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Warlock Apprentice – Capítulo 1

Um jovem chamado Angor

Cidade de Grue, localizada na província de Yamei.

Quando o Mês da Terra Congelante fez sua estreia no ano, esta pequena cidade remota longe do centro do Império Goldspink subitamente recebeu uma equipe de cavaleiros vestidos com armaduras de prata, segurando bandeiras com um emblema da família acima de suas fileiras.

Parsel, um velho estudioso que vivia na cidade, arregalou os olhos e começou a tremer e suar frio ao ver o emblema nessas bandeiras – um píton envolvido em torno de uma lua cheia, com um tigre feroz pisando em seu corpo.

Dim era o único ferreiro da cidade, e também um vizinho de Parsel. Ele notou a expressão incomum no rosto de Parsel. Não largando o narguilé que fumava, perguntou a Parsel maravilhado: “Ei, velho amigo, olhe para você… Sabe de onde vêm esses cavaleiros?”

Respirando fundo, Parsel sussurrou para Dim: “Se meus olhos não me enganarem… Essa marca é o emblema da família Morn.”

Os Morns?! Dim pôde somente olhar para trás em direção de Parsel, em choque.

“Você tem certeza?”

Sem esperar por uma resposta, Dim deu um sobressalto notando algo e correu para sua pequena forja, fechando a porta como um covarde. Pela janela de vidro da loja, Parsel viu a figura trêmula de Dim e balançou a cabeça. Normalmente eles brincariam um com o outro em uma situação como essa, mas a Família Morn visitou a cidade de Grue subitamente hoje. Considerando o quão poderosos eles eram em todo o império, Dim tinha todos os motivos para ficar aterrorizado assim.

Parcel lembrou-se de ouvir rumores no Hunter’s Pub na cidade. A Família Morn já foi chamada de espinha dorsal do Império Goldspink. Pelo menos seis grandes Generais surgiram dela durante os séculos depois de ganharem mérito incomparável contra várias invasões estrangeiras. Além disso, nenhum dos membros da família fraquejou durante todas essas guerras – cada um deles eram guerreiros corajosos e habilidosos lutando na linha de frente. Era apenas natural que uma família tão formidável e glorificada tivesse tomado o controle de todos os assuntos militares no império.

Recentemente, o conflito militar era eminente entre o Império Goldspink e seu vizinho, os Imperiais Heylan. A fronteira dos Imperiais Heylan não estava longe da cidade de Grue. Talvez, os cavaleiros dos Morns vieram apenas por esse motivo.

Parsel poderia pensar em dois resultados possíveis para sua chegada. Ou vinham recrutar, ou montariam defesas. Ou talvez ambos.

No entanto, qualquer uma delas significava péssimas notícias para Dim, o ferreiro. Estava claramente escrito na Lei de Recrutamento do Império Goldspink que toda família em uma cidade ou vila que se enquadrasse na área do recrutamento tinha que fornecer um jovem adulto, ou oferecer cem peças de ouro para ter um passe livre do recrutamento. Dim era o único homem capaz em sua família e na idade ideal para o recrutamento. Se ele fosse embora para a guerra, sua esposa e filha não teriam meios de sobrevivência. Quanto às moedas… a única família em toda a cidade que poderia ter dinheiro suficiente para a taxa era a Família Padt. Diabos, uma peça de ouro foi suficiente para sustentar a família de Dim por meio ano.

Parsel saiu de seu choque rapidamente. De qualquer forma, um velho solteiro como ele não tinha com o que se preocupar. Ele morreria em breve. Até mesmo teve coragem de assistir a Família Morn se movimentar.

‘Eles não foram ao prefeito da cidade. Então não estão aqui para recrutar?’

Parsel continuou observando enquanto os cascos de ferro dirigiam-se para outra direção… Em direção à mansão do Visconde Padt, um lugar que ainda florescia com grama e flores mesmo no Mês da Terra Congelante.

Mansão Padt.

Um par de empregadas usando lenços de linho de cor creme conversavam durante o trabalho. Elas falavam sobre os dois filhos jovens da Família Padt.

“Mestre e Senhora faleceram há dois anos. De acordo com a lei do império, no Mês da Geada seguinte a este Mês da Terra Congelante, o Mestre mais velho herdará o título da família”, disse a empregada com um rosto em forma de maçã com uma pitada de preocupação. “Eu me pergunto o que será do Jovem Mestre depois disso.”

“Auri, como servas, vamos evitar falar sobre negócios da família. Pessoalmente, porém, não acho que deve se preocupar com isso. Você provavelmente não sabe, já que estava trabalhando no jardim de chá longe da mansão, mas os dois mestres são muito próximos um do outro. Aqueles conflitos familiares que lê nos livros de drama não vão acontecer aqui”, riu a empregada com o rosto marcado.

