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Damn Reincarnation – Capítulo 424

O Universo (1)

Os dias de Eugene em Lehainjar começavam com meditação logo de manhã cedo. Ele desenvolveu esse hábito não apenas desde jovem, mas desde sua vida anterior como Hamel. O foco da meditação estava em controlar o fluxo de mana dentro de seu corpo.

Até o ano passado, sua meditação estava focada em aumentar o número de Estrelas contidas na Fórmula da Chama Branca. Em sua vida passada, ele meditou para permitir a inspeção de seu Núcleo severamente danificado e para atrasar o colapso inevitável de seu Núcleo pelo maior tempo possível.

Agora, ele espiava o cosmos.

A rotação das Estrelas que uma vez constituíam sua Fórmula da Chama Branca havia desaparecido. As sete Estrelas, o próprio Núcleo, haviam sumido. Normalmente, a perda de um Núcleo significaria o fim do manejo de mana. Sem um Núcleo, alguém seria considerado inválido para toda a vida.

Mas Eugene não podia ser julgado pelos meios normais. Mesmo sem as Estrelas, ele ainda podia sentir mana. Ainda era capaz de empunhá-la. Na verdade, ele governa muito mais poderosamente e livremente do que antes.

O cosmos.

A própria existência de Eugene agora abrangia um universo literal. Sua existência acolhia o cosmos.

O número de Núcleos em seu corpo havia se expandido anteriormente com seu progresso na Fórmula da Chama Branca. No entanto, as Estrelas se dissiparam e foram substituídas por um universo que agora brilhava com um número infinito de estrelas. Cada componente minúsculo do universo moldava o fluxo de mana e brilhava como corpos celestes.

Eugene não conseguia compreender a vastidão do universo contido dentro dele. O corpo de um indivíduo era incomparavelmente pequeno em comparação com a vastidão de um mundo inteiro, ainda paradoxalmente, o corpo de Eugene agora continha mana que ultrapassava em muito a capacidade de uma cidade, até mesmo de uma nação.

O recipiente de uma existência.

Ele começou a entender isso pouco a pouco. Avançar na Fórmula da Chama Branca não se tratava apenas de expandir o recipiente; era sobre entender a própria natureza da Fórmula da Chama Branca. Apesar de ter a capacidade de empunhar livremente mana, os feitos de Eugene na Fórmula da Chama Branca haviam progredido em estágios porque seu entendimento da Fórmula da Chama Branca era deficiente. Não tinha nada a ver com aumentar sua capacidade como recipiente.

Para ser preciso, ele não sentira a necessidade de entender necessariamente. Mesmo que ele não a compreendesse completamente e possuísse apenas algumas Estrelas, Eugene havia conseguido lutar além das limitações nominais da Fórmula da Chama Branca. Isso fora possível devido à sua fluência e proficiência em controlar mana.

No entanto, em algum momento, ele começou a sentir uma deficiência. Desejava poder além de suas capacidades atuais. Ansiava por entendimento. E à medida que seu desejo aumentava, a Fórmula da Chama Branca era elevada a níveis mais altos.

Seu anseio se tornou muito maior quando ele matou Iris após sua ascensão para se tornar uma Rainha Demônio. Ele sentia que seu eu atual era inadequado. Ele precisava transcender a Fórmula da Chama Branca. Tinha que transcender Vermouth.

Ele poderia causar milagres depois de alcançar a divindade.

E este universo era o destino que Eugene alcançou por meio de seu anseio. Começou da Fórmula da Chama Branca de Vermouth Lionheart. No entanto, transformou-se em algo significativamente diferente da Fórmula da Chama Branca original. Foi aprimorado pela existência de Eugene Lionheart, Hamel Dynas e o Deus da Guerra, Agaroth.

Milagre.

“Mana não é a única coisa na existência”, Eugene percebeu.

Eugene Lionheart começou a praticar a Fórmula da Chama Branca e controlar mana aos treze anos. Ele agora tinha vinte e dois anos, e ainda não havia se passado nem mesmo uma década desde que ele começou.

Claro, a Fórmula da Chama Branca se destacava como um método excepcionalmente superior de treinamento em comparação com todos os outros métodos de mana em todo o continente.

