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Paragon of Destruction – Capítulo 163

Medo

Snow Cloud olhou para Arran como se ele tivesse enlouquecido.

“Você quer lutar com eles?!”

Arran balançou a cabeça. “Eu quero matá-los.”

“Você não pode…” A voz da Snow Cloud ficou rouca e ela deu uma olhada na cidade. “Você conseguiu encontrar algo no templo?”

“Não consegui alcançá-lo”, respondeu Arran, e acrescentou: “Mas consegui alguns benefícios ao tentar.”

“Mas há…”, Snow Cloud começou, mas de repente, seus olhos arregalaram e sua expressão ficou em pânico. “Eles estão aqui”, afirmou ela em uma voz baixa.

Arran olhou para a árvore e viu que um grande grupo de pessoas tinha surgido da linha das árvores. Pareciam ser pelo menos trinta, sendo que estavam a poucos passos dele e de Snow Cloud.

Apesar de sua confiança anterior, Arran não conseguiu deixar de sentir uma certa apreensão quando viu o grupo. Embora fossem mais numerosos do que esperava, pareciam quase assustadoramente calmos, se movendo com uma certeza suave enquanto se aproximavam.

Antes, o temor incomum de Snow Cloud o deixou confuso, mas agora ele começava a entender por que os perseguidores a haviam assustado tanto.

Existia uma aura de poder incontrolável em torno deles, como se estivessem fadados à vitória. Sua aproximação dava uma impressão de fatalidade, o que fez com que a confiança de Arran começasse a vacilar. Diante desse tipo de inimigo, não havia nada a fazer…

De repente, um sorriso apareceu em seu rosto.

“Esses bastardos astutos”, ele murmurou quando a sensação de pânico se dissipou quase que instantaneamente.

Essa sensação de pavor o afetou brevemente, mas ele percebeu que o sentimento era familiar – foi a mesma sensação que teve quando encontrou a criatura sem olhos na prisão da Academia e na fortaleza dos desertores. Só que dessa vez era bem mais fraca. Qualquer que tenha sido a magia que a causou, os perseguidores de Snow Cloud claramente eram menos habilidosos em seu uso do que a criatura.

Só o fato de saber o que era ajudou Arran a resistir, mas os efeitos de sua têmpera o ajudaram ainda mais. Com o aumento do controle físico e mental que a Têmpera havia lhe dado, não foi necessário muito esforço para resistir a esse ataque.

Snow Cloud, por sua vez, ficou visivelmente afetada. Embora ela já tivesse entrado em pânico antes, agora ela parecia quase congelada de medo.

Depois de pensar um pouco, Arran se dirigiu ao grupo de magos, deixando Snow Cloud para trás. A forma mais rápida de derrotar a magia que afetava a mente seria matar aqueles que a usavam e, até que estivessem mortos, quando mais longe ela estivesse da batalha, mas segura estaria.

Ele se aproximou rapidamente do grupo, andando em direção a eles de forma quase casual. Não adiantava se apressar – eles imediatamente saberiam o que estava acontecendo e atacariam. Era melhor diminuir a distância primeiro.

Ao se aproximar, notou que os magos se vestiam de forma idêntica, todos eles com túnicas cinzas simples, sendo que tanto os homens quanto as mulheres tinham a cabeça raspada como monges. Somente o homem na frente que estava vestido de forma diferente, com sua túnica cinza com franjas vermelhas.

O plano de Arran pareceu funcionar, porque ele podia sentir que os magos do grupo haviam reunido Essência, mas ainda não haviam o atacado.

“Você não tem medo de nós?”, disse o líder do grupo, com um toque de preocupação na voz.

“Eu deveria?” Arran respondeu, e continuou a se aproximar deles com um ritmo casual. A essa altura, a distância entre eles estava em apenas trinta passos e, com o passar do tempo, ele se aproximava mais.

Enquanto isso, os magos pararam. Como Arran esperava, sua aproximação calma havia deixado os magos sem saber o que fazer – qualquer pessoa que se aproximasse deles de forma tão relaxada só poderia ser um mago assustadoramente perigoso ou um louco e, caso fosse o primeiro, poderiam estar caminhando para uma batalha que não poderiam vencer.

“Afaste-se”, respondeu o homem, demonstrando certa preocupação. “Nosso conflito é com a garota. Não temos nenhum desejo de lutar com você.” Quando ele viu que Arran não mostrava sinais de parar, disse apressadamente: “Mantenha distância!”

“Por quê?” disse Arran. Agora, restavam menos de vinte passos entre ele e o grupo e, ainda assim, ele avançou em um ritmo casual. “Vocês têm medo de mim?” Ele sorriu largamente enquanto sua mão movia a espada.

Ao ver isso, os magos entenderam o que estava acontecendo, mas já era tarde demais.

Arran avançou como um raio, empunhando sua espada enquanto corria para o grupo de magos. Alguns ataques mágicos ainda o acertaram bem antes de ele cruzar a distância, que mal foram capazes de feri-lo e nem de longe foram suficientes para atrasá-lo.

O líder foi o primeiro a morrer, com o rosto contorcido de choque enquanto a espada de Arran atravessava seu peito. Os outros três morreram no segundo seguinte, com a espada metálica atravessando sem esforço as vestes, a carne e os ossos.

A essa altura, os outros magos lançaram seus primeiros ataques, mas Arran já se encontrava no meio do grupo. Somente alguns dos magos conseguiram atingi-lo, mas o caos repentino levou a que outros atingissem seus companheiros. Embora Arran tenha se livrado dos ferimentos, os magos atingidos não tiveram a mesma sorte, já que a explosão matou instantaneamente meia dúzia deles.

Mesmo antes de seus corpos caírem no chão, Arran se aproveitou do caos e matou mais seis, com a lâmina atingindo-os antes que tivessem a chance de se defender.

O massacre inesperado deixou os magos em pânico, e seu medo se intensificou ainda mais quando viram que os ataques deles não tinham efeito visível sobre Arran. Como eles perderam os seus últimos segundos com magias impotentes, Arran os atravessou como um demônio furioso, com a sua lâmina cortando-os como ratos.

A metade do grupo já estava morta quando os magos pensaram em sacar suas espadas. Se a magia deles era inútil, suas armas não se mostraram muito melhores, já que a força e a velocidade de Arran eram muito superiores às deles.

A cada respiração, um número maior de magos morria, mas não demorou muito para que o primeiro deles corresse em pânico, sua coragem foi destruída ao enfrentar um inimigo contra o qual não tinha como se defender. Momentos depois, todos os outros magos seguiram seu exemplo, tentando escapar da morte desesperadamente.

Mas Arran não pretendia deixar que nenhum deles vivesse para avisar os aliados. Mesmo que os magos tentassem fugir, ele os perseguiu, cortando-os sem piedade ou hesitação.

Assim que o último dos magos morreu, dois minutos depois do início da luta, Arran se virou e voltou para Snow Cloud.

Quando chegou até ela, viu que o medo em seus olhos havia desaparecido e entendeu que, de fato, tinha sido a magia dos perseguidores que a afetou antes.

Contudo, ela não parecia mais temerosa, e também não parecia aliviada. Ao contrário, sua expressão era de preocupação quando encarou Arran.

“Como você fez isso?”, perguntou ela, com a testa franzida. “O que aconteceu com você na cidade?”

Por um momento, Arran hesitou, mas então lhe deu um breve aceno de cabeça.

“Eu vou contar”, disse ele, “Se você me explicar quem eu acabei de matar e porque estavam perseguindo você”.

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