“Bem, agora… parece que não tenho nenhuma outra escolha.”
Alguém uma vez disse: se quiser algo, deve sacrificar algo de valor igual para obter. Era a lei da troca equivalente. Essa lei se aplicava na maioria das coisas do reino físico. Por exemplo: para construir algo grande e durável, precisa passar tempo aprendendo como construir e então passar ainda mais construindo. Era um processo problemático, só que não deixaria nenhuma armadilha ao longo do tempo. Para obter poder ilimitado… Leon teria que sacrificar suas memórias; teria que sacrificar quem era.
“Bem, ao fazer isto, pelo menos, não me tornarei alguém irracionalmente ganancioso como aquele monstro fodido… Só espero que seja o bastante.”
Contanto que Ilyana, seus filhos e amigos voltassem as vidas, Leon estava bem com isto. Embora a maioria de suas memórias estivessem cheios de momentos difíceis, alguns momentos em que sentiu felicidade já eram mais que o bastante. Para se sacrificar por aqueles que amava era algo que só era natural porque Leon, sem eles, nunca teria felicidade que teve uma vez. Além disso, era um preço barato, considerando quanto podia obter se tivesse sucesso. Mesmo assim, sentiu como se estivesse colocando a carroça na frente dos cavalos, considerar o melhor resultado possível em que nem mesmo havia descoberto um novo tipo de energia.
“Em todo caso, a única coisa que posso usar aqui como combustível são minhas memórias, porém, como faço isso?”
Leon estava ciente que não podia usar o conhecimento da mana para resolver essa questão porque podia fazê-lo perder a vantagem sobre aquele monstro. Não podia perder mais, Leon tinha que vencer e matar a besta, só que não se importaria de banir aquela coisa para outro universo contanto que não o incomodasse mais. Não podia ser ganancioso e querer matar um monstro que tinha o poder para destruir toda a vida no universo era insano, se não fosse apenas uma ilusão.
De repente, essa sensação retornou. Leon sentiu sua existência ficando menor mais uma vez e, ao mesmo tempo, sentiu que havia perdido outro pedaço de informação sua. Embora estivesse curioso sobre aquela sensação que tinha. Era insano, mas talvez o processo estivesse levando-o lentamente a sua ruína realmente ajudaria a resolver esse enigma.
“Sinta… tente sentir onde aquelas memórias foram… tente controlar as memórias da mesma maneira. Você consegue, Leon. Você terá sucesso.”
Apesar de desejar por este poder, não conseguiu sentir o que aconteceu para aqueles pedaços dele que desapareceram. Se estivesse no vazio, talvez o momento em que aqueles pedaços se separaram de sua mente, desapareceram para sempre. Isso significava que Leon não poderia recuperá-los…
“Merda… preciso de algo. Somente uma pista é o bastante.”
Leon podia usar a mente para pensar. Podia lembrar da maioria de suas memórias. Pelo menos, as mais intensas naquele momento. Contudo, não podia fazê-los queimar como combustível. Lembrou da sensação da exaustão de mana e tentou replicar. Mesmo que não quisesse que seu poder tivesse tal fraqueza, agora, precisava de algo para ajudá-lo a encontrar a resposta. Contudo, falhou em fazer isso…
“Já sabia que isto seria difícil, mas… droga.”
Era óbvio que realizar algo como magia sem mana seria difícil. Leon estava tentando criar um conceito de mana, afinal de contas. Estava tentando realizar várias coisas loucas, reviver sozinho, derrotar um monstro que estava procurando por Deus, usar Reset sem deletar as memórias de todos… Ainda assim, não conseguiu se impedir de ficar impaciente. Para fazer apenas uma daquelas coisas, teria que sacrificar quem sabe quantas memórias, e havia a chance de nem encontrar aquele monstro. Assim, pensou que era natural se sentir assim.
Leon perdeu a noção do tempo enquanto pensava sobre o que fazer, e então aconteceu de novo. Um fragmento de sua mente começou a se separar de sua mente, mas desta vez não deixou isso acontecer sem tentar nada. Enquanto pensava o mais rápido possível, identificou as memórias que estava perdendo e usou toda sua força de vontade para lembrar daquelas memórias e não as perder. De repente, sentiu que o processo terminou e não perdeu as memórias… era estranho ter sucesso assim, só que não pensou demais sobre isto. Afinal, as memórias que quase perdeu estavam relacionadas aos seus primeiros meses naquela ilha. Provavelmente foi por isso que identificou tão rápido.
“Se puder parar o processo, então definitivamente pode transformar minhas memórias em poder.”
Leon teve sucesso em proteger suas memórias, só que após um tempo, tentou replicar o processo reverso. Tentando separá-las de sua existência sem arriscar perdê-las. Era arriscado, mas naquele ponto, não havia sentido em hesitar. Além disso, já havia testemunhado aquele processo algumas vezes, então estava um pouco confiante. No entanto, tentou várias vezes e falhou. Leon falhou em fazer suas memórias virarem energia.
De repente, teve sucesso em separar as memórias do tempo que passou na Serpente Galáctica. Contudo, mesmo que tivesse sucesso em impedir as memórias perdidas quando aconteceu naturalmente, falhou em fazer isso quando aconteceu por vontade própria. Leon não desistiu, porém, estava tendo dificuldades em reviver aqueles momentos enquanto mantinha a concentração. Abruptamente, o processo terminou e Leon sentiu aqueles fragmentos retornarem para sua mente. Entretanto, não conseguia lembrar mais de quais memórias estava tentando proteger. Enquanto refletia naquela falha, notou algo estranho… ele estava se sentindo frio.