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Damn Reincarnation – Capítulo 305

Sienna Merdein (1)

Depois de passar pela Cidade Comercial em Samar, eles chegaram à fronteira de Kiehl, onde Eugene se separaria de Cyan.

— Certifique-se de explicar as coisas corretamente ao Patriarca e à Senhora Ancilla. — Eugene instruiu Cyan.

Antes de partir, eles não contaram nada aos Lionhearts sobre a guerra em Samar. No entanto, com o tamanho da batalha e como os olhos do clã Lionheart não estavam completamente cegos, as notícias da guerra na Floresta já deveriam ter chegado até eles.

Os olhos de Ancilla poderiam simplesmente rolar desmaiados quando ela ouvisse que o próximo Patriarca da família, seu filho a quem ela amava tanto, tinha estado em um campo de batalha tão perigoso. Então Eugene pediu que Cyan voltasse para Lionhearts antes que isso acontecesse e contasse a eles sobre os despojos de sua vitória primeiro.

— Não é como se eu tivesse sido mandado de volta com algum ferimento, e estou voltando com muitos despojos, então a Mãe e o Patriarca deveriam estar muito felizes em vez de preocupados. — Cyan zombou.

Depois que Eward partiu para Aroth e Eugene foi adotado pela família principal, Ancilla se tornou uma mãe de coração muito mole. No entanto, antes disso, durante os dias em que os direitos de sucessão de Cyan estavam em jogo, Ancilla era uma mãe tão autoritária quanto Theonis.

Cyan ainda tinha lembranças claras daquela época, e mesmo agora que havia se tornado adulto, seu corpo ainda congelava sempre que imaginava a visão de uma Ancilla enfurecida. Honestamente falando, Cyan ainda tinha medo dela. Então, mesmo que suas palavras anteriores pudessem ter sido ditas com uma expressão calma, por dentro, Cyan ainda estava preocupado que Ancilla pudesse estar com raiva dele.

— Não tenha medo, cara. — Eugene o encorajou. — Apenas os despojos que você recebeu de Ivatar poderiam exceder o orçamento do clã Lionheart nos próximos anos, e o cadáver de um Dragão Ancião é algo que um imperador não seria capaz de comprar mesmo se vendesse todo o seu império.

— Isso… Isso mesmo. — Disse Cyan hesitante.

Eugene continuou sua persuasão:

— Depois, há outra coisa, você sabe, além de todas as coisas materiais. Você também recebeu um tipo diferente de benefício, não é? Afinal, você não disse que alcançaria a Quinta Estrela em breve? Tenho certeza de que o Patriarca e a Senhora Ancilla ficarão mais entusiasmados com suas conquistas do que com qualquer outra coisa.

— Isso… Faz sentido. — Cyan disse lentamente enquanto seu rosto rígido relaxava sob o incentivo de Eugene. Logo, Cyan assentiu com um largo sorriso transbordando de confiança: — Você pode contar comigo. Eu cuidarei de tudo para que nenhuma das faíscas que saímos sem permissão caia sobre você.

Havia um velho ditado que dizia que elogios suficientes poderiam até fazer um urso dançar. Enquanto Cyan se afastava em ritmo acelerado, Eugene o mandou embora enquanto acenava com a mão, pensando naquele provérbio.

Bem, não era como se Eugene tivesse mentido sobre alguma coisa. Era verdade que Cyan cresceu muito ao longo desta guerra, então mesmo Ancilla não poderia ficar muito zangada se ele voltasse para casa carregando muitos espólios.

Depois de se despedir de Cyan, o resto do grupo viajou através do portal de teletransporte que os levou direto para Aroth. Depois disso, o grupo de quatro pessoas de Eugene naturalmente se separou de Lovellian e Melkith.

Os dois Mestres de Torres prometeram que não informariam antecipadamente a Família Real de Aroth, ou qualquer outra pessoa, sobre a recuperação de Sienna. Eugene se despediu deles enquanto ambos voltavam para suas respectivas torres, depois se dirigiu para o centro da cidade de Aroth junto com Kristina.

