O mercado de escravos ficaria aberto por dois dias e os elfos seriam exibidos apenas no primeiro dia. No segundo dia, o foco seria em monstros já domados pelos nativos ou jovens monstros treináveis.
Por serem uma raça rara que alcançava um preço alto, havia uma área separada onde os elfos podiam ser comprados e vendidos.
Eugene não tinha falta de fundos. Mesmo com os preços mais baixos, ele poderia obter pelo menos um bilhão de sals com a venda das joias que conseguiu arrancar do Emir de Kajitan e, além disso, antes de entrar na floresta, vendeu uma parte das joias por cerca de quinhentos milhões de sals.
Segundo Lavera, o preço básico dos elfos vendidos nesse mercado era de cerca de trezentos milhões de sals. Embora o preço variasse dependendo do gênero, aparência e condição física, a maioria dos elfos ainda poderia ser comprada por até quinhentos milhões de sals.
Normalmente, havia no máximo dois elfos exibidos cada vez que este mercado era realizado. Isso significava que com o dinheiro que Eugene tinha com ele, deveria ser capaz de abocanhar todos os elfos.
“É ainda mais barato do que eu pensava.” Foi o primeiro pensamento de Eugene ao ouvir de Lavera o preço de um elfo.
Mas, em retrospectiva, não era realmente um bom negócio. Os elfos que voltavam para Samar geralmente tinham algumas falhas.
No caso de Narissa, uma de suas pernas foi amputada, enquanto Lavera perdeu um olho. Se um elfo fosse capaz de escapar da escravidão e viajar para esta floresta distante, eles provavelmente teriam passado por muitas dificuldades ao longo do caminho, e no processo também era provável que eles tivessem recebido ferimentos irrecuperáveis.
Essas feridas também não eram necessariamente feridas físicas. Mesmo os elfos estavam indefesos diante de doenças mentais. O Estresse Pós Traumático, em particular, era uma das doenças crônicas mais comuns entre os elfos que haviam passado pela escravidão.
Para resumir, seus membros nem sempre estavam intactos, sua virgindade não era garantida, eles não eram necessariamente jovens e até mesmo suas mentes podiam não ser sãs. Além disso, a chance deles serem afetados pela Doença Demoníaca não era zero, então era realmente surpreendente que os elfos ainda ganhassem pelo menos trezentos milhões de sals.
“É quase o mesmo preço de um par de testículos gigantes”, lembrou Eugene.
“Gargith, aquele filho da puta.” Eugene cerrou os dentes ao se lembrar daquele parente distante que viu pela última vez há vários anos. Graças àquele porco musculoso, seu senso de escala econômica tornou-se estranho.
“Eu me pergunto se ele ainda está perseguindo suplementos estranhos como aquele?” Eugene pensou à toa.
Na verdade, Eugene recebeu várias cartas de Gargith enquanto estava em Aroth. Gargith fez questão de enviar cartas de parabéns em cada um dos aniversários de Eugene, junto com um presente de coisas como suplementos que deveriam ser bons para o corpo.
Claro, Eugene não tinha consumido nenhum deles. Todos os suplementos que Gargith havia enviado estavam cheios de ingredientes questionáveis. Em vez disso, esses suplementos foram reembalados em presentes para Lovellian e Melkith, que estavam secretamente preocupados em apresentar sua própria idade, então, graças a Gargith, Eugene se tornou muito querido por Melkith.
— Sir Ryan. — Kristina chamou seu pseudônimo.
— Eu sei. — Disse Eugene, interrompendo suas reminiscências ociosas e olhando para a frente.
De uma curta distância, um homem careca gigante estava andando na direção deles. Eugene olhou para as tatuagens feitas aqui e ali em seus músculos protuberantes, depois verificou as marcas tribais penduradas em sua cintura.
“A tribo Garung.”
Eugene não estava nervoso. Aquele mercado era um grande evento que sempre atraiu um grande número de tribos da região para participar. Foi por isso que ele não trouxe Narissa, pois temia que seu reconhecimento pudesse causar comoção. Quanto ao risco de alguém reconhecer seu rosto apesar de seu disfarce? Isso não era nada para se preocupar. Eugene aniquilou cada um dos guerreiros da tribo Garung que o atacaram em seu primeiro encontro, onde ele não estava com o capuz.
