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Release that Witch – Capítulo 799

Mudanças

Felizmente, aulas de direção eram moda nos tempos de faculdade, e ele também havia se inscrito nisso com seus colegas. Mas ele nunca havia imaginado que a primeira vez que ele dirigiria um carro seria no Mundo dos Sonhos.

— Vossa Majestade, o que era aquele monstro? — Faldi perguntou fracamente. — Um Servo do Diabo possui tamanho poder? Teoricamente, não faz sentido alguém obter tanto poder em tão pouco tempo.

Durante a primeira rodada de ataques, foram Aurora e Faldi que receberam o maior impacto. Metade dos cachos violetas de Faldi haviam sido arrancados pelos tentáculos. Felizmente, nenhum dos ferimentos dela havia sido fatal, e a sua cabeça (exceto o cabelo) e tronco haviam saído ilesos. Em outras palavras, ela havia escolhido a melhor forma de evasão dos ataques imprevisíveis do monstro. Diante disso, havia ficado bem claro que as sobreviventes de Taquila eram guerreiras altamente experientes, evidenciado pelo fato de que até mesmo uma bruxa que não era do tipo combatente, como Faldi, poderia se sair muito bem numa batalha.

Por conta disso, a operação não havia terminado em tragédia. Embora Roland não soubesse o que aconteceria se um deles morresse no Mundo dos Sonhos, ele não esperava obter a resposta para essa pergunta tão cedo.

— A Aliança nunca teve uma bruxa que tinha uma habilidade parecida?

— É difícil explicar… O Ataque de Poder Mágico, que vocês conhecem por Tortura de Poder Mágico ou Tortura do Diabo, é o dano causado pelo poder mágico no corpo. — Faldi ofegou enquanto falava. — Quando uma bruxa aumenta a Capacidade Mágica por meio de treinos contínuos, o corpo dela fica mais acostumado a esse tipo de dano, e a velocidade de recuperação dela também aumenta. Seja nós, os demônios, ou as bestas demoníacas híbridas, nossos níveis de poder mágico podem crescer com o tempo, porém isso acontece de forma lenta.

Entendi. — Roland pensou. — Essa foi a primeira vez que ela viu um ser vivo formado puramente de poder mágico. Em outras palavras, ela só conhecia vidas formadas por carne e osso. Portanto, é natural que ela esteja confusa.

Desde o momento em que o monstro havia revelado um corpo translúcido, Roland já o havia enxergado como um espírito ou um elementar, e acreditava que, já que o monstro era composto por magia, este certamente teria vantagem contra outras formas de magia, como o poder mágico das bruxas.

No entanto, esse problema não era fácil de explicar, e sua teoria poderia não estar necessariamente correta. No final, Roland balançou a cabeça e respondeu:

— Eu também não sei o que foi aquilo. Mas eu posso assegurar que não foi um Servo do Diabo.

— Tem mais monstros como aquele no Mundo dos Sonhos? — Aline perguntou, ainda em estado de choque. — Quando as sombras do salão foram cobertas pela luz vermelha do monstro, eu senti meu corpo congelar, como se houvesse algo assustador me observando a todo momento. Eu juro que aquilo foi mais assustador do que enfrentar Demônios Seniores.

— Acredito que não haja tantos deles, ou então o Mundo dos Sonhos teria sido capturado por eles há muito tempo. — Roland disse, assegurando. A Associação Marcialista conseguia lidar com os Corrompidos (Servos do Diabo), que não eram afetados pela força convencional, mas contra esse tipo de monstro (Criatura Mágica), até mesmo doze Marcialistas não seriam o suficiente para obter uma vitória. Se houvesse muitos deles, a associação provavelmente já teria sido destruída.

Roland se lembrou do que Garcia disse. Parecia que a Erosão do Mundo Exterior estava relacionada com a Lua Sangrenta. Os tentáculos que saíram do chão se pareciam com os tentáculos da Terra Divina, dentro da Relíquia.

Porém, por que a Lua Sangrenta corromperia o Mundo dos Sonhos? De acordo com minha teoria, este mundo estaria localizado na própria Lua Sangrenta. Não faz sentido ela atacar a si mesma. E quem era o Lorde do qual o monstro estava falando? Seria uma divindade real ou uma Fonte de Poder Mágico? — Roland também havia gravado o nome “Terra Sem-fundo”, que o monstro mencionou no final. — Talvez essa “Terra Sem-fundo” seja uma variação linguística de outro termo que já conhecemos, como “Terra Divina”. Vai saber. Além disso, será que a Lua Sangrenta é um lugar que existe no Mundo Real? Será que existe um portal ou coisa do tipo para chegar lá? Bem… Só um explorador poderia responder a essas perguntas.

