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The Regressed Demon Lord is Kind – Capítulo 89

Capítulo 89

O alojamento em que Zich residia era para viajantes. Como a aldeia não era grande, havia apenas um, e pobre. No geral, era um lugar medíocre.

Um menino que parecia ter uns dez anos estava olhando com atenção para o lugar. Suas roupas eram grandes e ruins, e seu rosto estava sujo. A julgar por sua aparência, não aparentava ter uma vida confortável. Ele se contorceu, como se estivesse tentando tomar uma decisão, mas Zich de repente apareceu atrás escondendo sua presença em direção a ele.

— Aí! — Bateu nos ombros dele.

O moleque ficou tão surpreso que pulou. Sem conseguir gritar, virou a cabeça para trás enquanto sufocava. Havia até uma lágrima em seu rosto pálido. Era um eufemismo dizer que ele foi tomado pelo choque.

— Tá olhando o quê?

— Senhor, v… você me assustou! — gritou. Tentou engrossar a voz, porém seu pequeno corpo trêmulo o traiu.

— Aqui. — Bagunçou o seu cabelo e levantou uma mão.

Zich segurava um grande pedaço de pão, surpreendendo a criança. As circunstâncias familiares do menino eram difíceis. Para ele, um pão macio e saboroso do tamanho do braço de um adulto era comida do céu. Entretanto, por causa disso, era mais difícil para ele pegar de Zich.

— Eu não vim aqui para isso…

— O que veio fazer aqui?

Ele não tinha nada a dizer, já que esperava ganhar comida de graça. Zich agarrou com força a mão do menino e o fez pegar o pão. — Uma criança não deve recusar o presente de um adulto.

— Minha mãe me disse para não pegar coisas de estranhos. — Tentou recusar mais uma vez, crendo que causou problemas.

— Ela estava falando de adultos maus.

— Você é um adulto gentil?

— Não, sou um adulto mau tentando ser gentil.

— Como assim? — Sorriu.

Zich se sentou com as costas contra uma parede e deu uma tapinha no lugar ao lado. O menino se sentou com cuidado e deu uma grande mordida no pão. Então, logo o devorou, desacostumado com o sabor decente.

— Ei, come devagar. Você vai ter indigestão. — Entregou uma garrafa de água.

Tomando um momento para beber água, enfiou mais pão na boca e guardou metade em um saco que trouxe.

— Vai levar para sua família?

— Sim. Minha mãe e meu pai também estão sofrendo. Quero pelo menos dar um pouco a eles.

— É muita gentileza sua. Mas eles não dizem nada? Sua mãe não te disse para não aceitar comida de estranhos?

— Ah, isso… — balbuciou. Parecia ter sido repreendido.

“Bem, eu faria a mesma coisa que os pais dele.”

Havia poucas pessoas que eram gentis com os outros sem motivo. Em primeiro lugar, Zich só estava fazendo isso por causa da sugestão de Glen Zenard.

— Eles costumavam me repreender, mas agora não. Tem muitos rumores por aí nesta aldeia de que você é uma pessoa boa e impressionante.

— Uma pessoa boa…

Zich se sentiu satisfeito por seus atos estarem sendo reconhecidos, contudo não conseguia se acostumar a ser chamado de “bom”. Queria explodir de tanto desgosto.

— Mas se um estranho se aproximar com mais simpatia do que o normal, não confie. O mundo não é tão bonito.

Além disso, se tornaria mais perigoso quando chegasse na Era Vermelha.

— Tudo bem.

Depois, conversaram por um tempo.

— Tenho que ir agora. — Se levantou ao ver o pôr do sol.

— Vá para casa com segurança. E da próxima vez, apenas venha e pergunte por mim. Não fique olhando do canto de um beco como se fosse um criminoso. Em primeiro lugar, não estou aqui a maior parte do tempo.

Zich, na maioria das vezes, estava do lado de fora ajudando alguém ou derrotando monstros, então foi sorte ter encontrado o garoto.

— Mas se uma pessoa suja que nem eu entrasse lá, eu seria repreendido.

— Já contei a eles sobre você de antemão, então não importa. Além disso, um local como aquele não deve repreender ninguém a respeito de limpeza. Não se preocupe com isso.

Não era um ponto luxuoso, e os viajantes não se lavavam muito bem e andavam por aí feito mendigos. Não havia por que rejeitar alguém por estar sujo. Ademais, Zich era um cliente frequente e agora era famoso na região.

— O quê? Por que está me olhando assim? — perguntou.

— Senhor, por que você está sendo tão legal?

— Como disse, não é porque eu sou bom? — falou, sentindo um arrepio nas costas.

A comida dentro de seu estômago ameaçava voltar, todavia conseguiu aguentar. Mas o menino balançou a cabeça, parecendo não concordar.

— Mesmo as pessoas que dizem ser gentis não querem se envolver conosco.

A sua família era uma das mais pobres da aldeia. Sequer podiam se dar ao luxo de viver dentro das cercas de madeira desleixadas. Apesar de o lugar estar num lugar abundante devido às vastas planícies e solo fértil, não viviam com muito conforto. O menino, que havia sofrido discriminação de todos, ficou surpreso com a bondade demonstrada por um viajante.

— É porque sou melhor do que eles.

— Mas você não acabou de me dizer que é uma pessoa má que tentando ser melhor?

