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Throne of Magical Arcana – Capítulo 13

Ataque Inesperado

Com a mão no queixo, Jackson deu um sorriso aparentemente gentil.

— Dia, André. O que está acontecendo aqui?

— Não precisa se preocupar, Jackson. — André respondeu de forma lisonjeira. — Ultimamente tem um cara saindo da cidade todos os dias. Eu estava aqui pensando…

— Interessante. Será que ele carrega alguma coisa com ele? — De alguma forma o sorriso de Jackson era meio assustador, o que por um momento deu calafrios em André e Mag.

Mag acreditava no Deus da Santa Verdade e em seus próprios punhos, e sempre falava que tinha uma décima sexta parte do sangue selvagem de Yaran Highland. No entanto, seu cérebro não funcionava tão rápido quanto seus punhos. A pergunta de Jackson exigia demais para ele.

— Hum… Eu lembro que ele sempre carrega um saco velho. Às vezes, ele volta com algo nele. Há muitos cogumelos perto do rio Belém…

— Não, não são cogumelos. — Jackson o interrompeu.

— Então… o que mais um cara pobre como ele iria conseguir… — André perguntou nervoso. Diante do rio Belém e da Floresta Negra Melzer, o portão que André e Mag estavam guardando era o mais movimentado dentre os três portões de Aalto. Inúmeros comerciantes, aventureiros e pessoas comuns entravam e saíam todos os dias. Eles nunca se preocuparam em prestar atenção extra em um menino pobre como Lucien.

Jackson veio por uma razão.

— O ferreiro Rego veio falar comigo há dois dias. Um sujeito vendeu a ele um belo pedaço de orichalcum¹.

— Orichaoque…?

— Orichalcum, mais conhecido como, cobre da montanha. Apenas nobres ricos podem pagar por ele. Embora o pedaço que ele conseguiu fosse da mais baixa qualidade, ainda foi o bastante para forjar uma adaga de primeira. Rego queria encontrar mais, então ele veio até mim.

— Lucien vendeu isso? — Mag perguntou diretamente.

Jackson acenou ligeiramente com a cabeça.

— Ele foi cuidadoso. O metal foi polido para que Rego não conseguisse encontrar nenhuma pista da origem. Levei um dia inteiro procurando o vendedor. Porém, como ele visitou um par de ferreiros, alguns se lembravam dele. E vocês também o conhecem. Perfeito. — Jackson adicionou.

— Então o que devemos fazer? — André perguntou ansiosamente.

— Siga-o e descubra onde ele encontrou o Orichalchum. Se ele perceber que vocês estão atrás dele, batam nele até ele entender quem manda, e depois perguntem. O dinheiro dele é todo seu.

— Entendido! — Mag respondeu antes de André. Fazia mais de duas semanas que ele não dava uma boa surra em alguém. Ele sempre ficava animado quando se tratava de bater em alguém.

Carregando seu saco velho, Lucien caminhava em direção ao rio Belém.

Preciso usar mais os outros dois portões, — Lucien pensou. — É suspeito sempre pegar o mesmo caminho… André e Mag estão sempre lá de olho.

Os outros dois portões, um em Lily Púrpura e outro em Nolan, ficavam longe de seu destino. Às vezes, Lucien recolhia alguns cogumelos no seu caminho de volta para disfarçar seu verdadeiro propósito, o que levava mais tempo.

Ele percebeu algo no canto de sua visão, atrás dele.

Quem vem lá?! Lucien de repente ficou alerta.

Não era a primeira vez que ele percebia alguém tentando segui-lo. Desde sua amarga luta nos esgotos, ele percebeu que se tornou mais atento aos arredores. Graças à sua nítida observação, conseguiu se livrar das pessoas que queriam descobrir o seu segredo.

Fingindo que tudo estava bem, Lucien continuou caminhando e esperando uma oportunidade. Quando chegou em um canto coberto com capim alto e árvores antigas, ele correu até uma árvore grande com toda sua energia. Escondendo-se atrás dela, Lucien esperou silenciosamente a pessoa se aproximar.

Ele estava calmo, pois tinha que saber quem o seguia, para eliminar qualquer problema futuro.

Um momento depois, um som de passos pesados, junto com palavrões, veio do lugar onde Lucien estava anteriormente. O som veio da curva na estrada, muito perto de onde ele disparou para a mata.

— Droga! Nós perdemos ele!

— Eu estava certo, André. Nós temos que pegar e dar uma surra nele. Só assim ele vai contar tudo pra gente!

Lucien ficou surpreso. Ele não esperava que a turma de Aaron o notasse tão rapidamente.

Sentindo-se decepcionado, Lucien decidiu deixar sua casa e se esconder em algum lugar com seu dinheiro por alguns dias. Ele estava só esperando que André e Mag voltassem para depois sair.