O som dos cascos dos cavalos vinham da trilha estreita fora do jardim. Logo, um cavaleiro vestindo uma armadura de bronze brilhante apareceu na frente das empregadas. Ele parou seu cavalo na entrada do jardim e removeu seu capacete.

Era um jovem vigoroso com cabelos castanhos. A luz do sol de alguma forma intensificou suas linhas e curvas em seu rosto, dando ao homem já bonito, um olhar ainda mais extraordinário.

Aquelas írises verde-acinzentadas varreram as empregadas e finalmente se fixaram na empregada de meia-idade que estava ao lado de Auri.

“Saudações, Chefe das Empregada Mana.”

Mana largou a cesta que estava segurando e se curvou ao cavaleiro.

“Saudações, Mestre Leon.”

Leon olhou para as folhas de chá recém-colhidas na cesta e suspirou. “Meu irmão foi até aquele velho novamente?”

Mana abaixou a cabeça e respondeu com cortesia: “Mestre Angor foi estudar no Mister Jon’s.”

Leon contorceu o lábio e murmurou para si: ‘Estudar? O que diabos está acontecendo com aquele velhote, falando seus sofismas o dia inteiro? Agora, meu irmão aprende com ele e até lhe dá chá. Esse homem é apenas um maluco! Não faço ideia do porquê meu irmão insiste em ir para lá.’

Ele puxou as rédeas em aborrecimento.

“Eu entendo. Podem continuar o trabalho, vou procurá-lo.”

Com isso, Leon chutou suavemente seu cavalo e trotou para longe.

Um tempo depois, Leon chegou ao canto sudeste da mansão, onde uma casa de madeira requintadamente projetada apoiada por palafitas de suspensão ficava em uma pequena colina perto da floresta. Tinha beirais elevados e dois níveis paralelos. Apenas um lado da casa realmente tocava a terra, os outros três ficavam no ar, apoiados por pilares de palafitas.

Não importa como você olhasse, esta casa de madeira não se encaixava bem entre nenhuma das estruturas do Império Goldspink. Leon sequer lembrava-se de ter visto edifícios parecidos durante suas viagens por outras nações.

‘”Que casa curiosa. Parece resistente, embora a maior parte não esteja em terra firme.’

Leon ainda estava frustrado com a forma como o velho ocupava muito do tempo de seu irmão, mas isso não o impedia de admirar a incrível estrutura artesanal… Ele simplesmente não mostrava isso em seu rosto. Além disso, era na casa em que Leon estava interessado, não o próprio Jon. Talvez essa fosse uma visão comum de onde Jon veio? Embora Leon nunca tenha descoberto onde isso ficava, mesmo quando Jon viveu na Mansão dos Padt por quase 20 anos.

Abrindo as barras de madeira, Leon viu alguns vegetais e frutas crescendo no quintal. Havia algumas videiras murchas rastejando nas prateleiras próximas. Eles cultivavam “cachos pendurados” no Mês da Colheita, e Jon os chamava de “uvas”. Leon lembrou-se de seu sabor doce. No entanto, estava atualmente fora de temporada.

Atrás da porta de bambu da casa estava um jovem com um olhar bonito escrevendo rapidamente algo em rolos de pergaminho usando sua pena e tinta.

Leon se aproximou dele. Ele tentou ser macio em seus passos, mas as botas de bronze ainda produziam um barulho pesado no chão de madeira.

“Ah, você está aqui.” O jovem colocou um ponto no pergaminho e olhou para o visitante, sua voz clara cheia de paixão amigável.

“Angor! Meu querido irmão. Você soa como se soubesse que eu viria.” Leon sorriu.

Angor deu de ombros e sorriu:

“Não. Mas isso vai me fazer mais… proativo.”

“Você aprendeu isso com aquele velho também?” perguntou Leon.

Angor balançou a cabeça. “Ninguém precisa me ensinar isso. Nosso pai costumava falar assim.”

“Então… Se alguém interpretar mal sua vontade e não falar nada, como você começaria a conversa então?” Leon levantou uma sobrancelha.

“Ficarei em silêncio e esperarei.”

“E se tal homem fizer o mesmo?”

Angor enrolou o lábio.

“Isso seria constrangedor. Acho que me viraria para sair, para não ficar envergonhado e continuaria o que quer que fosse se ele decidir me parar.”

Leon apenas sorriu e acenou com a cabeça sem fazer nenhum comentário. Ele então olhou ao redor da sala.

“Onde está o bom e velho Jon?”

Ouvindo isso, Angor franziu a testa um pouco e mostrou um pouco de preocupação.

“Você sabe, o corpo do professor está piorando a cada dia, cada parte dele está… esmorecendo. Suas pernas cederam completamente anteontem. Ele aplicou seus remédios e agora está descansando no andar de cima.”


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