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Kill the Sun – Capítulo 558

Mudando Prioridades

Nick atravessou a porta e entrou na área atrás dela.

Ele já tinha estado ali antes.

Era uma sala desordenada, com vários pequenos dispositivos espalhados por todo lado.

Enquanto olhava ao redor, Nick percebeu outra porta no fundo da sala.

“Marvin provavelmente saiu pelos fundos”, Nick pensou, já que não o encontrou dentro da sala.

— Sente-se — o Técnico disse enquanto se acomodava atrás da mesa.

Nick sentou-se em frente à mesa e olhou para o Técnico.

— Muito bem, então — o Técnico começou — pelo que ouvi de Marvin e dos outros três, você teve bons resultados?

Nick assentiu. — Aumentei o tributo da cidade em 25%.

— Eu ouvi — o Técnico disse, inclinando-se levemente para trás — mas quero ouvir mais sobre as coisas com as quais você realmente se importa.

Nick ergueu uma sobrancelha, incerto. — Não sei ao certo o que quer dizer.

— Você disse — o Técnico continuou — que os poderosos só se interessam em encher os próprios bolsos enquanto drenam o sangue do povo, que nada tem além de seu próprio sangue. Você também falou bastante sobre o antigo Governador.

— Égide agora recebe 25% a mais da Cidade Carmesim, mas e quanto ao povo comum? O que mudou para eles?

— Muita coisa — Nick respondeu. — Os mais pobres não precisam mais cometer crimes para sobreviver.

— E como isso é possível? — o Técnico perguntou.

Durante a hora seguinte, os dois conversaram sobre as mudanças que Nick havia implementado na Cidade Carmesim.

O Técnico demonstrou especial interesse na origem do Zephyx entregue a Égide.

Afinal, uma cidade tinha apenas uma quantidade limitada de Zephyx, e se o tributo da Égide aumentou 25%, esse Zephyx precisava vir de algum lugar.

Era necessário diferenciar créditos de Zephyx nesse caso.

A cidade pagava menos créditos pelo Zephyx porque produzia mais por conta própria, mas a quantidade total de Zephyx não deveria ter aumentado, já que o número e o poder dos Espectros não haviam crescido.

Pelo menos, era o que o Técnico havia pensado.

— Então, a produção de Zephyx realmente aumentou porque o Fungo Carmesim começou a produzir mais? — o Técnico perguntou.

Nick assentiu e explicou o novo sistema de doação de sangue ao Técnico.

No fim, o Técnico assentiu com um olhar franzido. — Interessante. Em cidades normais, isso nunca funcionaria.

— Por causa da distribuição de poder, certo? — Nick perguntou.

— Em parte — o Técnico respondeu. — Claro, a distribuição de poder não é tão centralizada como na Cidade Carmesim, já que a maioria das cidades é controlada principalmente pelos maiores Fabricantes, tornando isso praticamente impossível.

— No entanto, o problema muito maior é que esse método exige que o governo apoie um Fabricante.

— O Fungo Carmesim pertence a um Fabricante, e a cidade usa sua autoridade para ajudar esse Fabricante. Se houvesse um Fabricante comparável ao maior da Cidade Carmesim, ele protestaria imediatamente.

— A postura neutra do governo seria comprometida, e ele não seria mais visto como confiável pelos Fabricantes — o Técnico explicou.

— Não foi assim que a Kugelblitz reagiu — Nick disse com um resmungo. — Eles reagiram como se eu estivesse favorecendo todos os outros sobre eles.

— Sim — o Técnico respondeu — porque o antigo Imposto de Sangue que você mencionou era ainda pior e nunca deveria ter sido implementado. Enquanto, em uma cidade normal, sua mudança de política seria vista como um benefício para Kugelblitz, na Cidade Carmesim, foi vista como um prejuízo para eles.

— Se você fizer algo parecido em outra cidade, problemas surgirão.

— Por quê? — Nick perguntou. — Égide é a organização mais poderosa que existe. Égide é o escudo da humanidade contra os Espectros. Qualquer coisa ou qualquer um que se recuse a se curvar diante da Égide é um inimigo da humanidade. Isso não está correto?

O Técnico exibiu uma expressão incerta. — Bem, sim, mas também não exatamente.

As sobrancelhas de Nick se ergueram. — O que quer dizer?

— Quero dizer que é verdade que ninguém pode resistir a Égide, mas há coisas que não podemos forçar. Há coisas que o povo precisa entregar voluntariamente — o Técnico explicou.

— O quê? — Nick perguntou, surpreso.

— Crença — o Técnico respondeu. — O Campeão da Luz precisa de crença para manter seu poder atual.

— Se as pessoas começarem a ressentir e odiar Égide, essa crença no símbolo da Égide enfraquecerá e talvez até desapareça.

— Poderíamos apontar armas para a cabeça de todos e ordenar que acreditem, mas isso não funcionaria. O Campeão precisa de crença verdadeira. Ele precisa de esperança.

Nick franziu a testa. — Certo, mas se a situação de vida da maioria das pessoas melhorar, elas deveriam estar mais dispostas a acreditar no Campeão da Luz, certo? Portanto, ter autoridade total sobre as pessoas deveria ser algo positivo, desde que eu melhore suas vidas.

