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Release that Witch – Capítulo 289

Oeste da floresta

Raio verificou novamente todos os “suprimentos de aventura” que ela carregava. Pederneira, madeira seca, ataduras, adaga, mapa e um saquinho cheio de carne seca.

— E os seus? — Ela perguntou olhando pra Maggie — Verifique de novo.

— Pruu!

Maggie colocou a mão em sua bolsa para contar seus suprimentos também. Geralmente, o saco de pano ficava escondido em seus cabelos sedosos. Era difícil imaginar quantas coisas poderiam caber em seus cabelos depois que ela se transformasse em um pássaro, pois suas roupas e bolsas “desapareceriam”. O mais incrível era que o peso que ela carregava não parecia afetar seu voo após se transformar, diferente de Raio que sofria muito mais com qualquer peso adicional. Bastava ver o tanto de coisas que ela tirou, muito mais do que Raio, para ter uma boa noção.

Ela começou a tirar as comidas e pôr na frente de Raio e de repente havia pilhas de carne seca de gado, frango, peixe, ovos etc.

— Céus! Estamos indo em uma aventura, não em um churrasco. — Raio disse — Você deveria trazer uma arma também, não só comida.

— Pruu, pruu! — Maggie tocou em seu bico.

— Você está dizendo que seu bico é uma arma? — Raio suspirou — Então me diz como você vai perfurar a armadura de um soldado do Exército do Julgamento, caso encontremos um deles por aí… aiai, deixa pra lá. Tudo bem, é só um dia mesmo, não devemos encontrar nenhum perigo. Vamos lá!

— Oho! Pruu, pruu! — Maggie de repente se transformou em um pombo, deu alguns passos e planou perto do chão por um tempo antes que pudesse subir lentamente.

Talvez todo esse peso atrapalhe ela um pouco. — Raio pensou.

Raio baixou os óculos à prova de vento e gentilmente deu um salto, assim, pouco tempo depois ela já estava voando na frente de Maggie.

Ainda me lembro quando vi Maggie pela primeira vez. Foi na floresta ao sul daqui que começamos nossa perseguição aérea. — Raio pensou — Mesmo que no fim ela não tenha conseguido escapar, eu tive que me esforçar um bocado para alcançar aquele pombo gorducho. Mas parece que hoje em dia eu consigo alcançar ela em um piscar de olhos! Ah, isso não pode continuar assim. É tão difícil encontrar um parceiro para voar. E o pior é que, no futuro, preciso confiar a ela os equipamentos de aventura. Acho que ela precisa se exercitar um pouco.

— Pruu, pruu?

Raio diminuiu sua velocidade, para voar ao lado de Maggie.

— Fale direito!

— Onde que a gente vai explorar hoje, pruu? — O pombo disse enquanto seu bico abria e fechava.

— Vamos para o oeste na Floresta das Brumas. Quero ver o tamanho da floresta. — Raio abriu o mapa e apontou para uma área branca na parte oeste — Nós vamos terminar essa parte do mapa e, quem sabe, a gente também consiga ver onde começa o Rio Vermelho.

Depois que Maggie retornou dos Fiordes, Raio imediatamente começou a se preparar para a aventura. De qualquer forma, Sua Alteza não controlaria para onde elas voavam durante o treino livre. Além disso, a garotinha tinha um segredo que não contou a Maggie, que ela não ousava mais explorar a floresta sozinha.

Isso era uma lástima para qualquer explorador.

No entanto, ela não podia negar que a viagem até a torre de pedra a deixou temerosa e com muito medo da floresta profunda. Só de pensar que aqueles monstros horríveis podiam estar escondidos na floresta, ela sentiria medo, daria meia-volta e fugiria.

Felizmente, ela ainda era a filha do maior explorador.

Trovão havia mencionado a ela que o caminho para superar o medo era enfrentá-lo lentamente, observá-lo e compreendê-lo. Só então, ela acharia que o seu “medo” não era tão terrível assim, pois tudo isso era apenas coisa de sua cabeça.

Essa aventura era uma dessas tentativas de Raio, e pelo menos agora ela se sentia mais confiante com a companhia de Maggie. A rota que ela escolhera também era muito segura, já que estava voando para o oeste ao longo do Rio Vermelho e não voando mais a fundo na floresta, então era improvável que encontrasse um demônio. Assim que ela conhecesse melhor esta nova rota, ela tentaria voar sozinha na próxima vez. Raio acreditava que um dia, ela seria capaz de completar o mapa inteiro da parte oeste, entraria na torre de pedra mais uma vez e revelaria a verdade sobre a Cidade Sagrada de Taquila.


Raio estava controlando sua velocidade para voar aproximadamente a 60 km/h ao longo do caminho. Agora, ela aprendera a ajustar com precisão sua velocidade controlando o seu poder mágico, e poderia voar o dia todo.

