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The World After the End – Capítulo 157

Deus da Loucura (4)

Fazia um mês desde que Jaehwan havia chegado à Floresta da Loucura. Ele passava a maior parte do tempo dentro das fontes termais no interior da floresta.

Através do vapor das fontes, Jaehwan via a sombra do líder. Fazia um mês, mas ainda não conseguia encontrar uma maneira de se aproximar dele. Agora estava até desconfiado se esse líder realmente existia.

— Você está sempre por aqui esses dias.

Como naquele dia, Runald costumava visitar Jaehwan. No entanto, não estava ali para procurar Jaehwan, estava apenas para fugir das ‘senhoritas’. Runald era muito popular entre elas.

— Elas sempre querem esfregar meu corpo.

Essas ‘senhoritas’ sempre esfregavam o corpo de Runald. Jaehwan comentou:

— Tenho certeza de que é uma coisa boa para você.

— Isso não faz sentido.

— Nunca se sabe. A esfregação delas pode ter algum truque secreto.

— Isso é tão estúpido quanto a [Configuração] que faz você se tornar mais poderoso à medida que fica nu.

— Pois é, né?

Runald suspirou.

— Karavan diz algo parecido hoje em dia. O que era mesmo? A filosofia de esfregar ou algo assim.

— Karavan diz isso?

Ele então percebeu que fazia um tempo desde que tinha visto o homem. Karavan costumava visitar Jaehwan frequentemente para reclamar quando haviam chegado à floresta.

—Preciso recuperar minha ligação com Ignis e matar aqueles filhos da puta.

Ou—

—Vou enforcar aqueles malditos que esfreguei com a Chama do Inferno.

E então voltava desesperadamente. No entanto, havia se passado duas semanas desde a última vez que o visitou. Jaehwan apenas pensou que Karavan tinha desistido… Mas compartilhar a ‘Filosofia de Esfregar’? Era muito interessante.

— O que ele está fazendo esses dias?

— O mesmo de sempre. Esfregando as pessoas. Acho que agora está gostando.

— Ele gosta?

— Ele diz: “Esfregar é um negócio sério, garoto. Você é muito jovem para entender.”

Runald imitou Karavan e deu de ombros.

— Eu não tinha certeza para onde ele estava indo com isso. Havia dito que esfregar era ‘bom’ e que sempre temos que esfregar… Para encontrar o verdadeiro sentido da vida. E no final, você encontrará a verdadeira compreensão do mundo através da esfregação… Algo assim.

Se fosse meses atrás, Jaehwan teria caído na gargalhada. No entanto, estava diferente agora.

— Entendo. Roupas ou esfregar… Acho que não importa como você chama.

— O quê?

— Acho que Karavan está no caminho certo, afinal.

— Você está falando sério?

Runald franziu a testa enquanto dava alguns passos para trás. Parecia que estava ficando cada vez mais desconfiado de Jaehwan.

— Acho ele que está entendendo o ‘Tirar as roupas’.

— ‘Tirar as roupas’?

— Essas pessoas chamam de Metamorfose. Eu apenas chamo de ‘Tirar as roupas’.

Tirar as roupas. A maneira de se despir das ‘roupas’ que cobriam as camadas do espírito. Era a rotina diária de todos os guerreiros ali e seu segredo para se tornarem poderosos.

— E o que exatamente é isso?

— O que estou sempre fazendo.

Runald olhou para Jaehwan que ainda estava dentro da água e perguntou com uma voz duvidosa:

— Um banho?

— Sim, dá para dizer isso.

Jaehwan deu de ombros e olhou ao redor. O calor na primavera era muito intenso. Ao longo do mês, Jaehwan teve um total de trinta e sete momentos em que poderia ter morrido. Ele continuava andando pela água fervente na esperança de encontrar o ‘líder’ do outro lado do vapor.

Mas não conseguia chegar ao líder ainda. A única coisa que podia fazer era continuar andando.

