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Abe the Wizard – Capítulo 264

Senador Élfico

Os sentidos de Abel estavam extremamente aguçados. Ele rapidamente percebeu que havia algo incomum na atitude do mordomo Brewer. 

Decidido a descobrir o motivo, ele fez uma varredura discreta com seu poder espiritual. Logo entendeu: ele havia matado quase dez mil criaturas do inferno no Mundo das Trevas, um número impressionante e o maior que já havia alcançado.

Cada vida tirada cria uma estranha carga emocional conhecida como envio assassino ou Radon. Esta imposição pode assombrar e assustar uma pessoa comum, especialmente quando uma grande quantidade de mortes está envolvida. 

Felizmente, Abel tinha passado alguns dias adicionais no acampamento Rogue após o massacre. 

Se tivesse retornado imediatamente, Brewer poderia ter sido profundamente impactado pelo Radon que ele carregava.

Existem várias formas de acalmar essa carga emocional, como descansar, sair para uma caminhada ou encontrar companhia. 

Contudo, Abel tinha uma solução mais direta: retirou o travesseiro de jade de meditação da tenda Akara em sua caixa de armazenamento pessoal e o colocou no bolso do peito. 

A sensação de frescor e serenidade que emanava do travesseiro dissipou completamente o Radon.

Abel dirigiu-se para a sala de jantar. Ao chegar, notou que o mordomo Brewer estava preparando a mesa. 

O comportamento de Brewer havia voltado ao normal, e ele parecia mais com o amigo que Abel havia conhecido anteriormente. Apesar de uma leve confusão, Brewer continuou a cumprir suas tarefas com tranquilidade, sem demonstrar qualquer perturbação

Após o café da manhã, Abel devolveu o travesseiro de jade à tenda. Ele refletiu sobre o valor do objeto; enquanto muitos soldados passavam anos tentando se livrar de suas imposições assassinas para se socializar, Abel havia feito isso quase no mesmo instante.

Vestindo um elegante terno branco prateado, a cor preferida dos elfos nobres, Abel se preparava para a cerimônia de concessão de título. 

O terno foi um presente do palácio ducal e vinha acompanhado de um terno branco puro, reservado exclusivamente para a nobreza. 

O segundo terno estava na caixa de bagagem ao lado de Abel.

Quando a carruagem desacelerou, Brewer anunciou: 

“Mestre, chegamos ao Palácio Grão-Ducal!”

O mordomo Derek, responsável pelo palácio, recebeu Abel com um gesto respeitoso e abriu a porta da carruagem. 

Ele cumprimentou Abel com uma reverência, consciente de que Abel poderia ser o futuro marido da Condessa Loraine. Como mordomo do palácio, sabia da importância do jovem elfo e demonstrou grande respeito por ele.

“Obrigado Derek,” Abel respondeu com uma reverência. Apesar de Derek ser apenas um mordomo, sua posição no Palácio Grão-Ducal era de grande prestígio. Ele também era o mordomo que Loraine havia mencionado e que a havia criado.

“Sr. Bennett, você é muito educado. Por favor, siga-me!” Derek conduziu Abel pelo Palácio Grão-Ducal.

Brewer carregou a bagagem com os ternos e seguiu atrás de Abel. Hoje, sua tarefa era orientá-lo sobre vestuário e aparência, já que a cerimônia de concessão de título seria seguida por um banquete para os novos membros da nobreza da Cidade de Angstrom. 

Para os elfos, banquetes são eventos de grande importância.

No salão principal, os assentos de destaque ainda estavam vazios. A grã-duquesa Edwina e o duque Albert ainda não haviam chegado. 

Apenas doze conselheiros elfos em trajes formais estavam presentes, conversando. Quando Abel entrou acompanhado por Derek, quatro conselheiras elfas sorriam e acenavam para ele, enquanto outras mostravam indiferença ou até mesmo desgosto.

Derek anunciou: 

“A honorável Grã-Duquesa Edwina e o Duque Albert chegaram!”

Imediatamente, o salão ficou em silêncio. Os doze conselheiros elfos se dividiram em dois grupos e posicionaram-se ao longo das paredes.

A Grã-Duquesa Edwina e o Duque Albert entraram. Edwina parecia rejuvenescida, com uma pele lisa e um leve rubor, e estava adornada com uma coroa de flores prateadas. 

Sua aparência remetia a quando ela havia se tornado a governante da Cidade de Angstrom e promovido os conselheiros elfos.

O Duque Albert, desconsiderando os conselheiros, dirigiu-se a Abel com um sorriso e um tapinha nas costas. 

“Eu estava certo, você é muito bom!”

“Bom dia, honorável Duque Albert,” respondeu Abel com uma reverência. Ele notou que o duque parecia significativamente mais jovem e energizado, resultado claro do uso da loção e do condicionador que Abel havia preparado.

A Grã-Duquesa Edwina também olhou para Abel, sorrindo e acenando com a cabeça.

A recepção calorosa dos governantes alterou a atitude dos conselheiros elfos. As quatro conselheiras que haviam sorrido para Abel mostraram ainda mais cordialidade, e os demais conselheiros se tornaram muito mais amigáveis.

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