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Warlock Apprentice – Capítulo 31

A Miragem Gourmet

Todos no navio sentiram um cheiro delicioso quase ao mesmo tempo. Antes que o centro de alimentação em seus hipotálamos pudesse ordenar-lhes “encontre comida”, eles já sentiram suas visões turvas e caíram em uma miragem criada pelo delicioso cheiro de comida. O mesmo aconteceu com Angor.

Todos os tipos de incríveis pratos coloridos flutuavam na frente de seus olhos, fazendo-o querer comer imediatamente. O aroma persistente que entrava em seu nariz, fazia com que Angor não conseguisse controlar suas mãos que o faziam querer alcançar a coxa assada com mel ao seu lado.

O desejo descontrolado pode afetar todos os atributos fisiológicos do homem, incluindo a sanidade.

Quando o desejo de comer preencheu o cérebro de Angor, ele perdeu toda a razão, toda a lógica. Sua mente estava turva, era como tivesse se tornado uma fera.

E ele não era o único. Todas as pessoas comuns no navio foram tomadas pelo desejo de querer comer, e gritaram loucamente, cobiçando a miragem de comida.

Enquanto Angor lutava contra seu apetite incontrolável, uma sensação de coceira pior do que a fome apareceu de repente ao redor de sua espinha.

Ele não sabia de onde vinha ou para onde ia. Foi tão repentino, como cerveja sendo sacudida com força e explodindo antes que a pessoa pudesse abrir a tampa, cobrindo tudo ao redor com o líquido.

Coceira… Tanta coceira–

Como se fossem dezenas de milhares de formigas rastejando nas profundezas de seus ossos.

Coceira até os ossos, literalmente.

No entanto, a sensação não era de todo ruim, pois até mesmo a fome enlouquecedora recuou contra a coceira torrencial.

Se dada a menor chance, qualquer coisa poderia ser sobrepujada, mesmo a sanidade. A vontade por comida havia tomado conta da sanidade de Angor, mas o afrouxamento repentino deu a Angor a chance de revidar.

A sensação forçou o apetite de Angor a ir embora. Ele só conseguia coçar as costas. A coceira foi embora tão rápido quanto veio, e quando terminou, percebeu que não estava mais desesperado por comida.

Sem a vontade de comer, a miragem de comida à sua frente não podia mais afetar sua mente. Angor olhou para os pratos que ainda flutuavam ao seu redor e estremeceu de medo. Não era uma coxa assada de mel que ele estava indo atrás. Era sua vela.

Se ele realmente comesse a vela como uma coxa…

Angor não se atreveu a imaginar o que aconteceria. Ele tentou o seu melhor para evitar as ilusões a partir de agora.

Tais ilusões só poderiam ter sido obra de um monstro marinho com Talento ou de um Mago com poder sobrenatural. Angor não conseguia adivinhar qual era o propósito por trás disso, mas também não estava disposto a ser controlado por sua fome.

Vendo como as ilusões ainda estavam flutuando, ele simplesmente fechou os olhos.

O que os olhos não veem, o coração não sente.

Talvez o ser sobrenatural que criou a miragem não tivesse a intenção de matar. Com Angor não se importando com as ilusões, elas não mais causaram problemas, o que foi um grande alívio.

Agora, Angor se acalmou o suficiente para se lembrar do que acabara de acontecer.

Depois de um tempo, tocou suas costas, intrigado.

O mesmo lugar de novo. O que está acontecendo?

Essa não foi a primeira vez que sentiu tanta coceira. A sensação veio e foi rapidamente, todas as vezes, sem deixar rastros.

Angor estranhou bastante. Pelo menos tinha certeza de que não havia nada nas costas, ao menos do lado de fora. Se havia, poderia ter sido onde foi arranhado pela mulher estranha na “ilusão” durante seu teste de Talento.

Angor pensou que era apenas uma ilusão criada pelo Olho de Abelles. Ele havia verificado no espelho após o teste e não encontrou nenhum ferimento nas costas.

No entanto, como tinha experimentado a coceira estranha várias vezes, começou a duvidar que o mundo fosse somente uma ilusão. Talvez, assim como adivinhou, fosse outro mundo paralelo à realidade. Talvez onde se machucou tenha guardado alguns vestígios do mundo estranho, causando sua condição.

Angor não sabia se isso estava correto, mas seu conhecimento atual não permitiria que chegasse a uma conclusão melhor. Será que voltaria de novo? Haveria algo pior? Ele não sabia. Temendo a ameaça desconhecida, decidiu que contaria a Mara, desde que sobrevivesse à situação atual.

O tempo era implacável. Ninguém sabia se a próxima vez colocaria sua vida em risco, então ele só podia procurar ajuda de Mara como a abordagem mais rápida, em vez de esperar que seus estudos lhe dissessem.

Enquanto Angor fazia suas conjecturas, o Redbud navegou para as profundezas da névoa. Um grupo de pessoas chegou à fonte da “deliciosa miragem”.

Sunders ficou em silêncio nas vastas costas do falcão demônio. Ele usava sua cartola habitual e continuava com o mesmo temperamento nobre. Flora estava sentada na borda da asa do falcão demônio, com um sorriso estranho no rosto. Ela olhava para várias pessoas em pé no Redbud, com intenção malévola.

Cinco indivíduos estavam de pé no convés do Redbud, com Sabot no meio. Além dos três guias nomeados pela Organização do Três Grandes Magos, Mara e Easley, que acabaram de chegar a Aprendiz de Nível 1, também estavam entre eles.

Flora inspecionou o grupo por um bom tempo. Então riu e falou com sua voz infantil estranha, mas encantadora:

“Heehee… Sabot, Urso Louco, desde quando você se tornou babá? Você vai alimentar essas crianças?”

Os três guias, que foram chamados de “crianças”, baixaram a cabeça em silêncio.

Claro, Sabot ficou irritado com o insulto. No entanto, não se atreveu a fazer nada na frente de Sunders. Ele apenas fingiu estar alheio à provocação e respondeu com um sorriso sincero.

“Haha, a Bruxa de Sangue está brincalhona. É difícil encontrar o Restaurante da Greya, e esse bando inexperiente está ansioso para ver”, brincou Sabot.

Flora semicerrou os olhos e deixou escapar o sorriso de escárnio em sua mente.

Vê o restaurante? É melhor procurar comida grátis. 

Greya não era uma Chef generosa. Comida grátis? Continue sonhando. Greya era semelhante aos lunáticos da Casa dos Doces. Eles podem agir como loucos, mas não comprometerias seus princípios.

Só havia uma maneira de entrar no Restaurante da Greya: possuir o convite.

Sem o convite, Greya fecharia a porta até mesmo na cara do mago mais lendário.

Para ser aceito pelo restaurante Sunders pagou muitos para conseguir um convite de bronze.

Ha…, agora Flora realmente queria ver as expressões nos rostos desses tolos ignorantes.


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