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Warlock Apprentice – Capítulo 19

As linhas de crescimento

Angor olhou pela janela, intrigado. Foi a primeira vez que ouviu uma sirene tão alta desde que veio para a Cidade de Moonwater. Emergência, talvez?

O lojista também foi até a janela. Ele acariciou seu bigode arrumado e olhou para o Porto de Vichy, apertando os olhos:

“Ah, o navio mercante do continente estrangeiro chegou. Ah, então a rota no Mar dos Ossos de Baleia finalmente descongelou. Ficará ocupado por aqui assim que descarregarem todas as coisas daquela nave.”

Ele imediatamente pediu a seus assistentes para ir ao porto. Esta não era a única livraria da cidade, então teriam que se esforçar muito se quisessem obter uma mercadoria melhor.

“O Mar dos Ossos de Baleia está aberto? Então… a nave do Continente Feérico chegará em breve? Ou já chegou?” Angor olhou para a distância em silêncio. Ele sentiu expectativa, assim como um pouco de tristeza.

Ele levou um momento para recuperar seu sorriso, recolher seus pensamentos e verificar as coleções nas caixas. Angor levantou uma sobrancelha quando viu que a maioria eram livros de couro. Os papéis eram obviamente de má qualidade, mas como a maioria dos livros de couro era coletada em famílias nobres, era natural que as pessoas comuns fizessem livros de baixa qualidade.

O lojista tinha embrulhado muito bem cada livro. Como ele disse, o mofo e a umidade nunca entraram. Como a noite ainda estava distante, Angor simplesmente sentou-se e começou a ler os livros um por um.

A areia na ampulheta fluiu. As nuvens no mar carregavam a cor do pôr-do-sol, gaivotas cinzentas e brancas retornavam aos seus recifes e o crepúsculo cobria toda a cidade. Angor finalmente se levantou, limpou as calças de poeira e apontou para uma caixa próxima.

“Vou levar os livros nesta caixa. Por favor, traga-os para a Pousada da Coroa Gloriosa na Guilda das Recompensas.”

O Pousada da Coroa Gloriosa era a mais luxuosa de todas na costa norte. E, claro, o lojista sabia disso. Ele rapidamente pediu a seu assistente para carregar a caixa e seguir Angor.

Os livros eram caros. Todos esses livros custaram a Angor 30 moedas de ouro, que eram quase a renda total de uma família de quatro pessoas ao longo de dez anos. Angor sentiu seu coração sangrar, mas quando pensou que todos os livros se tornariam conhecimento, o que, por sua vez, lhe traria dinheiro, o sentimento não se fazia mais doloroso. Claro, ele sabia que isso era apenas uma desculpa para tentar se confortar.

Angor sentiu a alegria de todos ao longo do caminho. O Mar dos Ossos de Baleia descongelado significava que um bom ano tinha começado oficialmente.

Quando voltou à pousada, o sol tinha acabado de desaparecer sob o horizonte no mar. Um pequeno traço de vermelho brilhante ainda permanecia ao longo da costa, mas a Cidade de Moonwater havia caído sob a cobertura do anoitecer.

Antes que Angor pudesse abrir sua porta, viu a outra em frente ao seu quarto se abrindo. Mara e seus netos saíram e vieram até ele.

“Recebi a mensagem de que o navio mercante do Continente Feérico chegou à Passagem de Moonwater e chegará ao Porto de Vichy amanhã de manhã. Arrume suas coisas hoje à noite, embarcaremos no navio amanhã ao meio-dia.”, disse Mara. Ele olhou para o assistente da livraria ao lado de Angor e para a grande caixa de livros que carregava: “Hoho, parece que você está preparado. Ótimo. Ficaremos no navio por cerca de meio ano. Os livros ajudarão você a matar o tempo.” Então Mara se virou para seus netos. “Peguem suas bagagens também. A partir de amanhã, você não estará vivendo mais suas vidas relaxadas.”

