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The Zombie Knight Saga – Capítulo 12

Ó, coração vigilante, fique atento…

Hector ficou aliviado que Bohwanox o ajudou a encontrar seu caminho de volta para casa. O ceifador sabia exatamente onde a Rua Cedar era e não teve problemas em guiá-lo em direção a arredores mais familiares antes de ir embora. Ele ficou preocupado que Bohwanox teria problemas em encontrar Colt de novo, mas o ceifador não parecia compartilhar sua preocupação.

Deitando em sua cama, Hector acordou com a visão de Garovel flutuando em cima dele.

Melhor acordar agora. — O ceifador disse. As pessoas vão começar a se questionar onde você está se você faltar mais aulas.

Ele rolou na cama. Seu corpo parecia um saco de tijolos.

— É fim de semana.

Não mais. Você dormiu por quatro dias.

— Aff… claro que dormi…

Eu só dormi por dois. Frangão.

Ele olhou para o ceifador sem conseguir acreditar e balançou sua cabeça.

— Então, você se recuperou totalmente, eu imagino?

A maior parte. Vamos lá, se levante.

Ele gemeu e se sentou em sua cama.

— Eu me sinto mal pra caralho… — Como sempre, tudo doía, seu peito mais do que tudo. Tinha uma dor ardida que o fazia se arrepender toda vez que ele respirava. — Agh, Garovel… por que… ? — Ele choramingou. — Isso é um cu..

Eu sei. Consegui mitigar um pouco da dor enquanto você dormia, mas os próximos dias serão difíceis.

— Me arrependo de tudo…

Ninguém gosta de um chorão.

— Eu me arrependo ainda mais de te salvar…

Digo o mesmo para você, Hector. Digo o mesmo para você.

Sua risada terminou numa careta.

— Por favor… ! Não me faz rir… !

Desculpe.

Ele se vestiu lentamente e desceu com dificuldades as escadas como se suas pernas tivessem virado madeira. Ele encontrou seu pai na sala de jantar, lendo um jornal e bebendo café.

Só pela aparência, Samuel Goffe era com certeza o pai de Hector. Eles compartilhavam seus corpos magros, narizes finos, suas testas mais proeminentes e seus tons de pele levemente mais escuros. E as únicas coisas que ele pegou de sua mãe foram os olhos e o cabelo, mas ele mantinha seu cabelo raspado, o que só deixava o primeiro.

— Bom dia filho.

— Bom dia…

Hector fez uma tigela de cereal. E uma tigela de aveia. Ele pegou um bolinho de chocolate também. Então uma banana. E um copo de leite também. Um iogurte de morango. Torrada com pasta de amendoim. E um punhado de waffles só por precaução. Ele se sentou na frente de seu pai.

Conforme, ele continuava esperando que seu pai abordasse o assunto de sua frequência na escola, mas o homem parecia feliz em continuar em silêncio. Hector conseguia ver a xícara de café balançando conforme seu pai bebia.

Garovel flutuou ao redor da mesa.

Talvez você devia perguntar algo para ele.

Tipo?

Não sei. Como o dia dele está indo? Diga qualquer coisa.

Não…

Por que não?

Só… não…

O ceifador fez uma cara, mas não pressionou mais.

Seu pai terminou seu café e prosseguiu para a sala de estar a fim de assistir as notícias matinais. Hector devorou o restante do seu café da manhã, subiu de novo lá para cima, escovou seus dentes, pegou sua mochila e foi até o ponto de ônibus.

Mas Garovel não estava pronto para deixar passar o tópico do pai de Hector.

Eu sei que você não tem a melhor das relações com seus pais, mas mesmo assim. Você podia pelo menos ter tentado conversar com ele.

Não havia sentido. — Ele disse. Meu pai está tendo um dia ruim…

O esqueleto levantou uma sobrancelha.

Como assim?

Meu pai toma remédio. — Hector disse. Às vezes, ele tem… dias ruins… e… quero dizer, até normalmente, ele não é de… hmm… falar muito. Mas… ele gosta de ficar sozinho nos seus dias ruins…

Hmm. Que tipo de medicação?

Eh… honestamente, eu não tenho certeza…

O que?

Meus pais meio que sempre… esconderam isso de mim… acho que meu pai fica envergonhado disso. E minha mãe só… eu não sei…

Ele estava em casa quando deveria estar trabalhando, motivo um. E… eu conseguia ver os tremores… em suas mãos. Eram fracos, mas…

Ah. — Garovel pausou. Cê sabe, eu podia seguir ele por aí e provavelmente descobrir, se você quiser.

Os olhos de Hector se arregalaram e ele balançou sua cabeça.

Nã-não, isso… por favor não faça isso…

Por que não? Você não preferiria saber?

Eu só… é que, hmm… meus pais são pessoas muito reservadas. Meu pai ainda mais que minha mãe. Eu não… quero… fazer isso com ele… quero dizer, ele não quer que eu saiba então…

O ceifador deu de ombros.

Se você diz. Pessoalmente, eu acho que seria melhor, mas a família é sua.

