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Release that Witch – Capítulo 802

A Disciplina do Chicote

Construir uma nova cidade… neste lugar?

Simbady não conseguia acreditar em seus próprios ouvidos. O Curso da Água Prateada ficava mais fino conforme ia para o sul, até que era devorado pela areia quando chegava no Vale da Água Negra. Daí vinha o nome: “Terra do Exílio”.

Sem água e oásis, como eles poderiam sobreviver nesse vasto deserto?

Todos os Mojins a bordo ficaram chocados com as palavras de Thuram. Vários deles começaram a ter as mesmas dúvidas de Simbady.

— Nós podemos criar nossa própria água. — Thuram falou bem alto. — Mas, de qualquer jeito, a vanguarda já encontrou uma fonte d’água potável. Vocês vão ver quando descerem do navio.

Essa notícia fez com que a discussão ficasse mais intensa.

— Criar? — Alguma pessoa gritou. — Como fazemos isso?

— O Curso da Água Prateada é um presente da Mãe Terra. Como podemos criar isso?

— De acordo com os Três Deuses, somente o Emissário das divindades pode transformar o deserto em oásis…

— Se não conseguirmos, podemos retornar ao Território Sul?

— Isso aí! Você não vai deixar a gente aqui e voltar sozinho, né?

Confrontado por essas perguntas, Thuram hesitou pela primeira vez. Simbady notou Thuram olhar para os civis do Reino de Castelo Cinza antes de esbravejar:

— O Líder Geral é capaz de fazer qualquer coisa. Já que ele disse que podemos, nós definitivamente podemos criar água. O que vocês precisam fazer, no entanto, é seguir as instruções. Além disso, a Lady Lua Argêntea já fez a promessa a vocês. Se não obtivermos sucesso, vocês retornarão ao Porto de Água Clara de antemão e serão pagos com três meses de salário! — Ao falar isso, ele levantou o chicote. — Claro, eu não vou retornar sem vocês. Se alguém fizer corpo mole, vai sentir o gosto do meu chicote de ferro!

Isso explica tudo… — Simbady notou que o líder desta equipe não era Thuram, e sim aqueles homens do Reino de Castelo Cinza que estavam atrás dele.

Durante os Duelos Sagrados, ele ouviu histórias sobre o poderio dessas pessoas mais de uma vez. Diferente da Rainha de Água Clara, eles (os soldados) não pareciam fracos quando confrontados pelos guerreiros dos grandes clãs. Mas no Cabo Sem-fim, apesar de terem derrotado os Cães de Guarda numa só noite, só haveria dor e sofrimento se eles subestimassem esse mar infinito de areia.

Ambos os nortenhos e o Líder Geral provavelmente haviam subestimado bastante o poder do deserto.

Infelizmente, para os Mojins, não havia outra opção.

Depois de aproximadamente uma hora, o Navio de Concreto atracou na margem. Arrastando seu corpo exausto e dolorido, Simbady desembarcou lentamente do navio. Assim que seus pés tocaram a areia fofa da praia, ele sentiu imensa satisfação.

Finalmente o mundo havia parado de balançar.

— Olhe, o que é aquilo? — Molly apontou para algum lugar distante. — Uma Torre de Vigia?

Simbady olhou na direção que Molly apontou e viu uma torre negra de ferro não muito distante da praia. No topo da torre havia duas bandeiras, uma das quais era escarlate, e a outra tinha um desenho complexo.

Normalmente, Simbady se perguntaria por que essa garota, que antes só conversava com ele ocasionalmente, ficaria com ele o tempo todo, mas agora ele estava muito fraco para pensar nisso.

— Alguém… chegou antes da gente?

— Vamos lá, dar uma olhada.

— Depois. — Simbady balançou a cabeça. — É melhor esperarmos pelas instruções de Thuram primeiro.

Aqueles Mojins que haviam caído na água quando tentaram subir no Navio de Concreto deixaram uma marca profunda na mente de Simbady. Ele não queria que a garota que ele gostava fosse chicoteada na frente de todo mundo.

— Molly, nós finalmente encontramos você! — Os companheiros de clã de Molly gradualmente se aproximaram. — Simbady, que surpresa ver você aqui.

— Eu pensei que você tinha desmaiado de enjoo.

— Haha… — O grupo riu.

Simbady abaixou a cabeça, constrangido. Realmente, ele era o mais fraco entre os seus companheiros de clã, seja em força ou em coragem. Normalmente, ele não se importaria em ser ridicularizado, mas hoje, na presença de Molly, ele se sentiu bastante humilhado. Na verdade, sua performance nessa viagem havia sido pior do que a da própria Molly.