O luar suave mergulhou a Cidade de Moonwater no silêncio. Angor estava na varanda e olhou para o sul, vários pensamentos giravam dentro de sua mente. Ele só pôde balançar a cabeça no final e se despedir de seu passado pacífico.

Corvos noturnos voaram pelo céu. Depois de um dia de trabalho ocupado, o porto de Vichy finalmente acolheu o silêncio absoluto após a meia-noite. O porto tranquilo estava coberto de escuridão. Apenas três lâmpadas a óleo, que estavam quase queimadas, iluminavam vários pilares de madeira.

De repente uma figura passou pela luz fraca de um pequeno navio distante. Alguém coberto de preto.

O homem de preto correu rapidamente e deixou o porto de Vichy. Ele nunca foi a lugar nenhum com luz. O luar refletia de suas pupilas brilhantes e verdes. Fora isso, nada de especial podia ser visto dele.

O homem era como um lobo solitário viajando na noite, silencioso, não enredado em nada no mundo, e veloz como uma chita.

Quando o homem passou correndo pela rua central da de Cidade de Moonwater, parou de repente e soltou uma única palavra.

“Hum?”

Uma melodia alta e agradável tocava. Uma mulher.

“Estranho. Senti um vestígio de um fantasma. Talvez o Rei Goman tenha feito um pacto com as pessoas da Caverna Bruta?” O medo apareceu nos olhos da mulher. Se realmente fosse um fantasma, ela morreria no momento em que o encontrasse. “Merda. É apenas a porcaria de um enfeite para a cabeça, e eles estão atrás de mim já faz dois anos! Não me diga que a coroa não é apenas um sinal de autoridade, mas também contém outra coisa?”

Ela não se atreveu a ficar. Apenas olhou para onde sentia o fantasma, estremeceu e fugiu sem olhar para trás.

Ela estava olhando para a Guilda de Recompensas.

Angor sonhou sob o suave luar. Suas mãos incontrolavelmente coçaram suas costas, e seu rosto mostrou grande dor. Ninguém podia ver que algumas linhas verde-jade começaram a se esticar a partir de suas escápulas em suas costas. Pouco a pouco, como cipós…

Angor foi acordado pela batida de Mara na porta. Ele abriu a porta com olhos sonolentos e viu Mara em seu manto preto, assim como os netos, já vestidos.

Hmm… Por que acordaram tão cedo? 

A resposta de Aleen resolveu sua confusão.

“Irmão Padt, já terminamos o almoço. Ainda está na cama?

Almoço? Angor estava mais confuso. Se ele se lembrava corretamente, Mara disse que embarcariam no navio ao meio-dia.

Angor pareceu um pouco constrangido. Ele pensou em uma ideia e pigarreou.

“Desculpe, eu arrumei minhas coisas até tarde da noite. Então… espere um minuto, estarei pronto em breve.” Angor fechou a porta antes de esperar por uma resposta.

Mara não disse nada contra a porta fechada. Ele só levou Aleen e Alan, confusos, indiferente lá para embaixo.

Olhando para as cenas ocupadas do lado de fora da janela, Angor finalmente percebeu o quão tarde era. Ele só podia ir e se lavar rapidamente sem descobrir o que aconteceu.

Quando se vestiu e pediu ao empregado da pousada para carregar sua bagagem, finalmente começou a refletir sobre o que acabara de passar. Ele se deitou em uma boa hora ontem, então como acabou acordando ao meio-dia? Angor sempre foi pontual com tudo, isso era novo para ele.

Ele considerou por um bom tempo, e a única coisa de que se lembrava era que seu sono na noite passada não foi realmente tranquilo. Ele sentiu uma algo nas costas como se houvesse formigas rastejando nas veias sob a pele, o que causou uma coceira terrível e dor indescritível.

Isso tem algo a ver com o sono dele? Ele coçou as costas inconscientemente. Estava tudo bem. Apenas uma ilusão no sonho?

Angor não obteve uma resposta mesmo depois de se juntar a Mara e a todos os outros, então simplesmente desistiu. Talvez ele estivesse apenas mentalmente cansado.


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