Além disso, Eugene estava em grande vantagem com as memórias de sua vida passada, bem como o extenso apoio que recebeu de sua família. Ele também se beneficiaria de praticar magia e do Eternal Hole. Finalmente, ele trouxe os brotos da Árvore do Mundo da Grande Floresta e obteve a Chama Relâmpago.

Embora seus feitos na Fórmula da Chama Branca tenham sido modestos, ninguém na história do continente acumulou mana tão rapidamente quanto Eugene. Atualmente, ele possuía mais mana do que os proeminentes anciãos da família como Carmen ou Gilead.

Mas mesmo considerando tais fatos, o universo dentro de Eugene era verdadeiramente espantoso.

“Poder divino,” Eugene concentrou seus pensamentos.

À medida que sua divindade crescia, também crescia seu poder divino. Eugene podia sentir sua divindade se expandindo, seu poder divino aumentando, seu universo se expandindo e mais estrelas sendo adicionadas à sua vastidão.

— É natural que isso cresça. — Disse uma voz.

Eugene abriu os olhos após terminar sua meditação e encontrou Mer sentada na sua frente. Ela estava o encarando com uma expressão astuta.

— Você esteve enclausurado nesta caverna, então pode não ter percebido, mas tem ideia de como é famoso lá fora? — Mer falou com um tom de presunção. Ela estava transmitindo as palavras de Sienna de Aroth.

— O influxo de turistas tem sido tão esmagador que Shimuin teve que impor restrições de entrada. — Ela continuou.

A notícia da vitória de Eugene contra a recém-ascendida Rainha Demônio havia incendiado o mundo, e os anões de Shimuin haviam construído com sucesso uma estátua de Eugene dentro do prazo que ele havia estabelecido.

Era a primeira estátua do Herói nesta era. Os turistas se aglomerariam em Shimuin mesmo se uma taxa de entrada pesada fosse imposta, mas com ela sendo gratuita, era natural que a Praça de Shimuin estivesse lotada até a borda de visitantes e turistas. Era literalmente impossível encontrar um lugar para dar um único passo dentro da praça.

— Não é apenas Shimuin. O Papa de Yuras também anunciou um tributo a você erguendo sua estátua na Praça da Luz, e Kiehl também está construindo sua estátua em frente ao palácio real. — Continuou Sienna.

— Eles não deveriam ter pedido minha permissão? — Retrucou Eugene.

A conversa estava acontecendo assim: Mer estava transmitindo as palavras de Sienna de sua mente. No entanto, embora Mer não estivesse interferindo na conversa real, ela não estava impedida de fazer expressões. Agora, ela estava deliberadamente fazendo caretas, esticando a língua e revirando os olhos para provocar Eugene.

— Pedir permissão? Como se você fosse dizer não. Você diria para eles continuarem, já que tudo está a seu favor. — Comentou Sienna.

— Claro, eu diria. Não seria ruim para mim. Mas mesmo assim, já que eles estão erguendo minhas estátuas, eu não deveria ter uma palavra a dizer sobre a pose das estátuas…? — Respondeu Eugene.

— Por quê? Você queria que eles fizessem as estátuas com você segurando a Espada Sagrada bem alto, com seu manto tremulando dramaticamente? Posso te dizer isso agora, mas você estava super cafona. O que foi aquilo? Sério, uma estátua assim era cafona até mesmo há três séculos. — Disse Sienna.

Mer estava puxando sua bochecha, e ao ouvir o comentário de Sienna, ela rapidamente interveio.

— Tenho que concordar com a Senhorita Sienna nisso, Sir Eugene.

— Bem, estátuas são supostas ser… sabe… um pouco exageradas, não são? Um pouco… grandiosas. — Disse Eugene.

— Um cara que mal teve estátuas feitas dele age como se soubesse muito. — Sienna murmurou, e Mer concordou novamente.

Incapaz de conter sua frustração por mais tempo, Eugene rapidamente estendeu a mão e beliscou a bochecha de Mer.

— De qualquer forma, ver você reverenciado em todo o continente, oh, é constrangedor para mim. — Disse Sienna.

— Constrangedor? O que há para se envergonhar? Você adorava toda essa atenção naquela época, não era? — Questionou Eugene.

— Eu nunca me deleitei com isso como você faz. Nenhum de nós fez. Por que você acha que é assim? Hein? Alguma ideia? — Sienna perguntou de forma zombeteira.

