Alex sentiu raiva várias vezes.
Sua demonstração mais recente de raiva foi quando aprendeu sobre as esposas de Elias Deathwill e sua intenção com as Irmãs Deathwill, suas filhas.
Alex sempre sentiria um ódio genuíno por este homem. Sua raiva só suavizaria ao lembrar do rosto espancado de Elias Deathwill.
Isso não foi o bastante, por motivos óbvios.
[Nunca amei minhas esposas.]
— Bastardo! — Alex gritou, com a alma no oceano vermelho-escuro. Ele continuou se afundando como se tentasse fugir da fúria.
[Elas são minhas preciosas espadas.]
— Elas são suas filhas! — Alex berrou porque não suportava que alguém chamasse suas amadas esposas de itens. Ele as amava demais.
Alex não sabia quando foi parar em sua alma, nem conseguia pensar sobre isto enquanto a fúria o invadia, corroendo sua alma. Ele se perdeu lentamente em suas imaginações e fúria, enfrentando um falso Elias Deathwill.
Num horizonte, uma parte do oceano vermelho vivido ficou preto. Parecia espesso e imparável, aparentemente corroendo um mundo pacífico.
[Sou a verdadeira!]
A voz de alguém ecoou na alma de Alex. Era uma voz feminina hipnotizante, apesar do ódio imenso em seu tom. Era como se ela pudesse transformar qualquer homem em masoquista só com sua voz.
Era uma voz estridente, porém, Alex não despertou do próprio ódio. Ele continuou se lembrando de Elias Deathwill, que era seu inimigo principal.
[Você é falsa! Você, que nem lembra do próprio marido, um mero clone! Ele é meu, apenas meu!]
A voz da dama causou ondas e redemoinhos na alma de Alex. Quanto mais gritava, mais rápido a corrosão ficava.
Porém, como Alex era um sujeito peculiar, sua alma continha um residente consciente.
— Calada, sua puta barata! — Uma mulher de cabelos vermelhos, cujos fios se fundiam perfeitamente com o oceano vermelho, uivou com a expressão claramente irritada.
Seu cabelo parecia um com o oceano enquanto flutuava nele. Isto a fez parecer estar no meio de seu antro.
No entanto, quando ergueu o corpo superior, notou a tempestade vindo: — Além de vir sem ser convidada, você corrói minha casa enquanto grita sobre o marido de outra pessoa?
— Aposto que nunca limpou a porra da sua buceta. É por isso que ele fugiu de você ou escolheu outra pessoa — a garota ergueu suas curvas voluptuosas com a própria energia, flutuando acima do oceano vermelho.
Ela pousou gentilmente na superfície do oceano, parando como uma deusa neste lugar. Ela era alta, esbelta e confiante na própria força e beleza!
Infelizmente, ela não era uma deusa.
Ela era o Demônio de Alexander Mao. Era o segundo demônio único, pois sua força vinha de duas fontes, o seu medo e o de Alexander.
Nenhum antagonista, exceto Blackburn Balde, tinha tal demônio.
Dois pares adicionais de braços esbeltos brotaram como flores de seu torso e ombros. Ela ergueu o queixo com arrogância, inclinando a cabeça enquanto seus olhos brilhavam em vermelho. Como se este movimento fosse um gatilho, seu corpo explodiu com uma mana peculiar, adicionando um tom vermelho a sua pele pálida.
Neste estado sensual, a demônia avançou, pisando no oceano e deixando ondulações para trás.
BANG!
Num piscar de olhos, a garota atingiu todos os punhos no oceano corroído. Sua força parou a invasão da energia negra, destruindo um pouco dela. Porém, enquanto continuava socando, percebeu rapidamente que não conseguia eliminar totalmente da alma de Alexander.
[Eu vou tê-lo de volta! Nós assumiremos o trono juntos!]
— Vadia… pare de falar sobre ele! — A demônia recuou alguns passos, olhando para o oceano negro com uma expressão irritada: — Se ele escolher outra pessoa, você não pode fazer nada sobre isto.
— Se ele escolher uma nova vida, você ainda não pode fazer nada.
— Já desisti da minha vida anterior, então feche a matraca do lugar em que está e me deixe dormir! — O grito de Ivonne atravessou o oceano.
E como misturou sua voz com mana, a corrosão parou por pelo menos algum tempo. Sua autoridade sobre este lugar estava abaixo apenas de Alexander.
Esta era sua alma, então não era estranho.
— Hmm? — Ivonne viu uma mudança no oceano negro. Alguns pedaços começaram a flutuar, indo na direção do céu negro.
Para a dama de cabelos vermelhos, parecia com uma tentativa fútil. No entanto, como a energia desconhecia podia invadir Alex do nada, ela deduziu que havia mais em sua alma do que aparentava.
