Trash of the Count’s Family – Capítulo 66

Após algum tempo, Cale finalmente foi receber os convidados que havia mandado esperar em seu escritório.

Tap.

Tap.

Ignorando o ambiente ao entorno, ele, com uma expressão estóica, apenas colocou para trás seu cabelo vermelho ainda um pouco úmido, enquanto caminhava até o assento diante dos três indivíduos.

Clang.

Agora sentado, terminado de tomar um gole do chá que Hans havia servido anteriormente, pousou sua xícara sobre a mesa e começou a falar.

— Há quanto tempo.

O olhar do ruivo estava em Choi Han, cuja expressão não mudou nada, e ao mesmo tempo no tímido Lock, antes de ser redirecionado a Rosalyn.

— Sua alteza, Princesa Rosalyn, há quanto tempo também.

Foi ao ouvir essas falas que a maga começou a sorrir, e respondeu de uma maneira refrescante.

— Você não pode mais me chamar de “Princesa”. Fui banida da família real.

— Sério…?

— Sim. Fui retirada dos registros da família também. Logo, não tenho nem mesmo seu nome.

Kim vacilou levemente perante aquelas declarações que pareciam tão felizes, e casualmente acrescentou: — Acho então que posso continuar a chamá-la de Srta. Rosalyn.

As pupilas vermelhas de Rosalyn se focaram na figura à frente.

Apesar de ter sido ela quem escolheu desistir de suas reivindicações ao trono ao invés de ser descartada por sua família, outras pessoas ainda tinham um olhar de piedade em relação a isso hoje em dia. Logo, ver alguém como o Lixo agir tão naturalmente ao seu redor a tornou capaz de responder com um coração relaxado.

— Isso, como antes. Você pode continuar me chamando assim no futuro também.

A maga, que pensava que realmente tinha feito a coisa certa ao escolher voltar, agora podia ver Cale balançando a cabeça sem sequer olhar para ela; por isso, obviamente, ele não viu seu sorriso, pois agora tinha se virado em direção a Choi Han e Lock.

O protagonista estava sentado rijo, mas parecia bem feliz… Suas pupilas eram tão claras que lhe davam uma energia muito boa.

“Pelo visto ele se tornou ainda mais certinho.”

Parecia que Choi Han tinha dado mais um passo para se tornar um “Herói da Justiça”.

O ruivo se afastou daquela vibe de bom garoto que não se encaixava bem com ele, e olhou para Lock.

O garoto lobo era bem diferente do protagonista.

Ele parecia ter algo a dizer, mas estava envergonhado demais para declarar, portanto, só podia continuar sentado ali, mexendo os dedos.

— Cale-nim.

No fim, Choi Han foi a única pessoa que o chamou de “Cale-nim”.

— Quê? — respondeu Kim, ainda mantendo seu olhar em Lock.

— Devo lhe informar sobre o que aconteceu no Reino Breck?

Rosalyn de repente olhou para o protagonista em estado de choque. No entanto, ele a ignorou e apenas manteve seu olhar adiante.

Entretanto, Cale, que ainda estava olhando para o garoto lobo, balançou a cabeça.

— Não há necessidade. Acho que não preciso saber o que você fez por um amigo.

Com isso dito, a maga pôde ver Choi Han sorrindo pacificamente.

— Sim, é verdade, mas, por favor, me avise se houver alguma coisa que lhe desperte curiosidade. Eu o direi imediatamente.

— Ainda não há necessidade.

O ruivo sentia que só teria dor de cabeça se soubesse mais; ele realmente não queria saber como aquelas figuras conseguiram causar uma grande confusão no Reino Breck em tão pouco tempo, bem como o porquê de Rosalyn ter desistido de sua reivindicação ao trono.

— Lock.

— Hã!? Si-Sim?

Lock, que agora era mais alto que todos ali presentes, ainda parecia nervoso.

Kim sabia o porquê dele estar assim atualmente…

Hans tinha dito que a party de Choi Han havia chegado há uma hora… Provavelmente, o protagonista e a maga tinham muito o que fazer quando chegaram aqui, já o garoto lobo apenas teve que ficar esperando neste lugar estrangeiro e desconhecido para sua pessoa.

— Seus irmãos estão em outro lugar neste momento.

Assim que ouviu isso, a expressão confusa de Lock mudou.

— Onde? Onde eles estão?

— Vilarejo Harris.

Com a resposta imediata de Cale, Choi Han, que estava olhando-o, vacilou. Por outro lado, ele, que nem sequer lhe olhou de volta, fez uma pausa para tomar um outro gole de seu chá quente…

Tap.

Tap.

