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Kill the Sun – Capítulo 600

Relatório

Nas duas semanas seguintes, o Técnico fez Nick passar por mais alguns experimentos e, no fim, chegaram a uma conclusão.

Sim, fazer o bem não interferia no Zephyx produzido ao causar sofrimento.

Mesmo quando acontecia ao mesmo tempo, não havia interferência.

Se, por exemplo, Nick fosse um profissional da saúde e tratasse ferimentos graves para salvar a vida de alguém, ele ainda assim produziria Zephyx se o processo de tratar aquele ferimento fosse bastante doloroso.

Naturalmente, Nick estaria salvando a vida de alguém, e o paciente estaria grato o tempo todo.

Ainda assim, essa pessoa teria sofrido, e o Núcleo de Espectro de Nick ainda teria produzido Zephyx.

Depois que Nick aprendeu tudo isso, sentiu-se aliviado.

Ele havia acreditado que não seria mais capaz de ajudar a humanidade com seu novo estado de ser, mas isso não era verdade.

Claro, ainda havia alguns problemas, mas esse tinha sido o maior, e agora estava resolvido.

O Técnico e Nick já haviam elaborado alguns planos sobre como Nick poderia produzir Zephyx suficiente para continuar avançando.

No entanto, eles ainda estavam longe de terminar os experimentos com Nick.

Embora esse problema tivesse sido resolvido, outros dois ainda precisavam ser solucionados.

Primeiro, Nick precisava recuperar o acesso às suas habilidades.

Segundo, eles não sabiam como o avanço de nível de Nick funcionava.

Como ele ganharia novas habilidades?

Normalmente, quando um Extrator estava pronto para avançar, seu Sincronizador Zephyx entrava em um estado volátil, e o Extrator podia forçá-lo a copiar a habilidade do Espectro mais próximo.

Mas o Espectro mais próximo do Sincronizador Zephyx de Nick era seu próprio Núcleo de Espectro.

Qualquer Zephyx externo, de qualquer outro Espectro, não conseguiria entrar no Núcleo de Espectro, o que significava que não poderia tocar o Sincronizador Zephyx de Nick.

Então, como o Sincronizador Zephyx de Nick poderia adquirir novas habilidades?

No momento, parecia impossível.

No entanto, sempre havia um caminho, e Nick contava com o apoio do pesquisador mais inteligente e mais antigo do mundo: o Técnico.

O Técnico não se envolvia tanto em um projeto há mais de mil anos.

Dependendo do resultado, isso poderia transformar toda a humanidade.

O Técnico estava dando a Nick toda a sua atenção.

A essa altura, Nick já havia se acostumado com o Técnico, e os dois conversavam com bastante naturalidade.

O Técnico também não era alguém que exigia respeito constante.

Certo dia, durante um experimento aparentemente aleatório, o Técnico de repente franziu a testa.

Nick ergueu uma sobrancelha enquanto o Técnico arrancava os fios do corpo dele com irritação.

— Temos que ir — disse ele, caminhando até a porta.

— O que houve? — perguntou Nick, levantando-se da mesa.

— Helia está me enchendo o saco há um mês — disse o Técnico enquanto guiava Nick escada acima. — Ela quer saber sobre as cidades e vários outros projetos de pesquisa, e fica reclamando constantemente sobre o progresso.

Naturalmente, os Escudos se comunicavam entre si por transmissão de voz.

Nick não havia percebido, mas o Técnico provavelmente vinha conversando com a Braço Esquerdo com certa frequência.

“Mas então por que ele simplesmente não explica tudo?”, pensou Nick com a testa franzida.

— Porque não conversamos com frequência — respondeu o Técnico, como se tivesse lido a mente de Nick.

Nick costumava se surpreender sempre que o Técnico fazia isso, mas com o tempo, se acostumou.

Um pesquisador que havia vivido por mais de mil anos já tinha conversado com tantas pessoas e possuía uma mente tão rápida que conseguia adivinhar com bastante precisão o que alguém estava pensando apenas com base em expressões e pistas contextuais.

Talvez ele não conseguisse ler mentes palavra por palavra, mas conseguia deduzir o que se passava na mente de alguém na maioria das vezes.

— Ela só me procura quando precisa de algo, e eu não quero desperdiçar meu tempo entregando relatórios inúteis pra ela — explicou o Técnico enquanto os dois se aproximavam do eixo central de Extração. — Ela fica me supervisionando como se eu fosse um bebê.

Os dois pularam no Poço de Extrator e começaram a subir.

— Por que exatamente estamos aqui? — perguntou Nick.

O Técnico saltou por uma das portas do Poço de Extrator.

— Vou simplesmente te apresentar e explicar todas as possibilidades agora, assim não precisamos fazer isso de novo — disse o Técnico ao abrir a porta do Salão da Lembrança.

Nick franziu a testa, mas antes que pudesse perguntar…

— Não muito — respondeu o Técnico. — Fui bem vago.

As sobrancelhas de Nick se ergueram.

O Técnico se virou e apontou o dedo para Nick com uma expressão irritada. — Quieto!

