Switch Mode
Participe do nosso grupo no Telegram https://t.me/+hWBjSu3JuOE2NDQx

Damn Reincarnation – Capítulo 306

Sienna Merdein (2)

Enquanto seu cabelo esvoaçante se acomodava lentamente, Sienna olhou para o rosto de Eugene, incapaz de dizer uma palavra.

Esta não era a primeira vez que eles se reuniram. Muitos anos atrás, Sienna chegou a Aroth na forma de uma projeção mental.

Dessa vez foi graças a ela ter detectado que a herança de Hamel, seu antigo colar, havia aparecido em sua mansão. Então Sienna juntou o pouco poder mágico que lhe restava para criar sua projeção mental e procurou em Aroth para encontrar o colar.

Como uma projeção mental que não conseguia se mover como desejava, tocar em nada ou mesmo dizer qualquer coisa, Sienna vagou pela praça.

Mas a energia mágica infundida no colar era fraca demais para ser detectada. Naquela época, Sienna não teve escolha a não ser escolher a opção mais difícil de procurar cegamente o colar dentro daquela praça grande e lotada, mas então…

—Te achei.

Ela não foi capaz de ouvir a voz dele diretamente com seus próprios ouvidos. Assim como Sienna não conseguia transmitir sua voz para ninguém, ela também não conseguia ouvir a voz de ninguém. Mesmo assim, Sienna sentiu a voz dele.

Era uma voz que ela ouvira pela última vez há trezentos anos. Uma voz que lembrava com carinho e imaginava falando com ela repetidas vezes.

Apenas o movimento dos lábios dele foi suficiente para ela ouvir sua voz. De Eugene, Sienna ouviu Hamel dizer: “Te achei”.

— Ahaha… — Sienna riu.

O segundo reencontro deles aconteceu dentro da Árvore do Mundo, quando um milagre que normalmente não poderia ter acontecido aconteceu. Por causa de uma combinação da consciência selada de Sienna, um milagre de Anise, que se transformou em um anjo, e um milagre da Árvore do Mundo, o centro da religião élfica e a mesma Árvore do Mundo em que Sienna brincava desde que era uma criança, um sonho milagroso foi criado.

E nesse sonho, ela se reencontrou com Hamel.

Houve lágrimas.

Houve risadas.

Então se separaram após fazerem as seguintes promessas.

Hamel disse que salvaria Sienna.

Sienna disse que iria procurar Hamel.

Durante o terceiro reencontro, ambas as promessas foram cumpridas.

— Haha

Este era o quarto reencontro deles.

Um reencontro há muito esperado. Ela passou inúmeras vezes se perguntando sobre o que eles conversariam quando se reencontrassem.

Mas mesmo tendo pensado muito no assunto, Sienna ainda não conseguia encontrar um único assunto em sua cabeça para iniciar uma conversa.

Incapaz de lembrar o que dizer, Sienna apenas olhou para Eugene, que estava parado na sua frente.

E pensar que os dois seriam capazes de sobreviver assim, estando no mesmo lugar, perto um do outro mais uma vez. Respirando o mesmo ar, vendo as mesmas paisagens, capazes de se aproximarem sempre que quisessem, capazes de se tocarem e de ouvirem as vozes um do outro.

Suas preocupações sobre se aquele momento onírico era, de fato, realidade foram suficientes para fazer o cabelo de Sienna ficar branco.

— Ha… — A risada de Sienna desapareceu.

Ela não queria deixar escapar nenhuma lágrima, então teve que se forçar a rir de propósito. Mesmo que fossem lágrimas de alegria, ela não queria mostrar a ele uma expressão tão feia e vergonhosa.

No entanto, não foi capaz de controlar suas emoções crescentes como queria. Seus olhos piscavam involuntariamente, a ponta do nariz tremia e seu coração batia forte como se tivesse sido preso em algum tipo de viseira.

Sienna tentou dizer alguma coisa:

— Isso é…

Ela ainda estava tentando não chorar. Sienna colocou a mão no peito enquanto tentava controlar a respiração.

Segurando com firmeza os olhos umedecidos, Sienna olhou diretamente para Eugene e perguntou:

— O que… O que há com esse olhar?

Por que ele parecia tão diferente do que era durante as reuniões anteriores?

Isso estava fazendo com que seu coração acelerasse ainda mais.

Suas bochechas lisas, sem uma única cicatriz, pareciam brilhar, e sua franja desgrenhada havia sido arrumada para dar uma visão mais clara de seus olhos. Ele estava vestindo um smoking impecável, sem rugas e um casaco sobre os ombros…

Vê-lo vestido assim foi o suficiente para fazer Sienna se perguntar…

Sienna gaguejou:

— Parece que você se vestiu bem por minha causa. AAhem, então parece que você realmente tem um lado muito fofo, não é?