Além disso, voar ao longo do rio e apenas na borda da floresta a deixava muito mais tranquila e relaxada em comparação com a última busca pela torre de pedra. Naquela vez, todo o seu campo de visão tinha sido preenchido com verde escuro, devido a floresta densa e a chuva, dando uma sensação sombria e opressiva, tornando impossível para ela distinguir quão alto estava voando ou para onde estava indo. Hoje, no entanto, com o sol brilhando forte, o Rio Vermelho se transformou em um cinturão prateado e cristalino, e juntamente com Maggie que não parava de falar, o medo de Raio estava desaparecendo rapidamente.

— Olha, tem uma montanha lá na frente, pruu!

Raio também viu a gigantesca montanha. Embora estivesse muito distante, a imagem cinza da montanha já denotava sua altura imponente. A montanha estava mais próxima ao oceano, como se a terra se estendesse do pico até as águas. Além disso, as pequenas colinas próximas ao rio diminuíam gradativamente de tamanho, até se tonarem um com a superfície do cinturão prateado.

— Esta montanha é um pouco grande demais. — Raio disse, um pouco atônita.

Quanto mais elas se aproximavam, mais claramente elas viam a altura e a forma da montanha. No topo era branco, como se atravessasse diretamente as nuvens, e embora não fosse como na Cordilheira Intransponível que tinha altos e baixos por quilômetros de distância, ao comparar ambas, podia-se dizer que a altura dessa montanha era três ou quatro vezes maior que a altura das montanhas na Cordilheira Intransponível. A encosta ao sul era apenas uma parte que se estendia de suas cadeias montanhosas, e a nascente do Rio Vermelho também vinha dessa magnífica montanha.

— Estamos no final da Floresta das Brumas! — Maggie gritou animadamente.

O verde escuro sob os pés delas havia acabado. A cor verde clara da paisagem restaurada, parecendo uma grande pradaria. No entanto, olhando mais à frente, havia um toque escuro dentro do alcance da visão que cobria o pé da montanha.

— Vamos descer e dar uma olhada. — Raio fez um gesto enquanto mergulhava em direção à terra escura. Ela logo descobriu que era um terreno formado por pedras de cor preta.

— O que é isso? — Maggie bicou duas vezes — Não parece comestível!

— Claro que não é comestível. — Raio pegou uma das pedras e cuidadosamente observou sua forma.

Ela tinha um corte dos contornos bem nítido e limpo e, embora fosse preta, o brilho característico de metal podia ser visto refletindo a luz do sol. Essas pedras estavam em toda parte, misturadas com o solo. Parecia que todo esse pedaço de terra estava cheio delas.

— Pode ser algum tipo de minério. Vamos levar duas delas para que Sua Alteza dê uma olhada.

Em seguida Raio voltou a desenhar o mapa. Ela voou para o alto e começou a registrar o terreno em torno dela em detalhes.

Elas passaram quase metade da manhã voando de Vila Fronteiriça até o sopé dessa montanha alta, o que também significava que elas estavam a cerca de 240 quilômetros da vila, muito mais longe que Forte Cancioneiro, por exemplo.

Essa montanha é tão grande… — Raio pensou — O que tem atrás dela? Será que é uma selva vasta ou um monte de colinas?

Depois que o medo foi embora, era difícil para Raio suprimir o desejo de explorar o desconhecido.

Obviamente, havia algumas dificuldades para atravessar a montanha, e só o ato de olhar para a neve branca no topo da montanha já seria motivo suficiente para desanimar algumas pessoas. No entanto, ela poderia voar ao redor da montanha pelo mar, ou simplesmente voar em uma linha paralela à linha de frente da montanha, pois assim ela iria em direção ao mar e ainda conseguiria ver o que tem atrás da montanha.

Raio chamou Maggie e lembrou ela para não ficar voando atoa. Ela colocou seus óculos de proteção e voou em sua velocidade máxima. Consequentemente, ela sentia seu poder mágico sendo consumido a uma velocidade assustadora. A rajada de vento do mar soprava em seus cabelos e o continente ficava rapidamente para trás, ao mesmo tempo em que o azul do oceano preenchia todo o seu campo de visão.

Depois de voar assim por meia hora, ela finalmente conseguiu ver o que havia atrás da montanha. Ela observou que existiam outras montanhas, como se essa cadeia montanhosa fosse uma linha divisória entre o mar e essa terra desconhecida na frente delas. No entanto, a próxima cena que Raio viu a deixou assustada.

Ao longe, havia uma camada de névoa marrom-avermelhada cobrindo as montanhas, tão espessa quanto o sangue, e não se misturava com o ar. A névoa estava se espalhando por todo o caminho para o oeste e ela não conseguia ver até onde ia.


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