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Damn Reincarnation – Capítulo 304

Raizakia (10)

Depois que Eugene entrou na brecha entre as dimensões, Kristina se ajoelhou no chão e começou a orar. Ela implorou ao Deus da Luz pelo retorno seguro de Eugene.

Cyan também se ajoelhou ao lado de Kristina. Embora ele não fosse um seguidor do Deus da Luz, também ofereceu orações pela segurança de seu irmão. Afinal, a fé não era um pré-requisito para tal apelo.

— Ah. — Lovellian foi o primeiro a detectar a anomalia. Ele estava vagando sem rumo pelas proximidades com o rosto cheio de preocupação quando percebeu uma distorção se espalhando pelo céu claro.

— O que é aquilo? — Melkith, que estava sentada em uma pedra comunicando-se com os espíritos, levantou-se abruptamente ao perceber a interrupção.

Kristina e Cyan levantaram a cabeça e, de repente, a distorção aumentou, transformando-se em uma fratura no céu. Logo depois, a fratura se abriu silenciosamente e Eugene caiu do centro.

— Sir Eugene! — Kristina gritou de surpresa.

Ela não esperava que ele voltasse tão rapidamente. Quase uma hora se passou desde que Eugene entrou na fenda dimensional. Ele poderia ter matado Raizakia em tão pouco tempo?

Suas perguntas foram respondidas imediatamente. Um gigantesco cadáver de dragão caiu logo atrás de Eugene. Pertencia a Raizakia, o Dragão Demoníaco. A ferida profunda em seu pescoço fazia parecer que sua cabeça estava prestes a se separar completamente, mas nem uma única gota de sangue fluía da ferida.

— Kyaaaah! — Melkith explodiu em um grito estridente. Seus olhos se viraram para mostrar a parte branca enquanto ela jogava os braços em direção ao cadáver de Raizakia. Era quase como se ela desejasse ser esmagada pelo cadáver que caía.

Naturalmente, Melkith não tinha intenção de morrer sendo esmagada pelo enorme peso.

No entanto, as curvas graciosas de sua forma maciça, as escamas pretas lisas e os ossos quase metálicos visíveis na seção transversal da ferida profunda em seu pescoço eram incrivelmente atraentes para ela. A Torre Branca de Melkith não era apenas um centro de magia espiritual, mas também de alquimia. Assim, Melkith possuía um bom conhecimento de alquimia, apesar de ser a mestra da magia espiritual.

Mas não! Até mesmo um mago, não apenas um alquimista, ficaria emocionado ao ver um cadáver tão bem preservado de um Dragão Antigo.

— Você vai ficar aí parada? — Disse Eugene, lançando à Melkith um olhar de reprovação. Lovellian correu e tentou arrastá-la, mas Melkith resistiu teimosamente, agarrando-se a Lovellian.

— V-Você pode me ter! Eu vou te dar… Tudo o que tenho! Apenas me dê isso! — Ela gritou com entusiasmo.

— Pare de falar besteira e vá embora. — Eugene resmungou, esticando a mão em direção ao céu.

Krrr!

A mana que Eugene conjurou suspendeu momentaneamente o gigantesco cadáver de Raizakia no ar. Ele soltou um longo suspiro enquanto lentamente colocava o enorme corpo na terra árida.

— É tão grande. — Reclamou ele.

A fenda dimensional era um espaço escuro e vazio, o que tornava difícil estimar o verdadeiro tamanho de Raizakia. Mas agora, com a paisagem circundante para comparação, a enormidade do tamanho do dragão poderia ser totalmente apreciada. O cadáver de Raizakia era grande o suficiente para rivalizar com um castelo considerável.

“Devo ter enlouquecido”, Eugene resmungou interiormente.

Ele havia travado um combate corpo a corpo com aquela fera enorme. Eugene estremeceu ao olhar para a cauda gigantesca de Raizakia, lembrando-se do golpe que recebeu dela. Ele sabia que a força daquele único golpe poderia facilmente tê-lo matado.

“Meu corpo… Não se recuperou totalmente.”

Eugene percebeu e examinou seu corpo com uma careta. Ele mal conseguiu sobreviver, graças à Árvore do Mundo e à luz dos espíritos. Ele estaria morto se a intervenção oportuna deles tivesse ocorrido apenas um momento depois.

Realmente foi um milagre. Foi como Sienna disse. Eugene não conseguiu encontrar outras palavras para descrever. Seu coração partido e Núcleo foram curados, e até mesmo seus ossos, carne e órgãos internos foram reparados.