Com se estivesse esperando por aquilo, se aproximando rapidamente, alguém que estava relativamente distante, interveio.

— Estamos atualmente reconstruindo o Vilarejo Harris.

Era o vice-mordomo Hans.

— É um pequeno mas belo vilarejo ao lado das montanhas. Algo ruim aconteceu não faz muito tempo, causando um incêndio.

— …

Montanhas, pequeno mas belo vilarejo e… reconstrução devido a um grande incêndio.

Uma única imagem preencheu a mente do garoto lobo quando ouviu essas palavras.

Era a de sua vila natal que foi destruída.

— Também estamos construindo um cemitério adequado.

O protagonista olhou para Hans enquanto ele espreitava em direção a outra figura e continuava a falar.

— O jovem mestre foi inflexível sobre essa parte.

Clang.

Ao mesmo tempo, pousando a xícara de chá drasticamente sobre a mesa, o ruivo começou a franzir a testa e retorquiu: — Eu não fui inflexível em relação a isso.

— Mas essa não foi a primeira coisa que pediu ao Conde-nim em relação ao Território Henituse? Foi a primeira vez que eu o vi interessado na administração de nosso território, jovem mestre-nim.

— Não foi nada de mais.

Ao ter falado isso, Kim acenou para o vice-mordomo a fim de impedi-lo de falar mais.

Em resposta, Hans rapidamente se calou; entretanto, pareceu nervoso como se ainda tivesse muito a dizer.

Cale simplesmente ignorou isso e olhou em direção a Lock, que parecia estar profundamente pensativo.

— Lock.

— Si-Sim?

— Vá ver seus irmãos e a terra em que eles viverão agora.

Tendo declarado isso, o ruivo virou seu rosto para outro alguém; ele sabia que o garoto lobo entenderia, já que era esperto…

— Choi Han.

E então chamou por Choi Han que, enquanto ponderava, encarava-o silenciosamente.

— …?

Voltando a si, ele ouviu o resto das falas direcionadas a si.

— Vá dar suas condolências também. E, como seu irmão mais novo Lock não conhece o caminho, você pode guiá-lo até lá.

Para a palavra “Condolências”, o protagonista, que não precisava perguntar a quem isso deveria ser dirigido, apertou levemente os punhos antes de abri-los novamente.

Ele tinha que acalmar as emoções transbordantes dentro de seu corpo…

O Vilarejo Harris, seu lar, que tinha sido consumido por chamas, seria diferente agora.

— Agora vocês podem ir. Srta. Rosalyn, pode ir também.

Kim então disse uma última coisa para os três.

Ele estava cansado por ter lidado com o trio pela primeira vez em algum tempo.

Bem, não seria errado dizer que a boa sensação que a folga das últimas três semanas lhe deu tinha acabado de desaparecer no ar.

Sem demoras, Lock e Rosalyn seguiram lentamente Hans para fora do escritório.

Choi Han esperou até que todos tivessem saído antes de finalmente se levantar…

— Cale-nim.

E se curvar.

— Muito obrigado.

— Eu não preciso de agradecimento.

Ele então riu depois de levantar a cabeça de novo e ver que Cale tinha uma expressão estóica que também parecia mostrar aborrecimento.

— Apenas vá.

O protagonista fez o que lhe foi dito e se dirigiu para a porta.

Assim, o ruivo, que havia pego sua xícara de chá de volta, logo pôde vê-lo parar com a mão na maçaneta e voltar a falar…

— Eu ouvi de Hans que irá para o Reino Whipper…

— É. Iremos imediatamente assim que voltar do vilarejo, faça suas malas.

— Certo.

Choi Han tinha um sorriso aliviado em seu rosto; mas esse sorriso desapareceu após virar a maçaneta da porta.

Click.

— Seu nome era Bob?

Ele continuou a falar enquanto a porta se abria lentamente…

— Como você sabe sobre o Bob?

Fazia um tempo desde que não ouvia falar do apelido de Toonka…

“Hans contou a ele sobre?”

Kim olhou para o protagonista com curiosidade, mas só conseguia ver suas costas enquanto passava pela porta.

— Beacrox me disse que ele quase lhe machucou.

A voz calma e sincera de Choi Han continuou a fluir.

“Por que Beacrox diria algo assim?”

Cale rapidamente lembrou do incidente e respondeu de volta.

— Me machucou? Eu não me machuquei nem um pouco. Apenas acabei banhado pela água do mar e por poeiras de pedras.

— Entendo…

O protagonista não disse mais nada assim que deixou o escritório.

O ruivo pôde ver Hans cruzando caminhos com ele e voltando para dentro do cômodo… Ou era isso que deveria ter feito, se não houvesse paralisado por um momento ao fazer contato visual com Choi Han.

