Trash of the Count’s Family – Capítulo 65

— Mas jovem mestre-nim, e seus guardas? Ouvi dizer que o vice-capitão e as crianças ficaram no Vilarejo Harris também.

Cale começou a franzir ainda mais a testa após a pergunta de Hans.

— Então…

Contudo, o vice-mordomo que não se importou, apenas continuou falando enquanto pegava On e Hong nos braços.

— Eles só vão voltar depois que a investigação sobre a explosão na floresta terminar?

A súbita explosão na Floresta das Trevas…

O vice-capitão já sabia da causa disso por conta do próprio responsável ter lhe explicado, porém a história “oficial” era que ele estava ficando por lá para investigar. E claro, precisava manter o envolvimento de seu jovem mestre em segredo também.

“Jovem mestre-nim, cuidarei das coisas por aqui, mas não quero ficar para sempre.”

O ruivo rapidamente se livrou das falas de Hilsman que vieram repentinamente à sua mente; aquela foi uma conversa bem inútil de qualquer maneira.

— Como eu não precisava mais deles, apenas resolvi deixá-los por lá.

Na verdade, os irmãos baleia já tinham saído da floresta e, naturalmente, levaram a garrafa com a água do pântano; apenas metade de seu conteúdo ficou com Kim.

— Hans.

— Sim, jovem mestre?

— O Príncipe Herdeiro disse quando eu deveria contatá-lo? — indagou ele, sem pressa.

Já Hans respondeu com firmeza: — “Imediatamente.” Isso foi o que ele disse.

Com isso, Cale começou a sorrir e…

“Ele deve ter ficado muito ansioso.”

Calmamente, voltou a falar: — Então vamos lá.

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Cale sentou-se no sofá e cruzou suas pernas.

O mago responsável pela comunicação audiovisual mágica do território, espreitou em sua direção.

— Está pronto?

— Ah, si-sim!

Ele então engoliu em seco antes de continuar.

— É possível falar agora mesmo com sua alteza.

O mago ainda olhava para Cale, a pessoa que o Príncipe Herdeiro procurava no momento.

Já comparado com o quanto ele estava nervoso, o ruivo parecia bem  calmo enquanto permanecia sentado no sofá.

— Então você pode sair agora.

Ao rapidamente se curvar, o mago saiu; embora tenha se virado algumas vezes para trás devido à curiosidade.

Click.

Assim que a porta se fechou, Kim começou a utilizar a comunicação audiovisual…

Logo, com um rosto familiar tendo aparecido sobre um orbe semi-transparente, ele começou a falar.

— É uma grande honra falar com a estrela da nação, o esplendor—

[Basta.]

Cortando imediatamente as palavras que lhe causavam calafrios, o Príncipe Herdeiro pôde ver o sorriso malicioso de Cale quando parou de falar.

Ele então o observou de maneira calma — podendo ver sua figura sentada relaxadamente em um sofá, mas de forma respeitosa — até que foi direto ao ponto.

[Que confusão eles fizeram no Reino Breck.]

O sorriso do ruivo se tornou mais amplo; aquela fala tinha algo que esperava.

Bem, por qual outra razão ele teria se apressado tanto assim para atender um chamado? Não era como se gostasse de ver o rosto do Príncipe Herdeiro.

“Sua rede de informação é realmente a mais precisa.”

Kim se aconchegou em seu assento e sorriu como se nada estivesse errado.

Tudo seria resolvido apenas com essas ações. 

[Vendo como não está dizendo nada, acho que já está ciente do que aconteceu.]

Viu? Tudo foi resolvido sem ter que dizer nada.

[A Princesa Rosalyn parece ter tomado sua decisão. No entanto… como será que ela pôde obliterar a família inteira de um Grão-Duque em um único dia?]

Cale sentiu seu coração errar uma batida para a palavra “Obliterar”, mas não deixou que isso transparecesse em seu rosto.

Tudo isso por poder ver que Alberu observava-o.

Agora mesmo, ele estava cutucando-o para ver o que podia descobrir.

[Ela também desistiu de sua reivindicação ao trono.]

Como no original, Rosalyn realmente desistia de sua reivindicação ao trono. Já agora seria a hora dela mostrar sua verdadeira natureza como maga.

[Bem, na verdade, com base no que ouvi, parecia haver duas pessoas muito fortes a acompanhá-la…]

O Príncipe Herdeiro era realmente bom em chegar a pontos chaves…

[Todos os outros podem não saber, mas eu sei.]

Atualmente, seu olhar aguçado apontava apenas para o ruivo.

[Eles não seriam seus subordinados?]

Choi Han e Lock.

Kim respondeu de volta a pergunta: — Meus subordinados?

Eles não eram seus subordinados.

Choi Han não tinha nada a ver com ele e Lock era apenas alguém com quem estava realizando um acordo.

