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Reformation of the Deadbeat Noble – Capítulo 162

Batalha Psicológica (1)

Ninguém conseguiu dizer nada em resposta ao que Khubaru acabara de falar. Airen era um deles. Na verdade, ele queria encontrar o professor de Khubaru, Gusgar, mais do que qualquer outra pessoa. Aquela era sua chance de encontrar uma pista sobre quem era o homem do sonho. Mas, mesmo assim, provavelmente não estava tão desapontado quanto Khubaru.

“Ele vagou pelo mundo por dezessete anos e acabou de voltar, mas seu professor faleceu…”

Como Airen teria se sentido se algum membro de sua família tivesse morrido enquanto ele estava no mundo da feitiçaria por cinco anos? Ele nem queria imaginar. Não sabia que expressão deveria fazer. Mas Khubaru parecia muito mais calmo do que Airen esperava.

— Talvez… talvez eu já tivesse considerado essa possibilidade. Ele já tinha setenta anos naquela época — disse Khubaru.

— Felizmente, ele não era um vidente farsante como eu. Ele deixou uma carta com um enigma para mim, sabendo que eu voltaria por volta desta época.

— Um enigma? O que diz? — perguntou Airen.

— Ainda não consegui resolvê-lo, mas acho que devo encontrar algo que ele preparou para mim assim que descobrir a resposta. Tenho certeza de que deve ser…

“Algo relacionado a você, Airen.” Khubaru acrescentou. Airen sentiu-se amargurado por se sentir aliviado com isso. Ninguém disse mais nada, o que só tornou o sentimento mais opressor. Khubaru percebeu o clima desconfortável e se forçou a parecer animado, tentando animá-los.

— Haha, não fiquem tão tristes, pessoal. Se não fosse por vocês, eu teria vagado por décadas sem voltar para cá.

— Mas…

— Sem ‘mas’. Só tenho que agradecer a todos vocês. De qualquer forma, já que essa é a situação, vou pedir que esperem. Além disso, vocês não iam simplesmente me trazer aqui e ir embora, certo?

Todos assentiram ao mesmo tempo, e Khubaru sorriu enquanto se levantava.

— De qualquer forma, devo voltar agora. Ainda não consegui dormir. Voltarei depois.

— Descanse, Khubaru.

— Ah, a propósito, só para garantir, vocês deveriam tomar um pouco mais de cuidado ao enfrentar guerreiros de alto nível dentro da fortaleza.

— Sim…

Khubaru falou sério, e Brett respondeu em um tom baixo. O orc então assentiu e riu. O silêncio tomou conta do ambiente após a porta se fechar, e os quatro humanos e a gata refletiram.

“Definitivamente, devemos ficar atentos…” Brett pensou nas palavras de Khubaru.

Era uma ótima notícia que Khubaru estivesse em bons termos com Karakhum, o melhor guerreiro Durcali, e com o líder da tribo, Tarakhan. Isso, por si só, resolvia metade das questões complicadas. Mas a outra metade ainda permanecia: a família materna de Tarakhan.

“Aos olhos deles, somos convidados indesejados que podem trazer conflitos para a tribo pacífica.”

Além disso, os aprendizes não eram orcs e até lutaram brevemente contra Karakhum. Isso inevitavelmente gerava desconforto. Para piorar, o cunhado de Tarakhan, o Mestre Halifa, tinha quase tanta influência quanto o chefe da tribo.

“Mesmo que Tarakhan goste de Khubaru… o Mestre Halifa pode pensar diferente.”

Brett, mais familiarizado com política do que os outros, percebeu isso rapidamente. Considerando tudo isso, era compreensível que Khubaru estivesse mais preocupado com essa situação do que com a morte de seu professor.

— Bem… acho que estaremos bem se não nos metermos em confusão e ficarmos quietos — disse Brett.

— Sim. Estaremos no nosso quarto e no campo de treinamento, então deve dar certo — disse Airen.

— Eles podem querer arrumar briga com a gente… mas ficará tudo bem se não revidarmos. É preciso duas mãos para aplaudir.

Brett e Airen conversaram, e Illia e Lulu concordaram com um aceno. Judith não reagiu muito, mas também parecia concordar. Decidiram manter um perfil discreto e focar apenas no treinamento enquanto Khubaru tentava resolver o enigma de seu professor. Deixaram Lulu dormindo e foram para o campo de treinamento.

Cada um encontrou um lugar confortável para começar a treinar. Mesmo que os olhares e o ambiente fossem desconfortáveis, eles não podiam deixar de aproveitar um campo de treinamento tão extraordinário.

“Eles não vão arrumar briga conosco se apenas focarmos no treinamento.”

Brett assentiu enquanto praticava golpes descendentes. Esperava que tudo ficasse bem. Decidiram não usar as espadas Vermelha e Azul para não provocar os orcs, mesmo que quisessem muito experimentá-las.

“Espero que eles percebam o quanto estamos sendo cuidadosos…”

Será que os orcs realmente perceberam isso? Durante uma semana, nenhum guerreiro orc tentou lutar com Brett. Eles não mostraram respeito, mas também não buscaram confronto. Isso já era um bom sinal, considerando a hostilidade dos orcs. No entanto, Brett parecia desconfortável durante o treinamento.

Os orcs não provocaram Illia ou Airen. Mas Judith era diferente.

Alguns deles frequentemente se aproximavam, paravam ao lado dela e murmuravam no idioma orc. Brett cerrava os dentes com força enquanto observava.


