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Throne of Magical Arcana – Capítulo 16

Nas Ruas

John parou e se virou para Lucien.

— Você acabou de se machucar, e além disso nunca recebeu nenhum treinamento formal. Lembre-se, Lucien, não entre em pânico e não pare de se mover. Continuaremos mudando de posição. Não deixe os capangas te cercarem. Use o seu bastão para manter eles longe, para que as adagas não cheguem perto de você. Está me ouvindo, Lucien?

John tentou aconselhar ele tanto quanto possível. Ele estava preocupado que Lucien pudesse perder o controle e lançar um ataque imprudente. No entanto, Lucien tinha tido uma batalha bem decente anteriormente.

— Não se preocupe, John. Já sobrevivi a uma invasão à câmara secreta de uma bruxa.

Escondendo seus bastões atrás de suas costas, eles se aproximaram de Jackson rapidamente.

Era uma rua bastante movimentada no mercado, a apenas dez minutos de um dos esconderijos da gangue de Aaron. Comerciantes, mercenários e aventureiros estavam passando por ali, então ninguém prestou muita atenção neles.

Eles olharam um para o outro quando estavam a poucos passos de Jackson, acenaram com a cabeça, e correram para cima dos gangsters, segurando os bastões com firmeza em suas mãos.

Lucien reconheceu o cara que o chutou com força. Sem pensar duas vezes, ele atacou a cabeça do marginal com seu bastão. Se você não tem treinamento e nem é forte o suficiente, simplesmente golpeie com todas as suas forças. Foi o que Lucien aprendeu.

Antes que o sujeito pudesse se dar conta do que estava acontecendo, ele foi golpeado com força em sua mandíbula. Ele desmaiou e caiu no chão imediatamente.

John, do outro lado, também se livrou de outro cara rapidamente. Como um escudeiro, John era realmente bom naquilo. Apesar de não ter apontado para a cabeça, seu golpe preciso foi o suficiente para tirar o marginal da batalha deslocando diretamente o seu braço direito.

Dois dos gangsters já estavam fora de ação. Porém, o grito agonizante de um deles atraiu a atenção dos outros. Jackson ficou surpreso, mas seus olhos tornaram-se insanos em um instante. Seus homens sacaram as adagas. As lâminas afiadas refletiam a luz dos arredores.

Os pedestres começaram a debandar rapidamente, deixando os dois com mais espaço para se manter em movimento. Lucien e John continuavam correndo em direções diferentes. Eles não podiam parar. A chave para esta estratégia era não gastar muito tempo em um único inimigo, para não ser flanqueado¹.

A estratégia funcionou muito bem: mais um dos capangas estava rolando no chão. Porém, era muito difícil manter o movimento o tempo todo.

John estava pegando leve. Ele não queria ferir alguém seriamente e ter problemas depois. Porém, a sua preocupação tornou-se a sua fraqueza: alguns dos capangas que estavam caídos ainda estavam em condições de lutar, e um deles aproveitou a oportunidade para atacar os tornozelos de John. Ocupado se esquivando das lâminas em baixo, John não teve como evitar que outros se movessem para cercá-lo.

Graças às refinadas habilidades de luta de John, ele conseguiu evitar vários ferimentos. Mas o círculo de adagas estava ficando cada vez mais apertado.

Lucien se virou para ajudar John, e mandou seu bastão diretamente na parte de trás da cabeça de um capanga.

— Jonny! Cuidado! — Advertido pelos outros membros da gangue, o homem chamado Jonny se esquivou inclinando para frente, e conseguiu evitar o ataque de Lucien.

No entanto, isso foi o suficiente para John, que aproveitou a oportunidade e escapou da formação pela lacuna deixada por Jonny. Porém, este último imediatamente se preparou para lançar a adaga nas costas de John.

*Pow!*

Antes que a adaga fosse lançada por sua mão, Lucien bateu com força nas costas de Jonny. Desta vez ele não havia se movido para outra posição. Ao invés disso, ele esperou por uma segunda chance para atacar Jonny.