— Isso é realmente algo que você deveria dizer? — Eugene respondeu com um sorriso no rosto enquanto se aproximava de Sienna.

Eugene também sentiu a mesma sensação de empolgação em seu peito.

Eugene não foi o único que se esforçou muito para se vestir bem para aquele dia. Ele pensou que a roupa que a viu da última vez já parecia boa o suficiente, mas Sienna também vestiu um novo conjunto de roupas.

— E-Eu não mudei minha roupa por sua causa. — Sienna negou.

Eugene estava lentamente se aproximando. Ele não seria em breve capaz de ouvir o som de seu coração acelerado? Apesar de ter tais preocupações, Sienna pressionou firmemente o peito.

Sienna hesitou.

— Isso é só… Uh… Ahem, sobre minhas roupas, é que já passou muito tempo, então elas estavam todas gastas… Hum…. Também percebi que muitas coisas mudaram entre aquela época e agora, então eu estava apenas tentando usar algumas roupas que combinassem com a era atual—

— Tudo bem, tudo bem. — Eugene disse com um sorriso quando seus passos pararam. Enquanto olhava diretamente para o rosto de Sienna da distância agora fechada, ele disse: — Fica bem em você.

— O quê? — Sienna disse, surpresa.

Eugene repetiu:

— Eu disse que fica bem em você. O que foi?

— Você… V-V-V-Você está louco? — Sienna gaguejou, seu rosto ficando vermelho.

Enquanto tentava cobrir o rosto superaquecido com as duas mãos, Sienna cambaleou alguns passos para trás.

O que ele disse agora há pouco? Fica bem em você? Ele disse isso para mim? Algo parecido? Aquele estúpido, idiota e maldito Hamel?

— Que reação é essa? — Eugene questionou. — Eu pensei muito nessas palavras, sabia?

Sienna gaguejou em estado de choque.

— Uh… H-H-Hm, não, isso é só, você… Será que você bebeu um pouco antes de vir aqui?

— Por que eu tomaria uma bebida antes de vir aqui encontrar você? — Eugene perguntou confuso.

Sienna protestou:

— É porque você está dizendo coisas que não são do seu feitio, coisas que realmente não combinam com você…!

— Sinceramente… Não é como se eu tivesse dito algo estranho. — Eugene resmungou enquanto uma mão começava a vasculhar os bolsos do casaco por algum motivo.

Quando ela disse que essas palavras não combinavam com ele e realmente não combinavam com ele, Eugene naturalmente já estava plenamente ciente disso. Quer tenha sido em sua vida anterior ou depois de reencarnar, Eugene não era o tipo de pessoa que dizia tais palavras.

Então não era como se ele não se sentisse estranho ao dizê-las, mas mesmo que se sentisse estranho, ele ainda cuspiu essas palavras. Muito tempo se passou desde a última vez que se encontraram na vida real, e ele sabia o quão desesperadamente cada um deles ansiava por esse encontro, assim como sabia que eles não precisavam mais se apegar aos seus antigos arrependimentos — não mais. Foi por isso que ele fez um elogio que realmente não combinava com ele, mas agora Eugene estava envergonhado, porque a reação de Sienna a isso não foi tão positiva.

— Ahem. — Eugene tossiu desajeitadamente enquanto olhava para a roupa atual de Sienna mais uma vez.

Então engoliu um suspiro de alívio por ter ouvido Anise.

Ele deveria dar o presente para ela agora? Não, deveria ser um pouco mais tarde. Se ele desse a ela agora, Sienna poderia simplesmente criar outra confusão sobre como tal ação realmente não combinava com ele, e Eugene poderia realmente morrer de vergonha.

— Ah, isso mesmo. — Eugene mudou de assunto. — Tinha uma coisa que eu queria te perguntar.

— O que foi? — Sienna gaguejou.

O que você pensa de mim? Você gosta de mim? Naquele breve momento, perguntas como essas surgiram repetidamente na cabeça de Sienna.

No entanto, Eugene fez algo completamente diferente da lista de perguntas que Sienna havia imaginado:

— Foi a última vez depois que matamos Raizakia. Antes de você desaparecer, o que você estava tentando me dizer?

Ela tinha rapidamente criado esperanças, mas ainda doía ter suas expectativas traídas… Os lábios de Sienna se separaram atordoados e ela piscou repetidamente enquanto registrava a pergunta.

Logo, Sienna recuperou a compostura e soltou um grito agudo:

— Ah!

