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The World After the End – Capítulo 166

Ruptura (1)

Antes do fim, todos os seres vivos que viviam nas <Grandes Terras> e no <Caos> acreditavam que as <Grandes Terras> eram a terra dos vivos e o <Caos> era a terra dos mortos.

Claro, isso não era uma suposição totalmente errada, já que as <Grandes Terras> exigiam um corpo físico para alguém viver lá enquanto os espíritos viviam no <Caos>.

Mas limitar estritamente o assunto sobre a terra dos vivos e dos mortos revelou-se perigoso, especialmente pelos seres que ali viviam.

Alguns diziam o seguinte:

—Rotular essas terras para os vivos e os mortos é a pior ação que os Monarcas das <Grandes Terras> já fizeram.

Era verdade. Por causa desse rótulo, inúmeros seres consideravam a ‘terra dos vivos’ como a única terra para se viver, e sonhavam com o renascimento através dos [Frutos].

Foi o começo dos seres que pensavam nas <Grandes Terras> (Terra da vida) como a vida ‘verdadeira’.

Esse desejo pela verdadeira vida tornou-se a pedra angular dos esquemas mesquinhos dos Monarcas em manter as <Grandes Terras> em seu estado de guerra, e utilizaram com sucesso o desejo de manter um número estável de generais por milhares de anos.

…(pulado)…

E pelo que foi descoberto, a maioria desses pensamentos foi o resultado do esquema dos Monarcas das doze regiões.

Seus fiéis seguidores trouxeram muitas palavras famosas de terras remotas para glorificar a terra dos vivos e seus espíritos.

…(pulado)…

Esta é a parte mais negra da nossa história. Hoje, consideramos o corpo apenas uma forma de ‘prisão’.

-Do [Mundo antes do Fim]

Poeta — Euphrates

Episódio — Ruptura

Em um palácio em algum lugar do oitavo local <Caspion>…

Houve algumas tensões estranhas em <Highseeker>, a nova capital da [Ruptura]. Ficou muito aparente na sala de reuniões, onde os capitães estavam reunidos.

— É hoje.

— Sim, hoje.

O quarto Capitão Kashim e a quinta Capitã Mirel falaram quase instantaneamente. Eles pareciam estar determinados. Então, alguém entrou na sala.

— Quarto Capitão!

Dois membros regulares entraram. O primeiro que entrou era muito bonito e tinha sobrancelhas grossas. A única desvantagem era que tinha uma grande cicatriz na bochecha que parecia ter adquirido recentemente.

— Quarto Capitão. É verdade?

— Por que você está aqui?

— É verdade, senhor?

O homem ignorou a pergunta de Kashim e perguntou novamente. Kashim franziu a testa e perguntou de volta:

— Do que você está falando?

— Os Monarcas. Eles estão realmente vindo aqui?

— Você está sendo grosseiro, Yoonhwan.

Mirel interrompeu. Yoonhwan então deu um passo para trás, entendendo seu comportamento indelicado. Após a <Simulação>, Yoonhwan foi um pouco mais cuidadoso com Mirel. Ela também olhou para a mulher que veio com ele.

— Seoyul. Você também está aqui.

— Sim, quinta Capitã.

Mirel era conhecida por sua beleza, mas ainda não era páreo para a outra mulher. A beleza de Han Seoyul era excelente. Mirel leu a frustração dela junto com a preocupação de Yoonhwan e suspirou.

— Sim, é verdade. Os Monarcas estão vindo aqui hoje.

— Aqui?

— Sim.

Yoonhwan parecia estar preocupado. Os Monarcas estavam vindo para a terra da Ruptura.

— É guerra?

— Não.

— Então…?

— Eu diria que é um tratado.

Yoonhwan gritou em descrença.

— Impossível!

Tratado com os Monarcas? Isso não era possível de entender, nem era possível aceitar também. Eles estavam no topo da cadeia alimentar no Cultivo e eram inimigos de todos os [Produtos]. Não havia nada para discutir com eles. Yoonhwan cerrou os dentes.

— Não entrei na Ruptura para isso…!

— Claro.

Kashim respondeu desta vez.

— Eu sei como você se sente. Mas os Monarcas são fortes. Não podemos simplesmente lutar contra eles, por estarmos cegos pela nossa raiva.

Kashim olhou para o chá que Mirel serviu para ele e continuou:

— Nosso objetivo final é o <Grande Irmão>. Temos que deixar de lado nossas diferenças para o objetivo maior.

— O que está falando? Os Monarcas ou o Grande Irmão são todos a mesma coisa no final.

— Hã?

Kashim parecia não ter ouvido o que o garoto disse e Yoonhwan gritou com ele.

— Você está tirando sarro de mim?

Fazia dois meses desde que havia passado na simulação. E durante esses dois meses, Yoonhwan passou por muitas missões como membro da Ruptura, ganhando muito conhecimento sobre o <Abismo>. E entre o conhecimento que adquiriu, ele aprendeu algo que nem havia pensado antes.

— Eu sei que as Grandes Terras são o primeiro local do <Abismo> que o Grande Irmão controla.

As <Grandes terras>, que todos pensavam ser o centro deste universo, eram na verdade apenas um local do <Abismo>. Não havia terra dos vivos, e o ‘corpo’ era a única coisa que apresentava diferenças entre o primeiro local e os demais.

— Os Monarcas são os vice-gerentes do Grande Irmão. Você está dizendo que trabalharemos com eles para lutar contra seu mestre?

Kashim sorriu.

— Parece que você tem estado ocupado.

— Eu sei o suficiente, senhor.

— Sim você tem razão. Os Monarcas são vice-gerentes. Mas então…

Kashim tomou um gole do chá e continuou:

— Isso não significa que os Monarcas e o Grande Irmão sejam ‘um’.

— O que você está…

— Presumo que já saiba disso, mas Yoo Surha renunciou ao cargo de segunda capitã.

Yoo Surha deixou a Ruptura. Este era um incidente muito famoso que todos sabiam. Yoonhwan também a viu quando se juntou à Ruptura. A mulher era tão bonita quanto Seoyul. Só não percebeu que seu primeiro encontro com ela seria o último.

— Por que está falando disso agora?

— Achei que tinha percebido. Que decepção.

Mirel respondeu. Parecia que ela havia percebido o que Kashim estava tentando dizer. Yoonhwan pensou sobre isso. O Grande Irmão e os Monarcas não eram um só, mas o que isso tinha a ver com Yoo Surha deixando a Ruptura?

Então, Seoyul falou.

— Compartilhar o mesmo mundo não significa que ambos compartilham o mesmo objetivo.

— Você tem razão. Bom trabalho, Seoyul.

Mirel respondeu e Yoonhwan então percebeu porque Kashim falou de Surha. Surha havia deixado a Ruptura, mas ainda tinha o mundo único deles, [Mar de Sangue, Montanha de Cadáveres]. Mesmo que tivesse o mesmo mundo, decidiu trilhar um caminho diferente.

— Quer dizer que nem todos os Monarcas concordam com o que o Grande Irmão está fazendo?

— Sim. Você é tão lento…

Kashim riu.

— A princípio não pareceu fazer sentido.

— Claro, nosso mestre não é como o Grande Irmão. Eu estava apenas dando um exemplo.

Fosse o que fosse, parecia possível. Se alguns Monarcas fossem contra o Grande Irmão, era melhor trabalhar com eles para lutar contra o Grande Irmão do que ir sozinho.

— Mas não posso aceitar.


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