De repente, uma sensação gelada veio das costas de Lucien e imediatamente se transformou em uma dor agonizante. Uma adaga o cortou de leve, mas Lucien não entrou em pânico. Ele sabia que John não iria se segurar mais. E um escudeiro determinado e irritado seria imparável diante de um bando de capangas bastardos. Ao contrário de Lucien, John nunca errava. Empunhando seu bastão com raiva, ele veio para ajudar Lucien.

Vendo a batalha se complicar, Jackson deu um passo para trás e começou a fugir.

— Parem eles! — Ele gritou enquanto corria.

O resto de seus homens começou a atacar loucamente. As lâminas brilhantes vinham de diferentes direções. Lucien sofreu outro corte, desta vez na mão direita, e o sangue escorreu imediatamente. Seu bastão quase voou para longe de sua mão.

— Você está bem? — John estava na frente de Lucien, protegendo-o dos inimigos.

— Eu estou bem. — Lucien sacudiu a cabeça, — Nós temos que impedir que Jackson traga reforços.

John concordou com a cabeça.

— Lembre-se, use o seu bastão para manter os punhais longe de você. Siga-me! — Ele atacou mais uma vez e os dois começaram a perseguir Jackson. Pouco depois o resto dos capangas desacelerou e pararam de persegui-los, porque eles viram que Jackson já estava muito à frente deles.

Ocorre que depois de se tornar um subchefe da gangue, Jackson ganhou peso devido à falta de exercício, e seu condicionamento já não era dos melhores. Assim, ele estava correndo cada vez mais devagar.

— Continue em frente, continue se movendo… quase lá. — Jackson se encorajou.

Infelizmente, John, um escudeiro em perfeita forma, tinha outro plano em mente. Ele foi ganhando terreno lentamente e, quando estava a poucos passos do inimigo, ele mandou o bastão com todas as suas forças bem nas costas de Jackson.

O capanga sentiu como se todas as suas entranhas estivessem querendo sair por sua garganta. Com um urro alto, ele caiu no chão, rolando de dor. Então uma bota de cavaleiro acertou suas costas. Lucien chegou um pouco mais tarde, arquejando muito. Ele estava mais do que cansado depois de toda a corrida e luta, especialmente por causa das feridas abertas que cobriam seu corpo. Era a raiva que o estava mantendo de pé até agora.

Antes que Jackson pudesse fazer qualquer ameaça, John o virou com a bota e fez um galanteio com a mão em direção a ele, sorrindo e ofegando ao mesmo tempo.

— Todo seu, Lucien.

— Opa, valeu irmão! — Depois de respirar profundamente algumas vezes, Lucien levantou seu bastão alto e mandou ele com força no rosto de Jackson.

— Como ousam…Aaaaa!! — Vários dentes pularam para fora da boca de Jackson, impedindo que o resto de suas palavras saíssem. Ele estava engasgando com seu próprio sangue. Suas orelhas estavam zumbindo, e os olhos estavam vendo estrelas.

Foi um belo dum golpe. Aqueles malditos bastardos!

— O que… o que você quer? — Jackson balbuciou com a mistura de sangue e saliva em sua boca. Tonto, ele percebeu que sua voz parecia vinda de outro mundo.

— Nós não queremos nada mais do que justiça. — Tirando a adaga da mão de Jackson com uma bicuda, John respondeu seriamente, — Você bateu em Lucien e na minha mãe, e nós estamos devolvendo o favor. E você ainda roubou o dinheiro e destruiu a casa dele. Você vai ter que compensar isso.

— John, se bem me lembro, você é escudeiro, não é? Brigar na rua… vai contra suas regras. Não desaponte o Lorde Venn, rapaz. — Jackson cuspiu sangue de sua boca. — Pra chegar a este ponto… você não se importa com seu irmãozinho e seus pais? — Ele continuou sua ameaça.

— Eu acho que você ainda quer mais, não é? — Lucien estava experimentando o peso do seu bastão.

Enfrentando a violência dos dois, Jackson calou a boca. Sua raiva e vergonha se transformaram em lenha para fogueira, reduzindo sua coragem às cinzas.


Nota:

[1] Flanqueado: é a situação onde alguém se encontra com duas pessoas à sua volta, porém elas estão em lados opostos, dificultando em muito a defesa contra as duas. É o que acontece aqui.


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