— Deixe-me perguntar uma coisa, Hamel. — Anise falou de repente, usando a boca de Kristina. Enquanto entregava um pirulito para Ramira, que segurava com força a outra mão, Anise se virou para olhar para Eugene e perguntou: — Quando você sair para o encontro com Sienna, espero que não pretenda ir lá com essa cara.

Graças à pressa na viagem de volta, chegaram um dia antes dos trinta dias que Sienna havia prometido.

Enquanto examinava a aparência de Eugene da cabeça aos pés, Anise continuou:

— Não importa sua aparência, aquela garota Sienna certamente irá cumprimentá-lo com um sorriso feliz, mas se for possível, eu preferiria que você tentasse se vestir bem. um pouco mais sofisticado antes de se encontrar com ela, Hamel.

— E o que há de tão errado com minha aparência atual? — Eugene protestou. — Não sinto que me falte nada, não importa de que ângulo me olhe.

— Hamel, sei muito bem que seu rosto está muito mais bonito do que era em sua vida anterior, mas também é uma desvantagem, porque você tende a se avaliar com muita generosidade. Ah, mas, novamente, você era exatamente assim em sua vida anterior, não era? — Disse Anise, levantando uma sobrancelha com um sorriso malicioso.

Então ela suspirou:

— Embora a verdade seja que a coisa mais frustrante sobre essa discussão que estamos tendo é que nem eu consigo pensar em uma resposta razoável para refutar essas suas palavras arrogantes. No entanto, o importante neste momento não é o meu humor e opinião sobre o assunto; é o que será o de Sienna.

Anise estreitou os olhos enquanto examinava Eugene da cabeça aos pés mais uma vez.

Infelizmente, foi exatamente como Eugene havia dito. Embora estivessem viajando em ritmo acelerado por quase um mês, ainda não havia a menor falha na aparência de Eugene. Se ela realmente tivesse que escolher uma coisa, poderia ser que o cabelo desgrenhado de Eugene parecesse um pouco desgrenhado?

No entanto, mesmo com cabelos desgrenhados como aqueles, contanto que alguém tivesse um rosto bonito, pareceria um estilo selvagem em vez de parecer desleixado. Suas roupas, que eram limpas todos os dias com magia, também pareciam um pouco desgastadas, mas em vez de parecerem um pouco surradas, pareciam vintage…

— Ahem. — Anise soltou uma tosse baixa enquanto balançava a cabeça.

Com o quão legal Eugene parecia nos olhos dela, ele também deveria parecer o mesmo nos de Sienna, mas como eles tiveram a oportunidade… Anise queria fazer algo especial para o reencontro deles, que aconteceria depois de trezentos anos, que deixaria Sienna ainda mais feliz.

[Irmã, estritamente falando, não é como se esta fosse realmente a primeira vez que eles se encontram depois de tanto tempo, certo?] Kristina apontou.

“Pode ser que seja esse o caso, mas os encontros anteriores entre Sienna e Hamel foram sempre coincidentes, milagrosos, repentinos e incomuns. No entanto, desta vez, eles não estão finalmente se encontrando depois de marcar um encontro?” Anise argumentou de volta.

Kristina hesitou, [Isso… O que você está dizendo é… Isso significa… Que o próximo encontro de Sir Eugene e a Senhorita Sienna será um e-e-encontro…]

“Mesmo que seja, definitivamente não será tão divertido quanto o encontro que tivemos juntos”, Anise a tranquilizou. “De acordo com minha pesquisa, Aroth não tem nada parecido com um festival de fogos de artifício agendado para amanhã.”

[Graças a Deus é esse o caso], disse Kristina com um sincero suspiro de alívio.

— Antes de mais nada, Hamel, vamos começar arrumando esse seu cabelo bagunçado. Pode parecer muito bom atualmente, mas com apenas um pequeno corte geral, ficará muito melhor. — Propôs Anise.

Eugene não teve o direito de vetar sua decisão. E quando se tratava de coisas assim, Anise era tão deliberada e minuciosa como sempre. Anise havia procurado ajuda de Melkith antes mesmo deles chegarem à cidade, então ela escolheu os salões de cabeleireiro mais qualificados de todo o Pentágono.