Sienna atacava como um assassino sempre que Eugene lhe dava a menor oportunidade. Eugene não conseguiu encontrar uma resposta, e seus lábios se fecharam.

— Olhe só para você, ficando calado de novo quando as coisas não estão a seu favor. Você é um covarde. — Disse Sienna.

— Acho que lançar um ataque que não pode ser nem esquivado nem contra-atacado é muito mais covarde. — Contra-atacou Eugene.

— Por que você não pode esquivar? Por que não pode contra-atacar? Vai lá, você consegue. — Disse Sienna.

Mas isso o faria ser o babaca dos babacas e o mais vil dos vilões, não é mesmo? Eugene limpou a garganta de forma desconfortável e mudou de assunto.

— Então… como estão as coisas do seu lado? Já faz alguns meses desde que aqueles morcegos começaram a te vigiar. Aconteceu alguma coisa interessante? — Indagou Eugene.

— Nada. O que um simples morcego pode fazer contra mim? Eles estão apenas pateticamente vigiando, mas tenho considerado baixar a bola deles um pouco. — Respondeu Sienna.

— Realmente há necessidade disso? Se eles não forem completos idiotas, terão percebido que você está ciente da vigilância deles. — Disse Eugene.

Eugene já havia investigado quem poderia estar por trás da vigilância. Os culpados eram membros de um clã de vampiros que operava nas sombras de Aroth. Fracos como eram, ele não se incomodou em lembrar seus nomes. Saber que eram vampiros era o suficiente para deduzir o resto.

Noir Giabella havia lhe mostrado um sonho. Ele não precisava apontar exatamente como todos os pontos estavam conectados. Se eram vampiros, estavam indiscutivelmente ligados a Alphiero Lasat. Assim como Eugene havia planejado, Amelia Merwin estava começando a se mover.

Atualmente, Eugene detinha uma riqueza de informações muito além das de Amelia. Ele sabia que ela estava escondida em Ravesta e que Alphiero estava colaborando com ela.

Ele também sabia quais demônios estavam por trás das masmorras em Nahama.

— Classificados em vigésimo sexto, trigésimo terceiro e quadragésimo. — Eugene apontou.

Se ele considerasse os classificados mais baixos, havia mais de trinta demônios no total. No entanto, Eugene e Sienna estavam se concentrando principalmente nos três demônios mais bem classificados.

— Lembro-me do nome do demônio classificado em vigésimo sexto. Ele se destacou como lutador entre os demônios mesmo três séculos atrás. Mesmo assim, ele não era nada comparado a Gavid. — Comentou Eugene.

A luta contra o demônio proporcionou algum grau de entretenimento. Considerando que a passagem de três séculos havia fortalecido a maioria dos demônios, esse demônio em particular também teria se tornado mais forte.

No entanto, um demônio classificado apenas em vigésimo sexto nunca poderia ser um oponente para ele agora.

— Também me lembro dos nomes dos demônios classificados em trigésimo terceiro e quadragésimo. Eles me incomodaram bastante com magia. — Disse Sienna.

Sienna compartilhava da falta de preocupação de Eugene por esses demônios.

Trezentos anos atrás, os demônios de alta classificação não eram adversários fáceis. Se ela os tivesse enfrentado sozinha sem seus companheiros, a situação poderia ter sido complicada. Mas a passagem do tempo desde a guerra não apenas fortaleceu os demônios.

— Você acha que eles vão agir? — Perguntou Sienna.

— Honestamente, tanto faz para mim. — Respondeu Eugene.

Ele estava abertamente atraindo Amelia para fora. Ela até estava vigiando Sienna, então deve ter entendido suas intenções. Se ela escolhesse não responder, ele simplesmente destruiria todos as masmorras do deserto e basicamente cortaria seus braços e pernas.

— Balzac suspeita que ela vai agir. Afinal, Amelia investiu muito esforço em seu domínio no deserto. Ele disse que cada demônio que ela atraiu era insuportável e tinha uma personalidade de merda. — Disse Eugene.

— Mas no final das contas, ele é um mago negro, não é? Podemos confiar nele? — Perguntou Sienna.

Balzac Ludbeth.

