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Paragon of Destruction – Capítulo 153

Caçando os Sobreviventes

Depois da batalha, Arran caçou os soldados fugitivos com determinação. Por mais letal que tenha sido a batalha, vários sobreviventes conseguiram fugir, com milhares deles ocupando os bosques que cercavam o acampamento.

Em apenas três dias, ele já havia matado muito mais soldados em sua caçada do que durante a batalha e, embora a maior parte da força temporária da magia de sangue tivesse diminuído rapidamente, ele sentia que também havia benefícios permanentes.

Provavelmente, ele não conseguiria evitar ferimentos graves como havia feito logo após a batalha, mas qualquer ferimento pequeno que ele tivesse sofrido seria curado facilmente e sua força mais do que dobraria.

Diversas vezes, grupos de soldados tentou emboscá-lo. Nenhum deles viveu para se arrepender do erro. A Visão das Sombras de Arran permitia que ele enxergasse suas emboscadas com facilidade e, ainda que a maior parte da força da batalha anterior tivesse se dispersado, Arran era forte o suficiente para esmagá-los sem esforço.

Os mais problemáticos foram aqueles em que não tentaram lutar ou fugir, optando por implorar por suas vidas.

Embora Arran já não sentisse qualquer remorso por matar inimigos em batalha, o fato de matar soldados indefesos que suplicavam por misericórdia era outra questão. Mesmo tendo seguido um líder monstruoso, ele não tinha certeza de que eles tivessem participado dos crimes do homem.

No final, acabou decidindo poupá-los. Talvez fosse um erro, mas não podia simplesmente executá-los a sangue frio.

No entanto, antes de libertá-los, ele os interrogou. Ele queria saber muitas coisas sobre como o mago reuniu um exército enorme de refinadores de corpos.

Mas a resposta que deram não só o surpreendeu, mas também o deixou muito preocupado.

Pelo que os soldados o informaram, o mago, agora morto, começou a reunir seu exército meia década antes. Ele havia atraído bandidos e mercenários prometendo que eles teriam poder e, então, cumprido essas promessas ensinando a eles técnicas básicas de refinamento corporal e alimentando-os com comida com Essência Natural.

Entretanto, ao invés de dizer aos soldados que estavam aprendendo Refinamento Corporal, o mago afirmou que o poder era um presente de uma divindade que ele chamava de Deus do Sangue ao descrever as técnicas de Refinamento Corporal como orações.

Arran soube na hora que isso causaria problemas muito maiores para a região do que tudo o que o exército já havia feito.

Uma religião cujas “orações” traziam poder real se espalharia como fogo, e haveria pelo menos alguns crentes entre os soldados fugitivos, mesmo depois de sua derrota desastrosa.

Para piorar, conforme o que os soldados disseram a Arran, essa religião que o mago havia criado é tanto cruel quanto falsa, e seus seguidores acreditam que o chamado Deus do Sangue exigia inúmeros sacrifícios para obter seus favores.

No entanto, mesmo que Arran desejasse eliminar o culto da face da Terra, ele sabia que não poderia fazer isso. Ele não teria tempo para passar meses perseguindo todos os sobreviventes e, mesmo que o fizesse, ainda assim centenas deles conseguiriam escapar. Eram muitos para serem perseguidos por um único homem.

Como não havia opções melhores, ele se esforçou ao máximo para explicar a verdade aos que se renderam, dizendo que na verdade eles estavam praticando o refinamento corporal e que suas “orações” eram apenas técnicas de treinamento.

Possivelmente, ele esperava que a verdade pudesse impedir que a nova religião se espalhasse ou pelo menos desacelerá-la. Caso os soldados descubram que havia uma explicação bem simples para o poder deles, é possível que não fiquem tão ansiosos por acreditar nas mentiras que o mago havia lhes contado.

Grande parte dos soldados que se renderam a Arran foi convencida facilmente. A seus olhos, Arran é muito mais poderoso do que seu antigo líder, então suas palavras têm mais peso do que as de um profeta morto.

Outros responderam de forma diferente, parecia que aceitavam as palavras de Arran, mas o olhavam com um fervor quase religioso, chegando até a prometer caçar os seguidores do Deus do Sangue em nome de Arran. Ainda que isso o deixasse desconfortável, ele os liberou – se nada mais, pelo menos eles impediriam a disseminação do culto do mago.

Finalmente, alguns negaram suas palavras, persistindo em se agarrar às mentiras do mago. Esses, Arran matou sem hesitação. Indefesos ou não, continuariam a ser um perigo para a região.