No entanto, ele não podia considerar-se totalmente curado. A julgar pela forma como seu fluxo de mana parecia obstruído, ele precisaria descansar um pouco para se recuperar completamente. Dado que ele havia usado a Ignição duas vezes seguidas — uma técnica que geralmente o deixava acamado por dias após um único uso — foi nada menos que um milagre que ele conseguisse ficar de pé sozinho.

— Sir Eugene!

O exame de sua condição foi interrompido por um grito. Kristina se jogou sobre ele por trás. Eugene fez o possível para ignorar a sensação suave e maleável que pressionava suas costas e tossiu sem jeito.

— Você está seguro? Está realmente seguro? Não está ferido? — A enxurrada de perguntas de Kristina revelou sua ansiedade.

— Bem… Quase morri, mas de alguma forma consegui sobreviver. — Respondeu Eugene.

— O quê? O que você quer dizer com isso? — Kristina perguntou com urgência.

Eugene conseguiu se desvencilhar dela, depois se virou e viu que ela já estava chorando.

— Espere, apenas espere. Vou explicar tudo. — Ele disse apressadamente.

Cyan também se aproximava dele e Lovellian tinha um olhar de imensa curiosidade. E Melkith? Ela estava se aproximando furtivamente do cadáver de Raizakia.

— Se você quiser pelo menos uma única parte dele, é melhor se comportar. — Disse Eugene.

— Você está cada vez mais insolente, não é? — Retrucou Melkith.

— Isso porque, Senhora Melkith, você está se tornando cada vez menos respeitável. — Disse Eugene.

Ou ela tinha sido assim desde o começo? Eugene lançou um olhar de soslaio para Melkith, que não exibia nada da dignidade esperada de uma Arquimaga. Melkith virou-se elegantemente antes de voltar para o lado de Lovellian, agindo como se nada tivesse acontecido.

— Então… O que aconteceu foi…

Eugene não tinha intenção de discutir a verdadeira natureza da Espada do Luar, suas suspeitas sobre Vermouth e quaisquer assuntos desse tipo. Esses tópicos deveriam ser discutidos com Anise e Sienna.

Em vez disso, ele mergulhou na batalha contra Raizakia, o Poder Negro que Raizakia roubou do poder que Edmund reuniu para o ritual e a ajuda que recebeu de Sienna durante a batalha.

— Você está dizendo que a Senhorita Sienna ajudou você? — Lovellian perguntou surpreso.

— Aparentemente, ela recebeu a ajuda da Árvore do Mundo. Honestamente, se a Senhorita Sienna não tivesse ajudado, eu teria morrido. — Respondeu Eugene. Se Raizakia tivesse sido enfraquecido como inicialmente pensava, a vitória não teria sido impossível. ‘Embora difícil’, pensou Eugene.

— Gostaria de saber se Balzac teve algo a ver com isso. Talvez ele estivesse por trás de tudo. — Eugene resmungou enquanto fazia uma careta.

Lovellian balançou a cabeça depois de pensar por um momento. — Eu não acho. Você mesmo disse que o Dragão Demoníaco foi o primeiro a falar. Edmund cobiçava o poder do dragão, e seu ritual e magia desmoronaram com sua morte. Para um dragão como Raizakia, não teria sido uma tarefa difícil aproveitar o poder de dispersão antes que sua conexão com Edmund fosse cortada.

— Você parece surpreendentemente defensivo em relação a Balzac. — Eugene resmungou.

— Simplesmente não apoio acusações e suspeitas infundadas. Para ser sincero, não gosto particularmente do Mestre da Torre Negra, mas… O desejo dele era bastante comovente. — Disse Lovellian com um sorriso amargo.

Havia uma coisa de que Eugene tinha certeza. Ao longo de sua vida passada e presente, Lovellian foi o mago mais honrado que conheceu.

[O que há de errado com o caráter da Senhorita Sienna?] Mer reclamou.

“Francamente, ela não é uma cidadã notável.”

[Vou contar para ela.]

“Conte, fofoqueira”, Eugene zombou antes de limpar o rosto.

— De qualquer forma, tudo acabou bem. Quase morremos, mas não morremos. Em vez disso, matamos Raizakia e até salvamos a Senhorita Sienna. Ela não poderá retornar imediatamente, mas disse que iria para Aroth depois de recuperar as forças. — Disse Eugene.