A natureza precisa dos desejos do mago negro permanecia um mistério. Após fazer contato abrupto com Melkith, ele se retirou para o isolamento profundo no deserto por um tempo antes de… entrar em contato com Melkith novamente.

Balzac casualmente entregou informações sobre os demônios contratados pelos magos negros da masmorra do deserto e compartilhou suas conjecturas sobre os objetivos de Amelia.

Amelia obteve o ritual que Edmond Codreth iniciou na Floresta Samar, junto com Vladmir.

Será que Amelia pretendia usar o feitiço para se transformar em um Demônio? Embora essa possibilidade não pudesse ser totalmente descartada, Balzac especulava de outra forma, e Eugene concordava com sua avaliação.

Isso porque Eugene viu a presença diminuída de Amelia em Ravesta. Se o objetivo dela fosse se tornar uma rainha demônio, por que se esconderia em Ravesta? Se temesse uma retaliação de Eugene e Sienna, seria mais prudente realizar o ritual mais cedo do que tarde.

— Amelia Merwin. Se ela deseja se tornar uma Rainha Demônio é incerto, mas está claro que ela não tem intenção de usar o ritual de Edmond. — Disse Eugene, prosseguindo com seus pensamentos.

Observações sugeriam que Amelia estava planejando uma guerra liderada por Nahama há muito tempo. Entre todas as nações do continente, Nahama seria adequada aos critérios de Amelia.

O deserto desolado era ideal para a criação de magos negros, e os sultões de Nahama há muito cobiçavam os territórios férteis de outras nações. De todos os países do continente, Nahama era o único que ansiava por guerra.

—Amelia Mervin é a mais antiga maga negra entre nós, uma dos Três Magos do Encarceramento, e sempre tomou as ações mais peculiares. Edmond Codreth detinha títulos em Helmuth, e eu me isolei na Torre Negra em Aroth…. Bem, você pode achar minhas ações em Aroth peculiares também, mas pense nisso: Enquanto eu passei um tempo como Mestre da Torre Negra, o que eu realmente fiz em Aroth?

—Eu me orgulho de não ter feito nada significativo. Eu apenas mergulhei em minhas pesquisas. Não criei secretamente um exército privado de magos negros na Torre Negra, nem me infiltrei nas profundezas de Aroth para semear o caos ou manipular o rei.

—Mas e Amelia Mervin? Sim, ela tentou tudo o que acabei de mencionar e teve sucesso maravilhosamente. Enquanto dirigia esses empreendimentos, ela mantinha um relacionamento com Edmond. Você se lembra do incidente na Floresta Samar? No momento em que Edmond tentou seu ritual tão esperado, ele tinha o apoio de Amelia. Não tenho certeza se seu vínculo poderia ser chamado de confiança, mas é evidente que eles apoiavam as ambições um do outro.

— Demônios de alto escalão naturalmente desejariam se tornar um Rei Demônio. — Cuspiu Sienna através de Mer.

Se Amelia inicialmente apresentou tal condição tentadora para os demônios, era desconhecido. Ainda assim, ficou claro que ela teria agido com tal intenção devido às circunstâncias atuais. A destruição da fundação que ela estabeleceu em Nahama ao longo de décadas significaria que tudo pelo que ela trabalhou se transformaria em poeira.

— Tão irritante quanto é dizer, se eu pensasse nisso como uma maga… a aniquilação do que busquei a vida toda é absolutamente inaceitável. — Disse Sienna.

Amelia não tinha mais para onde recuar.

— Conseguimos fazer com que ela não tivesse escolha a não ser agir, mas não temos certeza se aquela mulher miserável sairá de Ravesta ou não. — Concluiu Sienna.

— E se ela não aparecer? — Eugene respondeu com uma expressão indiferente.

No final das contas, era apenas uma questão de tempo. Se Amelia escolhesse não se apresentar agora, eles simplesmente despedaçariam as ambições que ela havia perseguido a vida toda e depois invadiriam Ravesta para acabar com ela. Se ela emergisse? O vasto deserto se tornaria a sua sepultura.

O que o preocupava era o Cavaleiro da Morte.

No sonho de Noir, o Cavaleiro da Morte estava se fundindo com o poder da destruição. Embora não fosse particularmente ameaçador na época… o potencial perturbador dentro do Cavaleiro da Morte era inegável.