Depois que soube do culto do mago, Arran foi à caça com uma determinação ainda maior. Na medida em os soldados que restassem seriam em menor número ao partir, o que tornaria mais difícil a propagação dessa nova religião.

No quarto dia, sua determinação se intensificou ainda mais quando ele encontrou as ruínas de um vilarejo que tinha sofrido um ataque de um grupo de soldados sobreviventes.

A maior parte dos edifícios foi totalmente queimada e, com ela, grande parte dos corpos dos aldeões. No entanto, os poucos corpos que se mantiveram intactos mostravam sinais de violência, tortura e outras atrocidades.

Após isso, Arran já não poupava nenhum dos soldados que encontrava.

Uma semana se passou enquanto Arran perseguia impiedosamente todos os sobreviventes que encontrava, porém, ainda que quisesse continuar, ele sabia que era hora de voltar ao castelo. Somente a viagem de volta seria mais de uma semana, e ele suspeitava que Snow Cloud não estaria nada satisfeito com sua ausência prolongada.

Além disso, os sobreviventes que ele encontrou estavam ficando cada vez mais distantes a cada dia, e Arran não era um rastreador experiente. Nos primeiros dias após a batalha, a floresta esteve repleta de presas, mas agora, os soldados que sobreviveram à batalha e à caçada de Arran tinham fugido para longe.

Mesmo com suas dúvidas em relação aos muitos soldados que escaparam com vida, ele se dirigiu ao castelo. Não havia motivos para se atrasar mais – mesmo que ele caçasse por mais uma semana, ele acreditava que não capturaria mais do que algumas dezenas de inimigos.

No entanto, ele mal começou a viagem de volta e se deparou com os rastros de um grande grupo de soldados – pelo menos cem, pelo que ele pôde perceber.

Sem pensar duas vezes, ele começou a persegui-los. Ele não permitiria que um grupo tão grande escapasse, por mais que Snow Cloud ficasse com raiva quando ele voltasse.

As pegadas do grande grupo foram fáceis de seguir e Arran os seguiu em alta velocidade, já que seu corpo anormalmente forte lhe permitia correr sem parar. Mesmo assim, levou quase um dia para alcançá-los e, quando conseguiu, os encontrou atacando uma grande aldeia.

Por um instante, ele ficou olhando confuso. Enquanto o grupo atacante era formado por mais de cem pessoas, havia pelo menos mais de vinte soldados fugitivos lutando ao lado dos defensores.

E Arran estava certo de que eram soldados fugitivos – ele podia sentir a Essência Natural em seus corpos, mas não havia razão para uma aldeia qualquer conter mais de vinte Refinadores de Corpo, com uma força equivalente à dos soldados.

Sem parar para analisar mais o assunto, decidiu que não teria tempo para explicar a situação. Seja qual for a explicação, ele teria tempo para descobri-la após lidar com os atacantes.

Os aldeões travavam uma batalha perdida, com a chegada de Arran a situação se inverteu rapidamente.

Ele derrubou mais da metade dos soldados sem que eles percebessem que estavam sendo atacados, e sua lâmina rasgou os inimigos sem esforço. Então, repleto da força da magia do sangue, ele começou a atacar com seriedade.

O que havia sido uma batalha se transformou rapidamente em um massacre, com os oponentes de Arran entrando em pânico ao perceberem que estavam enfrentando o homem que, por si só, havia destruído o exército deles. Muitos tentaram fugir, e outros imploraram por misericórdia, mas ninguém foi poupado da ira de Arran.

Sem ele, o destino dos aldeões teria sido o mesmo e, em comparação, suas mortes imediatas já eram mais misericórdia do que mereciam.

Em poucos minutos, o último dos atacantes caiu e, assim que Arran limpou o sangue de sua espada, ele se voltou para os aldeões e soldados defensores, que estavam olhando para ele com os olhos arregalados de espanto.

“Quem está no comando aqui?”, perguntou ele, com uma voz calma, mas firme.

Um dos aldeões se aproximou, uma mulher baixa e com uma espada ensanguentada na mão. Aproximou-se de Arran e depois se ajoelhou.

“Obrigada, lorde cavaleiro”, disse ela, mostrando uma expressão com uma mistura de alívio, medo e admiração. “Se não fosse por você, a Curva do Rio teria caído.”

Arran levantou uma sobrancelha. “Curva do Rio?”

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