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Return of the Frozen Player – Capítulo 325

Diário da Morte (4)

‘O que devo fazer?’

Seo Jun-Ho tremia enquanto encarava as baratas. Elas estavam congeladas como estátuas.

‘Ainda estamos seguros? Ou… Ele está vindo?’

Ele não recebeu uma resposta imediata.

Os membros do grupo que estavam na entrada olharam para cima e começaram a falar.

“… Qual o problema delas?”

“As baratas pararam de se mover de repente. Continuamos matando elas?”

“Que estranho, isso nunca aconteceu antes.”

Ainda alertas, eles lentamente recuaram na direção de Seo Jun-Ho. Rahmadat se aproximou com uma expressão séria.

“Ei, isso tem algo a ver como o modo como você esteve blefando sobre não estar se sentindo bem?” Rahmadat perguntou para Seo Jun-Ho.

“…”

Seo Jun-Ho não conseguiu segurar o suspiro que soltou. Ele tinha se esforçado tanto para evitar que algo assim acontecesse, mas no fim, nada mudou.

Ele pensou por um longo tempo antes de falar:

“Já que acabou assim, vou contar a vocês tudo que aconteceu.”

Ele explicou a situação o mais rápido possível. “Então, em algumas horas, Erebo vai aparecer com seu exército.”

“… Se você está falando a verdade, não é mais provável que ele não vai aparecer?”

“Sim. Ainda não matamos todas as baratas e nem fomos para a estação de tratamento de esgoto.”

“Não podemos ter certeza.” Skaya disse, dando um passo para frente. “Porque aconteceram mudanças drásticas no futuro que o Jun-Ho experimentou antes. Na primeira vez, nós matamos várias baratas em um único dia, mas dessa vez, nós as matamos consistentemente ao longo de um mês.”

No momento, ninguém poderia dizer com certeza o que aconteceria, pois eles não tinham ideia do que a consciência coletiva era.

Rahmadat cruzou os braços, perdido em pensamentos.

“Me desculpe.” Rahmadat disse. Era uma desculpa genuína e honesta, não era algo qualquer. “Você esteve lutando sozinho esse tempo todo. Eu não sabia de nada e ainda assim, por um momento, achei que você tinha perdido a sua coragem. Sinto muito.”

Gilberto, Mio e Cha Si-Eun também se desculparam.

“Ahem.” Somente Kim Woo-Joong parecia confiante como se estivesse dizendo que nunca culpou Seo Jun-Ho em primeiro lugar. Fazia sentido, afinal, quanto mais próximos fossem, mais esse tipo de erro tendia a ferir o outro.

“Não, eu que deveria estar pedindo desculpas por mentir para todos vocês.” Seo Jun-Ho disse, parecendo atordoado. Ele sentiu uma sensação morna no peito. Mesmo nunca dizendo em voz alta, ele se sentia triste e culpado nesse último mês sempre que os via. “Mas mais importante, eu queria perguntar algo a vocês agora que contei tudo o que está acontecendo.”

Seo Jun-Ho perguntou suas opiniões sobre o que deveria ser feito. Duas cabeças, ou nesse caso, sete cabeças, eram melhores do que uma, então uma boa ideia poderia surgir.

“Hm. Ao invés de complicar as coisas, não podemos simplesmente pedir para aquele cara chinês trazer todos os Jogadores da outra cidade para cá?” Rahmadat sugeriu.

“Você quer dizer o Sr. Chun-Hak?”

“Sim…”

Todos os membros do grupo pararam um momento para considerar isso. Skaya foi a primeira a falar.

“É um plano bem simples, mas exceto pelo fato que é a sua ideia, não é tão ruim. Podemos pegar aquele tal de Erebo de surpresa.”

“Skaya, você acha que vai funcionar?”

“Sim, mas se considerarmos os detalhes, deveríamos esconder os outros Jogadores pela cidade ao invés de mantê-los à vista. Então, quando Erebo aparecer de novo, podemos atacá-lo juntos.”

Os pedaços estavam começando a se encaixar.

‘Somente com nós sete, conseguimos matar milhões de baratas e até arrancamos as asas daquele desgraçado.’

Então se eles tivessem o suporte de 30 mil Jogadores, Erebo definitivamente morreria.

“… Quanto mais penso sobre isso, melhor parece. Por que eu não pensei nisso mais cedo?” Seo Jun-Ho murmurou.

“Heh.” Rahmadat lançou um olhar presunçoso para Skaya e sorriu. Normalmente, eles teriam começado uma enorme briga, mas Skaya deixou isso de lado dessa vez.

“O melhor cenário seria acabar com tudo aqui, mas se eu acabar voltando, vou tentar essa opção.”

“…”

Mio falou depois de ficar em silêncio o tempo todo. “Não, nós vamos terminar com tudo dessa vez. Eu juro.”

“Sim, nós vamos dar o nosso melhor para isso. Eu não disse que estava desistindo.” Afinal, ninguém aqui queria morrer. Além disso, era bem provável que Mio estava bastante apegada á vida, considerando que não tinha se passado muito tempo desde que ela saiu do…

“Se isso continuar se repetindo, você não vai conseguir aguentar por muito tempo, Jun-Ho.” Mio disse.

