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Paragon of Destruction – Capítulo 150

Bai

Arran vestiu a armadura o mais rápido que pôde, mas mesmo assim levou mais tempo do que gostaria. Entre o casaco, o elmo, as luvas, o gorro, os pés, e todas as outras partes, montar a armadura era um trabalho lento, e esse não era o único aspecto negativo de usar uma armadura completa.

Era impressionante a qualidade da armadura, ainda mais pelo fato de Tuya tê-la conseguido encontrar em poucas horas, em plena noite. A armadura era toda encantada e lhe servia melhor do que ele poderia esperar.

Mesmo assim, usá-la o deixava mais lento e prejudicava seu equilíbrio, e quando colocava o elmo, sua visão ficava imediatamente restrita. Se fosse usado por outro mago, o sacrifício seria muito grande para uma pequena proteção adicional.

Porém, Arran era diferente dos outros magos. A capacidade de controle que ele havia adquirido com a têmpera permitia que ele compensasse facilmente o peso e o volume da armadura e, mesmo na escuridão da noite, sua Visão das Sombras era muito mais útil do que seus olhos.

Após terminar de vestir o traje, todas as partes de seu corpo que não estivessem protegidas pela armadura estavam cobertas de aço. Contra Refinadores de Corpo, essa proteção estaria longe de ser impenetrável, mas ele não pretende deixar que seus inimigos aproximem-se o suficiente para causar danos sérios. Pelo menos, não vivos.

Para não perder tempo, imediatamente iniciou a busca pelos locais dos guardas mais próximos. Ainda que os gritos ao longe e a sede de sangue que sentia nele o incitassem a atacar imediatamente, ele os ignorou – a pressa não lhe seria útil.

Ele tomou medidas para localizar todos os batedores que haviam sido colocados no lado do acampamento mais próximo a ele, assegurando-se de não perder nenhum deles.

Depois que terminou, parou por alguns minutos para decidir seu caminho de ataque. Em seguida, respirou fundo e, por trás do visor de seu capacete, abriu um sorriso em seu rosto.

Era hora de matar.

Aproximou-se da primeira dupla de guardas em uma corrida, não se preocupando em esconder sua aproximação. Mesmo assim, na escuridão, só o notaram quando ele já estava sobre eles, e eles mal puderam empunhar as armas antes que ele atacasse.

Quando Arran o atacou, um dos guardas morreu instantaneamente, com seu primeiro golpe rasgando seu pescoço, e o sangue jorrando de seu corpo ao cair no chão.

O outro tropeçou para trás, com o medo em seus olhos enquanto segurava sua espada diante de si. Ele começou a gritar: “Estamos sob…”.

Mas morreu muito antes de conseguir terminar as palavras, com a espada metálica de Arran atingindo seu coração com um único golpe.

Arran não se deteve para olhar os corpos. Imediatamente, ele se lançou em direção ao próximo par de guardas, pulando entre as árvores com passos poderosos.

“Invasores!”, um dos guardas gritou quando viu Arran se aproximar, e o outro ergueu a arma e se preparou para enfrentar o atacante.

Um segundo depois, seus corpos já estavam espalhados pelo chão, um deles sem a parte superior da cabeça e o outro cortado em dois pela cintura.

Novamente, Arran saiu correndo.

O próximo oponente era um único guarda, o qual ficou paralisado de medo no momento em que Arran apareceu. Por vários momentos, Arran esperou, porém o homem não sacou sua arma nem gritou. Por fim, ele suspirou e esfaqueou o homem na garganta.Enquanto o corpo do guarda caía no chão, Arran gritava: “Socorro! Invasores!”

A impressão que ele teve do soldado em pânico foi desajeitada, mas a essa altura, os gritos de alarme vinham do acampamento. Com sua Visão das Sombras, ele podia dizer que os primeiros reforços se dirigiam para os guardas.

Ele atacou mais duas posições de guarda em rápida sucessão, garantindo que os soldados pudessem ter tempo para solicitar apoio antes de morrerem.

A essa altura, ele já estava sentindo os primeiros sinais da magia de sangue em seu corpo e, mesmo que o efeito ainda fosse fraco, era possível sentir o aumento de sua força e velocidade. O desejo de sangue também aumentou, mas não teve problemas para controlá-lo.

Ele correu para a floresta, afastando-se do acampamento. A essa altura, vários soldados já haviam encontrado os corpos dos guardas que haviam morrido e outros inúmeros soldados estavam se juntando a eles. Quando eles começaram a vasculhar a floresta, Arran conseguia ouvi-los gritar de raiva.

Cerca de cem passos dentro da floresta, ele deu meia-volta abruptamente e se dirigiu ao grupo de soldados próximo aos dois primeiros guardas que havia matado.