Os orcs eram uma raça muito orgulhosa. Ostentavam músculos mais fortes e físicos maiores do que os de outras raças, o que os fazia enfrentar monstros e criaturas demoníacas com confiança. Além disso, realizaram inúmeros feitos há 400 anos e durante o Tempo do Grande Caos, 150 anos atrás. As famílias dos heróis que mataram os demônios naquela época adquiriram nobreza na sociedade humana, e seus descendentes eram extremamente orgulhosos, quase ao ponto da arrogância.

Mas, não importava quão nobre fosse sua ascendência ou se eram descendentes de heróis, eles não desrespeitavam os quatro aprendizes, e isso era evidente. O ancestral de Illia Lindsay era Dion Lindsay, famoso por derrotar o Rei Dragão Demônio. A família Lloyd também era historicamente conhecida, com muitos heróis em sua linhagem. Airen Farreira tinha um pouco menos de fama em comparação, mas o fato de ser um mestre espadachim era suficiente para despertar cautela nos outros.

Sim. Por essa razão, Judith era a única que os guerreiros orcs ousavam desrespeitar.

Eles não buscavam iniciar uma luta, mas caminhavam perto dela, murmurando em orc como se quisessem que ela ouvisse. Na verdade, Brett conseguia entender algumas das palavras. Ele havia aprendido termos vulgares em orc durante sua amizade com Khubaru.

“Estão zombando dela por não ter uma linhagem de guerreiros… e dizendo que é fraca. Acham que ela é fraca! Hah!”

Brett ficou perplexo. Era irritante olhar para aqueles guerreiros, que não teriam nenhuma chance contra Judith, se achando tão poderosos. Mas, ainda mais frustrante, era saber que Judith estava ciente das provocações dos orcs.

No entanto, ela não reagia. Mantinha-se firme, com uma expressão determinada, focando em seu treinamento de espada, o que deixava Brett nervoso.

Ele não tinha certeza se ela suportaria tal humilhação por muito tempo.

“Sinto muito por Airen, mas é melhor sairmos daqui se essa situação não acabar. Não podemos esperar até Khubaru resolver o enigma…”

Isso também poderia ser melhor para Khubaru. Se não fossem ficar para sempre, sua presença ali poderia acabar prejudicando Khubaru. Brett acreditava que sua presença só irritaria ainda mais as famílias maternas do chefe da tribo.

“Miserável!”

Estava perdido nesses pensamentos quando um grupo de orcs se aproximou de Judith novamente. Eles murmuraram em orc, riram e passaram por ela. Por sorte, Judith não franziu o cenho dessa vez. Apenas olhou para a paisagem ao seu redor, com uma expressão inalterada.

Brett suspirou aliviado. Mas… aquilo não foi o fim. Judith começou a caminhar em sua direção, enxugando o suor com a roupa. Era a primeira vez que ela vinha falar com ele desde que chegaram a Durcali. Ainda havia um clima frio entre eles, já que nunca tinham conversado para resolver o que aconteceu no passado. Isso deixou Brett ainda mais preocupado.

“O que ela quer? O que está tentando fazer comigo?”

Ele não precisou esperar muito pela resposta. Quando chegou bem perto dele, Judith se inclinou até o ouvido de Brett e começou a dizer palavrões enquanto observava o grupo de orcs.

— Idiotas, cabeças de vento, desgraçados, babacas, imbecis…

Ela não estava formando frases, apenas soltando palavras. Eram palavras simples e vulgares, comumente usadas, que deixavam claro sobre quem ela falava. E alguns dos orcs sabiam a língua comum, então entenderam o que ela dizia. Eles franziram o cenho e se aproximaram de Judith e Brett. Um deles falou na língua comum.

— O que você acabou de dizer? — perguntou o orc.

— Idiota, imbecil, pedaço de lixo.

— Hah, isso é ridículo. Está falando isso para mim?!

— Não, não estou.

— O quê?

— Não estou falando com você. Estou falando com este tolo aqui, parado ao meu lado.

— Você acha que sou um tolo…

— Tem alguma prova de que estou falando de você?

Judith devolveu a pergunta com uma expressão inabalável. O guerreiro orc tentou argumentar, mas teve que engolir as palavras. Não teve escolha, pois, por mais evidente que fosse, o que fizeram com essa humana ruiva era semelhante.

Ambos haviam feito ações mesquinhas para provocar o outro, então não havia como culpar apenas uma das partes.

— Meu erro… Com licença, então.

Assim, a única coisa que os orcs puderam fazer foi retornar ao lugar de onde vieram, com um semblante fechado. Brett suspirou ao observar a cena.

“Não sei se isso é bom ou ruim.”

Era bom que tivesse acabado ali? Ou ele deveria dizer a ela para aguentar mais tempo? Brett pensou por um momento, então decidiu pela primeira opção. Ela havia se saído bem, considerando seu temperamento usual. Teria causado uma grande confusão se não estivesse tentando ajudar Khubaru.

Mas ele não fazia ideia. Judith não conseguia parar quando começava. Agora que tinha começado, precisava levar aquilo adiante para aliviar sua mente.

— Ei, brutamontes — disse Judith.

— Está falando conosco…? — perguntou um dos orcs.

— Sim.

— O que você quer? Se for para agir como ridícula de novo…

— Pare com a baboseira e vamos duelar.

— O quê… não! Vai arregar?

Brett e os guerreiros orcs ficaram em silêncio diante da chocante provocação de Judith.

Então ela estalou os dedos na direção deles e acrescentou.

— Apenas uma luta limpa, sem ressentimentos, para resolvermos nossos problemas. O que acham?

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