Ainda posso me tornar um aprendiz, em todo caso. Lucien consolou-se em silêncio.

André e Mag sabiam o que Jackson faria com eles se eles pisassem na bola. Eles estavam discutindo um com o outro em voz alta.

— Mag, os selvagens conseguem farejar! — André, de repente, bateu no ombro de Mag.

— Que? Que história é essa…

— Você disse que os selvagens são como cães de caça, e eles podem pegar qualquer cheiro no vento! — André estava animado, — Você tem sangue selvagem! Tente!

— Bem… Às vezes não funciona… — Mag coçou sua cabeça calva.

Lucien de repente ficou nervoso. Ele ainda sabia muito pouco sobre esse novo mundo.

Levantando ligeiramente a cabeça, Mag respirou fundo. Então ele gritou animadamente.

— Peguei o cheiro! Pra aquele lado! — Ele começou a correr em direção à árvore.

Mag o encontrou!

Assim que Mag gritou, Lucien começou a correr. Mag era surpreendentemente rápido com seus grandes músculos e, várias vezes, chegou bem perto de Lucien.

Lucien continuava correndo entre as árvores para escapar de Mag. Porém, depois dos bosques havia a beirada do rio, quase totalmente descampada. Lucien sabia que não poderia continuar fugindo.

Eu tenho que vencer Mag antes que o outro cara venha. Lucien não entrou em pânico. Comparado com aqueles ratos frenéticos de olhos vermelhos, Mag, embora um pouco grande, ainda era um ser humano.

Lucien estava preparado. Ele ouviu o uivo louco de Mag se aproximando por trás dele.

De repente, Lucien parou, abaixou o corpo e forçou as pernas contra o chão. Com o impulso, ele atacou Mag com toda a força.

Foi um ataque inesperado. Mag rapidamente tentou socar a cabeça de Lucien para evitar o ataque, mas ele errou. Lucien passou pelos braços de Mag, e com a ajuda do próprio momento de Mag, o soco firme de Lucien atingiu a barriga macia de Mag.

Mag sentiu uma pedra dura bater em seu estômago. Enquanto ele estava gritando de dor, um ácido ardido subiu por sua garganta.

Lucien sabia que um único soco não poderia resolver o problema completamente. Assim, dois segundos depois, ele atacou vorazmente as costas de Mag com o cotovelo. Além disso, quase ao mesmo tempo, ele levantou seu joelho para acertar em cheio o meio das pernas de Mag.

— Aaahuuuuuunfs!!!

Era um uivo doloroso no melhor estilo selvagem, e mesmo André, que sempre tirava sarro da linhagem de Mag, não negaria isso. Cobrindo suas partes privadas, Mag estava rolando para frente e para trás no chão, rosnando de raiva e dor.

Vendo tudo isso, André não podia deixar de se sentir mal por seu companheiro, meio que sentindo um pouco dessa dor também. Assim, ele acabou desacelerando.

Sem demora, Lucien se virou e saiu correndo imediatamente. Ele viu um punhal brilhante na mão de André. O capanga o perseguiu por um tempo, mas era tarde demais. Logo, Lucien desapareceu nos bosques do outro lado do rio, e André finalmente retornou para onde Mag estava.

Quanto mais fraco você é, mais pobre você é. Aqueles bastardos simplesmente não deixariam alguém ter nenhuma chance na vida! — Lucien sentiu-se injuriado.

Eram nove horas da manhã. Movendo-se furtivamente para dentro da cidade pelo portão no distrito de Nolan, Lucien estava cuidadosamente se aproximando de sua casa em Aalto. Ele precisava pegar seu dinheiro antes que os gângsteres achassem sua casa.

Depois de se esconder atrás de uma cabana próxima por um tempo, quando Lucien estava prestes a sair, ele notou um bando de caras mal-encarados se aproximando de sua casa.

Um homem de aparência comum estava apontando para a casa de Lucien. Pouco depois um outro rapaz corpulento deu um chute forte na porta velha.

A porta caiu no chão, levantando uma nuvem de poeira.


Nota:

[1] Orichalcum: esse material possui referências em literaturas diversas, como as que tratam de Atlântida, por exemplo, mas com citações em diversos relatos de figuras históricas. Destarte, há certa imprecisão no que exatamente seria este metal, podendo ser um metal perdido, ou alguma liga metálica à qual foi dada tal nome, possivelmente com grandes quantidades de cobre nela. Alguns relatos históricos afirmam que o metal possui um brilho de ouro esverdeado, mas existem algumas que dizem ser ele avermelhado. Mais recentemente, foi um metal usado no jogo Skyrim, sendo assim amplamente conhecido pela geração atual, embora sem detalhes específicos.


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