No ônibus, Hector se sentou atrás do assento do motorista e encarou a vista fora da janela. Garovel estava flutuando no lado de fora.

Então, você, hmm… você realmente não sabe o que o Geoffrey é? Bohwanox pensou que talvez você tivesse alguma ideia.

Eu queria saber, — ele disse. mas aquela criatura… eu nunca vi algo do tipo. Era tão…

Tão, o que?

Errada.

O que você quer dizer? Tipo, sua aura era realmente escrota ou algo do tipo?

Essencialmente, sim. Mas não parecia uma alma humana que se corrompeu de algum jeito. Parecia completamente inumana para começo de conversa.

Hmm…

Maldade pura não existe. — Garovel disse. Pessoas podem ser más na medida em que tomam decisões más, possuir um desejo de machucar ou causar sofrimento. Até pessoas que fazem coisas más puramente por entretenimento ainda são humanas. Claro, elas são distorcidas. Elas possuem tendências do mal, mas elas ainda não são FEITAS de mal. Mas… a aura do Geoffrey… não consigo pensar em outro jeito de descrever. Era uma consciência maligna.

A sobrancelha de Hector se levantou.

Então… você está dizendo que Geoffrey é puro mal?

Não! Estou dizendo que ele NÃO é! Porque esse tipo de coisa não existe!

Porque é confuso! Eu não sei o que ele é ainda! E ao ver o jeito que ele agia, é fácil sentir como se ele fosse uma encarnação do mal ou alguma merda dessa!

Hector suspirou.

Tanto faz… você não está fazendo sentido algum…

Tch. Eu preciso descobrir mais.

Hector olhou seriamente para o ceifador.

Você não vai para lugar algum sem mim. É perigoso demais com ele lá fora.

Ah, por favor. As chances dele me encontrar aleatoriamente são ridiculamente pequenas. E mesmo se ele me encontrasse, consigo despistar ele.

Você não sabe disso. — Hector disse. Se você nem sabe o que o Geoffrey é, então você não sabe com certeza do que ele é capaz… quero dizer, ele ainda pode ter habilidades que nós não vimos ainda.

Hector, eu faço esse tipo de coisa a muito tempo. Consigo me virar.

Você não vai a lugar algum sem mim. — Ele repetiu.

Garovel franziu o cenho.

Você não está sendo muito razoável hoje.

Não ligo… você não vai sair e ser morto enquanto eu fico sentado escutando a porra de uma aula de biologia.

Você sabe que é você que é o servo nessa relação, certo? Eu não  tenho que te escutar. Eu podia te colocar para dormir e voar para o outro lado do planeta se eu quisesse.

Hector só olhou para ele.

Ugh. Tá bom. Eu não vou sair do seu lado por enquanto. Mas preciso sair sozinho mais cedo ou mais tarde. Você vai ter que confiar que sei o que eu estou fazendo, eventualmente.

O ônibus parou com um chiado na frente da escola e Hector saiu.

Me diga como matar Geoffrey. — Ele disse conforme eles andavam. Você disse que nós não estávamos prontos para aquela luta antes. Então… me prepare.

O ceifador flutuou na frente dele.

Você já está decidido a matar ele?

É ele ou você, não é? Não é uma decisão difícil. Eu… eu teria feito isso na hora, se tivesse conseguido…

Ele ou A GENTE, Hector.

Cer-certo…

Bom. Para machucar Geoffrey, você precisa ser capaz de quebrar a sombra vermelha que protege ele.

Sim…

A razão dela parecer um escudo impenetrável era porque seus ataques eram apenas físicos, enquanto que a sombra era ambas física e mental. Aquela sombra é algo real e imaginária ao mesmo tempo, o que é o motivo dela parecer desaparecer e reaparecer constantemente.

Imaginária? Mas se ela é imaginária… então…

Como ela pode existir? Porque a realidade é relativa. Considere eu, por exemplo. Eu sou imaginário. Todos os ceifadores são. No ponto de vista dos nossos servos e, aparentemente, Geoffrey, nós existimos. Mas no ponto de vista do resto do mundo, não.

Mas… os poderes que você me concedeu são definitivamente reais…

Aqueles poderes são o resultado de um casamento entre algo real e algo imaginário. É o mesmo para o escudo de Geoffrey.

Acho que eu entendi… talvez…

Então, a fim de lutar com ele, você tem que acrescentar um lado mental ou imaginário aos seus ataques.

E como faço isso?

Ah, não é tão difícil. Porque seu corpo já teve sua alma “removida”, por assim dizer, você vai ser capaz de ganhar um sentido mais forte da sua própria presença e até começar a manipular sua alma de jeitos diferentes. As coisas mais básicas você vai conseguir pegar o jeito bem rápido. Só quando você quiser ser mais proficiente que as coisas vão ser mais complicadas, mas não nos preocuparemos com isso por um tempo ainda. Por agora, nós nos focaremos na maior parte em desenvolver sua habilidade de materialização. Espero que isso vá ser útil mais imediatamente.