Claro, nem todas as bruxas ainda estavam pensando na batalha que havia acabado de acontecer. Phyllis, que estava sentada no banco da frente do carro, já havia se esquecido da batalha, e estava mais interessada na limusine. Anteriormente, quando estava no táxi, ela havia sido instruída por Roland a permanecer em silêncio devido à presença de uma pessoa desconhecida (Kabum: o taxista, obviamente). Desta vez, ela já não tinha mais motivo para controlar a curiosidade, e encarou Roland sem piscar os olhos, como se quisesse memorizar todo movimento que ele fazia no carro.

— Você quer aprender a dirigir? — Roland perguntou, brincando.

Phyllis assentiu com a cabeça imediatamente.

— Teremos que fazer algumas tarefas primeiro. — Roland aproveitou-se dessa oportunidade para fisgá-la. — No futuro, poderemos desfrutar de qualquer comida deliciosa que quisermos. Além disso, teremos nossas próprias casas e carros.

— Comida mais deliciosa que a da lanchonete KFC e McDonald’s? — Faldi perguntou.

— Muito mais deliciosa. Quando tivermos dinheiro, vocês vão descobrir que, mesmo se comermos uma comida diferente todo dia, ainda não conseguiremos provar todas as comidas deste mundo.

Embora Roland não tivesse olhado para trás, ele conseguiu sentir a empolgação das bruxas.

— Quando Aurora estiver melhor, vamos direto pro próximo alvo. Eu já marquei a localização. — A voz de Faldi ainda estava fraca, mas não tão fraca quanto antes.

— Estou bem. Podemos ir amanhã mesmo, quando recuperarmos nosso poder mágico. — A pequena Aurora respondeu de maneira positiva. — Esses pequenos arranhões que sofri não serão empecilho.

Até mesmo Aline, que estava um pouco traumatizada, ficou encantada com as palavras de Roland. Embora ela permanecesse calada, Roland conseguiu ver a animação nos olhos dela pelo retrovisor.

Roland se sentiu profundamente tocado. Acabou que elevar o moral dessa equipe não era algo tão difícil de fazer.

Para evitar ser encontrado pelos policiais, Roland decidiu não dirigir até a Rua Tongzi, em vez disso, ele estacionou o carro perto da área de construção da Associação do Trevo, que estava sob demolição e que, portanto, não seria supervisionada pela polícia. Lá, também havia uma passagem que levava até o depósito que Roland havia alugado.

Em seguida, era hora de checar os espólios.

Infelizmente, não havia muito dinheiro no cofre, “só” uns cem mil dólares ou mais. No entanto, havia uma quantidade considerável de joias, consistindo de jades e pérolas. Era impossível saber o valor combinado delas. Para a surpresa de Roland, ele também achou vários Núcleos Naturais solidificados. Essas coisas pequenas, porém pesadas, davam-lhe a falsa sensação de que essa aventura havia valido a pena.

Transações financeiras já estão fora de moda pra essas pessoas? Núcleos Naturais são a nova moeda?

Quando Roland retornou ao Apartamento 0827, já havia passado das 11 horas da noite. Ele abriu a porta gentilmente e percebeu que as luzes ainda estavam acesas. Zero estava debruçada na mesa, dormindo. Na frente dela, havia livros didáticos, lápis, caneta e borracha. Era evidente que ela estava estudando enquanto esperava pelo retorno dele.

Essa relação com Zero deveria ser apenas uma de inquilino e proprietário, mas parecia haver um ar de família agora. O coração de Roland se comoveu ao ver a garota.

Ele carregou Zero e a levou até o quarto. Após colocá-la na cama e tirar os sapatos dela, ele a cobriu.

Ah sim, os livros didáticos. Se ela os esquecer amanhã, ela vai me culpar pra sempre.

Roland balançou a cabeça e riu. Ele levou os livros didáticos até o quarto de Zero e os arrumou na escrivaninha dela. Foi neste momento que um desenho na capa de um livro chamou sua atenção.

Olimpíada de Matemática.

Essa era uma atividade extracurricular que parecia impressionante, mas que era chato para a maioria dos jovens. Roland lembrava que, quando era adolescente, ele costumava manter distância dessas coisas. Ao invés disso, ele preferia participar de outras atividades, como caligrafia e desenho. Portanto, no momento, ele não tinha a mínima ideia de como era essa atividade.

Estranhamente, ele começou a ficar interessado no conteúdo desse livro.

Sua respiração começou a ficar mais rápida.

Ele respirou profundamente e lentamente abriu o livro na primeira página.

Os exercícios organizados, juntamente com a caligrafia elegante de Zero, chamou sua atenção de uma só vez.


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