Por horas, ou às vezes o dia inteiro, ele caminhava em direção ao ‘líder’ até que seu poder mundial se esgotasse. Em todas essas experiências de quase morte, ele conheceu muitos de seus antigos eus de diferentes épocas.

-Droga, de novo?!

-Para com isso!

Às vezes, ele até ouvia vozes. E enquanto se lembrava dos velhos tempos, sentia suas camadas sendo retiradas à medida que seu poder aumentava muito.

Os passos eram sempre os mesmos. Ra-hamad aparecia de algum lugar e trazia Jaehwan para fora da fonte, murmurando ‘Ouroboros’. Era assim que o dia de ‘Tirar as roupas’ terminava.

Runald perguntou:

— Jaehwan, o que são ‘roupas’? Acho que essas pessoas realmente consideram isso seriamente.

— Roupas…

Jaehwan não sabia, mas não disse. Ele estava ‘tirando as roupas’ naquele momento, então não podia simplesmente dizer que não tinha certeza do que era. Jaehwan até perguntou a Ra-hamad o que realmente eram as ‘roupas’, mas a resposta de Ra-hamad foi apenas esta:

“Ouroboros.”

Jaehwan ficou irritado.

— E o que isso quer dizer? Você sempre diz apenas ‘Ouroboros.’

“Ouroboros é Ouroboros.”

— Você não pode simplificar? Não ajuda se você ficar complicando.

“Não é uma questão de complicar.”

Ra-hamad então falou com Jaehwan com um olhar solidário no rosto.

“Você está fora do sistema, mas ainda vive no sistema.”

Isso foi muito marcante para Jaehwan. Ele então percebeu no futuro que aquela palavra iria liderar o caminho na luta contra o Grande Irmão.

— Jaehwan?

Runald estava olhando para Jaehwan. Ele respondeu:

— Ah, do que estávamos falando?

— Sobre roupas.

Jaehwan pensou. Runald queria uma resposta para a qual não tinha.

— Ouroboros.

— O quê?

— Roupa é Ouroboros.

— E o que isso quer dizer? Ah, os guerreiros disseram ‘Ouroboros’ quando apontaram para meus genitais.

Ouroboros enquanto aponta para os genitais? Isso parecia um significado muito diferente. Runald rapidamente cobriu seus órgãos genitais quando percebeu que Jaehwan estava olhando diretamente para ele e perguntou:

— E-Enfim. Então, o que é Ouroboros?

— Não sei.

— Você está tirando sarro de mim?

— Eu não sei de tudo!

Runald então gritou com raiva.

— Mas você está fazendo esse negócio de tirar as roupas! Está tirando, mas não sabe o que está tirando? Não faz sentido!

Ele tinha razão. Jaehwan então perguntou:

— Runald. Você sabe o que é a vida?

— O quê…? Vida?

Runald não pôde responder. A pergunta não era fácil. Ele podia dizer qualquer coisa, mas não podia simplesmente dizer em voz alta. A vida não pode ser descrita apenas por palavras.

Runald balançou a cabeça.

— Não tenho certeza.

Jaehwan assentiu.

— Exatamente.

— O quê?

— Você não sabe o que é a vida, mas está vivendo, certo?

Runald então ficou surpreso. Ele olhou para Jaehwan com um olhar de admiração em seu rosto.

— U-Uau! Isso é brilhante! Você é brilhante!

— …

— Entendo… Ouroboros… Nossa vida…!

Parecia que Runald ia começar a falar bobagem, então Jaehwan acenou com a mão e o impediu de falar.

— Runald, vamos terminar por aqui.

— Hã? Por quê?

— Porque sinto que estou morrendo.

— O quê?!

Runald ficou frenético e Jaehwan falou com uma cara de ‘Ouroboros’.

— Leve-me para fora depois de cerca de dez minutos. Certo?

E Jaehwan se sentiu inconsciente. Foi sua trigésima oitava experiência de quase morte.

E depois de mais um mês, ele finalmente conseguiu chegar ao fim da fonte termal.


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