Nas circunstâncias habituais, teria sido impossível para eles entrar num destes salões sem reserva. Mas com a carta de apresentação de Melkith, Eugene se viu sentado em uma das cadeiras do salão sem passar por nenhum procedimento complicado.

Em toda a sua vida, esta foi a primeira vez que Eugene foi a um lugar como este. Então, o que ele costumava fazer para cuidar do cabelo? Nina cuidava do cabelo dele sempre que ele estava na propriedade principal e, enquanto estudava no exterior, em Aroth, Eugene acabava cortando-o sozinho, ao acaso.

— Aqui, corte aqui mesmo. Mas não corte nada ali. Temos que manter um pouco desse sentimento selvagem. — Instruiu Anise.

Embora Anise fosse igualmente estranha quando se tratava de penteado, ela insistia em ficar ao lado do cabeleireiro e interferia durante todo o corte de cabelo.

Mesmo assim, um profissional ainda era um profissional. O cabeleireiro conseguiu atender a todos os pedidos de Anise sem nunca revelar qualquer traço de desagrado.

Depois que o cabelo de Eugene foi cortado, suas sobrancelhas foram aparadas e até seu couro cabeludo e rosto receberam atenção. A essência cosmética criada através de uma combinação de magia e alquimia deu um brilho suave à pele já naturalmente clara de Eugene. Vendo sua nova aparência, Anise inconscientemente agarrou o peito enquanto Kristina engolia em seco.

Antes de saírem do salão de cabeleireiro, eles também receberam um pente mágico descartável que permitiria a Eugene recriar seu penteado atual, escovando o pente no cabelo.

O próximo lugar para onde foram foi um alfaiate que também foi recomendado por Melkith. Desta vez, Anise e Kristina observaram, roendo as unhas com foco intenso, enquanto Eugene experimentava vários trajes.

Depois de experimentar várias roupas diferentes, Anise e Kristina decidiram em conjunto que a que combinava perfeitamente com Eugene era um smoking bonito.

Anise cantarolou pensativamente. — Com este smoking… Você deve reduzir um pouco o tamanho de seu manto e remodelá-lo para parecer um casaco — sim, é isso! Perfeito, vamos em frente.

Mas havia realmente necessidade de ir tão longe?

Em algum momento no meio do caos, Eugene perdeu a noção do motivo pelo qual estavam fazendo tudo isso, mas mesmo assim não rejeitou nenhuma das sugestões de Anise. Isso porque ele sabia muito bem que, em momentos como esse, seria mais fácil para sua mente e corpo obedecer silenciosamente às ordens dela.

Quando terminaram todos os preparativos, a noite já havia caído.

Ao chegarem ao hotel que haviam reservado para hospedagem, Anise olhou para Eugene logo quando ela estava prestes a entrar em seu quarto e perguntou:

— O que você vai fazer de presente?

— Que presente? — Eugene perguntou confuso.

Anis ofegou:

— Mas não é possível! Hamel, você realmente pretendia aparecer de mãos vazias?!

Mer também entrou na conversa:

— Sir Eugene, sério?! Você realmente iria para lá sem levar nada? Mesmo que você tenha dado um colar de presente para a Senhorita Anise!

— Isso é… Isso é porque era aniversário da Anise… — Eugene se defendeu fracamente.

— É verdade que naquela época era meu aniversário, mas seu encontro de amanhã será tão importante e emocionante para Sienna como se fosse o aniversário dela. — Anise disse.

— Sim, isso mesmo. — Mer entrou na conversa.

Desta vez, até mesmo Mer não pôde deixar de se sentir grata a Anise. Ao lado de Ramira, Mer parou de tomar seu sorvete para encarar Eugene.

— Que tal um buquê? — Eugene propôs desajeitadamente.

— Você deveria pensar nisso sozinho, Hamel. — Ordenou Anise. — Afinal, você teve a ideia de me dar meu colar sozinho.

Ela já havia lhe dado ajuda mais que suficiente. Ou pelo menos foi o que Anise pensou enquanto entrava em seu quarto.

— O que você acha de dar um sorvete para ela? — Ramira, que entrou no quarto de Eugene junto com Mer, sugeriu.

