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Paragon of Destruction – Capítulo 155

A próxima missão

“Seu idiota!” Snow Cloud olhou para Arran com os olhos cheios de lágrimas. “Eu pensei que você tinha morrido!”

Arran não respondeu. Quando ela repetiu as mesmas palavras pelo menos uma dezena de vezes nas últimas meia hora, ele entendeu que não havia nada que ele pudesse dizer que fizesse alguma diferença.

Quando ele voltou ao castelo, ele esperava que ela ficasse com raiva, ou até mesmo furiosa. Mas o que ele não esperava mesmo era que ela o abraçasse enquanto quase chorava.

Na opinião de Arran, isso foi consideravelmente pior do que tudo o que ele estava se preparando. A raiva dela, ele conseguia suportar. Mas não fazia ideia de como lidar com isso. Era evidente que a ausência dele a havia magoado e ela passou essas semanas preocupada, imaginando que ele estivesse morto ou tivesse sido capturado.

É claro que ele havia se desculpado, mas as desculpas não eram o que ela queria. Sobre o que ela queria, Arran não fazia ideia.

Uma parte de sua mente culpava Stone Heart pela situação. O novato seguiu as instruções de Arran ao pé da letra, e não contou a ninguém sobre o envolvimento de Arran na batalha – nem mesmo a Snow Cloud. Ao invés disso, ele simplesmente disse que Arran teria que cumprir outra tarefa e que não sabia quando Arran voltaria.

Isso não foi a intenção de Arran. Snow Cloud é uma das poucas pessoas que sabe sobre sua magia de sangue, ele esperava que Stoneheart pudesse entender que não havia mal algum em informá-la sobre a batalha.

Mas parece que o novato alto não era muito bom em pensamentos independentes – ou talvez ele apenas tivesse medo de fazer besteira novamente.

O Ancião Naran não foi útil para tranquilizar as preocupações de Snow Cloud, de qualquer forma. O homem desapareceu logo após a partida de Arran e Stone Heart e, quando finalmente voltou, ele se trancou em seus aposentos, e não permitiu que ninguém o incomodasse.

Isso deixou Tuya, que foi pior do que inútil.Em vez de confortar Snow Cloud, Tuya ficou imaginando todas as batalhas gloriosas e perigosas que Arran estaria travando enquanto estivesse fora. Essa ausência prolongada de Arran, segundo ela, só podia significar que ele tinha sido enviado atrás de um inimigo particularmente formidável.

Ao todo, Snow Cloud se convenceu de que Arran corria um perigo mortal e, quando ele voltou, sua reação foi vigorosa.

“Você deveria ter me avisado”, comentou ela depois de algum tempo. A essa altura, Snow Cloud já havia se acalmado e, por mais que seus olhos ainda estivessem vermelhos, não estava em prantos.

Arran assentiu com a cabeça, ciente de que ela não estava errada. Ele devia ter instruído Stone Heart a informar Snow Cloud que se atrasaria, mas só porque estava caçando os remanescentes do exército derrotado.

Mas ele não o fez, o que não havia nada que ele pudesse fazer para mudar isso agora.

Por alguns momentos, Snow Cloud ficou em silêncio, e Arran aproveitou a oportunidade para mudar de assunto.

“Trouxe uma coisa para você”, disse ele, entregando a Snow Cloud um saco vazio que continha as ervas que ele havia recebido na aldeia.

Snow Cloud aceitou a bolsa com uma careta curiosa, em seguida, parou por alguns instantes para inspecionar seu conteúdo. Quando ela analisou, arregalou os olhos de surpresa. “Onde você conseguiu isso?”

“Salvei uma aldeia de alguns atacantes”, disse Arran. “Os aldeões me deram as ervas em agradecimento. Tem alguma coisa que você precisa entre elas?”

Snow Cloud concordou com a cabeça, com um ar ligeiramente intrigado. “Este é um dos poucos ingredientes que eu ainda preciso”, disse ela, franzindo a testa. Então, ela olhou para Arran. “Você salvou uma aldeia? De quê?”

“Ela foi atacada por um grupo de soldados”, ele respondeu. “Eu impedi o ataque.”

Uma expressão séria apareceu no rosto de Snow Cloud. “Me conta um pouco mais sobre isso”. Com um olhar pensativo, ela acrescentou: “Desde o início”.

Arran obedeceu ao pedido, narrando a batalha e tudo o que se seguiu. Ele não se preocupou em esconder nada – afinal, Snow Cloud era seu único aliado real na Shadow Flame Society.