— Deve estar relacionado a sua classe — Ivonne comentou num tom afiado, pois sempre teve pouca paciência, sendo gentil apenas com seu marido e em situações únicas.
E mesmo que fosse o demônio de Alex, havia coisas que não podia examinar, o que iria contra seus limites.
Ela era apenas um demônio, não alguém querido ou precioso para Alexander. E como ele não conseguia lembrar da última conversa dos dois, era normal.
— Se está relacionado a sua classe e alguém está liberando este poder, então ele deve acordar logo. — Ao se virar, Ivonne localizou a presença de Alexander em sua alma.
Ele estava envolto de escuridão, afundando cada vez mais.
Ivonne disparou em sua direção. Como uma sereia, saltou na água, usando os outros braços para ajudá-la a pegar o homem afogando.
E quando ele estava em seu alcance, seus braços viraram pétalas vermelhas, desaparecendo em suas curvas. Ela estendeu os braços reais, segurando Alexander com força.
No abraço dela, Alex não sentiu mais raiva. Toda energia estrangeira nele foi subjugada, se trancando em sua alma como algo completamente não relacionado a Elias Deathwill e sua trama.
[Mestre!]
— Ah, você nunca está só, não é? — Ivonne beijou a bochecha de Alex, observando-o com os olhos estreitos, misturado com uma emoção peculiar. Ela ouviu a voz de Erin chamando seu mestre, o que lhe disse que a ligação dela com Alex havia ficado mais forte.
Ivonne esfregou o cabelo de Alex, enquanto falava perto do ouvido dele: — Assim como seu pai…
Enquanto o segurava, Ivonne levou Alex lentamente a superfície. Eles flutuaram grudados um no outro.
Infelizmente, Alex não conseguiria acordar aqui tão cedo. Entretanto, enquanto Ivonne olhava a energia negra surgindo sem qualquer consciência, soube que Alex e mais alguém logo começariam a se aprofundar nisto.
E conforme o poder continuasse surgindo, ele logo traria um demônio da caverna!
— Mamãe sempre ajudará você, pois estaremos juntos até que a morte nos separe — Ivonne fechou os olhos, descansando sua cabecinha no peito de Alex.
Ele desapareceu alguns minutos depois, porque finalmente despertou.
E quando Ivonne viu o momento do despertar dele, brincou: — Tal pai, tal filho, nunca sozinhos.
Ela então fechou os olhos, não querendo espionar. Sabia que ele teria uma conversa com o mulherão no mundo real, então não era hora de ouvir a conversa.
No entanto, quando Alex abrisse o sistema para checar os pontos de energia negra reunido no inventário, Ivonne com certeza ouviria, pois precisava saber várias coisas sobre ele.
Era importante, principalmente para seu futuro. Como seu demônio, Ivonne poderia aprimorar significativamente suas habilidades no futuro. Era importante conhecê-las.
Contudo, mais que tudo, Ivonne só o conhecia há dois anos. Ela despertou a consciência quando Alex fez 17 anos.
Desde aquele dia, ela vinha ouvindo e observando Alex por quase dois anos. Ela aprendeu sobre ele, seu pai e mãe. Viu a vida deles no mundo moderno como uma família feliz.
— Lavinia… Sua garota boba… Sua dor foi tanta que selou as próprias memórias — Ivonne sussurrou, olhando para o teto escuro: — Você e meu novo destino como demônio me ajudou a desistir da minha vida anterior.
— Seu amor imenso pelo Harvey te abençoou com um destino de ser a única mulher dele. Não desperdice enquanto luto minha própria batalha.
— Eu… não me tornarei como o demônio do Blackburn Blade. Para isso, devo desistir completamente da minha vida anterior — Ivonne lembrou do homem que havia a matado.
Como o demônio dele estava preso entre a vida e a morte, ele sempre o teve em suas costas. Seguiria ele como uma marionete, seus olhos vazios, isentos de consciência. E ainda assim, ela veria e o apoiaria como um brinquedo.
Ao mesmo tempo, sentiria uma dor imensa, pois sua existência ia contra as dez regras universais.
Blackburn Blade se odiava por ter tal demônio. Porém, à medida que as batalhas continuavam, seu coração ficou gélido e se acostumou aos gritos de sua esposa.
Somente ele conseguia ouvir aqueles gritos… E em algum ponto, tratou como alarmes, canções de ninar e algo para passar o tempo.
Ele desenvolveu uma segunda personalidade enquanto sua esposa continuava sofrendo.
— Não me tornarei assim… nem fodendo — Ivonne sussurrou: — E Alex não perderá contra… o nosso medo.