— Beeemm… — o Técnico falou lentamente.

Nick apenas o olhou em choque.

“Isso não pode ser, certo? Ele não vai dizer que isso não é verdade”, Nick pensou.

— Isso não é beeem correto — o Técnico respondeu.

— Certo — Nick respondeu lentamente. — Então, o que é?

O Técnico moveu lentamente a cabeça de um lado para o outro, como se estivesse avaliando se deveria ou não contar algo a Nick.

— Certo, deixe-me apenas te contar sobre o problema — o Técnico disse. — Nós somos Égide. Queremos ajudar a humanidade. Isso é verdade. Isso é um fato. Entende?

Nick assentiu.

— No entanto, ajudar a humanidade não significa necessariamente fazê-los felizes.

— Certo — Nick disse. — Consigo ver isso.

— A questão é que precisamos de duas coisas — o Técnico continuou.

— Primeiro, precisamos de Zephyx.

— Com Zephyx, podemos fabricar armas melhores, aumentar o poder de nossos Extratores, ajudá-los a compreender a Manipulação de Zephyx mais rapidamente e muitas outras coisas. Quanto mais Zephyx tivermos, mais podemos fazer e mais rápido crescemos em poder.

Nick assentiu para mostrar que entendia.

— Segundo, precisamos de um poder verdadeiro o suficiente para resistir aos Espectros mais poderosos. Isso significa que precisamos de Escudos. Mas o problema com isso é—

— A Boca — Nick interveio.

— Certo — o Técnico confirmou. — Por causa da Boca, só podemos ter, no máximo, sete Escudos. Se conseguirmos outro Escudo, todos serão puxados para a Boca, e apenas um Escudo sairá.

— Assim que isso acontecer, Morte, aquele grande Adversário acampado na frente de nossa sede, destruirá tudo, e toda a humanidade essencialmente morrerá. Então, estamos presos a sete Escudos.

— Certo, já que não podemos ter mais Escudos, a melhor alternativa é tornar os que temos o mais poderosos possível.

— Mas só temos um único Adversário, e trabalhar com ele é extremamente perigoso. Não para o Extrator em si, mas para a humanidade e Égide como um todo. Isso significa que não podemos utilizá-lo com frequência, e, no fim, só podemos ter um único Escudo trabalhando com ele.

— Como só temos um espaço para um Escudo, naturalmente escolhemos nosso mais forte, que é o Campeão da Luz. Graças à sua habilidade, ele é muito mais poderoso do que qualquer outro Extrator em seu nível.

— No entanto, mesmo depois de séculos trabalhando com nosso único Adversário, ele só conseguiu alcançar o nível de Escudo Intermediário.

Os olhos de Nick se arregalaram.

O Campeão da Luz era apenas um Escudo Intermediário?

— Normalmente, isso não seria suficiente para manter tantos Adversários à distância — o Técnico continuou. — No entanto, graças a todas as pessoas que acreditam no Campeão, seu poder ainda é extraordinário. Seu poder é tão grande que quase todos os Adversários preferem esperar que ele morra de velhice a atacar Égide.

— Sem o Campeão, cairíamos em uma guerra horrível, que muito provavelmente perderíamos.

— Está claro que a Força de Combate do Campeão é de extrema importância para a sobrevivência e prosperidade da humanidade? — o Técnico perguntou.

Nick assentiu. — Antes, eu não sabia dos detalhes, mas agora entendo a importância dele.

— Ótimo — o Técnico disse. — Agora, quem mais deseja ver uma mudança significativa no mundo? Uma pessoa que sofre ou uma pessoa feliz?

Nick franziu a testa ao começar a entender onde isso iria dar.

— Uma pessoa que sofre — Nick respondeu a contragosto.

— Exato — o Técnico confirmou. — Então, veja, as duas coisas estão conectadas. Para que o Campeão continue poderoso, precisamos que os humanos desejem uma mudança no mundo.

O ânimo de Nick despencou.

Ele havia tentado melhorar a vida das pessoas comuns.

Mas, pelo que parecia, ao fazer isso, ele na verdade havia enfraquecido o Campeão da Luz.

— Até agora — o Técnico continuou — não dávamos muita importância à qualidade de vida das pessoas comuns. Contanto que sobrevivessem e pagassem seu tributo a Égide, nós os protegíamos.

— No entanto, preciso enfatizar que Égide não tenta ativamente piorar a vida das pessoas. O Campeão da Luz nunca nos pediu para fazer algo assim, e nós tentamos evitar isso.

O Técnico suspirou. — Mas se o Campeão ficar fraco demais, talvez tenhamos que fazê-lo.

Nick franziu a testa.

— Pelo menos, esse era o plano original — o Técnico acrescentou.

As sobrancelhas de Nick se ergueram enquanto ele olhava para o Técnico. — Hã? — ele murmurou.

— Bem, toda essa situação com você mudou algumas coisas — o Técnico disse com um suspiro. — Além disso, o Campeão não tem muito tempo restante.

— Isso significa que não poderemos contar com ele por muito mais tempo.

— Nossas prioridades estão mudando, e é por isso que estamos experimentando a posição de Intermediador.

— Se pudermos melhorar a vida das pessoas sem prejudicar a Égide, preferimos fazer isso.

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