Ele esperava vê-la surpresa quando chegasse ao envolvimento dos novatos, mas ela simplesmente acenou com a cabeça, pensativa, e pediu para ele continuar. O que ele percebeu é que ela já estava considerando essa possibilidade.

Finalmente, ele falou sobre os eventos na aldeia. Quando isso aconteceu, seus olhos se arregalaram de choque enquanto ela ouvia.

“Você fez o quê?!” Ela olhou para Arran com espanto.

“Eu dei a eles algumas técnicas de refinamento corporal”, ele repetiu. Ele acrescentou rapidamente: “Mas só as que eu mesmo criei. Eu não passei a eles as técnicas da Chama da Sombra”.

Ela balançou a cabeça. “Ninguém pode saber sobre isso”.

“O que eu fiz, foi proibido?” Arran perguntou, com uma sensação de inquietação crescendo dentro dele. Ele não tinha muito conhecimento das regras da Shadow Flame Society e muito menos do que aconteceria se ele as violasse.

“Não é proibido, exatamente”, respondeu Snow Cloud, com uma expressão complexa. “Mas grande parte das vilas e cidades da região podem passar séculos sem ver um único mago. Se uma aldeia inteira aprender o Refinamento Corporal, o equilíbrio de poder na região mudará completamente.”

“Isso mudou no momento em que o exército foi dispersado”, respondeu Arran. “Os soldados que fugiram vão se certificar disso. Eu só dei aos aldeões uma chance de sobreviver.”

Ele sabia perfeitamente que suas ações teriam consequências, mas mesmo assim, não se arrependia de sua decisão. Possivelmente ele estava mais ansioso em ajudar a Curva do Rio porque compartilhava o nome de sua cidade natal, mas a verdade é que, após a derrota do exército, muitos outros refinadores de corpos surgiram na região. E quanto mais deles não seguirem o culto do Deus do Sangue, melhor.

“Suponho que veremos os resultados em alguns anos”, disse Snow Cloud suspirando. “Mas agora, existem outros assuntos para se preocupar. Pelo que você me trouxe, eu só preciso de mais dois ingredientes, mas para obtê-los será necessário viajar um pouco.”

“Dois?” Arran franziu a testa, um tanto desapontado. Ele esperava que a Snow Cloud estivesse com todos os ingredientes necessários. “Quais são eles?

“Ainda preciso de sangue de dragão e de um cristal espiritual”, respondeu Snow Cloud. ” E ambas serão difíceis de conseguir, mesmo se tivermos sorte do nosso lado.”

“Sangue de dragão?” Instantaneamente, os olhos de Arran se arregalaram.

“E um cristal espiritual”, confirmou Snow Cloud.

“Dragões existem?!” Arran olhou para Snow Cloud admirado. “Dragões de verdade?!”

Ele tinha um arco de osso de dragão, mas ele aprendeu que osso de dragão era um tipo de madeira. Embora o Ancião Naran fosse chamado de “O Dragão”, obviamente esse era só um apelido. O fato de que dragões reais fossem como aquelas histórias de sua infância realmente existiam foi um choque para ele.

“Eles existem”, disse Snow Cloud com um leve aceno de cabeça. “E nós iremos matar um. Mas primeiro, vamos ter que viajar para os restos do Império Eidaran, em busca de um cristal espiritual.”

“Como é que vamos matar um dragão?” Arran ignorou o que Snow Cloud havia falado sobre o cristal espiritual, porque estava mais interessado em aprender sobre os dragões. “Os dragões são tão fortes como dizem nas histórias?”

“Eles são fortes”, disse a Snow Cloud, sua voz calma, “E matar um deles não é nada fácil. No momento, devemos nos concentrar no cristal espiritual. Será difícil e perigoso encontrar um, possivelmente até mais do que matar um dragão.”

Arran assentiu distraidamente com a cabeça, com seus pensamentos ainda ocupados com a ideia de ver dragões de verdade. O cristal espiritual, ao contrário, não parecia interessante – era apenas mais um ingrediente para Snow Cloud coletar.

“Quando partiremos?”, ele perguntou, ficando animado para partir. Mesmo que ele tenha acabado de chegar ao castelo, agora estava ansioso pela jornada, pois ele queria saber se haveria dragões no final dela.

“Amanhã”, respondeu Snow Cloud. “Partiremos ao amanhecer”.

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