Switch Mode
Participe do nosso grupo no Telegram https://t.me/+hWBjSu3JuOE2NDQx
Considere fazer uma Doação e contribua para que o site permaneça ativo, acesse a Página de Doação.

Throne of Magical Arcana – Capítulo 11

Achados

Uma grande pilha de lixo estava acumulada nos fundos da associação. Lucien fez várias viagens para conseguir trazer tudo até seu carrinho.

Para manter a cidade limpa, havia pessoas coletando lixo todas as manhãs. Entretanto, a chique associação não poderia tolerar o lixo acumulando em seu jardim por um dia inteiro.

Com a última leva do trabalho, Lucien entrou furtivamente no corredor e se moveu pelas margens da sala redonda em direção ao portão.

— Que droga, Wolf! Você não consegue me deixar sozinho por um segundo para eu me concentrar na minha música? — Ele ouviu uma voz profunda e elegante que tinha os finais das palavras mais agudos. Ao mesmo tempo, o homem de casaco vermelho, que Lucien tinha encontrado anteriormente no balcão, desceu as escadas com pressa.

E então ele deu de cara com Lucien e sua última leva de lixo.

*Bang!*

Algo pesado caiu no tapete, fazendo um som abafado. Victor se desequilibrou e quase caiu.

Respirando fundo, Victor se inclinou e pegou uma lâmpada quebrada que havia caído da pilha de lixo de Lucien.

— Desculpe. — Ele entregou a lâmpada que pegou do tapete de volta para o garoto.

Um outro homem, de cabelos castanhos e com um casaco azul escuro, desceu a escada. Havia um sorriso notável em seu rosto.

— Victor, você não é o único músico aqui. Eu posso fazer o que eu quiser. Se você tiver um problema com isso, então volte para casa. — O sorriso em seu rosto ficou ainda maior, — Eu sei, eu sei. Faltam apenas três meses para o seu concerto, e eu entendo. Estou tão ansioso quanto você. Vou escrever um artigo para você no Crítica Musical, especialmente para você…

— Seu maldito! Vamos ver quando você vai conseguir seu próprio concerto. — Xingando em voz baixa, Victor se virou e saiu do corredor a passos largos.

No momento em que Victor virou as costas, o sorriso desapareceu do rosto de Wolf. Ele voltou lá para cima enquanto murmurava:

— Deveria ser meu…

Depois de ver a discussão deles, Lucien continuou carregando o lixo até o portão. Só então ele parou para olhar a lâmpada quebrada decorada com desenhos elaborados e notou que o fundo da lâmpada era feito de metal.

Colocando o resto do lixo no carrinho, Lucien pegou o objeto. Parecia cobre, mas mais flexível. Provavelmente daria para conseguir vários Fells vendendo aquilo para um ferreiro. Para uma pessoa pobre como Lucien, tudo que ele encontrasse seria pensado em termos de valor.

Espere… talvez eu possa encontrar mais itens úteis como papel ou penas nesta pilha.

Essa pilha de lixo era agora um tesouro para Lucien. Seu coração estava cheio de surpresa e empolgação. Embora os ricos nem se incomodassem em olhar para aquilo, para Lucien essa era a primeira chance de mudar de vida.

Cinco Nars eram suficientes para um mês de ensino. Além disso, ele tinha uma biblioteca inteira dentro de sua mente, que podia ser constantemente expandida. Se ele fosse capaz de aprender a ler, ele acreditava que pudesse descobrir maneiras melhores de fazer uma fortuna.

Lucien sentiu-se elétrico apenas pensando em seu futuro. Animado, ele levou o carrinho para fora da cidade. Mas, ele também estava preocupado: ninguém gostava de coisas velhas do lixo.

Eu só tenho que ter cuidado. Se a quadrilha de Aaron ficar sabendo disto, eles vão exigir mais de mim. — Depois da luta de Lucien nos esgotos, o medo que ele tinha deste mundo e dos gangsters diminuiu. Ele sabia mais sobre combate de verdade do que eles.

Ao sair da associação, Lucien viu um homem de cabelos prateados caminhar tranquilamente em direção ao prédio.

Rhine? O que ele está fazendo aqui? — Lucien não pensou muito nisso. Afinal, não era estranho para um bardo visitar um lugar tão respeitável.

André era quem estava no portão, e ele reconheceu Lucien com seu carrinho cheio. Ele apenas acenou com a mão e deixou ele sair da cidade.

Embora empolgado, Lucien não baixou a guarda com facilidade. Depois de uma caminhada de vinte minutos para longe do portão, Lucien finalmente parou em um lugar calmo ao longo do rio Belém.

Procurando no lixo, Lucien achou algumas coisas úteis: a lâmpada quebrada, vários pedaços de metal enferrujado, oito penas de nanquim gastas, alguns rolos de papel, etc.