Então ela foi até Eugene.

Embora Eugene tenha recuado diante do avanço repentino de Sienna e tentado dar alguns passos para trás, Sienna não permitiria que Eugene escapasse. Um golpe furioso de sua mão apunhalou profundamente o casaco de Eugene, agarrando sua mão esquerda que estava vasculhando dentro, puxando-a para fora.

— Você! — Sienna rosnou enquanto seus olhos se iluminavam com uma luz sanguinária.

Ela estava olhando para o dedo anelar da mão esquerda dele, que ela havia visto há um mês, pouco antes de desaparecer. Enquanto estava reconstituindo e reparando seu corpo dentro do Terceiro Mundo, Sienna fez algumas longas deduções sobre a verdadeira identidade daquele anel.

Ela logo chegou a uma conclusão inicial.

“Não, devo ter visto errado.”

Seus olhos deviam estar enganados, já que ela estava prestes a desaparecer. Embora esta fosse uma conclusão um tanto forçada, Sienna decidiu aceitá-la por enquanto. Ela se assegurou de que só precisaria dar uma olhada mais de perto e confirmar com seus próprios olhos quando se reencontrassem, um mês depois.

Ela, que era chamada de Sábia Sienna, chegara a uma conclusão tão forçada porque faltava um mês para que eles pudessem se encontrar, um mês em que ela não poderia ir e verificar por si mesma, e ela realmente não queria. Não queria lidar com esse estresse mental. Na verdade, ela já sabia que não tinha visto de forma errada, mas estava ignorando deliberadamente a verdade.

E agora, aquilo que ela estava ignorando se transformou em uma realidade inegável e agora estava gravado nos olhos de Sienna.

Eugene tinha um anel no dedo anelar esquerdo!

O cabelo de Sienna lentamente começou a flutuar para cima enquanto ela gaguejava:

— Você… V-V-Você! Você é casado? Noivo? O que há com isso? Com quem?!

De repente, ela se lembrou do aviso que ouvira de Mer.

Há muitas raposas, não, lobos famintos rondando Sir Eugene.

Ela também estava tentando ignorar essas palavras, mas agora não havia mais necessidade de fazê-lo. E por que isso aconteceu? Foi porque Hamel, não, Eugene, estava bem na frente de Sienna.

Sienna gaguejou.

— É-É-É… A Anise?!

Anise Slywood. Se fosse Anise, uma mulher que tinha um lado de cobra, então ela definitivamente poderia ser descrita como um lobo faminto.

Sienna também estava bem ciente dos sentimentos que Anise tinha por Hamel.

“E o destino dela foi incomparavelmente mais lamentável que o meu”, lembrou Sienna.

Embora ela pudesse de alguma forma ter escapado de seu destino se realmente quisesse, Anise optou por não fazê-lo e aceitou seu destino. Embora permanecesse pura durante toda a sua vida, Anise viveu a vida de um ídolo religioso como a Santa.

O destino que Anise aceitou roubaria dela a felicidade que ela merecia e tornaria impossível para ela descansar mesmo na morte. Anise estava plenamente consciente desses fatos, mas ainda assim decidiu aceitar seu destino. Pelo bem do futuro, pelo bem do mundo e porque as gerações futuras precisariam da Santa.

Mas e se Hamel não tivesse morrido…

E se todos os cinco tivessem sobrevivido, matado os Reis Demônios e salvado o mundo? Anise não precisaria aceitar tal destino.

O que havia de tão bom em ser a Santa? Mesmo que isso significasse ir contra o Papa e toda a igreja, mesmo que a própria Anise recusasse, Sienna ainda teria escolhido levar Anise embora para que pudessem ter um futuro juntos com Hamel.

No entanto, ela não foi capaz de fazer isso. Hamel morreu e eles não conseguiram matar todos os Reis Demônios. Foram derrotados. Então precisavam fazer contingências para o futuro.

Esse futuro era agora. Anise se sacrificou e se tornou um anjo. O milagre imoral e encharcado de sangue do Império Sagrado de Yuras criou uma Santa que se parecia com Anise para a era atual, enquanto Anise, que se tornou um anjo, agora morava dentro da Santa desta era.

Sienna desejou sinceramente a salvação de Anise. Como tal, se fosse Anise quem estivesse agora com Eugene, então ela seria capaz de aceitar isso até certo ponto.

No entanto!

“Ela fez um movimento antes de mim?”

Isso não poderia ser permitido.

“Se eles acabaram de trocar anéis, então tudo bem, mas… Até onde eles realmente foram?”