— Ei, vocês aí. — Gritou o guerreiro careca, com o olhar voltado para eles.
O próprio Eugene estava no lado alto, mas o guerreiro o superou por uma cabeça.
— Aquela elfa. Venda-a para mim. — Exigiu o guerreiro.
Eugene estava se perguntando o que esse cara iria dizer. Olhando para trás do guerreiro careca, Eugene viu o nobre parecido com um porco que estava rindo para si mesmo.
Sua pele que parecia não ter visto muita luz do sol, uma barriga gorda o suficiente para sair do tecido de sua camisa e mãos que nunca sofreram com um dia de trabalho em sua vida…
Aquele emblema no peito… Não sei a que clã pertence. Suas roupas também não são do estilo de Kiehl. Ele deve ser de Shimuin.
O Reino Marítimo Shimuin era um país insular encontrado no mar do sul.
Eugene respondeu à demanda: — Peço desculpas, mas esta elfa não pode ser vendida.
O rosto de Ujicha se contorceu em uma carranca com esta resposta. Ele olhou para Eugene com um olhar cheio de intenção assassina, mas Eugene apenas deu de ombros gentilmente com uma expressão preocupada em seu rosto.
— Você não pode vendê-la? Por que não? — Ujicha latiu.
Eugene hesitou.
— Então… Há uma razão pela qual não posso vendê-la para você.
— Qual é o motivo? — Ujicha rosnou.
Embora ela tivesse perdido um olho, Lavera ainda era bonita, então Eugene esperava que alguém pudesse fazer uma oferta por ela e ele já havia pensado em um motivo pelo qual poderia recusá-los.
— Esta elfa foi amaldiçoada. — Afirmou Eugene.
— Amaldiçoada? Você está dizendo que ela pegou a doença que mata os elfos? — Ujicha perguntou.
— De fato, parece que você já está ciente disso. Sim, esta elfa pegou a doença. Ela pode sobreviver de alguma forma ficando nesta floresta, mas se a deixar, morrerá dentro de alguns dias. — Explicou Eugene.
A testa de Ujicha franziu com essas palavras. Em vez de pressionar Eugene ainda mais, Ujicha virou a cabeça para olhar para Dajarang.
— E daí se ela pegou a doença? Por que isso deveria importar? — Como se estivesse esperando por esta oportunidade, Dajarang deu um passo à frente com um sorriso. — Aliás, melhor ainda que ela pegou a doença! Isso não apenas torna o preço dela mais barato? Ei, aquela elfa, vou comprá-la por cem milhões de sals!
Eugene apenas bufou com o grito de Dajarang e balançou a cabeça.
— Não tenho como fazer isso. Mesmo que ela tenha contraído a doença, uma elfa ainda é uma elfa, então como posso vendê-la pelo baixo preço de cem milhões de sals?
— Então eu te dou trezentos. Trezentos milhões de sals. Isso deve ser suficiente, certo? — Dajarang não conseguia conter sua excitação, sua bunda gorda balançando de um lado para o outro. Durante todo o tempo, ele examinou Lavera da cabeça aos pés com olhos gananciosos.
Eugene hesitou.
— Você está oferecendo trezentos milhões? Mas não parece alguém que vive nesta floresta, senhor…
— Por que isso importa? — Dajarang exigiu. — Posso apenas brincar com ela enquanto estou nesta floresta.
Parecia que esse cara era louco. Ele estava realmente dizendo que pagaria trezentos milhões de sals apenas para brincar com ela por alguns dias? Trezentos milhões de sals era uma quantia enorme de dinheiro, o suficiente para comprar um par de testículos do gigante que Gargith tanto gostava.
Eugene se recompôs.
— Senhor, perdoe-me, mas posso perguntar quantos anos você tem?
— Tenho vinte e três anos. — Embora ele não soubesse o motivo pelo qual Eugene estava fazendo essa pergunta, Dajarang estufou o peito ao responder.
Eugene soltou um suspiro profundo com essas palavras e balançou a cabeça de um lado para o outro.