— P-Para Aroth? — Perguntou Lovellian, seu rosto ficando um pouco mais pálido. No passado, quando Eugene revelou sua propriedade de Akasha, o Reino de Aroth realizou uma audiência sobre se deveria reconhecer oficialmente Eugene como o mestre de Akasha.

—E ela me disse que voltaria para Aroth e derrubaria o país inteiro.

—A Senhorita Sienna não está apenas viva, mas também furiosa com Aroth.

—Não tenho certeza de como ela vai desabafar sua ira… Hum… Pelo que sei, o palácio de Abram foi um presente da Senhorita Sienna… O lago que circunda o palácio também foi feito pela Senhorita Sienna. O círculo de selo demoníaco do palácio também não é obra da Senhorita Sienna? Então… Ela pode afogar o palácio inteiro…

—Ou então… Ela pode derramar uma chuva de meteoros no palácio. Mas não é da minha conta…

— Você não precisa se preocupar. — Eugene assegurou com uma piscadela. — Eu não te contei durante a audiência? Nem você nem a Torre Vermelha sofrerão qualquer dano com a ira da Senhorita Sienna.

— Isso é… Isso não é o que importa. Aroth não está preparada para o retorno da Senhorita Sienna. Precisamos fazer contato imediatamente e… — Murmurou Lovellian.

— Não creio que a Senhorita Sienna apreciaria isso. Talvez fosse melhor para todos nós ficarmos quietos e evitarmos sua ira. — Sugeriu Eugene.

— Quanto a mim? O que devo fazer, Eugene? Eu te ajudei muito dessa vez, certo? Não se preocupe apenas com a Torre Vermelha. Cuide da Torre Branca também, sim? — Melkith perguntou, imediatamente mudando sua postura e tentando bajulá-lo.

Eugene interrompeu seu avanço e empurrou-a com mana enquanto continuava a falar. — De qualquer forma, acho melhor não informar Aroth sobre o retorno da Senhorita Sienna. Se a notícia se espalhar prematuramente…

— Hmm, certamente precisamos ser cautelosos com isso. — Lovellian não teve escolha a não ser concordar. Eugene tinha um argumento válido.

— O que você vai fazer sobre isso? — Ele perguntou, apontando para o cadáver de Raizakia.

O cadáver do dragão era tão grande quanto um castelo, mas o importante não era o seu tamanho. Não era apenas o cadáver de qualquer criatura ou monstro aleatório, mas o corpo de Raizakia, um dragão milenar considerado o melhor, o mais forte e também o pior.

Cyan ficou impressionado com a visão e mal conseguiu falar.

— Vamos… Vamos enterrá-lo aqui e fazer um funeral? — Ele perguntou timidamente.

— Você está louco? Por que enterraríamos algo tão valioso? É um troféu. A Senhora Ancilla ficará emocionada se o trouxermos de volta à família Lionheart. — Explicou Eugene.

Um troféu? O cadáver de um dragão? Cyan olhou alternadamente para Eugene e para o cadáver com descrença.

— Não há nada a desperdiçar no cadáver de um dragão, mas isso só acontece com dragões normais. Mas agora… Teremos que jogar fora um pouco disso. Principalmente o sangue, não podemos absolutamente usá-lo. A carne… Carne? Talvez pudéssemos cozinhá-lo e comê-lo, mas temo que possa fazer mais mal do que bem. — Continuou Eugene.

— Há um boato de que você pode ganhar a imortalidade comendo carne de dragão. — Disse Melkith com olhos brilhantes. — Claro, ninguém nunca verificou isso. Dizem que se você comer carne de dragão, outros dragões certamente descobrirão e virão matá-lo. Mas isso não poderia ser uma prova? Os dragões vêm para matar e você acaba morto. Afinal, significa que é apenas um mito ridículo. Quero dizer, quem acreditaria em tais coisas hoje em dia?

— Então Senhora Melkith, por que você se dedica a tantos mitos? — Perguntou Eugene.

— Mitos? Do que você falando? Eu não acredito em mitos. Tudo o que faço é baseado em verdades que verifiquei pessoalmente. — Melkith estava bastante confiante neste assunto e, de fato, conseguiu firmar contratos com três Reis Espíritos.

— A carne provavelmente não será comestível. — Disse Kristina depois de se recompor o suficiente para falar. — É como você disse, sir Eugene. Assim como seu sangue, a carne do Dragão Demoníaco provavelmente será extremamente tóxica para os humanos.

