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Release that Witch – Capítulo 791

Uma Crise Iminente no Mundo dos Sonhos

Surpresa, Phyllis perguntou:

— O que foi essa luz?

— Eu não sei. Provavelmente é uma forma de devolver o poder mágico para este mundo. — Roland passou a mão na camisa, tirando a poeira. — Temos que sair daqui o quanto antes. Se alguém nos ver, teremos problemas.

— Mas… esse homem não era nosso inimigo?

Ele explicou:

— Sim, os Servos do Diabo são nossos inimigos, mas nesta era, nem todos têm o direito de matá-los. O mesmo se aplica às pessoas que cometeram crimes. Uma organização especial está a cargo de prender e punir essas pessoas. — Quanto aos Servos do Diabo, Garcia havia contado a Roland que os Marcialistas com Licença de Caça concedida pela associação também tinham o direito de matá-los. Na verdade, essas licenças não apenas permitiam que os Marcialistas matassem qualquer Servo do Diabo suspeito, como também lhes davam o direito de eliminar qualquer Despertado que tivesse más intenções. Roland acreditava que se esse segredo se tornasse público, causaria uma baita polêmica.

— Que era estranha. — Phyllis comentou.

Eles saíram da lanchonete KFC e notaram que o local estava menos caótico. Já que o Servo do Diabo tinha ido embora de repente, as pessoas que ainda estavam presas no McDonald’s se sentiam aliviadas.

Roland logo viu Zero correndo em sua direção, em meio à multidão.

Ela parecia preocupada. Seu bandolete havia caído, e seu cabelo branco estava uma bagunça. Algumas pessoas tentaram pará-la, mas a garotinha conseguiu ludibriá-los com movimentos hábeis. Ao chegar perto de Roland, ela abriu um sorriso.

No entanto, o sorriso só durou alguns segundos. Ela rapidamente ficou séria e, furiosa, gritou:

— Por que você só saiu agora?! Até uma tartaruga corre mais rápido que você, tio!

Um rubor apareceu nas bochechas dela devido ao cansaço. Ela também parecia estar sem fôlego. Ao vê-la nesse estado, Roland se agachou e passou a mão na cabeça dela, dizendo:

— Desculpe-me por fazê-la se preocupar.

Zero rangeu os dentes e olhou para ele, irritada.

— Quem que está preocupada com você? Eu só fiquei preocupada com Phyllis. Essa é a primeira vez que ela visita a cidade. E se, no meio dessa confusão toda, ela se separasse da gente?

Apesar do que disse, a garotinha aceitou o carinho de Roland.

Depois disso, Roland inventou uma história e explicou a Zero o que havia acontecido lá dentro e por que eles haviam demorado de sair. Zero se acalmou após ouvir que eles haviam sido afetados pelo ataque do Servo do Diabo e que haviam escapado por pouco.

Felizmente, não aconteceu mais nada depois desse ataque. Roland levou as garotas para uma loja de roupas e depois para um restaurante de Huo Guo. O Huo Guo era conhecido por seu sabor forte e variedade de ingredientes. Além disso, e mais importante que tudo, ele não era muito caro. Roland pediu várias batatas, harusame e pedaços de raiz de lótus, o que encheria a barriga de todos.

O comportamento de Phyllis nesse lugar não foi diferente da gula que ela demonstrou na lanchonete KFC. Com olhos marejados, ela devorou a comida picante e deliciosa com o hashi. Roland não sabia se essas lágrimas eram da emoção que ela sentia ou da ardência da comida. No fim, ela até mesmo pegou a cumbuca e bebeu o caldinho que havia no fundo, chocando as pessoas ao redor.

Eles voltaram para o apartamento às nove da noite. Ao chegarem no oitavo andar, eles se depararam com Garcia.

Ela estava lá, parada, com um rosto nada contente, o que fez Roland sentir medo.

Ela tá aqui me esperando desde que desliguei o celular? — Roland pensou.

Constrangido, ele tentou explicar a Garcia:

— Olhe… O que eu te disse foi verdade…

Ela o interrompeu diretamente:

— Então, podemos conversar agora?

O tom dela foi bastante rude, o que fez Phyllis franzir as sobrancelhas. Após um leve arroto, a bruxa de Taquila disse:

— Meça suas palavras, mocinha. Ele é o lorde des…

Roland rapidamente interrompeu Phyllis e disse para as garotas (Phyllis e Zero):

— Ah, está tudo bem. Podem voltar pra casa. Eu preciso falar com ela primeiro. Já, já eu volto.