Finalmente, Lucien achou um tecido preto cheiroso, ligeiramente danificado. Parecia um véu, que deveria ter pertencido a uma mulher.

Sem qualquer imaginação erótica, Lucien só pensava em quanto aquilo podia valer.

Tem um traço requintado. Talvez… talvez eu possa vendê-lo para um alfaiate, que provavelmente pode usar isso como uma decoração.

Envolvendo o laço em um pouco de papel, Lucien o escondeu junto com o resto na grama alta. Depois, ele continuou a puxar o carrinho para o lugar onde o lixo da cidade era descartado.

Ele ficou surpreso, pois o local de despejo era muito menor do que ele pensava. O rio ao lado estava muito limpo. Não havia ninguém lá, exceto Lucien. Mesmo com o cheiro terrível vindo do lixo, ele começou a procurar novamente.

Neste mundo, ninguém cata o lixo para ganhar a vida? — Lucien se perguntou, — Talvez eles tenham medo de pegar alguma doença.

No entanto, o bolso vazio de Lucien era claramente uma ameaça maior para ele do que ficar doente, o que poderia ou não acontecer. Envolvendo a mão com papéis usados, ele encontrou algo que provavelmente valeria alguns Fells.

Era a primeira vez dele naquilo, então Lucien foi extremamente cauteloso. Ele escondeu algumas das coisas e voltou para o onde estavam os outros itens. Escondendo seus achados em baixo de um saco velho e sujo em seu carrinho, ele tentou achatar o saco o máximo que pôde, para fazê-lo parecer o fundo do carrinho. As coisas pequenas ele enfiou no bolso.

Foi muito mais fácil do que ele pensava. Os guardas fizeram sinal com as mãos e deixaram ele entrar depois de uma simples olhada.

Quando Lucien estava puxando o carrinho em direção a André e Mag, ele percebeu por que os guardas o deixaram passar tão facilmente. Cobrindo o nariz, as sobrancelhas de André e Mag se retorceram quando ele chegou perto.

Lucien ficou feliz ao ver isso. Ele puxou seu carrinho cheiroso ainda mais perto deles e pediu o seu dinheiro.

— Eu sou Lucien. Eu vim pegar o meu pagamento.

Mag imediatamente deu um passo para trás e pegou o dinheiro enquanto xingava.

— Seu maldito! Some daqui com esse carrinho fedorento.

André, com seu sorriso consistente, estava ainda mais longe.

— É sua primeira vez indo no rio, não é? Se você ficar lá até escurecer, você pode dar sorte. É só ver os fantasmas lá, há há…

Sem perguntar sobre ditos fantasmas, Lucien rapidamente saiu com seu dinheiro para devolver o carrinho. Ele não queria mais problemas.

Ele conseguiu cinco Fells ao todo para remover o lixo. Porém, seus achados eram mais importantes do que aquilo, pois com eles poderia ganhar uns cinco Nars.

Depois de voltar para casa, Lucien rapidamente escondeu o resto do material e depois correu para o mercado. Ele levou o véu diretamente para um alfaiate, sem sequer o limpar. Ele estava correndo com um pouco de empolgação.

No entanto, quando Lucien estava de frente a uma loja de alfaiate, ele hesitou. Ele provavelmente seria repreendido ou chutado para fora da porta antes que pudesse abrir a boca. O rosto dele ficou vermelho, como quando ele tentava vender alguma coisa na universidade.

Não seja covarde, Lucien. Não sinta vergonha. — Lucien começou a se animar, — O que é que sua dignidade pode fazer por você agora? Sua dignidade pode transformar seu pão mofado em um fresco? Ou pode te dar carne, peixe e vinho? A dignidade pode te ensinar a ler?

Lucien já tinha passado por muitas coisas depois de chegar a este mundo, até brincou com a morte. Ele rapidamente se decidiu e entrou na loja com passos firmes.

Um velho usando óculos estava sentado no interior. Percebendo Lucien entrar, ele perguntou, confuso.

— Pois não?

A vestimenta de Lucien obviamente mostrava que ele era pobre demais para sequer visitar um alfaiate de alto nível. Sorrindo com grande entusiasmo, Lucien esfregou as mãos.

— Olá senhor! Eu tenho um véu preto bem requintado e… e eu queria saber se você está interessado nele… — Antes que Lucien pudesse terminar suas palavras, ele foi interrompido ferozmente pelo velho.

— Um véu requintado, de você? Some daqui, ladrão maldito! — Ele saiu do balcão e enxotou Lucien para fora, — Eu, Forau, sou um alfaiate decente! Eu só compro roupas do Lautsi!

Sendo tocado da primeira loja, Lucien não teve escolha senão encontrar outra. E ele tentaria uma abordagem diferente desta vez.


Comentários

0 0 votos
Avalie!
Se Inscrever
Notificar de
guest
0 Comentários
Inline Feedbacks
Ver todos os comentários

Opções

Não funciona com o modo escuro
Resetar