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Paragon of Destruction – Capítulo 148

Uma Decisão

“O que ele disse exatamente?” Snow Cloud olhou para Arran fixamente ao fazer a pergunta.

Estão nos aposentos dela, onde Arran pôde notar que são bem mais agradáveis do que os seus. Enquanto ele ocupava um quarto individual com apenas uma cama e uma secretária, a Snow Cloud ocupava três quartos inteiros, incluindo o seu quarto, a sua pequena biblioteca e a sala de estar muito bem mobilada em que se encontravam. Não que ele tivesse inveja, claro – embora um pouco mais de espaço fosse bom.

Arran explicou brevemente a Snow Cloud o seu encontro com o Ancião Naran e Stone Heart, e a proposta que o Ancião Naran havia feito.

Assim que terminou de falar, Snow Cloud franziu os olhos, aparentando surpresa com a ideia. “Ele quer que vocês os dois enfrentem um exército inteiro juntos?”

“Eu presumo que ele quer que eu derrote o exército, e que Stone Heart derrote o seu líder,” explicou Arran. “Com a magia do Sangue, a quantidade de soldados não vai fazer muita diferença para mim.”

“Mas é um exército inteiro”, argumentou Snow Cloud. “Com milhares de soldados.”

Arran abanou a cabeça. “Isso não importa. A Magia de Sangue é diferente da Essência. Meu poder não vai se esgotar enquanto eu estiver lutando – a cada inimigo que eu matar, eu ficarei mais forte. Embora eu não entenda muito bem, acredito que a magia de sangue tenha sido criada para matar exércitos”.

Snow Cloud ergueu a sobrancelha. “O que te faz pensar assim?”

Arran hesitou em continuar, procurando as palavras para os pensamentos que teve desde a sua têmpera.

Depois de alguns instantes, ele falou, com uma voz com pouca confiança. “A maioria do poder que ele dá é temporária, mas a sede de sangue o leva a lutar sem medo da morte.” Suspirou, depois balançou a cabeça. “Não acho que seja para sobreviver. Acredito que foi feito para que uma única pessoa possa destruir um exército e depois a si mesma.”

“Mas você a controla agora, certo?” Houve uma certa dúvida na voz de Snow Cloud, a qual lhe lançou um olhar preocupado.

“Eu tenho”, respondeu Arran.

“Eu acho que você não precisa ir”, disse a Snow Cloud, franzindo as sobrancelhas. “Você pode perder o controle novamente, e mesmo com a magia do Sangue… trata-se de um exército inteiro. E se Stone Heart falhar…”

“Eu não me preocupo com essas coisas”, Arran a interrompeu.

Snow Cloud deu a ele um olhar intrigado. “Você está tão confiante assim na magia do Sangue?”

“Estou ciente de que posso enfrentar o exército”, disse Arran. “Mas também sei que o Ancião Naran vai intervir se as coisas derem errado.”

“Ancião Naran? Eu pensei que ele havia dito que somente você e Stone Heart iriam lutar contra o exército?”

“Ele mentiu”, respondeu Arran. “O que ele deseja mesmo é ver a magia do Sangue em ação, e ele não vai permitir que ela acabe perdendo o controle caso algo aconteça inesperadamente.”

Ele só descobriu isso depois de sua visita ao Ancião, mas no momento em que ele juntou as peças, soube que era verdade.

Quando Tuya o procurou pela primeira vez, contou-lhe que seu pai havia tentado estudar magia de sangue há muito tempo. Ao saber disso, foi justo supor que o homem havia planejado estudá-lo muito enquanto ele estava inconsciente após a têmpera. E agora, o que faltava era ver como seria o impacto da batalha.

Foi por isso que o Ancião não deixou seus seguidores destruírem o exército, de modo que ele queria enviar Arran e Stone Heart sozinhos. Foi um experimento simples e, apesar de que a batalha não seria totalmente sem riscos, Arran teve a certeza de que o resultado já estava determinado.

Snow Cloud ficou surpresa por um momento, mas então, surgiu uma expressão pensativa em seu rosto. “Stone Heart sabe sobre isso?”

Arran balançou a cabeça. “Ele não sabe, e não deveria saber. Para recuperar sua confiança, ele precisa dessa batalha e, para isso, ele precisa acreditar que é responsável por sua própria redenção.”