Assim como Eugene esperava, Ramira não se sentiu deprimida ou ressentida com Eugene devido à morte de Raizakia. Isso porque não havia nada parecido com afeto paternal entre eles, e foi um grande choque para Ramira quando ela foi engolida inteira por Raizakia.

Ramira continuou alegremente:

— Sorvete é doce, refrescante e delicioso, não acha? Não importa quem seja, se receberem muito sorvete de presente, com certeza ficarão felizes.

— Você realmente acha que a Senhorita Sienna é uma menininha simples como você? — Mer zombou.

Ramira retrucou:

— Mesmo que você diga isso, Mer, foi você quem roubou e comeu mais da metade do sorvete que originalmente pertencia a esta Senhorita.

— Comida que você roubou de outra pessoa sempre tem um sabor mais delicioso. — Mer professou sem sentir um pingo de culpa.

Não fazia sentido ouvir mais de perto a conversa entre as duas. Ao sentar-se em uma cadeira, Eugene ponderou que tipo de presente deveria preparar para Sienna.

A primeira coisa que me veio à cabeça foi um buquê de flores. Ele tinha pensado que era um presente perfeitamente bom para dar. No entanto, era realmente um pouco simples demais? O próximo passo era… Já que Sienna era uma maga… Que tal um cajado? Mas ela já tinha Akasha, não é?

— Ah. — Eugene engasgou quando de repente se lembrou de algo.

* * *

Sua primeira reação foi raiva.

Sienna acabara de chegar à sua mansão em Aroth. A mansão foi erguida em um local escolhido pessoalmente por Sienna e construída para refletir a visão ideal de Sienna para seu futuro.

Desde que duzentos anos se passaram, ela pensou que poderia ter mudado um pouco. No entanto, embora ela esperasse algumas mudanças, as coisas não mudaram demais? A floresta pacífica e tranquila tornou-se uma praça movimentada, e o rio que brilhava à luz do sol e estava cheio de estrelas à noite foi completamente preenchido.

Quanto à mansão? Felizmente, o próprio edifício permaneceu intacto.

“Mas o que há com essa estátua?”

No centro da Praça Merdein, que recebeu seu nome, havia uma estátua de Sienna segurando um bastão. Quando Sienna viu esta estátua, todo o seu corpo estremeceu enquanto ela se encolhia.

Certamente era uma representação precisa dela. No entanto, quando pensou nas inúmeras pessoas que procuravam sua estátua todos os dias para orar diante dela, Sienna não pôde deixar de se sentir envergonhada.

— Quanto dinheiro eles ganharam com a venda da minha imagem? — Sienna resmungou

Os preços de entrada na Praça Merdein e na mansão de Sienna eram exorbitantes. Mesmo assim, havia um fluxo interminável de turistas e examinandos fazendo os Exames Públicos de Recrutamento das Torres de Magia, entrando, tanto que havia até filas.

— Eles realmente acham que escolhi este país para pesquisar magia só para que pudessem ganhar dinheiro comigo e encher seus próprios tesouros? — Sienna rosnou, cerrando os punhos de raiva antes de virar a cabeça para o lado.

Focando o olhar no centro da capital do Pentágono, ela pôde ver o Palácio Real de Abram, que havia sido construído no meio de um lago. Mesmo sem testemunhar tudo isso, Sienna estava pensando em visitá-los mais cedo ou mais tarde para discutir a questão do tratamento que dispensaram a Mer, mas visto que ela finalmente havia retornado para Aroth, Sienna sentiu que não seria suficiente apenas confiar apenas nas palavras dela.

Mas ela não podia se permitir ir lá e começar uma briga imediatamente, pois agora não era o momento certo. Sienna respirou fundo e virou a cabeça mais uma vez.

Olhando para uma torre de relógio erguida nas proximidades, a hora passava um pouco das 11h30.

“Está tudo bem”, Sienna tentou dizer a si mesma.

Seu coração, que estava batendo forte de raiva, agora estava acelerado por um motivo diferente. Sienna se virou enquanto cobria as próprias bochechas em chamas.

Ela tentou se acalmar: “Eu reconstruí completamente meu corpo e minhas roupas… Fiz questão de vestir roupas novas.”

