Alguns dias se passaram.
Nick apenas esperava.
Eventualmente, as portas se abriram, e o Técnico entrou no vestiário.
— Eu não vou abrir — disse o Técnico com irritação. — Só vou olhar. Você pode continuar me observando, se quiser.
Naturalmente, ele estava falando com o Campeão.
O Técnico se aproximou do console e verificou várias configurações.
— As configurações estão normais. Nada foi adulterado — murmurou o Técnico.
Em seguida, olhou para a entrada de funcionários.
— Eu não vou abrir! — gritou o Técnico, irritado. — Só estou verificando a entrada de funcionários.
A Barreira do Técnico se ativou, e a luz acima da entrada de funcionários ficou verde.
BANG!
O Campeão arrombou a porta e parou no vestiário, lançando um olhar fulminante ao Técnico.
— Isso é um teste! — gritou o Técnico, apontando para a luz. — Ela abriu? Não! Estou testando sua funcionalidade!
O Campeão apenas continuava encarando o Técnico.
— Você acha mesmo que eu jogaria minha vida fora por um Espectro? — perguntou o Técnico. — Dediquei minha vida à Égide. A humanidade é minha prioridade. Não vou jogar isso fora só para libertar um Espectro.
O Técnico suspirou. — Mesmo que ele fosse meu amigo.
O Campeão permaneceu em silêncio por um tempo.
— Continue — ordenou.
A entrada de funcionários apitou algumas vezes, e exibiu luzes diferentes.
— O que você está fazendo? — perguntou o Campeão.
— Você quer a resposta detalhada? — perguntou o Técnico, já esperando um não.
— Sim — respondeu o Campeão.
— Certo — disse o Técnico com um dar de ombros.
Então, ele explicou em detalhes o que estava fazendo.
Estava realizando múltiplos testes para ver se a Unidade de Contenção havia sido comprometida.
O Campeão ouviu.
Ele sabia que o Técnico fora extremamente próximo de Julian e realmente não confiava tanto nele.
Embora quisesse que o Técnico verificasse se havia algo de errado com a Unidade de Contenção, também não confiava plenamente, razão pela qual queria que tudo fosse explicado.
— A entrada de funcionários está normal — disse o Técnico.
— Agora, vamos testar a porta principal. Vai ser barulhento, e o alarme vai disparar, mas é para isso que serve — disse o Técnico.
O Campeão assentiu.
Então, o Técnico ordenou que a porta principal fosse aberta.
Imediatamente, os alarmes dispararam, e o Campeão estreitou os olhos.
— Está vendo? Continua fechada — transmitiu o Técnico enquanto o alarme agredia seus ouvidos.
— Quer desativar a sequência? Vá em frente — disse o Técnico, afastando-se do console.
O Campeão se aproximou e rapidamente ordenou que a Unidade de Contenção permanecesse fechada.
Os alarmes cessaram, e o console voltou ao seu estado normal.
— Viu? Nada com que se preocupar — disse o Técnico.
— Agora, vamos examinar o lado de fora da Unidade de Contenção.
Os dois se aproximaram da parte de trás da Unidade de Contenção.
Era onde Nick estava.
Eles contornaram a Unidade e viram o espaço apertado atrás dela.
Nick já não estava mais lá.
— Agora, vamos colocar um farol de ressonância — disse o Técnico, colocando um pequeno dispositivo na parte de trás da Unidade de Contenção. — Vamos colocar um em cada lado da Unidade. Isso nos ajuda a detectar qualquer distúrbio no Prephyx.
O Campeão e o Técnico caminharam ao redor da Unidade de Contenção, colocando os faróis.
Enquanto faziam isso, Nick saiu novamente da Unidade de Contenção.
Sim, só havia um buraco de mão única levando para fora, mas nas últimas horas, Nick havia alterado um pouco o buraco.
Ele havia se tornado um buraco de mão única levando para dentro.
E, ao sair novamente, ele o alterou de novo.
Enquanto não houvesse um buraco de mão dupla, seria difícil para o Campeão perceber que havia um buraco.
Atrás da Unidade de Contenção, Nick rapidamente pegou o farol e o substituiu por um dispositivo idêntico.
O farol não era realmente um farol.
Era uma Barreira disfarçada de farol.
E essa Barreira tinha as novas credenciais de Nick.
A Barreira do Técnico se ativou, e os faróis emitiram certas leituras.
Quando o Técnico viu as leituras, franziu a testa.
— Algo não está certo — disse.
Então, mostrou as leituras ao Campeão.
— Há algo errado na parte de trás da Unidade de Contenção.
Os dois voltaram e inspecionaram.
— Há um buraco — disse o Campeão, com os olhos estreitos.
— O quê? Onde? — perguntou o Técnico.
Um ponto na parte de trás da Unidade de Contenção brilhou, e o Técnico olhou.
Quando viu o buraco, respirou fundo.
— Isso é minúsculo! — gritou. — Eu precisaria do módulo de integração para encontrar isso!
— Foi você quem fez esse buraco? — perguntou o Campeão.
— O quê? Não! Como eu faria isso sem ser notado?! — questionou o Técnico.
— Você era próximo de Julian Winter. Talvez tenha feito o buraco naquela época — disse o Campeão.
O Técnico pareceu ofendido ao ouvir a acusação. — Com todo o respeito, mas como? Eu construí isso há um século. Dezenas de Protetores usaram a Unidade de Contenção nesse tempo, e algum deles certamente teria notado algo.
— Além disso, o buraco literalmente permitiria a entrada de Prephyx, e o isolamento de Prephyx não funcionaria como resultado.
— Esse buraco tem que ser novo — disse o Técnico.
O Campeão lançou um olhar penetrante ao Técnico.
No entanto, não sentiu nenhuma falsidade.
— Então, o que quer fazer agora? — perguntou o Técnico.
— É seu trabalho investigar a Unidade de Contenção — disse o Campeão.
— Mas você não confia em mim. Então, decida o que devo fazer — respondeu o Técnico.
O Campeão permaneceu em silêncio por um tempo.
Durante esse tempo, ele contatou o Político e pediu conselhos.
— Eu entrarei e banharei tudo em luz — disse o Campeão. — Quero me certificar de que não restou nada.
O Técnico saiu do caminho.
O Campeão abriu a entrada de funcionários e, assim que ela se abriu, sua luz lavou a Unidade de Contenção.
Qualquer vestígio de Zephyx que restava foi reduzido ao nada.
O Político havia dito que Julian poderia ter escapado da Unidade de Contenção, mas ele não poderia ter saído da instalação sob a luz do Campeão.
Portanto, havia duas possibilidades.
Ou ele estava dentro da Unidade de Contenção, ou estava ao redor da Unidade de Contenção.