Os olhos de Sienna continuavam tremendo. Embora soubesse que pensar sobre a precedência em uma questão como essa era estranho, ainda assim… Se fosse possível, Sienna esperava chegar antes de Anise!

— De jeito nenhum… — Sienna murmurou para si mesma.

Os ombros de Sienna tremeram quando ela de repente pensou em outro cenário. E se…?

— É-É aquela que se parece com Anise, a Santa desta época…? — Perguntou Sienna, pensando que isso era definitivamente possível.

Ao invés de Anise, que se tornou um anjo, a Santa da era atual, que estava viva e bem, era mais suspeita. Aquela Santa poderia ter sido influenciada por Anise, que morava dentro dela, para trocar alianças com Hamel… E talvez… Também era possível que a própria Santa pudesse ter se apaixonado por Hamel.

— Acalme-se. — Eugene tentou dizer a ela.

Que ideia maluca ela estava tendo agora? Deixando escapar um suspiro, Eugene balançou a cabeça. Ele já havia experimentado uma reação semelhante antes, então agora estava acostumado.

Naturalmente, Sienna não foi capaz de se acalmar imediatamente só porque Eugene disse para fazê-lo. Com os olhos cada vez mais frios, ela olhou fixamente para o rosto de Eugene.

— Seu filho da puta. — Sienna praguejou.

Eugene suspirou:

— Estou dizendo para você se acalmar.

Sienna recusou.

— Seu filho da puta.

— Ei, ei. Pare de xingar e dê uma boa olhada nisso. Você não deveria ser capaz de dizer que este não é um anel comum? — Eugene a convenceu.

Ele queria que ela se acalmasse e desse uma boa olhada? Bufando com raiva, Sienna olhou para o anel de Eugene.

O fato do anel estar sendo usado no dedo anelar da mão esquerda de Eugene atrapalhou o julgamento de Sienna, mas na verdade, agora que estava olhando para ele corretamente, poderia dizer que não era apenas um anel comum.

— Ah… Ahem. — Sienna soltou uma tosse estranha enquanto levantava a mão de Eugene, que ainda segurava com força, para olhar mais de perto. Então arregalou os olhos enquanto olhava para o anel em seu dedo. — Seu dedo anelar esquerdo… Se for combinado com um contrato mágico, isso significa que este anel é o símbolo de uma promessa. É isso mesmo, cada dedo tem seu significado diferente, mas o dedo anelar da mão esquerda sempre teve esse tipo de simbolismo desde os tempos antigos. Tanto no campo da feitiçaria quanto na magia… Ah—!

Eugene bufou:

— Sim, continue.

Sienna tossiu mais uma vez.

— Ahem… Na verdade, devo dizer, eu já estava ciente disso, Hamel, não, quero dizer, Eugene. Eu realmente já estava ciente disso. Por que eu não seria capaz de dizer o que era imediatamente? Não há como eu, Sienna Merdein, a maior e mais sábia maga da história do continente, não ter percebido a verdade. Eu estava apenas pregando uma peça em você.

A luz agora havia retornado aos seus olhos frios e mortos. Sem perceber o quão vermelho seu rosto havia ficado, Sienna continuou divagando.

— Isto é… Ahem… É definitivamente um anel mágico. Não apenas qualquer magia comum; foi encantado com antiga magia divina… — Sienna murmurou enquanto seu rosto se aproximava cada vez mais da mão esquerda de Eugene.

Que mão grande… Havia veias salientes nas costas com calos duros como aço na parte interna da palma da mão. Ele tinha dedos longos e ásperos e, tão perto, ela podia sentir o leve perfume de seu corpo. Todos esses fatores fizeram com que o rosto de Sienna ficasse ainda mais quente.

Ela havia chegado muito perto. Se Eugene inclinasse a mão, mesmo que ligeiramente, parecia que as costas da mão seriam capazes de esfregar a bochecha dela.

— E-Eu dei uma boa olhada nele. — Sienna gaguejou quando, tardiamente, recobrou o juízo e soltou a mão de Eugene.

Então Sienna recuou, refrescando o rosto abanando as bochechas com as duas mãos.

Eugene olhou para Sienna com um sorriso no rosto.

— O que você está olhando? — Sienna resmungou, fazendo beicinho em resposta ao olhar dele e à óbvia diversão.

— É estranho ver você assim. — Eugene disse enquanto apontava o dedo para algo nas costas de Sienna.

Ele estava apontando para o sorriso desenhado no retrato de Sienna pelo artista. Aquela expressão benevolente no retrato transmitia uma sensação completamente diferente do rosto da verdadeira Sienna.

Sienna bufou de mau humor.