As roupas que ela usava antes de ser selada na Árvore do Mundo já estavam gastas. Como tal, Sienna fez roupas novas para usar. Para o caso dele achar que ela parecia estranha, assim que Sienna chegou a Aroth naquela manhã, olhou ao redor da cidade e pegou referências nas roupas dos transeuntes.

Tudo estava bem.

Com todos os seus preparativos, ela fez pesquisas suficientes para se misturar bem com a era atual, sem transmitir a sensação de alguém do passado. Embora já tivesse confirmado isso, por que seu coração ainda batia tão rápido? Enquanto respirava fundo mais algumas vezes, Sienna dirigiu-se para sua mansão.

Sua mansão estava fervilhando de gente. Algumas pessoas não conseguiram entrar a tempo e agora estavam na fila do lado de fora. Depois havia todos os funcionários que guardavam e mantinham a mansão.

Eram pessoas demais. Em seu coração, Sienna realmente queria expulsar todo mundo, mas… Ela apenas soltou um suspiro e balançou a cabeça.

“Mesmo assim, essas pessoas vieram até aqui porque realmente me respeitam e querem orar para mim. Eles até tiveram que pagar muito dinheiro para fazer isso.”

Tais pensamentos suavizaram o coração de Sienna. No final, Sienna não afastou nenhum turista e entrou em sua mansão sem causar nenhum tipo de confusão. Naturalmente, ela não pagou a taxa de entrada. Os guardas e os turistas não conseguiram perceber a presença de Sienna, mesmo quando ela passou bem na frente de seus narizes.

Ainda faltava um pouco de tempo antes do horário prometido para a reunião.

Sienna iria dar uma olhada ao redor da mansão na tentativa de acalmar seu coração acelerado. Embora todo o cenário ao redor de sua mansão tivesse sofrido mudanças, a estrutura dela e os móveis internos foram preservados para parecerem exatamente como eram há duzentos anos; nada havia mudado.

Depois de caminhar pelos corredores, Sienna dirigiu-se ao seu escritório no anexo.

Havia duas salas de estudo em sua mansão. O escritório do anexo, onde Sienna muitas vezes sonhava com planos para o futuro, armazenava apenas livros destinados à leitura casual. Livros relacionados à magia foram deliberadamente excluídos desta biblioteca.

Graças a isso, havia menos turistas no escritório anexo. Dito isto, ainda não estava nada perto do silêncio, mas Sienna era capaz de tolerar pelo menos esse nível de ruído.

Os passos de Sienna pararam em frente à cadeira de balanço perto da lareira.

Esta lareira nunca teve muita utilidade. Especialmente nos duzentos anos desde o desaparecimento de Sienna, esta lareira nunca tinha sido usada, por isso estava perfeitamente limpa, sem qualquer vestígio de cinzas.

Ao ver essa visão, Sienna soltou uma risadinha. Até a cadeira de balanço em frente à lareira — vendo como estava arrumada e sem nenhum sinal de desgaste, parecia que ninguém se atreveu a sentar nela.

— Há um feitiço de alarme além do feitiço de preservação. — Observou Sienna. “Acho que o objetivo é impedir que os turistas se sentem nela.”

Tais feitiços foram colocados por toda a mansão. Sienna riu enquanto esticava os dedos em direção à lareira.

Fwoooosh!

Dentro da lareira limpa e arrumada, uma chama irrompeu de repente.

— Ah!

— M-Mas o quê?

Os turistas soltaram gritos de surpresa quando os guardas vieram correndo. Eles imediatamente tentaram apagar o fogo da lareira, mas era impossível extinguir as chamas acesas pela magia de Sienna.

Sienna deu uma risadinha ao sair do anexo em alvoroço.

O local desta mansão que mais atraía turistas era a sala de estudos mágicos no porão da mansão. Sienna passou a maior parte de sua vida pesquisando magia naquele local. Talvez por causa disso, ela realmente não estava com vontade de ir para lá agora.

“Ainda não é meio-dia?” Sienna pensou impacientemente.

Por que o tempo tem que passar tão devagar? Enquanto esfregava o peito ainda latejante, Sienna subiu as escadas do corredor. Este era o segundo lugar mais lotado da mansão — o patamar da escada que ligava o salão principal ao segundo andar.