Nick apenas o encarou com uma expressão neutra.

Finalmente, o Técnico suspirou e esfregou o lado da cabeça com irritação. — Tá bom, tá bom, eu entendi. Eu sei, eu sei.

Então, resmungou de frustração antes de se aproximar do escritório da Braço Esquerdo.

Infelizmente, Nick não conseguia impedir que seus pensamentos surgissem.

“Se você fosse mais diligente nos relatórios, ela não ficaria pedindo relatórios o tempo todo.”

O Técnico não reagiu.

Ele já sabia de tudo isso.

Mas era simplesmente irritante demais!

Ele só queria se concentrar em suas pesquisas e em seu trabalho.

Será que ninguém podia deixá-lo em paz para que ele pudesse criar novas tecnologias e avanços com tranquilidade?

Nick conhecia muito bem esse tipo de pessoa.

Eram incríveis no que faziam, mas geralmente não eram muito dedicadas quando se tratava de coisas que pareciam desnecessárias.

Coisas como finanças, marketing, legalidade, popularidade, procedimentos e por aí vai.

Naturalmente, devido à sua inteligência elevada, eles percebiam com facilidade quando essas coisas aconteciam e tinham plena consciência dessas próprias falhas.

Mas simplesmente não era importante o bastante para merecer tanta atenção.

O Técnico abriu a porta do escritório da Braço Esquerdo sem bater e apenas entrou.

Nick entrou logo depois, com cuidado.

Ao ver a intimidadora Braço Esquerdo parado no meio do escritório mal iluminado, Nick se curvou respeitosamente. — Saudações, Braço Esquerdo — disse.

Como sempre, a Braço Esquerdo tinha uma expressão como se estivesse olhando para um criminoso.

— James — disse ela com sua voz fria ao encarar o Técnico. — Por favor, me diga por que isso é tão importante.

— Apenas olhe pra ele! — disse James, gesticulando para Nick. — Ele tem um Núcleo de Espectro funcional envolvendo seu Sincronizador Zephyx!

— Eu vejo — disse a Braço Esquerdo com um tom neutro. — Sim, isso é de fato muito interessante, mas não vejo como isso está tomando tanto do seu tempo a ponto de três promoções de Agentes e quinze falências de cidades ainda estarem pendentes. Os futuros Agentes e as cidades estão esperando por você, e os procedimentos não podem continuar sem sua aprovação.

O Técnico revirou os olhos em exasperação. — Você não entende o tamanho disso?! Essas coisinhas não são nada comparadas ao que pode estar diante de…

— Pode — interrompeu friamente a Braço Esquerdo. — Essa é a palavra certa. Pode. Não é certo.

A Braço Esquerdo semicerrou os olhos ao encarar o Técnico. — Mesmo que esse sujeito fosse o futuro salvador da humanidade, ele não conseguiria resolver nada nas próximas décadas, e se você continuar ignorando seus deveres, Égide pode nem existir mais depois dessas décadas.

— Administre suas tarefas e cumpra seu dever para que Égide continue funcionando até o momento em que sua esperança tiver uma chance de valer a pena. Temos que estar vivos para experimentar os frutos da esperança.

O Técnico fez uma careta.

De certo modo, parecia uma criança pequena que não queria comer seus cubos de legumes.

— Não tem outra pessoa que possa lidar com isso? — perguntou com uma voz sem nenhuma esperança.

A Braço Esquerdo apenas o encarou com um olhar gélido.

— Não — disse ela lentamente.

O Técnico respirou fundo, devagar.

Então, sua Barreira se ativou, e várias imagens piscaram nela antes de desaparecerem.

Cinco segundos depois, a Barreira se desativou.

— Pronto, terminei — disse ele. — Posso voltar a pesquisar agora?

Nick revirou os olhos.

“Cinco segundos”, pensou Nick. “Esse cara causou todo esse problema por apenas cinco segundos de trabalho.”

“Só pra chegar ao andar térreo já demorou mais que cinco segundos.”

No entanto, Nick não estava surpreso.

Muitas pessoas assim eram bastante excêntricas.

— Me diga tudo o que descobriu sobre essa nova possível forma de Consumo — ordenou a Braço Esquerdo.

— Ah, claro! — respondeu o Técnico, com o humor imediatamente melhorando.

Assim que começava a falar sobre suas pesquisas, sua postura se iluminava como a de uma criança que acabara de encontrar um brinquedo novo.

O Técnico começou a falar sem parar sobre o que havia descoberto e sobre o que achava que poderia acontecer.

— E o melhor cenário possível? — perguntou a Braço Esquerdo, interrompendo o Técnico.

— Bem — disse o Técnico. — Se conseguirmos, de alguma forma, permitir que o Sincronizador Zephyx adquira novas habilidades, então tecnicamente não estaríamos mais limitados pelo poder dos Espectros que possuímos.

— Nick poderia, potencialmente, se tornar um Escudo no Pináculo e, se tudo der certo, poderia até ser o primeiro humano a alcançar o nono nível.

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