“Vinte e três anos de idade? Parece que ele é apenas um pirralho que nunca teve que ganhar dinheiro com suas próprias habilidades e teve a sorte de nascer em um clã nobre. Ele está realmente tentando desperdiçar o dinheiro que seu pai trabalha tanto para ganhar, apenas por alguns dias de diversão?”
Eugene viu um reflexo de Eward em Dajarang. O maldito da família principal que foi enviado do exterior para Aroth e estudar magia, apenas para brincar com súcubos e quase iniciar na magia negra.
— Vossa senhoria, eu realmente sinto muito, mas me recuso a vender esta elfa para sua graça. — Eugene rejeitou firmemente a oferta.
— O quê?! — Dajarang explodiu.
— Embora possa ser difícil para você acreditar nisso, apesar de todas as aparências, tenho orgulho da minha profissão e da maneira como faço negócios. — Disse Eugene com sinceridade. — Se minha percepção estiver correta, então Vossa Graça deveria ser o herdeiro de um nobre Shimuin de alto escalão, e meu orgulho como comerciante nunca toleraria vender uma elfa doente como esta para tal pessoa.
Orgulho? Que tipo de desculpa idiota foi essa? Que tipo de orgulho um comerciante que vendia elfos tão imperfeitos poderia ter?
— Seu comerciante de merda, o que diabos pensa que está dizendo? Será que tem medo de que eu possa importuná-lo mais tarde para um reembolso, alegando que a elfa está doente? — Dajarang olhou para Eugene com os olhos arregalados. — Eu sou Dajarang Kobal. Meu pai é o Conde Kobal de Shimuin. Juro pelo nome e pela honra do meu clã que não tentarei persegui-lo de forma alguma depois que nosso acordo for fechado.
E pensar que ele realmente colocaria o nome e a honra de seu clã em risco apenas para comprar uma elfa que pretendia usar como um brinquedo perecível.
“Esse maldito mimado é ainda pior do que o Eward”, Eugene percebeu.
Escondendo seu desdém, Eugene o negou novamente:
— Não é como se eu não acreditasse em vossa senhoria. É que meu orgulho de comerciante não me permite fazer isso. Eu me recuso a vender esta elfa para qualquer um, não apenas para você, senhor.
— Seu filho da puta. Estou dizendo que não tenho problema com isso e até tenho dinheiro para pagar, então por que está fazendo tanto alarme e se recusa a vender para mim? Tudo bem, quinhentos milhões, estou oferecendo a você quinhentos milhões de sals. Ainda não é suficiente? Então oitocentos milhões! — Dajarang cuspiu essas palavras com um jato de saliva, mas ainda manteve sua voz alta demais.
Embora fosse verdade que o Conde Kobal era um nobre de alto escalão do Reino Shimuin, além da tribo Garung, ele não conseguiu estabelecer uma conexão com nenhuma das outras tribos maiores. Era tarde demais para tentar algo diferente naquele momento, pois a tribo Zyal já estava ocupada administrando o mercado atual. Se uma luta estourasse no mercado, a tribo Zyal com certeza interviria e Dajarang não poderia arriscar ter problemas com eles.
— Senhor, o que você está me pedindo para vender não é uma elfa, é meu orgulho. Mesmo que você me ofereça oito bilhões de sals em vez de oitocentos milhões de sals, nunca venderei meu orgulho. — Eugene disse com um olhar de olhos arregalados de sinceridade.
Dajarang ficou sem palavras, batendo no peito em frustração, mas Ujicha estava olhando para Eugene com admiração. Que orgulho! Embora fosse apenas o orgulho de um comerciante, aquelas palavras cheias de orgulho ressoaram fortemente com o pouco que restava do espírito do guerreiro dentro de Ujicha.
— Então… se você não vai vendê-la para mim, por que não apenas dá-la para mim. — Dajarang implorou petulantemente.
— Por favor, não diga algo tão ridículo. — Eugene zombou. — Não vou vender essa elfa, vou levá-la para a floresta e matá-la eu mesmo.
O queixo de Dajarang caiu.
— Por que alguém que se diz comerciante teria uma perda dessas….
— Não é uma perda se for para manter meu orgulho. Bem, então acho que terminamos aqui. — Sem dizer mais nada, Eugene passou por Dajarang.
