essa situação. 

“Chefe, você está de volta? Por que você voltou tão cedo? Achei que você ficaria na masmorra por pelo menos mais uma semana? 

“Esse não é o problema aqui… por que você está enterrando corpos tão perto da minha casa…” 

Roland apontou para os restos óbvios nos sacos amarrados. Isso fez Bernir parecer um serial killer se livrando das evidências. A cova ainda era rasa, então parecia que ele acabou de chegar aqui. 

“Ah, esses quatro idiotas? Haha, você não vai acreditar em mim quando eu te contar!” 

“Idiotas, hein?” 

Roland ergueu uma sobrancelha, não parecia que Bernir estivesse perturbado pelo fato de estar cavando uma cova para quatro corpos. Isso fez Roland pensar que suas mortes foram justificadas de uma forma ou de outra, se não, talvez seu assistente tivesse um parafuso a menos. 

“Ouça chefe!” 

“Estou ouvindo…” 

“Alguns dias atrás, esses quatro idiotas tentaram nos roubar às cegas!” 

“Ah, eles tentaram?” 

Roland ouviu a explicação de Bernir sobre a invasão domiciliar da qual ele não estava presente. Bernir deu-lhe um conto muito colorido de um ferreiro heróico que lutou contra quatro ladrões com as próprias mãos. Foi uma batalha árdua que de alguma forma conseguiu vencer enquanto derramava sangue para proteger a nova casa em que morava. 

“Você quebrou o pescoço do último só com as mãos, hein?” 

“Sim chefe, ele quase me pegou quando eu estava cansado, mas não contava com a força de um ferreiro!’ 

Roland apenas deu um suspiro enquanto se aproximava. 

“Isso não explica por que você os está enterrando na floresta…” 

“Ah, bem… eu fui na cidade denunciar para os guardas, eles vieram conferir, mas…” 

“Mas?” 

“Eles não se importaram, os bastardos me disseram para enterrar os corpos eu mesmo! Por que pagamos impostos se essas sanguessugas não podem nem cuidar de ladrões!” 

Parecia que os guardas não se importavam com os ladrões mortos. Eles levaram suas cartas de aventureiro que os ladrões possuíam. Eles eram aparentemente todos aventureiros de nível prata ou mais baixo. 

“Hehe, eu tinha certeza que eles fariam isso, então não se preocupe chefe, eu peguei qualquer coisa que valesse alguma coisa antes de chamar os guardas!” 

Bernir deu a Roland um polegar para cima enquanto sorria. Ele precisaria verificar esses itens, mas não esperava nada além de alguns punhais e talvez moedas de prata. 

“Não podia deixá-los no quintal, eles estavam começando a feder…” 

Bernir decidiu enterrar esses quatro na floresta e não muito perto da casa. 

“Essa foi a decisão certa…” 

Roland assentiu, pois isso fazia sentido. Normalmente os guardas precisariam contratar um agente funerário para vir buscar os corpos. É claro que isso custava à cidade uma boa moeda, o que provavelmente os fez deixar para Bernir. A morte não estava dentro da cidade, então eles não se importavam tanto. 

“Ainda bem que podemos sempre confiar nos guardas para evitar o trabalho…” 

Roland não sabia o que dizer, então começou a caminhar em direção a sua casa. 

“Vou deixar você com isso então, preciso descansar um pouco…” 

“Deixe comigo chefe, você pode me contar sobre a expedição mais tarde, mas uhh…” 

Bernir parou no final da frase enquanto também virava o rosto para longe de Roland. 

“Alguma coisa aconteceu?” 

“Ah, nada… descanse bem, eu vou cavar essa cova.

“Está bem então…” 

Roland estava cansado demais para interrogar seu assistente pelo comportamento estranho. Logo ele perceberia por que Bernir estava agindo envergonhado. No momento em que abriu a porta em sua cerca, ele a viu. 

Todo o quintal parecia uma zona de guerra. Havia buracos pequenos e grandes em todos os lugares. A grama que ele cultivou para parecer um pouco mais apresentável estava toda queimada. Isso fez Roland perceber o que realmente aconteceu durante a invasão da casa e como todas as armadilhas devem ter disparado. 

Havia também crateras maiores que provavelmente vieram da arma que Bernir recebeu. Ficou claro para ele que seu assistente explodiu o atacante, provavelmente foi por isso que eles estavam em sacos bem amarrados. Podia até ver algumas manchas de sangue seco e pedaços de carne humana que não foram devidamente limpos. 

‘Preciso inventar algo melhor que minas…’ 

Por algum milagre as turbinas eólicas estavam intactas, algumas tiveram alguns danos, mas estavam em condições de funcionamento. Isso não poderia ser dito para a fiação que foi exposta aos elementos. Se Roland tivesse voltado uma semana depois, talvez Bernir tivesse tempo suficiente para limpar essa bagunça. 

“Estou em casa… ” 

Roland foi para sua casa, o prédio estava de pé sem danos visíveis. Parecia que Bernir foi bem sucedido em defendê-lo. O quintal poderia ser consertado mais tarde, primeiro precisava dormir e se limpar. 

Ao entrar, ele jogou o capacete milagrosamente intacto para o lado. Quando este capacete colidiu com o chão, a viseira voou e deslizou para o lado. Depois disso, ele começou a desfazer as tiras do peitoral, das ombreiras e de todo o resto. Alguns até se soltaram quase instantaneamente, ficou claro para ele que esse equipamento não era mais utilizável. 