Haviam aproximadamente vinte deles, mas ele os pegou de surpresa, matando três e ferindo outro em um único fôlego. Entre sua surpresa e a escuridão ao redor deles, os soldados mal tiveram tempo de reagir antes que Arran sumisse nas árvores novamente.

“Pegue-o!”, gritou um dos homens. Ele sorriu, ao saber que eles haviam mordido a isca.

Mais uma vez, correu para a floresta, afastando-se com facilidade de seus perseguidores. Ele parou assim que os soldados saíram do alcance de sua Visão Sombria e ficou parado por alguns instantes analisando a área.

Ao verificar que havia apenas seis soldados perto do último posto de guarda que havia atacado, imediatamente se dirigiu ao pequeno grupo. Quando os alcançou, desencadeou uma série de ataques furiosos que não tiveram chance de resistir.

Mesmo sob condições normais, Refinadores de Corpo fracos como eles representariam pouca ameaça para ele e, agora, ele não apenas tinha a vantagem de sua Visão das Sombras, mas também do poder da Magia de Sangue que estava se fortalecendo rapidamente.

Assim que o último foi morto, Arran deu um tempo para recuperar o fôlego e depois gritou a plenos pulmões. “Eles estão fugindo! Peguem-nos!”

Novamente, ele se retirou para a floresta e depois voltou para atacar outro grupo, matando e ferindo apenas alguns deles. Em seguida, retirou-se rapidamente, sem que o grupo conseguisse alcançá-lo na escuridão.

Ele atacou várias e várias vezes, sempre escolhendo um lugar diferente e matando somente alguns inimigos antes de fugir novamente.

Para os soldados, era como lutar contra uma pequena tropa de batedores ou invasores, com a velocidade e a Visão das Sombras de Arran fazendo com que ele pudesse atacar e recuar sem esforço.

Ele poderia facilmente ter causado muito mais danos, mas esse não era seu plano.

Caso ele permanecesse e lutasse, rapidamente seus inimigos descobririam que enfrentavam um único oponente e, então, o mago chefe poderia atacar à distância enquanto seus homens mantinham Arran ocupado.

Ele precisava que os soldados ficassem confiantes, acreditando que estavam expulsando o inimigo graças à sua quantidade de soldados. Ele os atraía para a floresta e depois os conduzia à uma batalha que não poderiam vencer.

No entanto, o avanço dos soldados era mais lento do que Arran queria. Eles foram cautelosos o suficiente e, mesmo agora, eles estavam entrando na floresta com apenas uma pequena quantia, enquanto o resto ainda estava no acampamento.

Ainda assim, tudo o que podia fazer era continuar, e assim ele fez.

Todos os seus ataques eram uma punhalada na força inimiga, com dois soldados morrendo em um lugar, e depois alguns em outro. Seus ataques mal reduziram o número de soldados, mas causaram confusão e caos suficientes para evitar que eles se dessem conta de que estavam enfrentando apenas um único oponente.

Além disso, ainda que o inimigo não mordesse a isca, cada ataque deixava Arran mais forte. A esta altura, a magia do sangue enchia suas veias de poder, fazendo com que cada soldado que ele matava adicionasse ainda mais à sua força.

A sede de sangue aumentava também, mas ele conseguia controlá-la facilmente. Ao invés de um desejo avassalador pelo massacre de seus inimigos, ele agora se aproximava mais de uma sugestão educada para matar – uma sugestão que ele seguia de bom grado, mas que poderia resistir com facilidade se quisesse.

A batalha na floresta prosseguiu por algum tempo, Arran continuou a assediar os soldados inimigos com pequenos ataques, mas mortais, atraindo-os lentamente para dentro da floresta.

Até que, finalmente, ele ouviu as palavras que estava esperando, ecoando pela floresta com a voz amplificada do mago.

“Matem os invasores! Não deixem ninguém escapar!”

Arran sorriu aliviado. O mago havia mordido a isca.

Seu plano provavelmente teria falhado contra outro inimigo. Caso o comandante adversário fosse um plebeu ou apenas um Refinador de Corpos, ele se retiraria e concentraria suas forças, temendo por possíveis armadilhas.

Mas esse era um mago, e Arran conhecia bem o hábito dos magos de subestimarem aqueles que não têm magia. O homem pode não ser tão tolo a ponto de assumir a liderança na expulsão dos atacantes, mas também não consideraria uma pequena força sem usuários de magia como uma grande ameaça.

Afinal, na visão do inimigo de Arran, os magos mais fortes que ele simplesmente teriam atacado o acampamento com força destruidora, e os mais fracos teriam precisado de magia apenas para deter os soldados.

Foi uma aposta, mas felizmente, as coisas pareciam estar funcionando como Arran pretendia.

A primeira de suas armadilhas havia sido acionada. Agora, estava na hora da segunda.

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