— …

Cale podia ver os cantos dos lábios de Alberu lentamente começarem a se mover para cima.

Ele também se inclinava para trás em seu luxuoso sofá quando casualmente jogou uma fala para fora.

[Sua raposa ardilosa.]

O ruivo não podia discordar disso. 

Ao ver sua falta de reação, o Príncipe Herdeiro balançou a cabeça antes de acrescentar.

[Por que você quer a Torre Mágica?]

Ele não tentou mais ser centrado e fluente em relação a sua figura. 

Kim fez uma expressão séria…

— Vossa Alteza…

Ele então voltou a se ajustar no sofá, o que fez com que Alberu também se ajeitasse com curiosidade.

— Às vezes, tenho o pensamento de que você e eu somos muito parecidos…

O Príncipe Herdeiro começou a franzir a testa.

[Que pensamento terrível.]

— Concordo.

Cale logo afastou o fato de que aquele indivíduo mostrou uma grande repulsa ao fato de que ambos podiam ser semelhantes e continuou.

— O Reino Roan é um reino sem nada.

O silêncio de repente preencheu os arredores. 

Se o mago responsável por tal sala lá fora, estivesse ouvindo o que o seu jovem mestre tinha acabado de dizer, era provável que tivesse desmaiado agora mesmo.

— …

Por outro lado, Alberu estava sorrindo enquanto o ruivo, que já esperava isso, apenas se mantinha em silêncio.

[Não vai se arrepender pelo o que acabou de dizer?]

— Sua alteza, você está sorrindo, não está?

[Bem, é verdade.]

Roan era um reino onde nem mesmo os cavaleiros ou magos eram muito fortes. E embora tivesse uma longa história, não passava de mediana em todos os aspectos.

Já como Príncipe Herdeiro, Alberu, também sabia que, embora tais fatos fossem “bons” em tempos de paz, não era nada bom ser mediano em todos os aspectos em tempos de caos. Assim, ele tinha em mente que precisavam de pelo menos uma área de especialidade.

Contudo, claro, isso não era algo que pudesse ser facilmente criado num curto período de tempo.

Uma questão tão grande assim levaria dezenas de anos mesmo se tivessem sorte, e em média centenas de anos se não tivessem. 

No fim, foi por isso que ele havia tomado uma decisão.

“Pegar isso de outro.”

Pegar a especialidade de outro reino e torná-la a deles.

E agora, havia boa presa diante de suas garras…

O Reino Whipper, aquele que costumava ser o reino dos magos.

— …

Kim e Alberu fizeram contato visual.

[Seu desgraçado esperto.]

Ambos tinham sorrisos semelhantes em seus rostos…

— A Torre Mágica para mim… E para você, sua alteza…

Eles responderam ao mesmo tempo.

— Magos.

[Magos.]

Um breve silêncio encheu a sala antes do Príncipe Herdeiro cobrir seus olhos com a mão e começar a gargalhar.

[Hahahahahaha~]

Ele continuou a rir por um tempo antes de tirar a mão do rosto e responder.

[Interessante. E pensar que no começo, achei terrível que houvesse outra pessoa igual a mim… Haa, eu lhe darei o que precisar.]

Alberu então esperou pela resposta de Cale…

— Muito obrigado.

Que foi rápida e curta; no entanto, o atingiu adequadamente.

[Mas… por que quer a Torre Mágica?]

Logo, continuando a ver as atitudes confiantes da figura à sua frente, o Príncipe Herdeiro teve que lhe indagar.

— Bem…

Sem nenhum problema, o ruivo notou que ele parecia ter voltado a ficar curioso sobre seus planos — Alberu era realmente uma pessoa difícil de lidar — porém, não havia motivo para se preocupar.

“Tenho certeza de que ele quer saber se eu sei sobre o ‘Norte’…”

Na novel, lá era onde havia a fonte de preocupação do Reino Roan…

“Sobre o Reino dos Cavaleiros do Norte.”

O Príncipe Herdeiro desconfiava deste reino enquanto se preparava para sua invasão.

Como todos sabem, a guerra é um tempo de caos, e que esse caos proporciona oportunidades para os preparados.

Um exemplo dessas oportunidades seriam justamente os magos que fugiriam do Reino Whipper após ele ser tomado pelos não-mágicos.

Portanto, Alberu, que não tinha muita influência no reino, planejava usá-los para fortalecer tanto seu poder quanto proteção e aumentar sua influência.

Se Kim Rok-Soo tivesse lido além do quinto volume de “O Nascimento de um Herói” ele provavelmente conheceria os dois poderes que se desenvolvem como novos heróis

Um deles seria um Cavaleiro do Norte…

“E o outro é provavelmente esse cara aqui.”

Especialmente porque o Dragão Negro lhe disse que o Príncipe Herdeiro não era humano.