Dajarang estendeu a mão para tentar agarrar Eugene, mas Ujicha conseguiu agarrar o pulso de Dajarang primeiro.
— S-Seu filho da puta. — Dajarang xingou. — Por que está me impedindo? Não, antes disso, por que ficou em silêncio em vez de me ajudar?
— Se eu tivesse o ameaçado, a tribo Zyal não teria ignorado. — Disse Ujicha em sua defesa.
— E daí?! E-Eu preciso daquele elfa… — Dajarang disse, ofegante de raiva.
— Não se preocupe com isso. — Ujicha abaixou o corpo e sussurrou no ouvido de Dajarang. — De qualquer forma, ele disse que não venderia a elfa. Quando sair do mercado e do território da tribo Zyal, podemos atacá-lo naquele momento, matá-lo e levar a elfa para nós.
— Vai ficar tudo bem…? — Dajarang perguntou em dúvida.
Ujicha o tranquilizou.
— Vai tudo ficar bem.
Normalmente, tal ação não seria permitida. Este mercado foi aberto na sequência de um acordo feito entre as várias tribos. O acordo também especificava que os comerciantes munidos de placas para frequentar o mercado não seriam atacados.
Mas Ujicha não se importava com isso. Embora as palavras cheias de orgulho que o comerciante proferiu tenham ressoado com sua alma de guerreiro, Ujicha ainda preferia ser um nobre do que um guerreiro.
— Sua bobagem soou muito persuasiva. — Kristina disse uma vez que eles estavam sozinhos.
— Se achou que soou persuasivo, deve haver algo errado com sua cabeça. — Eugene bufou.
— Em primeiro lugar, chamei isso de bobagem, não chamei? — Kristina se defendeu. — Graças a Sir Ryan, parece que aprendi uma lição de vida bastante inútil.
— Lição de vida? — Eugene repetiu.
— Sim. O resultado de uma discussão geralmente é decidido pelo volume da sua voz, e não pela lógica. — Disse Kristina com um suspiro. — E, em vez de persuasão, você deve apenas encurralá-los e não dar espaço para eles responderem.
— Tina, você é mesmo uma gênia…! — Eugene olhou boquiaberto para Kristina com um olhar de admiração.
Kristina apenas inclinou a cabeça interrogativamente ante a súbita exclamação dele.
— Hã?
— A ‘lição de vida’ que você acabou de falar é algo que aprendi inteiramente com você. Mas por que só percebeu isso agora? Será que me ensinou, mesmo sem perceber que estava fazendo isso? — Eugene a elogiou sarcasticamente.
— Por favor, cale a boca. — Sibilou Kristina enquanto revirava os olhos e olhava para Eugene.
As transações seguintes correram bem à sua maneira. Eugene comprou dois elfos do sexo masculino, e um deles estava com a Doença Demoníaca, então foi capaz de comprá-lo por menos do que o preço de mercado.
Se houvesse algo que pudesse ser considerado um problema menor, seria que o último elfo exposto à venda era uma mulher. Ela não havia contraído a Doença Demoníaca e não tinha nenhuma cicatriz, então o comerciante que a estava vendendo conseguiu aumentar seu preço até ficar muito mais alto do que o preço de mercado.
— Um bilhão de sals. — Eugene aumentou a oferta mesmo quando sentiu que estava prestes a tossir sangue.
Os espectadores que se reuniram para aquele leilão improvisado soltaram rugidos alegres. Para pagar um bilhão de sals, Eugene precisaria vender a última de suas joias restantes. Pode ser óbvio, mas o Cartão Black do clã Lionheart não poderia ser usado em um mercado como este.
“Não aumente mais o lance”, Eugene implorou interiormente. “Espere, não, por favor, aumente-o. Dessa forma, posso simplesmente desistir de forma limpa.”
Sentindo-se angustiado com a perda potencial de tanto dinheiro, Eugene cerrou os punhos com força. Ele não queria fazer barulho, então, se precisasse, pagaria relutantemente pelo elfo com suas joias restantes.
