Choque e pavor.
As mandíbulas daqueles que assistiam juntos caíram quando olharam na direção dos armazéns para ver uma enorme coluna de fumaça subindo no ar.
Por alguns segundos, foi como se o tempo tivesse parado.
Para os Eldorianos assistindo, parecia que tudo estava perdido.
Por que… isso estava acontecendo? Eles não tinham ouvido? Mesmo que o medalhão fosse o gatilho, por que Eldra o pressionou?
À medida que essas e muitas outras perguntas surgiam na cabeça das pessoas, alguns Elfos que estavam na orla da clareira se viraram para ver um grupo de crianças caminhando em sua direção enquanto olhavam os arredores com entusiasmo, como se os estivessem vendo pela primeira vez.
A visão de tantos rostos felizes e sorridentes inicialmente assustou os Elfos. Depois de alguns instantes, até mesmo seus rostos se iluminaram em sorrisos de alegria quando perceberam o que estava acontecendo.
“As crianças estão de volta!”
“Não havia ninguém no armazém! Todos estão seguros!”
Exclamando de alegria, os elfos abriram caminho para permitir que o grupo entrasse na clareira.
Embora a grande multidão os assustasse um pouco, o homem que os salvara disse que os seus pais estavam esperando em algum lugar lá dentro. Assim, com o único objetivo de ver o rosto daqueles dos quais foram arrebatados, as crianças correram pelo caminho enquanto olhavam desesperadamente em todas as direções.
“Timmie? Timmie! Kal, é o Timmie, lá está ele! Graças aos deuses!”
Uma elfa de olhos fundos e visivelmente emocionada gritou quando viu a multidão de crianças se aproximando dela. Enquanto corria, ela tropeçou e quase caiu, pois não comia direito há semanas devido à dor de perder seu filho.
Vendo isso, seu marido, que estava ao seu lado com lágrimas de alegria em seu rosto, avançou apressadamente para pegá-la antes de caminhar em direção ao grupo.
Antes que eles chegassem, um garoto que parecia estar usando várias cuecas saiu correndo em direção a eles com um largo sorriso no rosto.
Assim que o garotinho os alcançou, a mulher caiu de joelhos e o pegou nos braços antes de cobrir o rostinho com beijos. Ela não se importava que ele estivesse sujo e não tomasse banho há semanas; tudo o que ela desejava naquele momento era que aquilo não fosse um sonho.
O homem também se ajoelhou e abraçou os dois, deixando escapar as lágrimas que, por tanto tempo, havia escondido em seu coração. Muitas vezes ele se culpou por ser causa do desparecimento do filho, pois sentia que deveria ter estado mais com sua família para dar-lhes a segurança que mereciam.
Claro, sua esposa nunca o culpou, mas o casal quase se separou devido às muitas coisas não ditas entre eles.
Agora, com a alma de sua família de volta, o homem sentiu como se sua vida valesse a pena ser vivida novamente.
Quando o cheiro de xixi subiu pelo nariz do casal, eles não puderam deixar de rir, mesmo enquanto lágrimas ainda corriam inabaláveis devido à felicidade sem fim que sentiam.
Na verdade, esse era o Timmie deles, que se sujava quando sentia fortes emoções, sejam elas positivas ou negativas.
Embora eles o tivessem repreendido muitas vezes antes por fazer algo assim, agora, tudo o que eles fizeram foi abraçá-lo mais forte, com medo que ele pudesse desaparecer se eles o soltassem mesmo que por um breve momento.
…
Muitas dessas cenas felizes de reencontro podiam ser vistas na clareira. Com a tensão e o medo da situação finalmente resolvidos, Eldinor relaxou coletivamente ao ver que as crianças estavam, de fato, seguras.
“C-como?”
Essa era a pergunta na mente de Eldara. Apenas alguns momentos atrás, os soldados haviam relatado que esses bens dela, que atualmente se reuniam alegremente com suas famílias, ainda estavam dentro da prisão trancada a chave. Como eles puderam escapar de suas contramedidas?!
Parado no local para onde acabara de se teletransportar antes de deixar as crianças elfas correrem em direção à multidão, Daneel observou a expressão de frustração no rosto da ex-Rainha antes de sorrir para si mesmo.