— O que foi?

— Hã? A-Ah, na-nada. Nadinha mesmo.

O vice-mordomo balançou as mãos freneticamente para a pergunta de seu jovem mestre e olhou para trás em direção a saída de Choi Han antes de finalmente entrar no escritório.

Click.

— Jovem mestre-nim…

— O quê?

Kim observou a expressão completamente pálida de Hans…

— Você brigou com Choi Han-nim?

— Eu? De que diabos está falando?

— Claro que não— Haha! Não é nada.

Ele continuou olhando fixamente para a estranha figura por uns segundos, antes de dizer o que precisava.

— Partiremos em cerca de 10 dias, então prepare tudo.

— Entendido. Trabalharei duro.

Cale logo pôs uma expressão estóica no rosto, e esperou até que o vice-mordomo rapidamente deixasse o cômodo.

Click.

Agora sozinho, ele olhou para um calendário na parede…

“O Último Guardião da Torre Mágica, aquele que abandonou sua posição e fugiu…”

E então começou a recordar certas informações, antes de chegar a um ponto.

“Essa será a primeira vez que verei um anão.”

Para comprar a Torre Mágica totalmente intacta, o ruivo precisava conhecer o anão cuja família havia protegido tal torre por gerações.

Ele começou a sorrir.

“O mestiço, o anão meio bestial…”

Aquele anão não era um qualquer.

“Muller.”

A minúscula pessoa que teve a pior e mais miserável morte em “O Nascimento de um Herói”. Aquela figura que era tão baixa quanto um anão e parecia fraca sem nenhum músculo devido à natureza única de seu sangue bestial vindo da Tribo dos Ratos…

Kim saiu do escritório e foi para o quarto.

Ele continuou pensando em como capturar aquele Rato fugitivo enquanto se dirigia para o Dragão Negro, On, e Hong, que provavelmente estavam brincando em seu quarto agora mesmo.

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Como Cale esperava, uma semana passou rapidamente.

— Haa…

Ele, que agora estava sentado num sofá, como tinha estado há uma semana atrás, não escondeu seu suspiro enquanto mantinha um olhar torcido.

Choi Han e Lock, que tinham saído exatamente há uma semana atrás, deixando Rosalyn aqui, estavam de volta.

Entretanto, não voltaram sozinhos.

— Jovem mestre-nim.

O vice-capitão voltou com eles; mas seu visual era estranho.

Hilsman, que geralmente se vestia de uma maneira adequada à sua posição, trajava uma armadura de couro surrada e tinha muitos ferimentos no rosto.

“Eu não mandei ele apenas se concentrar na restauração do Vilarejo Harris…?”

Parecia que o vice-capitão havia feito algumas coisas além do que seu jovem mestre havia ordenado…

— Eu voltei, jovem mestre.

O ruivo não sabia suas razões, mas ainda sim decidiu evitar Hilsman, que falava com admiração…

— Jovem mestre-nim! Nós queríamos ver você!

E bem, ele não foi o único que voltou com Choi Han e Lock.

— Jovem mestre Cale-nim! Nós também estamos aqui!

— Olá jovem mestre Cale! Você tem estado bem?

Kim pôde ouvir dez crianças falando ao mesmo tempo.

Maes, assim como as outras crianças lobo, estavam inocentemente olhando-o e sorrindo.

Já a atmosfera ao seus arredores era bem diferente; todas as crianças tinham bandagens enroladas em vários pontos de seus corpos…

Algo fora das expectativas de Cale parecia ter acontecido no Vilarejo Harris.

— Viemos com o nosso hyung porque você nunca mencionou quando deveríamos voltar — respondeu Maes por todos seus irmãos.

O ruivo reteve seu suspiro…

“Não dizer para quando voltarem foi minha maneira de dizer ‘não voltem.’”

Ele não podia dizer às crianças que já estavam aqui para voltar, então apenas acenou com a cabeça e se virou para olhar para Choi Han e Lock…

— Façam suas malas. Partiremos dentro de dois dias.

E então deu uma ordem para eles dois.

— Sim, senhor!

Entretanto, a resposta veio de algum outro lugar.

Um total de 11 pessoas.

O vice-capitão e as crianças lobo tinham respondido com energia.

— …

Kim sentia como se estivesse olhando para uma brigada de cavaleiros que esteve treinando por muito tempo…

Isso era especialmente verdade para Choi Han, que estava visando eles como se estivesse olhando para seus próprios alunos.

A expressão de Cale se tornou estranha…

O protagonista e o garoto lobo olharam para ele com satisfação.

“Não era para ser assim.”