Depois do que havia acontecido mais cedo, ele temia que Garcia fosse odiá-lo pelo resto da vida e nunca mais quisesse vê-lo. Qualquer pessoa que passasse pelo que ela passou explodiria de raiva. No entanto, contrário às suas expectativas, Garcia ainda estava esperando por ele. Portanto, isso o fez pensar que a associação realmente precisava de pessoas.

Ele a seguiu até o Apartamento 0827. Ao invés de convidá-lo para sentar primeiro, ela se virou e perguntou diretamente:

— Você já se decidiu? Ou aquela conversa de mais cedo foi… uma desculpa para você não se juntar à associação?

Ela encarou Roland, como se quisesse ler a mente dele.

Roland deu de ombros e se sentou no sofá.

— Tem água aí? Uma bem gelada cairia bem.

Nesse momento, ele pensou ter visto veias azuis pulsando na testa de Garcia.

Ouvindo isso, Garcia respirou profundamente e disse com os dentes cerrados:

— Vou pegar.

— Obrigado.

Momentos depois, Roland tomou um gole d’água e perguntou levemente:

— Tenho uma pergunta. Eu notei que teve um crescimento de Servos do Diabo recentemente e até mesmo me deparei com um hoje na rua… A associação tá tendo problemas?

Garcia franziu as sobrancelhas.

— Você esteve no Parque do Vale Verde hoje?

— Oh… Então você sabe onde foi.

— Sim. Alguém ligou pra polícia, mas é o trabalho da associação lidar com essas coisas. Todos os Marcialistas nas proximidades receberam a notícia da associação, incluindo eu.

— O monstro…

Garcia disse num tom de voz profundo:

— Ele já estava morto quando chegamos lá, e o Núcleo Natural dele foi levado. Alguém foi mais rápido que a gente. [1]

Roland fingiu não saber de nada e perguntou:

— Quem?

— Me desculpe, não tenho permissão pra te falar isso. — Ela balançou a cabeça. — Na verdade, eu não devia ter lhe contado nada sobre esse incidente. É um segredo da associação. Quanto à sua primeira pergunta, sim, nós estamos tendo problemas. A Erosão do Mundo Exterior está acelerando, e nosso mundo logo enfrentará uma crise…

— A Erosão de novo… — Roland rapidamente capturou a palavra-chave. — Que tipo de crise?

— Ninguém sabe. Talvez nosso mundo seja destruído nessa crise. Ou então, todos nós iremos perder o controle e nos tornarmos monstros. É por isso que a associação precisa de mais pessoas na linha de frente, lutando contra a Erosão. Essa é uma crise global e não tem nada a ver com gênero, etnia ou nacionalidade. Todos que despertaram a Força da Natureza têm que carregar essa responsabilidade! — Nesse momento, Garcia aumentou significativamente seu tom de voz. — Como Marcialistas, talvez sejamos mortos na guerra contra a Erosão, mas esse é o nosso dever! É compreensível que você esteja com medo ou hesitante. Mas pense nisso. Se você se recusar a lutar, quem mais terá o poder de proteger nosso mundo?

Roland ficou em silêncio, surpreso pela franqueza de Garcia. Ela havia admitido explicitamente que a associação precisava de pessoas, e que se juntar a eles significaria responsabilidade e, talvez, sacrifício. Ele acreditava que ninguém agiria como Garcia numa negociação. Para atrair mais pessoas, o recrutador tentaria esconder as dificuldades ao invés de expor os riscos de se juntar.

Ao ouvir o que ela disse, Roland entendeu por que algumas pessoas Despertas prefeririam lutar sozinhas ao invés de se juntar à associação.

A retórica eloquente e heroica de Garcia dificilmente atrairia alguma pessoa desta era, já que as pessoas modernas colocavam seus interesses pessoais à frente do benefício de todos os seres humanos.

No começo, ele planejava se juntar à associação apenas para obter recompensas e reputação, mas agora ele havia percebido que as coisas não eram tão simples. Por ser um dos criadores desse mundo, ele achou que agora era a hora de desvendar a causa da mutação da Força da Natureza e a verdade sobre a Erosão do Mundo Exterior com a ajuda da Associação Marcialista.

Ele sentia que esse fenômeno podia ter alguma relação com a Lua Sangrenta.


[1] – Se acostumem com isso em LAB. Termos diferentes para a mesma coisa. Roland chama de Vórtice Mágico, e às vezes de Ciclone Mágico, fazendo referência aos Ciclones Mágicos das bruxas. Porém, neste Mundo dos Sonhos, os Marcialistas chamam de Núcleo Natural.


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