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Kill the Sun – Capítulo 577

Carma

Em poucos minutos, Nick e Cynthia começaram a conversar.

Naturalmente, Nick estava mais interessado no conhecimento de Cynthia, já que ela sabia muito sobre áreas que ele não dominava.

Infelizmente, Mendor e Steve não tinham muito a oferecer a Nick, mas conseguiam ajudar um ao outro razoavelmente bem.

Eles não eram os maiores fãs um do outro, mas isso não importava.

Eles estavam ali para melhorar suas pontuações.

Por muitas horas, o grupo continuou trocando conhecimento.

Cynthia ensinou a Nick fórmulas matemáticas básicas, enquanto ele lhe falou sobre Espectrologia.

Várias vezes, outras pessoas pediram para se juntar a eles, mas Cynthia as mandou embora.

Até que Nick a interrompeu.

— Claro, podem se sentar ao lado e ouvir, mas só intervenham se tiverem certeza de que um de nós está errado.

Cynthia franziu a testa.

Naturalmente, por já estar ali há alguns anos, ela conhecia o propósito oculto do primeiro nível.

Ela sabia que os recrutas estavam sendo testados quanto à sua ideologia e personalidade. Eles deveriam ajudar os outros.

Mas a ajuda também se baseava na reciprocidade.

Era importante que a outra pessoa pudesse, de alguma forma, retribuir parte da ajuda.

Mesmo assim, Nick simplesmente os convidou para participar.

Cynthia achou isso um pouco injusto.

Ela estava contribuindo.

Nick estava contribuindo.

Os observadores não estavam contribuindo.

Ainda assim, estavam se beneficiando.

Ela estava essencialmente distribuindo seu conhecimento de graça, e isso não lhe agradava.

— Por que está fazendo isso? — ela perguntou a Nick, um pouco irritada, enquanto a sexta pessoa se sentava ao lado deles.

— Porque eles são humanos — Nick respondeu.

Cynthia franziu a testa.

E daí?

Ela não via sentido nessa afirmação.

Ela sabia que eles eram humanos.

— Eles são humanos — Nick repetiu. — Eles fazem parte da Égide. Quanto mais poderosos se tornarem, mais poderosa a Égide se tornará.

Cynthia olhou para Nick com uma expressão cética.

Isso parecia ingênuo e idealista demais.

Algo que uma criança pequena acreditaria.

Sim, a humanidade e os Espectros eram inimigos, mas os humanos frequentemente eram ainda mais perigosos para outros humanos do que os próprios Espectros.

Por que ela deveria dar conhecimento valioso para pessoas aleatórias sem receber nada em troca?

Ainda assim, ela decidiu não discutir.

O conhecimento de Nick era valioso demais, e ela ainda não o conhecia bem o suficiente para prever sua reação caso discordasse dele.

Então, mesmo que não gostasse daquilo, continuou compartilhando seu conhecimento de graça.

Mendor e Steve continuaram conversando entre si, mas mais e mais pessoas começaram a se reunir ao redor de Nick e Cynthia.

Depois de algumas horas, quase 15 pessoas estavam sentadas ao redor deles, ouvindo atentamente.

Seus pensamentos eram bem diferentes uns dos outros.

Alguns achavam que Nick era um idiota por compartilhar informações tão valiosas de graça.

Alguns estavam simplesmente interessados e não pensavam muito sobre as implicações.

Alguns eram gratos.

Naturalmente, muitas dessas pessoas jamais retribuiriam a gentileza recebida, mas algumas o fariam.

E o mais interessante de tudo: no futuro, esse momento de receber gentileza faria com que algumas delas também a estendessem a outros.

Nick não se beneficiaria dessas ações.

Mas a humanidade, como um todo, sim.

Mesmo que fosse apenas um pouquinho.

A discussão continuou.

— Isso não está correto.

Cynthia parou e franziu a testa ao ser interrompida.

Ela olhou para o lado e viu um jovem de cabelos castanhos olhando para ela.

Ela lembrava de vê-lo de vez em quando, mas ele nunca havia se destacado ou parecido interessante de alguma forma.

Era apenas um daqueles figurantes que viviam ao redor.

— Explique — Cynthia exigiu.

— A fórmula Bicolor está desatualizada — o rapaz disse. — Ela não é mais usada hoje em dia porque se torna imprecisa com números muito pequenos. Engenheiros Avançados de Zephyx usam a fórmula Hulburry para obter maior precisão. Ela é um pouco mais longa e complicada, mas é perfeitamente precisa com qualquer número.

Cynthia franziu a testa.

— Isso é novidade para mim — ela disse com irritação. — Sempre usamos a fórmula Bicolor.

— Você já produziu uma arma de nível Perito? — o rapaz perguntou.

— O que minha falta de experiência em produção de armas tem a ver com matemática? — Cynthia perguntou, irritada.

— Tem tudo a ver — o rapaz disse. — A academia é ótima para fornecer uma visão geral, mas quando você começa a aplicar o conhecimento, percebe que há muito mais envolvido.

— Aham — Cynthia murmurou, sem se impressionar. — E como você sabe disso?

— Meu pai é o Engenheiro-Chefe de Zephyx da minha cidade. Ele produz todas as armas de Especialista e Barreiras, e eu aprendi com ele nos últimos 20 anos.