— Será que ele ainda se considera Hamel? — Eugene se perguntava.

Se o Cavaleiro da Morte continuasse a refletir, ele poderia perceber as lacunas em sua memória. A magia de Amelia estava suprimindo suas recordações? Uma ruga apareceu na testa de Eugene enquanto ele ponderava.

— Está na hora de meus aprendizes chegarem. E você? Planeja ser espancado por Moron novamente hoje? — Perguntou Sienna.

— Espancado? Ultimamente, sou eu quem tem dado uma surra nele. — Retrucou Eugene.

— Vamos tentar não mentir descaradamente assim. — Contra-argumentou Sienna.

— Não é mentira. Se quisermos comparar nossas chances, é cerca de seis para quatro. — Explicou Eugene.

— E quem é o seis? — Pressionou Sienna.

— Os resultados passados não são o que importa. — Disse Eugene.

— Bom, bom. Mande lembranças minhas para Moron. — Pediu Sienna.

— Vou fazer isso. — Eugene encerrou a conversa e se levantou.

Já havia se passado mais de meio ano desde que ele se refugiou na morada de Moron. Dia após dia, sem falhar, ele lutava com Moron.

Até um mês atrás, membros quebrados eram uma ocorrência comum… mas recentemente, ao longo das últimas duas semanas, a gravidade dos ferimentos que Eugene sofria diminuiu significativamente.

Ele estava alcançando o que buscava.

Estava se familiarizando com sensações já conhecidas por ele enquanto descobria novas. Estava relembrando a natureza divina e a intuição de Agaroth e mesclando isso com sua identidade como Hamel e Eugene. Ele estava fundindo as habilidades que possuía como Hamel e Eugene com as habilidades de combate de Agaroth. Ele estava mesclando e harmonizando tudo dentro de seus pensamentos em uma união sublime.

Ele repetiu esse processo por meses. Aprimorou o eu. Com o tempo, ele se tornou certo de que estaria ficando mais forte.

E os resultados eram evidentes.

Havia refinado os insights ganhos com cada luta com a morte em suas batalhas com Moron. Ele entendia como se mover e como lutar. Todos os dias, ele duelava com Moron, e após o crepúsculo, meditava até o amanhecer enquanto revisava as batalhas.

E a cada novo dia, ele se sentia mais forte do que antes, mais poderoso do que ontem.

— Obrigado. — Disse Eugene.

Moron já estava esperando no topo de Lehainjar.

— Sem você, eu nunca poderia ter me tornado tão forte. — Continuou ele.

— É aí que você está errado, Hamel. — Moron balançou a cabeça enquanto levantava o machado que repousava em seu ombro. A borda fendida de meses atrás trouxe um largo sorriso ao rosto de Moron. — Hamel, mesmo sem mim, você teria encontrado um jeito de ficar mais forte. Você sempre foi assim.

Ele se lembrava de Hamel, o mercenário de trezentos anos atrás. Naquela época, Hamel tinha sido o mais fraco entre os companheiros de Vermouth. Ele tinha sido uma presença insignificante.

No entanto, em apenas alguns anos, Hamel se tornou o segundo membro mais vital depois de Vermouth.

— Eu sou diferente de você, Hamel. Sem você, eu… ha, eu não estaria ao seu lado como estou agora. — Disse Moron.

Os treinos que duraram meses não beneficiaram apenas Eugene. Moron havia passado mais de cem anos caçando apenas os Nur. Esse tempo não o tornou mais forte ou mais habilidoso com o machado. Em vez disso, o envenenou e o desgastou.

— Sua companhia me ajudou a lembrar muita coisa. Como eu costumava empunhar meu machado e como eu queria balançá-lo. Eu me lembrei das sensações e memórias enterradas sob a loucura enraizada. — Disse Moron.

— Só se passaram seis meses. — Eugene sorriu, dando um leve toque no braço de Moron. — Sem você se juntar a mim, teria levado muito mais do que seis meses. — Continuou Eugene.

Ele se virou e viu Kristina segurando a mão de Ramira. Ele disse:

— Eu devo a vocês duas mais agradecimentos do que posso expressar… Anise, Kristina.