Essa armadura foi um de seus primeiros trabalhos como ferreiro de verdade. Serviu-lhe bem por muitos meses, mas agora era hora de aposentá-lo. As peças da armadura começaram a se espalhar pelo chão quando Roland as tirou. 

Ele estava cansado, mas mesmo assim não estava disposto a deixar isso no chão. Enquanto resmungava, pegou todas as peças e desceu para sua oficina. 

Levou a armadura à caixa de sucata onde guardava a maioria das peças de metal que foram cortadas para posterior fundição. Não tinha um traje rúnico substituto no momento, pelo menos não um completo. Tinha feito algumas manoplas substitutas com as quais poderia lançar alguns feitiços, mas era isso. 

Depois de se livrar de seu velha armadura ele se sentiu muito mais leve, era hora de tomar um banho. Antes de sair, porém, viu uma armadura acabada em exibição. Não era uma que ele tinha feito nem se lembrava de ter comprado um. 

— Bernir conseguiu? 

Ele deu um rápido exame e pôde ver que era tudo de nível intermediário e feito de aço profundo. 

‘Parece que vai caber em mim…’ 

Sem peças sobressalentes, esse novo conjunto de armadura serviria bem para quando precisasse se apresentar à cidade. Ele poderia usar as manoplas sobressalentes que já tinham as runas e também poderia levar um capacete sobressalente. Roland ainda tinha que tomar cuidado com Robert, pois seu irmão e o resto dos nobres ficariam na cidade por mais uma semana. 

Não precisava estar pronto para o combate, apenas para que cobrisse seu rosto. Mesmo que seu irmão parecesse ter amadurecido com a idade, não tinha certeza de como reagiria se soubesse que Wayland, o Runesmith, era seu irmão mais novo perdido. 

‘Está quase acabando… eles vão embora daqui em uma semana…’ 

Enquanto voltava para cima, Roland pensava no amanhã. Precisava fazer uma visita à guilda dos aventureiros. Silvio estaria lá para fazer o relatório, mas ele precisava pegar o que foi prometido pelo mestre da guilda. 

Com isso em mente, preparou seu banho. Mesmo que parecesse estar bem do lado de fora, estava realmente cansado. Enquanto estava nos túneis, não conseguiu dormir e mesmo depois de sair, só conseguiu tirar uma pequena soneca antes de partirem. 

Agora, enquanto estava submerso em sua banheira, ele olhou para sua tela de status. Seus níveis subiram depois de matar todos aqueles monstros e aquele chefe. 

Roland olhou para seus pontos de Mana, bem como seus pontos de resistência. Quanto mais olhava para eles, mais pensava que a classe que recebeu era uma trapaça. Mesmo que Robert alcançasse os níveis dele, sentia que seria fisicamente mais forte do que ele mesmo sem a armadura. 

A classe de Robert geravam força, vitalidade e resistência igualmente, mas mesmo com isso, não poderia ir contra o multiplicador de duas vezes da classe Lord. 

‘Eu me pergunto se outras pessoas têm essa variante de classe…’ 

Roland fechou os olhos e começou a pensar. Ele provavelmente não era o único com uma classe como essa, provavelmente também havia variações dessa classe no nível 3. Qual seria o multiplicador então? Quatro ou cinco? 

Ele também seria capaz de obter uma classe de prestígio quando chegasse a hora e isso o forçaria a outro julgamento problemático? Seus pensamentos começaram a ficar nebulosos, mas então se voltaram para uma nova habilidade que aprendeu depois de atingir o 10º nível de Lorde Runesmith. 

Ele não conseguiu testá-la, pois temia que sua armadura fosse danificada demais. Já usou sua habilidade de reparo rúnico algumas vezes e, no final, todo o seu equipamento rúnico caiu para um nível abaixo do intermediário. 

‘Vou testar amanhã…’ 

…. 

“Ei chefe, você está aqui? Eu cuidei dos corpos, mas tenho certeza que você já viu o quintal, não tive tempo de…” 

Bernir voltou para a casa depois de uma hora de escavação. Sua habilidade de escavação era bem alta, então conseguiu terminar rapidamente. Ele queria se desculpar por não ter tido tempo de deixar o quintal em melhor forma, mas antes que pudesse, viu algo interessante. 

Na frente da porta do banheiro, ele viu uma bola de penugem carmesim escura. Este era Agni enrolado e dormindo como se estivesse guardando a entrada de onde seu mestre estava. 

“Ele adormeceu na banheira de novo? Um pouco cedo para isso…” 

O sol estava se pondo, mas ainda não estava escuro lá fora, então Bernir estava um pouco confuso. Então ele percebeu que Roland tinha acabado de voltar de uma longa expedição a masmorra e provavelmente estava cansado. 

Com isso em mente, decidiu se retirar da casa. Essa não era a primeira vez que seu chefe dormia naquela banheira e na maioria das vezes acordava durante a noite e voltava para o quarto. 

“Acho que posso tentar consertar esses fios… onde estava aquele líquido mágico escuro mesmo…” 

Bernir assobiou para si mesmo enquanto fechava a porta da casa de Roland. Enquanto seu chefe descansava, ele fazia algum trabalho e depois beberia um pouco de “água que passarinho não bebe”. 


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