— Tenho mais de 60% no teste de nível três de Zephologia.

Os olhos de todos se arregalaram.

Esse era um cara que podia produzir armas úteis para os recrutas.

— Pode me explicar essa fórmula? — Nick perguntou.

O rapaz se virou para Nick.

— Claro, por que não? Você já me ensinou bastante sobre Espectros.

Nos minutos seguintes, o rapaz falou sobre Zephologia.

Esse não era o tema original da conversa, mas as partes de Zephologia que ele abordava estavam todas intrinsecamente ligadas à matemática.

Ele falava menos sobre fórmulas e mais sobre como as fórmulas matemáticas surgiam e como eram aplicadas à Engenharia Zephyx.

Em essência, o rapaz estava compartilhando experiência em vez de conhecimento, o que era muito mais valioso.

No início, Cynthia ficou irritada, pois esse desconhecido estava basicamente roubando seu protagonismo, mas com o tempo, percebeu que aquilo era, na verdade, algo positivo.

Ela estava aprendendo algo sobre suas próprias especialidades.

Aprender o básico de outras áreas era fácil.

Aprender conhecimento extremamente avançado em um campo era difícil.

E agora, ela estava recebendo esse conhecimento de graça.

Foi então que Cynthia percebeu algo.

Mais cedo, ela havia reclamado que os outros estavam se beneficiando sem dar nada em troca.

Mas agora, não era ela quem estava se beneficiando sem pagar nada?

Como isso aconteceu?

“Isso é por causa do Nick?” ela pensou, olhando para Nick com a testa franzida.

O que acabara de acontecer era algo que todos conheciam como carma.

Carma não era algo sobrenatural ou espiritual.

Carma não significava que fazer uma boa ação resultaria automaticamente em receber uma boa ação.

Carma era algo mais geral e lidava com probabilidades.

Era algo bem simples.

Se alguém fosse gentil com outra pessoa primeiro, haveria uma maior probabilidade de essa pessoa ser gentil de volta.

Cumprimentar alguém com um sorriso e um elogio gerava uma resposta amigável com muito mais frequência do que cumprimentar alguém com um insulto agressivo.

Isso era carma.

Em média, os outros seriam mais gentis se alguém fosse mais gentil com eles.

Nick sabia que alguém retribuiria seu ato de bondade?

Não.

Mas as chances de isso acontecer eram muito maiores do que se ele não tivesse agido assim.

Nesse ambiente, fortalecer outros humanos não prejudicava Nick.

Se fosse uma competição, isso obviamente seria um problema, mas não era uma competição.

Nick só precisava aumentar seus próprios pontos.

Se Nick não compartilhasse seu conhecimento, ele não receberia nenhum conhecimento novo, o que significava que não ganharia pontos adicionais.

Se compartilhasse seu conhecimento, outra pessoa poderia ganhar dez pontos, enquanto Nick ganharia apenas um.

Ainda assim, um era mais do que zero.

Nesse caso, ser gentil e prestativo era o melhor caminho a seguir.

Nem sempre era assim, mas ali, era.

Cynthia ainda não era a maior fã dessa ideia, mas não podia negar que havia se beneficiado da generosidade de Nick.

Além disso…

— Agora, é você quem está errado — Cynthia disse ao homem de cabelos castanhos. — Eu talvez não saiba tanto sobre Zephologia quanto você, mas entendo de matemática, e posso te garantir que essa conta pode ser muito mais simplificada.

O homem ouviu Cynthia por um minuto.

E ao final…

— Sabe de uma coisa? Você está certa — ele disse. — Obrigado.

Cynthia assentiu com uma expressão séria.

Mas, por dentro, sentiu-se orgulhosa.

— Vocês estão dando uma festa aqui? — Mendor perguntou ao se aproximar, olhando para todas as pessoas reunidas. — Por que tem tanta gente aqui?

— Ah, estamos só ouvindo — o homem de cabelos castanhos disse com um sorriso. — Quer se juntar a nós?

Mendor ergueu uma sobrancelha cética, olhando primeiro para Cynthia e depois para Nick.

— Claro? — Mendor perguntou, incerto, antes de se sentar.

Depois de um tempo, Steve também se juntou ao grupo, e a conversa continuou.

O homem de cabelos castanhos e Cynthia começaram a discutir matemática e Zephologia.

A conversa ficou bastante intensa, mas nunca virou uma discussão.

Cynthia parecia querer competir com o homem, enquanto ele estava simplesmente interessado no que ela dizia.

— Por quê? — alguém novo perguntou de repente. — Por que você usaria isso?

Cynthia lançou um olhar fulminante para o recém-chegado, enquanto o homem de cabelos castanhos olhou com interesse.

— O quê? O algoritmo de reclusão? — ele perguntou.

— Sim, isso está desatualizado — a nova pessoa disse. — Nossa cidade desenvolveu uma versão melhor.

E assim, a conversa continuou.

Em dois dias, mais de dez Engenheiros de Zephyx experientes estavam discutindo em um círculo, enquanto quase 300 pessoas ouviam atentamente.

Todos estavam se beneficiando imensamente.

As pontuações médias nos testes de Zephologia disparariam no futuro.

E como tudo isso aconteceu?

Tudo isso aconteceu porque Nick decidiu compartilhar um pouco de seu conhecimento de graça.

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