— Mas os ossos, as escamas, a pele e os dentes podem ser úteis. — Sugeriu Eugene.

— Purificados, podem ser, mas dado seu tamanho e escala, levará um bom tempo. — Respondeu Kristina.

— Não há necessidade de pressa. Por enquanto, vou apenas lacrá-lo, guardá-lo em meu manto e levá-lo comigo. — Disse Eugene. Mas enquanto falava, ele percebeu seu erro. Não era apenas Mer quem residia em seu manto agora, mas Ramira também.

Ramira recentemente recuperou o juízo e estava sendo informada por Mer sobre o que havia acontecido. Mesmo assim, não seria insensível guardar o cadáver de Raizakia bem ao lado dela?

“Bem, vou apenas fazer com que elas saiam do manto”, pensou Eugene.

Não era grande coisa.

— Primeiro, deixe-me devolver isso para você. — Disse Eugene, tirando o rosário do pescoço. Sua ação fez com que a expressão de Kristina mudasse repentinamente.

[Kristina…] Anise gritou com urgência.

“Não, irmã. Já temos um acordo. Esta graça é para eu desfrutar e somente para mim.”

[Que cruel… Você não tem pena de mim? Eu já estou morta.]

“Não, não tenho.”

Ela deu uma resposta curta e inabalável, sem querer ceder nem um centímetro. Até mesmo Anise, que geralmente era astuta, ficou sem palavras diante de sua resposta fria. Kristina tirou o chapéu, empurrou para trás o exuberante cabelo loiro com as duas mãos e, lentamente, caminhou até a frente de Eugene antes de se ajoelhar.

— Por favor. — Ela sussurrou com uma voz doce e gentil. Não era nada importante, mas Eugene não pôde evitar engolir em seco ao olhar para ela. Depois de afastar os cabelos dourados, Kristina expôs o pescoço, que era liso como marfim e brilhava de suor.

— Ahehem. — Eugene pigarreou e depois se abaixou para colocar o rosário no pescoço de Kristina. Sua boca ficou seca quando ele sentiu o cheiro de uma fragrância que emanava de Kristina.

[Apenas morra.] Mer gritou dentro de sua cabeça enquanto segurava Ramira. Felizmente, suas palavras trouxeram Eugene de volta aos seus sentidos. Ele imediatamente prendeu o rosário em volta do pescoço dela com um clique. Ele estava prestes a recuar rapidamente quando Kristina de repente agarrou suas mãos.

— Sir Eugene. — Ela chamou enquanto entrelaçava as mãos com as de Eugene em oração. — Estou feliz que você tenha retornado em segurança.

Ela olhou para cima com os olhos úmidos. Eugene podia sentir claramente o calor permeando as costas de suas mãos.

Eugene só conseguiu permanecer em silêncio enquanto engolia em seco. Vendo a reação dele, Kristina soltou as mãos com um pequeno sorriso.

“Ele está reagindo, irmã.”

[De fato… Parece que transmitir nosso coração a Hamel da última vez foi eficaz.]

“Sim, sem dúvida.”

[Esse homem tolo não entende nada que não seja direto. Nesse sentido, temos uma vantagem sobre Sienna. Aquela garota é bastante tímida, então não confessará facilmente a Hamel mesmo depois de se reunirem.]

Depois de viajar com Sienna por mais de uma dúzia de anos, Anise tinha uma compreensão perfeita de sua personalidade. Dentro do conto de fadas que as duas foram coautoras, a única linha que Sienna escreveu no final foi o movimento mais corajoso e ousado que ela fez em sua vida.

—Sienna, eu gostava de você.

— Então, vamos levar isso de volta para a mansão Lionheart? — Perguntou Cyan, dando uma olhada rápida no cadáver de Raizakia.

Eles não tinham mais negócios na Floresta Samar. Embora ainda não tivessem reivindicado metade dos despojos após derrotar a tribo Kochilla, Ivatar garantiria que fosse entregue à família Lionheart.

— Voltem primeiro. — Respondeu Eugene.

— Por quê? — Cyan perguntou com uma cara de surpresa.

— Vou passar por Aroth. — Proclamou Eugene. Ele tinha trinta dias restantes. Já era um cronograma apertado, mesmo que voltasse diretamente do centro da Floresta, e se ele se atrasasse um ou dois dias porque tinha passado pela família?

Eugene estremeceu ao imaginar a ira de Sienna.

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