— Olhem, tem uma torre ali!

— Como eles transportaram uma coisa tão pesada pra cá?

— Provavelmente com um barco? Eu soube que existe uma rota marítima direta entre o Reino de Castelo Cinza e o Cabo Sem-fim.

— Nós vamos acampar aqui hoje à noite?

— Acho que sim. O Cabo Sem-fim é bem mais perigoso que um oásis. Devemos ficar atentos à noite.

Neste grupo, havia apenas um pouco mais de vinte homens do Clã Osso de Peixe, o que fazia deles um grupo bem pequeno, mas eles eram todos membros jovens e fortes do clã. Um deles se chamava Carlone. Carlone era o mais destacado do grupo. Ele era alto, bonito e habilidoso, o que o fez ganhar o apreço do Líder do Clã Osso de Peixe. Assim que Carlone abriu a boca, ele atraiu a atenção de todos.

— Uma vez eu escoltei os exilados, partindo da Cidade da Areia de Ferro. De acordo com minhas observações, os Vermes de Areia e os Escorpiões desta área são muito maiores que os dos oásis. Rumores dizem que o Escorpião Gigante Armadurado que rege a Terra também vive por aqui. Nós devemos ficar muito atentos e tentarmos nos aproximar do pessoal do Reino de Castelo Cinza.

— Você acha que Thuram tá falando a verdade? O Líder Geral realmente pode criar um oásis no deserto? — Alguém perguntou.

— É improvável. — Carlone estalou a língua e disse: — Se ele realmente fosse capaz disso, ele poderia ter sido o governante do deserto sem ter que vencer os Duelos Sagrados. Por que se dar ao trabalho de desenvolver esta área?

— O que devemos fazer agora? — O grupo começou a ficar agitado.

— Relaxem. O Líder Geral não faria tudo isso só pra nos exilar. — A voz de Carlone estava cheia de calma e confiança. — O Líder Geral deve ter decidido fazer isso no calor do momento. Quando as pessoas do Reino de Castelo Cinza descobrirem que os objetivos não poderão ser alcançados, nosso trabalho terminará. Quanto aos três meses de salário, o Clã Bravareia terá que nos pagar.

— Isso mesmo, ou ninguém vai confiar neles novamente!

— Isso é reconfortante. Estou bem contanto que possamos voltar.

Os companheiros de clã assentiram com a cabeça, indicando concordância, exceto Simbady. Ele não concordava inteiramente com o que Carlone havia dito. Era verdade que o Reino de Castelo Cinza havia subestimado o deserto, e que o plano deles de transformar o Cabo Sem-fim numa cidade estava fadado a terminar em fracasso. Mas ao olhar para esses soldados uniformizados, cujas expressões faciais permaneciam sérias, Simbady sentiu levemente que o Líder Geral não havia decidido fazer isso no calor do momento.

Neste momento, os Mojins começaram a se dispersar, com algumas pessoas movendo-se em direção à Torre de Vigia. Thuram ainda estava falando com as pessoas do Reino de Castelo Cinza, parecendo não se importar com as coisas que aconteciam à sua volta.

— Devemos ir lá também? — Alguém do Clã Osso de Peixe propôs.

— Acho que sim. — Carlone disse, assentindo com a cabeça. — Se nós realmente devemos acampar em volta da Torre de Vigia, é melhor que cheguemos lá antes e consigamos um bom lugar. Pessoal, sigam-me. — Ele olhou para Molly, com interesse, e perguntou: — Quer minha ajuda com suas bagagens?

Molly hesitou, balançou a cabeça e disse:

— Simbady disse que é melhor esperarmos pelas instruções de Thuram… Thuram sempre enfatiza a importância de seguirmos a disciplina, não é?

— Por que ele ligaria pra isso? Não estamos fazendo nada demais.

— Simbady, o medo do Cabo Sem-fim afetou sua mente?

— Talvez ele ainda esteja enjoado. — O companheiro de clã, que o havia ridicularizado anteriormente, caçoou novamente.

— Só estou preocupado. — Simbady levantou a cabeça. Quando ele estava prestes a se justificar, um apito forte o interrompeu.

— Todos, reúnam-se aqui agora! — Thuram, que anteriormente havia ignorado aqueles que foram para a Torre de Vigia, levantou dois dedos e disse friamente: — Eu vou dar 20 segundos pra todos vocês voltarem, depois disso, a cada 5 segundos de atraso será uma chicotada. Essa é a segunda lição que eu vou ensinar a vocês! Lembrem-se disso!


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