Hmm.

A propósito, para ser o mais transparente possível, há dois meios para desenvolver seus poderes metálicos.

Oh?

O primeiro é um treino meditativo, assim como você já estava fazendo. Leva um tempo, mas é o mais confiável dos dois.

O outro jeito é mais rápido?

Bem mais, sim. O segundo método é se jogar em uma situação incrivelmente perigosa, que vá quase matar a nós dois e esperar que aquele desespero e adrenalina sejam o bastante para forçar um avanço.

Mas que porra? Isso parece…

Imprudente e estúpido? Sim. Nós não vamos tentar essa. A parte de quase ser morto quebra a parada pra mim.

Huh. Tá… mas, hmm… sobre essa parte de poder da alma ou não sei o que. Quando eu deveria, uh… começar a trabalhar nisso?

Nós vamos…

— Hector? Você está bem?

Finalmente, ao chegar no seu armário, ele se virou e viu Micah parado lá.

— Uh… olá. Eu estou, eu estou bem. Por que?

— Bom, é só que, você está andando como se estivesse meio morto ou algo do tipo.

— Ha… é que, hmm… é…

— Aconteceu algo contigo?

Merda, o que eu digo?

Uh… você caiu das escadas!

Isso é idiota!

Só diga isso!

— Eu caí das escadas! — Ele soltou do nada.

— Puta merda, sério?! — Micah se aproximou, olhando para ele de cima a baixo. — É por isso que você não veio na escola esses dias? Você quebrou algo? Você foi no hospital?

— Nã-não… eu estou bem. Só… fiquei com um hematoma bem feio…

— Uou, véi. Precisa que eu carregue sua bolsa para você?

Ele apertou sua pegada nas alças.

— Es-está tudo bem… eu prefiro carregá-la.

— Tudo certo, bom… senta com a gente de novo no lanche de hoje, tá? Nós ficamos preocupados que você não apareceu na escola por alguns dias. Sheryl pensou que ela tinha te assustado ou algo do tipo.

— Ah… sim, tudo bem…

Eles foram para aula juntos e Hector ficou feliz quando ele conseguiu se sentar na sua cadeira no fundo da sala e só ouvir o professor falar. Era algo difícil de entender, já que ele deixou acumular tanto dever de casa, mas ele gostava da normalidade confortável disso. E a cadeira. Não ter que andar mais era incrível. Ele esfregou seu peito e fechou seus olhos, tentando não gemer.

A propósito, — Garovel disse, está tudo bem contigo? Na sua cabeça, quero dizer. Não no seu corpo.

Hector olhou para ele.

Com licença… ?

Não está se sentindo nenhum pouco tonto ou desorientado? Nenhuma confusão inexplicável ou algo do tipo?

Não… por que?

Por nada.

Garovel…

O ceifador hesitou.

Quando eu estou perto da morte, você vai começar a ser afetado. Sua consciência vai começar a… bem… se arrancar do seu corpo. Talvez até se destruir no processo.

Ah… e desorientação é um sinal de aviso?

Sim. Eu imagino que não me feri tanto quanto pensava. Você estaria sentindo algum sintoma prolongado, seu eu tivesse.

Hector sofreu durante o dia. Ele queria não ter que andar tanto. Algumas vezes, ele considerou matar aula para tirar um cochilo em algum lugar, mas ele sabia que Garovel não permitiria. Ele tentava prestar atenção em cada aula, mas ele sentia que perdeu várias coisas importantes.

A aula de história era a pior até agora. Sr. Cormac estava falando sobre a ascensão e as pessoas continuavam a levantar suas mãos para fazer perguntas sobre a família real. Hector desistiu de tentar seguir o que estava acontecendo e só fechou seus olhos.

Garovel, entretanto, não o fez.

Tem algo estranho aqui…

Hmm?

Levante sua mão e pergunte o motivo de todos estarem de repente tão interessados na Coroa.

O que? Por que?

Porque eu quero saber.

Mas… eu não gosto… de participar…

Não ligo. Você pode ser um maldito tímido no seu tempo.

Ele suspirou e levantou sua mão.

Sr. Cormac olhou para a mão por um momento, quase perdendo sua paciência.

 — Sim, Hector?

— Uh… desculpe, eu só estava me perguntando… por que… todos estão perguntando sobre a família real…

Algumas pessoas riram e a turma inteira se virou para olhar para ele.

Suas juntas ficaram brancas na beira de sua mesa.

Ai merda. O que você me obrigou a fazer?

— Você está brincando, certo? — Alguém disse.

— Ele realmente não sabe? — Outra pessoa disse.

Ele tentou derreter no seu assento.

— Al-algo… algo aconteceu… ?

— Eu sei que você ficou ausente por alguns dias, — Sr. Cormac disse. — mas você não viu as notícias ou ouviu algo de seus pais ou algo do tipo?

— Ou-ouvir o que?

— Três dias atrás, alguém tentou assassinar a Rainha.

Hector e Garovel trocaram olhares confusos.

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