— Eu não queria curá-lo porque achava que estava criando você errado. — Anise reclamou. — Mas ao contrário de mim, Kristina tem um coração mole. Toda vez que ela te curava, colocava tanto esforço em alinhar os ossos… Ajustar os ossos para trás de vez em quando teria te ensinado uma lição.

— Er… Eu estou apenas feliz por poder ajudar você, Sir Eugene. — Kristina interveio, empurrando Anise de lado e juntando as mãos.

— Depois de descer a montanha… — Moron começou. Um raro vislumbre de preocupação encheu seus olhos quando ele olhou para Eugene. — Você realmente está planejando ir… para aquela… cidade de vadias?

— Por que se preocupar? Não vou lutar, apenas um simples reconhecimento. E se eu aparecer lá… pode ser que force Amelia Merwin a sair de seu esconderijo. Ela pode até ficar aliviada com minha ausência. — Disse Eugene.

— Ouvi dizer que aquela vadia tem uma queda por você, Hamel… mas para mim… de todos os demônios, ela foi a mais difícil de enfrentar. Eu até pensei que ela era imbatível. — Admitiu Moron.

— Sua compatibilidade com ela foi a pior. — Respondeu Eugene enquanto balançava os dedos.

— Mas eu tenho vários planos de contingência. E não é como se eu fosse lutar, então não se preocupe muito tão cedo. — Assegurou Eugene.

— Entendi. — Moron concordou com uma expressão pesada.

— E eu nem mesmo posso ir hoje. — Disse Eugene.

— O que você quer dizer, Hamel? — Perguntou Moron.

— Eu tenho que vencer nosso último combate de treinamento antes de ir. — Eugene disse, parecendo sério. — Se eu perder hoje, vou descer a montanha depois de ganhar amanhã.

— …… — Moron não disse nada diante dessa declaração.

— Eu não posso descer depois de perder para você. — Disse Eugene.

— Hamel. — Moron hesitou por um momento antes de falar. — Então… quando você descer a montanha vitorioso, o que eu devo fazer?

— …… — Desta vez, foi Eugene quem ficou mudo.

— Hamel, suas ações não são diferentes de ganhar e fugir, não é mesmo? — Disse Moron.

— Ei, de onde você tira isso?! Ganhar e fugir? Se eu ganhei, por que eu fugiria? Mas se eu perder nossa última luta e então deixar a montanha, vai ser terrível! — Gritou Eugene.

— Hamel, você está dizendo algo egoísta. Pode se sentir tranquilo descendo vitorioso, mas eu não ficarei em paz quando for deixado para trás derrotado. Hamel. Nunca considerei tal pensamento antes, mas suas palavras agora me fazem consciente disso. — Disse Moron.

— Idiotas. — Interveio Anise. Sua incredulidade após ouvir a conversa deles era evidente. — O que estão tentando fazer então? Lutar até empatarem? — Ela perguntou sarcasticamente.

— Isso seria ridículo.

— Exato.

As sobrancelhas de Anise se franziram ainda mais ao ouvir as respostas de Eugene e Moron.

— Sabe, às vezes, olhando para vocês todos, incluindo Sienna, eu realmente me pergunto onde todos os seus anos se foram. Nenhum de vocês amadureceu. — Comentou Anise.

— Fale corretamente, Anise. Eu sou mais novo que Moron e Sienna. — Disse Eugene.

— Anise. Nem eu nem Sienna éramos tão infantis sem o Hamel. — Retrucou Moron.

— Isso também é culpa minha? — Eugene retrucou, se sentindo injustiçado. Moron desviou o olhar e não ofereceu resposta.

— Quando vocês vão lutar? — Perguntou Anise. Ela bateu no peito com o punho, sentindo-se completamente exasperada. — Quando? Exatamente quando vocês planejam lutar? Vão apenas discutir com a boca? Depois de lutar ontem e no dia anterior, depois de meio ano lutando, por que vocês têm que lutar hoje também? Por que vocês não podem considerar a luta de ontem como a última?

— Eu fiquei um pouco mais forte do que ontem… — Disse Eugene.

Boom!

A bola de ferro do mangual caiu de dentro das dobras do manto de Anise.

— Vamos lá, Moron.

Sem mais uma palavra, Eugene deu um tapinha nas costas de Moron e sinalizou que era hora de ir embora.

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