— Hmph, parece que você gosta dessa expressão? Sinto muito, mas mesmo que eu quisesse, simplesmente não consigo fazer esse tipo de sorriso funcionar para mim. Mesmo naquela época, eu tinha a mesma expressão que tenho agora. A pessoa que pintou o retrato fez tudo sozinho—

— De qualquer forma, não importa para mim. Em vez de um retrato que você nem consegue tocar ou falar, prefiro quem você é de verdade, que fica resmungando e estalando a língua. — Confessou Eugene.

Ele estava fazendo isso de novo! O queixo de Sienna caiu enquanto olhava para Eugene.

— V-Você está fazendo isso de propósito, não é? — Sienna acusou assim que recuperou a compostura.

— Fazendo o quê? — Eugene respondeu inocentemente.

Sienna gritou:

— Você continua dizendo coisas que não são do seu feitio—!

— Sério, você está fazendo tanto barulho, embora eu esteja te elogiando. — Eugene reclamou enquanto enfiava o chapéu de Sienna, que ele ainda segurava, dentro do manto.

— Por que você está colocando meu chapéu aí dentro? — Sienna exigiu.

Eugene encolheu os ombros:

— Só porque sim.

Se ela usasse aquele chapéu enorme, seria difícil ver o rosto de Sienna. Na verdade, de agora em diante, ele poderia ver o rosto dela todos os dias, mas só por hoje, Eugene queria ver o rosto de Sienna com clareza.

Claro, ele não diria tais pensamentos em voz alta. Além disso, Eugene não queria admitir que tinha tais pensamentos, nem mesmo para si mesmo.

Limpando a garganta, Eugene se virou e olhou pela janela antes de perguntar:

— Você vai continuar aqui?

Sienna corou.

— B-Bem… Já faz tanto tempo desde a última vez que voltei para casa, então estava dando uma olhada ao redor. Na verdade, não há mais necessidade de ficar aqui. Como o interior não mudou nem um pouco, o que há para ver?

— Tudo bem então, você tem algum lugar que queira ir? — Eugene perguntou.

Sienna retrucou:

— Por que você tem que continuar me perguntando? Hein? E você? Você não tem nenhum lugar para ir?

— Ahem. — Eugene pigarreou mais uma vez enquanto caminhava até Sienna. — Por enquanto, vamos lá fora?

— Se você quiser. — Sienna concordou.

— Bem, então por que você não se aproxima um pouco mais de mim? — Eugene pediu enquanto colocava as duas mãos em seu manto.

Sienna não tentou entender o que Eugene iria fazer e, em vez disso, apenas se aproximou de Eugene com um rubor cada vez maior no rosto.

— Pode estar um pouco frio lá fora para você. — Eugene comentou por consideração à Sienna.

Não foi estranho para Eugene dizer isso. Embora sempre estivesse quente na Floresta Samar ao sul, atualmente era início do inverno em Aroth. Então, naturalmente, não havia motivo para Sienna zombar dele por dizer isso. Afinal, o comentário pretendia mostrar consideração, em vez de solicitar uma resposta.

Eugene pegou um manto que comprou depois de passear pela cidade nas primeiras horas da manhã e colocou-a nos ombros de Sienna.

Tinha uma cor roxa vintage. Uma capa curta repousava sobre seus ombros enquanto o resto do manto bordado em ouro continuava abaixo da capa e se alargava nas coxas de Sienna. Eugene escolheu este manto, porque achou que sua cor combinaria bem com o cabelo roxo de Sienna, e funcionou exatamente como ele havia pensado.

Sienna ficou muda.

O que ela iria dizer?

Ela o chamaria de louco?

Perguntaria a ele, por que um manto?

E se ela dissesse que era cafona?

Eugene ficou nervoso com a possibilidade de Sienna fazer um comentário tão provocativo, então ficou olhando para o rosto dela.

No entanto, Sienna não foi capaz de dizer nada e parecia que ela estava tendo problemas para respirar corretamente.

O que era esse manto?

Um presente.

Para quem?

Para ela.

Os pensamentos de Sienna passaram por um ciclo dessas perguntas antes de pararem.


Considere fazer uma Doação e contribua para que o site permaneça ativo, acesse a Página de Doação.

Comentários

5 3 votos
Avalie!
Se Inscrever
Notificar de
guest
1 Comentário
Mais recente
Mais Antigo Mais votado
Inline Feedbacks
Ver todos os comentários
Fã da Mer
Visitante
Fã da Mer
27 dias atrás

Em um único capítulo eles conseguiram aprofundar e melhorar um relacionamento em 200% como eu amo essa História.

Opções

Não funciona com o modo escuro
Resetar