“Se você tem tudo planejado, então por que veio me pedir conselhos?” perguntou Snow Cloud, parecendo agora um pouco irritado.

“Não estou preocupado com a batalha”, disse Arran, “Mas estou preocupado com o Sexto Vale. Eu não entendo nada sobre o conflito o suficiente para saber se isso vai me ligar ao Sol Crescente ou se vai me fazer ganhar inimigos entre as outras facções.”

Imediatamente, Snow Cloud começou a entender e, por vários minutos, ela permaneceu em silêncio ao considerar o assunto.

“Não vai”, disse ela, por fim. “Não se você não se envolver diretamente no conflito. Os forasteiros que atacam os membros da Sociedade se tornam inimigos de todos, e matá-los não será visto com um aliado de uma facção.”

“E se uma das outras facções enviar o exército?” perguntou Arran, chegando à sua pergunta mais importante.

“Então eles são traidores da Sociedade”, disse Snow Cloud, parecendo estar com raiva da sugestão. “E eles são seus inimigos, independentemente da facção”. Balançou a cabeça e continuou em um tom mais suave: “Mas eu acredito que nenhum deles iria tão longe. Enfrentar uns aos outros é uma coisa, mas ajudar pessoas de fora a matar membros da Sociedade já é uma coisa totalmente diferente.”

Ela falava com uma confiança que Arran não compartilhava, mais parecia claro que, ao menos superficialmente, combater o exército não o colocaria no campo da Sol Crescente. Ainda que isso fosse menos certo do que ele queria, teria que servir.

Caso alguém do Sexto Vale estivesse por trás disso, isso seria um segredo bem guardado, mesmo para sua própria facção. Se ele colocasse um fim no exército, não poderia ser considerado um ataque a nenhuma das facções.

“Então eu lutarei”, disse ele.

Snow Cloud continuou tentando fazê-lo mudar de ideia, mas os esforços dela não deram em nada.

Na verdade, ele desejava ter o poder que a batalha lhe traria, mas a única coisa que o impedia de participar era a possibilidade de que isso fosse considerado uma declaração da facção Sol Crescente. Agora que sabia que esse não era o caso, já estava decidido.

Depois de deixar Snow Cloud, dirigiu-se aos aposentos de Tuya. Ele precisava cuidar de mais uma questão – uma questão importante.

Quando Tuya abriu a porta, Arran não conseguiu entender nada. Ainda que o rosto sonolento dela indicasse que ele havia interrompido seu sono, seus olhos foram atraídos imediatamente para o corpo dela, que mal estava coberto por um conjunto de roupas íntimas escandalosamente pequeno.

“Não era a visita da meia-noite que eu esperava”, disse ela ao acenar para que ele entrasse, parecendo divertida com o constrangimento dele. “Mas imagino que eu poderia fazer pior.”

“Preciso de uma armadura”, disse Arran, se esforçando ao máximo para ignorar as tentativas de provocação dela. Ele teve sucesso apenas em parte, e podia sentir suas bochechas corarem.

“Eu pareço um ferreiro?”, disse ela em um tom divertido, não fazendo questão de cobrir seu corpo.

“Eu pagarei”, respondeu ele, fazendo um grande esforço para manter os olhos no rosto dela. “Em cristais de essência.”

Quando mencionou os Cristais de Essência, seus olhos imediatamente se iluminaram. “Acho que posso encontrar alguma coisa”, disse ela. “Mas duvido que eu consiga algo melhor do que esse seu casaco preto.”

“Não estou querendo substituí-lo”, disse Arran. “O que eu preciso é de luvas, capacete, gorro, ganchos…” Ele levou algum tempo para listar todos os itens de que precisava e, quando terminou, Tuya é quem estava com os olhos arregalados de espanto.

“Onde diabos eu vou encontrar tudo isso?”, ela perguntou, encarando Arran com se ele tivesse enlouquecido.

“Não sei”, respondeu Arran encolhendo os ombros. “Mas se conseguir encontrar tudo isso até de manhã, eu vou lhe dar cem Cristais de Essência.”

“Cem?” Ela estreitou os olhos, mas assentiu lentamente. “Talvez eu consiga encontrar alguma coisa…”

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