Cale começou a sorrir enquanto ainda via aquela figura à frente tentando descobrir se ele sabia sobre a movimentação do Norte e o porque queria a Torre Mágica.

— Eu só quero ter uma Torre Mágica.

[Eu não deveria ter perguntado…]

Alberu deixou de encarar o sorriso malicioso no rosto do ruivo enquanto balançava a cabeça…

— E por que sua alteza precisa dos magos?

Mas então, começou a sorrir de maneira semelhante ao ouvir sua pergunta.

[Eu só quero dar-lhes um lar.]

As respostas de ambos não passavam de desculpas terríveis, porém nenhuma delas chamava a atenção uma da outra…

Após um bom tempo conversando, as duas pessoas que ainda sentadas casualmente, continuaram conversando uma com a outra.

[Quando planeja ir?]

— Eu planejo ir dentro de um mês.

Um mês depois, Kim estaria com seus preparativos prontos e iria para o Reino Whipper; até lá a Guerra Civil estaria próxima do fim.

[Como vai chegar lá?]

— Por um navio.

[E seus guardas?]

A palavra “Guardas”, lhe fez voltar a sorrir; o Príncipe Herdeiro logo percebeu seu erro.

[Acho que essa foi uma pergunta inútil… Mas mesmo assim, Cale, tenha cuidado, pois seu corpo é fraco. E sabe o que fazer, certo?]

— Eu trarei de volta toda e qualquer coisa boa.

[Às vezes realmente acho que estamos na mesma linha de pensamento.]

Cale e Alberu, embora os dois fossem pessoas muito diferentes, os sorrisos em seus rosto eram bem parecidos neste momento.

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Três semanas se passaram.

Cale abriu lentamente os olhos e começou a se mexer sobre sua grande cama antes de bocejar.

— Uhaaaaa…~

Ainda sonolento, ele esfregava os olhos e olhava para o teto.

Eram 15 horas da tarde.

— Eu ganhei! Ele acordou uma hora mais tarde hoje!

— Sim, você ganhou. Eu não consigo entender o porquê dele continuar acordando cada vez mais tarde.

O Dragão Negro e Hong olhavam para frente e para trás, entre o dorminhoco e o relógio, enquanto conversavam um com o outro.

O ruivo agora esfregava a barriga com sua mão direita…

Ele só havia despertado por estar com fome.

— Essa deve ser a vida de uma pessoa rica que não tem que trabalhar.

Essa era na verdade a definição de felicidade para Kim, que não tinha feito nada durante as últimas três semanas.

— …

Tendo até mesmo já inventado um nome para o dragão, pediu mais um mês para pensar sobre.

Ordenou também que outras pessoas cuidassem de todas as coisas que precisava para uma viagem que se aproximava.

Ele dormia cedo e acordava tarde todos os dias, apenas para ficar sem fazer nada dentro de casa.

E bem, era ótimo o fato de que sua família continuava lhe dizendo que descansasse para se recuperar.

Entretanto, hoje, a felicidade de Cale acabou…

— Humano, parece que Choi Han está de volta — susurrou o Dragão Negro em seu ouvido enquanto sorria.

— Nossa que ótimo… Eu tenho estado tão entediado ultimamente….

O ruivo sentou-se na cama com uma expressão estóica.

A party de Choi Han deveria ter chegado hoje. Bem, como eram 15h, eles provavelmente já estavam por lá esperando por um certo alguém.

— Ugh…

Kim se espreguiçou antes de levantar-se da cama.

Por essas últimas três semanas sem fazer nada lhes terem permitido focar ainda mais em seus planos…

“Agora só preciso ganhar dinheiro para nunca mais precisar fazer nada.”

Cale possuía um olhar muito determinado sempre que pensava neles.

Primeiramente, ele decidiu que cuidaria do Reino Whipper e da Rainha da Selva para que pudesse ficar sentado sem fazer nada novamente.

Click.

O ruivo tinha acabado de ir ao  banheiro e fechado sua porta quando o Dragão Negro se aproximou de Hong.

— Os olhos do humano fraco só parecem cheios de espírito quando ele planeja ir a algum lugar perigoso.

— Você está certo… Mas estou feliz por estar mais forte agora. Posso prevenir que ele se machuque.

Ouvindo toda aquela conversa, a gatinha prateada, On, esboçou uma expressão estranha em seu rosto.

Ela pensou no sorriso da figura que a pouco estava deitada quando pegou impulso e pulou para a cama. 

— Você tem certeza de que estavam cheios de espírito? — murmurou.

— Sim. Estou certo.

— Noona, definitivamente estavam.

— Hm… certo.

On finalmente concordou e começou a escovar seu pêlo, que por sinal, como o de Hong, estava muito mais brilhante.

Logo, as três crianças ficaram sentadas esperando Kim; todas estavam ansiosas para sair de casa novamente depois de tanto tempo.