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The World After the End – Capítulo 237

O mundo após o fim (9)

No ano novo, Jaehwan se inscreveu imediatamente para o serviço militar.

Foi decidido por um capricho. Se ele tivesse tomado as medidas necessárias, teria sido dispensado do serviço militar devido a seus dez anos de consultas mentais, mas Jaehwan não escolheu esse caminho. Além disso, seus registros médicos eram todas as sessões gratuitas que não contavam como problemas médicos. Ele poderia ter obtido ajuda do médico se necessário, mas Jaehwan não quis. Ele não queria mais ver o rosto do homem. E acima de tudo, Jaehwan precisava de um lugar para se prender.

Ele precisava de um lugar com regras rígidas, um lugar onde não precisasse pensar profundamente e um lugar onde pudesse levar seu corpo ao limite.

Jaehwan logo foi despachado para a região mais distante, a DMZ, onde era conhecido por ser o mais severo de todos os ramos militares e começou sua vida militar lá. Ele memorizou seus deveres e ficou em patrulha. Limpava lugares que não eram dele para limpar, se oferecia primeiro para remover a neve com pá e sempre voltava por último.

Ele malhava continuamente ou lia livros sozinho depois de concluir as tarefas do dia. Ficava principalmente em espaços tranquilos e vivia pacificamente. Os oficiais o amavam, porque ele era quieto e obedecia a todas as regras. Também era amado pelos outros.

— Hã? Você está limpando aqueles rifles de novo? É o seu tempo livre, cara!

— Sim, senhor. Estou fazendo o que gosto.

— Hah… Acho que deveria fazer disso sua carreira. Acho que você nasceu para ser militar.

Jaehwan sorriu amargamente para o sargento.

— Não, senhor.

— Não, minha bunda. Que tal você se candidatar, hein?

— Haha.

Jaehwan apenas riu e respondeu ao sargento começando a falar sobre sua história de vida novamente.

Nascido para ser militar? Jaehwan? Não havia como Jaehwan ter nascido para ser militar. Ele nasceu para destruir e dizimar o sistema.

O sargento logo saiu quando se cansou de falar e Jaehwan ficou sozinho. Ele ficou assustado com o silêncio repentino e rapidamente devolveu os rifles ao seu lugar original antes de sair para outro trabalho.

Ele constantemente precisava estar em movimento para estar ocupado. Portanto, não poderia ter falsas esperanças.

Jaehwan limpou os sapatos do outro soldado um por um e trouxe panos molhados para limpar os cantos junto com o interior das janelas estreitas que normalmente não eram limpas. Uma música de um grupo de garotas jovens veio de uma TV, a única coisa mantendo o silêncio fora da sala. Jaehwan continuou esfregando e limpando.

Uma música logo terminou e a próxima começou. As garotas cantavam e dançavam.

Jaehwan então parou de limpar e virou-se para a tela da televisão estupefato. Havia garotas cantando na tela. E naquele momento, Jaehwan sentiu como se o mundo estivesse falando com ele.

“Eu sabia que você viria. Eu esperei. Afinal, você também era apenas um humano.”

As garotas cantavam e Jaehwan olhava para elas. A luxúria ofuscou Jaehwan. E nessa luxúria, Jaehwan pegou as garotas, estuprou, feriu e as controlou. No final, ele foi controlado por elas. E as garotas continuavam cantando. Elas continuavam cantando de novo e de novo como se nunca fosse acabar, como se nenhum ‘Fim’ jamais viesse.

Era como se aquela música fosse a única realidade que pudessem aceitar.

Depois de algum tempo, as pessoas voltaram para a sala. Um dos superiores de Jaehwan começou a provocá-lo.

— Ei, você tem assistido ao Seven Pink? Eu sabia que gostaria… Hã? O quê? Você está chorando?

O homem ficou chocado e outros rapidamente se reuniram em torno de Jaehwan.

— Ei! Quem o fez chorar?

— Quem foi?! Foi você? Hein?

Jaehwan então se virou para olhar para seu superior com um olhar estranho. Ele estava chorando?

Jaehwan levou a mão à bochecha. Estava muito molhado de suas lágrimas. Homens gritavam ao seu redor, mas ele sentia as vozes se distanciando. E através daquelas vozes, ouviu a música novamente. Era tão bonita, mas lindamente amaldiçoada. Então Jaehwan percebeu que tinha que aceitar um certo fato.