Este patamar foi colocado bem em frente ao retrato da ‘Sábia Sienna’ que estava pendurado na parede no meio do corredor.

— Preciso que todos vocês fiquem quietos por enquanto. — Sienna murmurou enquanto levantava um dedo.

Ela não tinha Akasha ou qualquer outro equipamento com ela, mas isso não representava nenhum problema para Sienna. O feitiço que lançou foi ativado sem alertar nenhum feitiço de segurança na mansão.

As pessoas reunidas em frente ao retrato começaram a sair uma por uma. Sem sequer pensar no porquê de estarem fazendo isso, eles desceram para o corredor do primeiro andar ou subiram para o segundo andar. Finalmente, o patamar em frente ao retrato ficou completamente vazio e silencioso.

Parada diante de seu próprio retrato, Sienna olhou diretamente para ele.

Foi há duzentos anos… Que este retrato foi pintado. O rei de Aroth da época solicitou pessoalmente que fosse feito, dizendo que deveria ser deixado como um registro para as gerações futuras. Quando se recusou a fazê-lo, até mesmo seus discípulos foram levados a procurá-la e implorar-lhe que reconsiderasse.

Sem escolha, Sienna concordou relutantemente. Vestindo suas vestes formais, Sienna sentou-se numa cadeira em frente ao pintor. Ela nem queria que esse retrato fosse pintado, e ela — não, a Sienna de duzentos anos atrás — geralmente achava difícil sorrir. As raras vezes em que ela se sentiu capaz de sorrir foram quando conversava com Anise ou seus outros companheiros. Além disso, as poucas outras vezes em que ela se viu sorrindo aconteceram depois de criar Mer.

O pintor responsável por pintar seu retrato bateu a cabeça no chão, implorando a Sienna que sorrisse, mesmo que fosse levemente. Como o retrato deveria ser deixado para as gerações futuras, ele disse que não deveriam deixar para trás uma expressão fria como a que Sienna tinha naquele momento.

Esse pedido só fez Sienna se sentir cansada e irritada. Como se via incapaz de sorrir, Sienna apenas disse a ele que se ele realmente quisesse deixar um retrato dela com um sorriso, deveria desenhá-lo sozinho.

Foi assim que este retrato foi criado. Ela tinha um sorriso suave diferente de sua expressão habitual. O pintor fez o possível para infundir um sentimento de benevolência na expressão de Sienna.

Uma Lenda Viva, uma Arquimaga que deixou seu nome no Mito e uma Deusa da Magia; esses eram os títulos atribuídos a Sienna naquela época. Ele queria que as gerações futuras pudessem ver Sienna, admirá-la e respeitá-la, assim como fizeram. Então o pintor desenhou um retrato da Sábia Sienna com um sorriso benevolente.

— Realmente não combina comigo. — Sienna disse enquanto ria de seu próprio retrato.

Ela teve exatamente o mesmo pensamento quando viu este retrato pela primeira vez, duzentos anos atrás.

Sienna tentou sorrir como seu rosto no retrato sorria, mas não conseguiu. Quando seus lábios desajeitadamente erguidos retornaram à posição habitual, ela estendeu a mão em direção ao retrato.

Uma rajada de vento soprou de repente.

Não havia janelas abertas, mas o vento que soprava pela mansão era tão fresco como se tivesse acabado de vir de uma floresta.

Sienna virou a cabeça, surpresa pela repentina rajada de vento. Naquele momento, o vento aumentou levemente e passou por Sienna.

Seu chapéu foi levado para longe. Sienna levantou a cabeça enquanto pressionava os cabelos esvoaçantes com as duas mãos. Ela viu que seu chapéu, que havia voado com o vento, estava preso nas mãos de alguém.

O penteado e as roupas usadas pelo homem que pegou seu chapéu eram tão estilosos que chamaram sua atenção com apenas um olhar. Os olhos de Sienna se arregalaram em círculos enquanto ela observava sua aparência.

— Te achei. — Eugene disse com um sorriso enquanto agitava o chapéu que havia pegado nas mãos.


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