Resistindo ao impulso de cair no chão devido à dor ardente no centro de sua testa, o que significava o uso excessivo de sua raiz mágica, ele se teletransportou para a caverna que havia preparado.
Embora seu trabalho estivesse praticamente concluído ele queria ficar por perto caso algo inesperado ocorresse.
Chegando na caverna, Daneel primeiro pegou duas Gemas Ker em sua mão e conjurou seu clone.
Dando uma das Gemas ao clone, ambos se sentaram e absorveram a energia para se recuperar para que ele pudesse estar 100%, se necessário.
Depois de ativar a técnica de absorção, ele pensou nos eventos que ocorreram desde o momento em que deixou a pousada esta manhã após fazer seu avanço.
Desde o momento em que Daneel se infiltrou na prisão, ele sabia que a chave era pegar a ex-Rainha em flagrante.
Como alguém que havia sido “escolhido” conquistando o apoio dos cidadãos de Lanthanor, ele sabia muito bem que o que mais ecoava nas pessoas era a prova direta e visceral.
Durante sua ascensão ao trono, foi o ato de matar diretamente o Rei anterior que resultou no apoio esmagador que o colocou no trono.
Em vez disso, se ele tivesse optado por capturar o Rei anterior ou feito qualquer outra coisa que não fosse tão direta, o apoio que ele teria recebido seria definitivamente muito menor.
Assim, quando se tratava de influenciar as pessoas, era tudo sobre choque e pavor.
O plano de Daneel girava completamente em torno de três pontos principais:
Primeiro, a pequena elfa tinha que contar sua história para as pessoas, a fim de levar suas emoções ao ponto de ebulição. Isso tinha que acontecer sem alertar os soldados responsáveis por guardar a prisão.
Segundo a ex-Rainha tinha que ser pega em flagrante ao tentar acionar a salvaguarda, e quem deveria fazer isso deveria ser alguém bem conhecido. Isso foi para dar mais credibilidade a todo o ato aos olhos do povo.
Em terceiro lugar, uma prova irrevogável tinha que ser mostrada imediatamente de que a salvaguarda confiscada era, de fato, o gatilho.
Daneel tivera que pensar muito para elaborar esse plano. Havia tantas variáveis que poderiam ter dado errado: Eldara poderia ter decidido explodir o armazém de qualquer maneira, independentemente do que os soldados dissessem, fazendo com que Daneel não pudesse escapar com as crianças depois que os soldados tivessem feito sua verificação; Katerina poderia ter demorado demais para impedir a ex-Rainha; Eldra poderia ter ficado totalmente confusa e arruinado tudo.
Na verdade, o último quase se tornou realidade. Felizmente, ele tomou a precaução de dizer a Olfax para colocar uma ferramenta de comunicação no vestido dela, assim como ele havia feito no palco com Katerina.
Quanto aos outros fatores, Daneel confiava em sua análise de Eldara. Colocando-se em seu lugar, ele tentou imaginar o que faria.
De tudo o que Eldra disse a ele, sua mãe era uma pessoa meticulosa em todas as coisas. Assim, ele sabia que não havia como ela não ter uma segurança final com ela, já que não havia ninguém em que ela confiasse mais do que em si mesma.
Essa era a ruína dos que dependiam de si mesmos em sua maior parte. Além disso, depois de ver a situação se desenvolver da maneira que aconteceu, se Daneel fosse Eldara, ele escolheria usar a explosão para distrair as pessoas primeiro e depois usar aquele momento perfeito para transferir a culpa.
Não importava se seu pensamento não combinava com o da ex-Rainha.
Tudo o que importava era que a ex-Rainha tinha que ativar a salvaguarda e ser pega fazendo isso.
E depois do momento em que Daneel deu a mensagem a Katerina, não importava quando a ex-Rainha ativaria o medalhão.
Retirando as coleiras de metal que estavam nos pescoços dos pequenos Elfos, Daneel não pôde deixar de sorrir, aliviado por sua tortura finalmente ter acabado.
Relaxando e aproveitando a sensação de absorver a energia, ele pediu ao Sistema para repetir a introdução da ferramenta que lhe permitiu juntas as peças inteiras.