— Então vamos apenas dizer que sou um adulto ruim tentando ser melhor que esse pessoal.

— Que diabos é isso? — O garoto riu. Seu sorriso idêntico ao de qualquer outra criança.

— Tem todos os tipos de pessoas neste mundo.

— Eu gostaria que houvesse mais gente que nem você.

— Se isso acontecesse, o mundo se tornaria um lugar bem mais legal.

— Eu também acho. Quando o menino concordou com algo que ele disse meio que brincando, se sentiu envergonhado.

Ainda não estava acostumado com outras pessoas o tratando assim. A criança conseguiu com sucesso a tarefa quase impossível de envergonhar Zich, a encarnação de “cara de pau”. Zich olhou para o céu, o sol um pouco mais brilhante do que antes.

— Eu estou indo agora! Até mais, senhor!

— Beleza, tchau.

O garoto correu com muito esforço até chegar em um beco e acenar com as mãos mais uma vez e desaparecer.

“Ele me perguntou por que eu era tão gentil com ele…”

Zich pensou na pergunta feita. Ele havia dito de brincadeira que era um “adulto ruim que queria ser melhor”, mas não era a única razão.

“Deve ser isso.”

Ele se lembrou do quando lutou contra os Bellids com Lubella. Timmy disse que não podia odiá-lo, pois ele foi o primeiro que o ajudou sem motivo. Essas palavras o chocaram na primeira vez, deixando uma impressão profunda em sua mente. Essa foi a razão pelas qual ele estendeu a mão para o menino.

“Sinto que me tornei uma pessoa boa de verdade.” Riu, pensando que soava como uma piada.


Kuuah!

Um monstro gritou; era um som aterrorizante o suficiente para fazer todos os cabelos de uma pessoa ficarem em pé.

Kiiieeeeh!

O ser gritou de novo. No entanto, não parecia ser para intimidar seu oponente ou comemorar com a carne das vítimas. Era de dor.

Crek!

No balanço de Hans, o antebraço de um troll caiu de seu corpo, este que foi agarrado pelo mesmo. A espada sem coração de Hans não mostrou misericórdia.

Swish!

E decapitou o monstro, passando por sua pele grossa, músculos pegajosos e ossos duros em um golpe arrepiante, o derrubando.

Tum, tum!

Hans se virou para acabar com os outros, quando ouviu dois sons pesados. De longe, tinha dois no chão com pedras em cima das cabeças. A poça de sangue coletada sob as rochas indicava que não sobreviveriam ao impacto, não importando quão boa fosse sua regeneração.

Então, Hans viu Snoc ir até eles para cutucá-los com os pés. Nowem pulou dos ombros do jovem e bateu neles se certificando de que estavam mortos. Os monstros aparentavam estar mortos, todavia, por terem incríveis habilidades regenerativas, não havia mal algum confirmar.

“Acabou.”

Hans embainhou a espada. Quando se virou, viu Zich apertando os olhos e olhando para os corpos.

— Cuidamos de todos, senhor.

— Bom trabalho — respondeu Zich.

— Algo de errado, senhor?

— É estranho que haja tantos aqui.

O número total que Hans e Snoc matou era de sete. Não era um número pequeno; considerando os perigos daqueles seres, era um número muito alto, ainda mais em uma planície aberta e que não era muito longe nas montanhas.

“Já que os orcs também tentaram se estabelecer por aqui, deve ter algo acontecendo.”

Zich não pôde identificar uma causa específica.

“Podem ser apenas grupos que perderam uma luta ou migraram depois que ficaram sem comida. Ou estão tentando causar problemas.” Olhou para a montanha. “Devo ficar aqui por um tempo e caçar por enquanto? Ela não é grande, então não vai levar muito tempo.”

— Vamos! — gritou.


Os três continuaram suas viagens e vasculharam metade do local. Felizmente, não havia tantos quanto pensavam que haveria. Não avistaram outro orc ou assentamento de trolls, somente uns orcs errantes vez ou outra. Zich decidiu procurar pelo resto da montanha após descansar na aldeia por cerca de um dia.

Ainda hoje, Zich deu seu pão para o menino cujo nome não sabia e o viu comer. Como de costume, ele devorou metade e o resto guardou.

— Acabou de comer?

— Sim! — disse, lambendo as migalhas que restaram nos lábios.

Depois, conversaram. Não foi uma conversa muito significativa — o menino falou sobre como se sentia, e Zich contou todos os tipos de histórias do mundo.

— Ah, antes que eu esqueça… Tente ficar em casa o máximo possível, se puder.

— Por quê?

— Ouviu falar de monstros perigosos nas montanhas?

— Eu ouvi.

Zich já havia falado ao chefe da aldeia, então era notícia antiga.

— Estou trabalhando duro para me livrar deles, mas posso ter perdido alguns. Não ande por aí por enquanto, especialmente fora da aldeia à noite.

— Eu não vou.

— Além disso, se tiver algo incomum acontecendo, me diga.

— Está bem!


Dialogaram um pouco mais antes que o garoto corresse de volta para sua casa.

“Pensando bem, não perguntei o nome dele.”

Esse pensamento de repente o atingiu ao vê-lo sumir. Já que tudo o que fizeram foi conversar um pouco enquanto compartilhavam comida, não estava interessado.

“Pudemos conversar tão bem sem eu sequer saber seu nome. Devo perguntar da próxima vez?” pensou, voltando à hospedagem.

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