No entanto, agora que não tinha mais dinheiro, não era a única opção desistir se alguém tivesse um lance maior? Portanto, Eugene ainda tinha esperança de que alguém fizesse um lance mais alto, para que pudesse desistir. Claro, isso não significava que ele desistiria de salvar aquela elfa. Ele simplesmente não teria escolha, realmente, nenhuma escolha, a não ser colocar uma máscara e se tornar um ladrão.
— Um bilhão de sals! Alguém ofereceu um bilhão de sals! — Gritou o leiloeiro.
“Por favor, alguém, qualquer pessoa, por favor, faça um lance.”
Após uma contagem final, o leiloeiro anunciou:
— Vendido por um bilhão de sals! Parabéns!
— O que há para parabenizar, seu filho da puta. — Eugene xingou baixinho.
— Hã? — O leiloeiro se aproximou.
— Nada… Obrigado por isso. — Eugene disse enquanto engolia a raiva que crescia dentro dele e pegava sua caixa de jóias.
Com esta compra, Eugene conseguiu acabar com todas as jóias que trouxe consigo para a floresta. O comerciante de escravos que conseguiu vender sua elfa pelo dobro do preço de mercado tinha um olhar verdadeiramente alegre em seu rosto. Com seus molares totalmente à mostra, ele calculou o valor total enquanto avaliava cada gema individualmente.
— Tudo pronto, você está livre para levá-la com você. — Depois de confirmar que as jóias tinham o valor apropriado, o comerciante entregou a elfa com alegria.
Eugene silenciosamente aceitou sua nova compra.
— Estou feliz por ter feito um acordo tão bom contigo. Mas você realmente é bastante incomum, irmão. O que você está planejando fazer com quatro elfos? — Perguntou o comerciante de escravos.
A boca de Eugene se abriu para deixar escapar uma resposta raivosa, apenas para ele controlar suas emoções ferventes e se afastar do homem.
Todos os quatro elfos, incluindo Lavera, estavam na carroça que trouxeram com eles da aldeia élfica.
Kristina perguntou hesitante.
— Sir Ryan, você está se sentindo bem?
— Não, não estou. — Resmungou Eugene.
— Seu dinheiro foi usado para salvar os necessitados. Não pense nisso como um desperdício. — Aconselhou Kristina.
— Quem disse que eu estava pensando isso? — Eugene bufou. — Eu só disse que não estava me sentindo bem. Pareço alguém que vai ficar chateado só porque tive que gastar um bilhão e meio?
— Você não está se sentindo muito chateado agora?
— É assim que eu costumo parecer.
Embora nunca tivesse se preocupado com dinheiro desde que reencarnou, Eugene ainda não conseguia deixar de sentir que era um desperdício gastar tanto dinheiro.
“Está tudo bem… Pode ter sido um bilhão e meio de sals, mas isso é apenas o suficiente para comprar cinco pares de testículos de gigante”, Eugene tentou se consolar, mas isso não o ajudou muito.
Enquanto Eugene pilotava a carroça, os elfos que estavam atrás dele ouviam a história de Lavera. Todos os elfos pensaram que definitivamente seriam marcados como escravos e vendidos para outros mestres, mas as palavras de Lavera trouxeram esperança para aqueles elfos recém-adquiridos.
Enquanto viajavam, o rosto carrancudo de Eugene também começou a se soltar pouco a pouco.
— Sir Ryan. — Kristina falou.
— Eu sei. — Disse Eugene com um sorriso enquanto puxava as rédeas do cavalo.
Conforme o cavalo acelerava, a carroça começou a chacoalhar. Nenhum dos elfos fez barulho para mostrar surpresa. Até momentos atrás, os rostos deles estavam cheios de esperança, mas agora tudo o que se via se espalhando pelos rostos dos elfos era medo.
Lavera tentou manter a calma. Não havia necessidade dela se preocupar. O Guardião de sua aldeia, Signard, havia falado com ela pessoalmente antes de partirem. Eles estavam indo para um lugar perigoso, mas não deveria haver nenhum perigo. Não, bem, eles podem se deparar com algo perigoso, mas não seria um grande problema.
Signard disse essas palavras enquanto tentava tranquilizar Lavera.
Mas era mesmo isso? Os ombros de Lavera começaram a tremer com os sons que ouvia. Ela podia ouvir os passos de um guerreiro tribal se aproximando. Por que estavam sendo perseguidos? Os nativos da floresta deveriam obedecer à regra de não atacar os comerciantes que fossem convidados para o mercado.