“Entendo.”

“Então meu mundo encontrou seu fim.”

Assim como uma torre caindo, Jaehwan sentiu seu corpo desmoronar.

“Esse mundo não existe mais. Porque esse mundo…”

Jaehwan caiu no chão. E com o som de alguém chamando um médico, ele perdeu a consciência.

Aquele mundo… Jaehwan o destruiu com suas próprias mãos.

Naquela noite, Jaehwan teve um longo sonho. Ele ouviu vozes distantes. Logo, Jaehwan percebeu que as vozes eram muito familiares; era a sua própria voz.

—Era esse o final que você queria?

—…

—Viver nesse pesadelo foi o motivo de você me trazer aqui?

Um era Jaehwan na casa dos vinte anos e o outro Jaehwan tinha dez anos. Ambos eram Jaehwan. Eles estavam discutindo, não, o Jaehwan de vinte anos estava pressionando. O Jaehwan de dez anos respondeu:

—Achei que seria diferente. O mundo em que você costumava viver.

—Agora você sabe que não é.

—Sim. É diferente do conto de fadas que a mãe me contou.

Jaehwan ficou intrigado. Ele queria entrar na discussão. Queria conversar. Também precisava conversar. Mas onde ele estava? Onde estava enquanto olhava para aqueles dois? Jaehwan, de vinte anos, falou.

—Nossos poderes não funcionam aqui.

—Claro. Não há Adaptação ou Despertar. Não existe um mundo único, então não há Transcendência. Ou Grande Irmão.

—Sem perigo, sem oportunidade. Então o que devemos fazer agora?

—Fazer o quê? Não há nada que possamos fazer aqui.

Os dois Jaehwans pareciam ter desistido. Jaehwan queria falar com eles, mas não sabia o que dizer.

—Talvez tenhamos que desaparecer para que ‘Jaehwan’ viva feliz. Se ele vai morar aqui, precisa abandonar toda a história que vivemos como ‘Jaehwan’. Não é permitido aqui.

—Sim. Entendo.

—Sim. Tudo acaba aqui então.

Os dois Jaehwans se entreolharam. Enquanto se olhavam, Jaehwan percebeu quem ele era. Ele não estava em lugar nenhum, e era os dois ao mesmo tempo. Os dois Jaehwan era ele mesmo. Os dois estavam agora se fundindo em um.

Jaehwan estava se tornando ele mesmo.

Jaehwan sentiu seus anseios e memórias desaparecendo. Como roupas novas se transformando em roupas velhas, as memórias desapareceram.

“Não, não desapareçam.”

Jaehwan chorou em meio às memórias que se esvaíam. Tudo foi real? O que significaria isso ser real, de qualquer maneira?

A escuridão caiu e o sonho acabou. Depois disso, Jaehwan nunca mais sonhou com tal coisa.

Jaehwan estava agora quase no fim de seu serviço militar. Ele havia se adaptado ao serviço naquela época. Suportou os dias chatos e se tornou um homem chato.

— Você é incrível, senhor.

Mas os militares gostavam dele e o respeitavam. Ele foi até premiado por ser um líder para os futuros militares, livre de violência e opressão. Mas Jaehwan não parecia animado.

— Eu só faço o que preciso fazer.

— Sim, sim. Mas você sabe que é muito difícil fazer isso.

— É chato, mas não é difícil.

— É isso que é. Não tenho certeza se consigo fazer as coisas como você. Não consigo ser…

Outros também elogiaram Jaehwan por sua dedicação e ética de trabalho. Com isso, Jaehwan se lembrou dos dias de estocadas. Ele se lembrou de um dia em que continuou estocando até completar a contagem e nunca descansou.

— É fácil comparado a estocar cem mil vezes por dia.

— Hã?

— Só um exemplo.

— Oh, sim. Haha. Entendi.

As pessoas riam sem pensar muito.

“Estocadas, hein?”

Jaehwan agora não sentia nada, mesmo quando pensava nessas memórias. Estava tudo monótono. Jaehwan era um homem assim e não estava mais bravo ou deprimido.

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