— Sir Ryan…? — Lavera procurou alguma segurança.
Tensão e medo estavam fazendo com que sua respiração acelerasse. Lavera colocou a mão no peito para acalmar seu coração acelerado enquanto se virava para olhar para Eugene em busca de segurança.
Ao ouvir um chamado atrás dele, Eugene virou a cabeça para olhar para ela e perguntou:
— O que há com sua expressão?
— V-Vamos ficar bem? — Lavera gaguejou.
— Claro que vamos ficar bem. Isso realmente é muito bom para nós. — Eugene respondeu com um sorriso brilhante.
Enquanto seus perseguidores diminuíam rapidamente a distância entre eles, depois de um certo ponto, eles pararam de se aproximar e estavam mantendo distância. Estavam esperando até que Eugene e seu grupo chegassem a um ponto em que um ataque não causaria nenhum problema político para os invasores?
“Acho que devo agradecer”, Eugene pensou consigo mesmo enquanto continuava seguindo em frente, sem ver nenhuma necessidade de mudar de direção.
Assim, eles logo deixaram o território da tribo Zyal. Enquanto o carrinho se dirigia lentamente para dentro da floresta, Eugene ficou imaginando quando seus atacantes se aproximariam. Vai ser agora?
Sim, é agora.
Seus perseguidores aceleraram e rapidamente fecharam a distância. Em seguida, ultrapassaram o carrinho. O guerreiro que perseguia o grupo de Eugene parecia estar pulando por entre os galhos das árvores acima da estrada, pois caiu do ar a uma boa distância à frente deles, bloqueando o caminho da carroça. Sem entrar em pânico, Eugene parou.
— Urp…! — Dajarang, que estava pendurado nas costas de Ujicha, cobriu a boca enquanto segurava a vontade de vomitar.
Ele rapidamente desceu das costas de Ujicha, caiu no chão e vomitou.
— Desça. — Mesmo com os sons de vômito continuando a soar atrás dele, Ujicha não olhou para Dajarang e, em vez disso, apontou o dedo para Eugene enquanto fazia essa exigência.
Ao fazer isso, ele também verificou se Kristina e os elfos ainda estavam na carroça. Ele não estava interessado na própria Kristina, já que ela ainda não havia removido seu disfarce de senhora de meia-idade. No entanto, depois que entregasse a elfa caolha para Dajarang, isso deixaria três elfos para ele…
Ujicha lambeu os lábios com um sorriso.
Eugene levantou-se sem descer do banco do piloto.
— Você disse que seu nome era Dajarang Kobal, certo? — Como Ujicha, Eugene esticou um dedo e apontou para Dajarang.
— Urp… Uwaaargh… — Dajarang não conseguiu responder à pergunta e continuou vomitando.
Mas a verdade é que sua resposta não importava.
Eugene gastou um bilhão e meio de sals para comprar esses três elfos. Dajarang havia dito que compraria Lavera por oitocentos milhões.
Em outras palavras, Dajarang tinha pelo menos oitocentos milhões de sals em joias com ele.
“Não tem jeito mesmo.” Eugene reprimiu a vontade de rir enquanto saltava da carroça. “Eu não tinha intenção de roubá-lo. Mas desde que esse maldito decidiu tentar se envolver em roubo primeiro, bloqueando meu caminho, então…”
Isso deixou Eugene sem outra escolha.
— Você não entende em que tipo de situação está? — Os lábios de Ujicha se torceram em uma carranca enquanto ele olhava para Eugene, que não mostrava sinais de medo.
Ujicha não trouxe nenhum dos outros guerreiros de sua tribo, mas não deveria haver nenhum problema. Afinal, era apenas um único e humilde comerciante de escravos. Rasgar alguém como ele em pedaços seria ainda mais fácil para Ujicha do que pegar e matar um inseto…
— O quê? — Ujicha inconscientemente cuspiu um grito surpreso.
O traficante de escravos, que estava bem na frente deles até agora, desapareceu repentinamente.
Kakakakakak vai come o furebes dos dois e ainda cobrar oitocentos milhões 😎😎