“…”

Seo Jun-Ho não pôde dizer nada quando viu a preocupação em seus olhos. Ele mastigou os lábios algumas vezes antes de dar uma risada sem jeito.


“… O sol está nascendo.”

“Podemos relaxar um pouco agora.”

Os membros do grupo observaram o sol nascer e a tensão diminuiu um pouco. Mas Seo Jun-Ho balançou a cabeça. “Eu já disse para vocês. Nós lutamos contra ele por uma semana.”

“Estranho… Mas essas baratas não podem se mover por aí durante o dia, não é?” Cha Si-Eun perguntou, sentindo que algo não estava certo.

“Elas ficam fracas com a luz do sol, mas não significam que não podem se mover.” Seo Jun-Ho explicou. Além disso, até mesmo as baratas mais fracas que Erebo liderava pessoalmente eram imunes aos efeitos da luz do sol. “Elas conseguiam lutar durante o dia porque—”

Seo Jun-Ho ficou quieto e se levantou, encarando a janela.

“Acho que não vai ter necessidade de eu explicar.”

Uma enorme sombra os encobriu, era uma figura com um formato peculiar. Com o hotel no centro, somente a área ao redor deles tinha ficado escura.

“O-O céu!”

“O que é isso?”

“Espera, tudo isso são… Baratas?”

A luz do sol estava sendo completamente bloqueada por um gigante círculo preto feito de dezenas— não, centenas de milhares de baratas. Era uma visão atordoante.

‘Está começando de novo.’

Não importava quantas vezes tentassem se livrar dela, a sombra gigante continuava se regenerando. Era uma tática que consistia de um mar de insetos.

Somente por presenciar essa visão no campo de batalha, a pessoa sentiria fadiga e ficaria sem fôlego.

“Preparem-se.” Uma armadura branca e brilhante cobriu o corpo de Seo Jun-Ho.

O sol da meia-noite era um fenômeno em que o sol continuava no céu, evitando a chegada da noite. No entanto, a situação atual era o completo oposto. Seo Jun-Ho deu uma risada fraca.


Seo Jun-Ho observou o exército de baratas avançando e reuniu seu poder mágico.

‘Eu aprendi algo com a última vez.’

Ele descobriu que Sol da Meia-Noite era incrível em batalha, especialmente quando se tratava de fortalecer habilidades elementais de gelo. E isso tudo era graças às propriedades especiais do Serium, o material usado para criar a armadura.

“Congelem.” Ele ordenou, fechando o punho.

Crack!

As ruas e os prédios abaixo deles congelaram, mas ele continuou insatisfeito enquanto ativava sua magia mais uma vez. Lâminas de escuridão quebraram o chão e as paredes externas como lanças quando foram disparadas.

“…”

“…”

O grupo ficou fascinado com a visão do massacre incrível. Mais especificamente, excluindo os Cinco Heróis, Cha Si-Eun e Kim Woo-Joong pareciam perplexos.

‘As lendas… são verdadeiras!’

‘Então esse é o verdadeiro poder dele.’

Kim Woo-Joong não conseguiu evitar de engolir em seco. Ele não tinha certeza quanto a lutas individuais, mas Seo Jun-Ho era praticamente um deus contra tantos inimigos.

Kim Woo-Joong imediatamente se lembrou de duas pessoas que poderiam estar em um nível parecido com o de Seo Jun-Ho: um era Shin Sung-Hyun e o outro, o falecido Deus do Trovão.

‘Estou feliz que somos aliados, mas…’

Uma sensação recém-descoberta de medo invadiu seu coração. Era porque Kim Woo-Joong percebeu que eles já tinham morrido uma vez, mesmo tendo esse enorme poder de fogo.

‘Essa vai ser uma batalha longa…’

Kim Woo-Joong desembainhou sua espada.


“Haa, haa…” A respiração de Seo Jun-Ho estava cheia de desespero.

Ele estava confiante de que eles tinham lutado muito, muito melhor do que a vez anterior. Na verdade, Erebo foi cauteloso e não entrou no campo de batalha até que dez dias se passaram.

“Você é forte, meu inimigo…” Erebo murmurou enquanto deixava cair pedaços do coração de Rahmadat no chão. Na última vez, ele levou o corpo de Rahmadat para fazer experimentos, mas dessa vez não. Era mais provável que ele não pudesse se dar ao luxo de fazer isso.

“Houve somente uma vez em que eu fui encurralado assim.” Erebo disse. Por um momento, ele não conseguiu falar, talvez por causa do choque. A parte inferior de seu corpo tinha sido cortada, mas ele não parecia preocupado com sua vida. “Eu não sabia que existiam outros que poderiam me ferir além deles…”

“Cof! Huf!” Seo Jun-Ho cuspiu sangue preto e sem vida.

Sol da Meia-Noite não estava mais sendo efetiva porque ele tinha perdido seu poder mágico muito tempo atrás.

“Se você estiver prestes a morrer, reúna o máximo de informações possíveis. Especialmente sobre a consciência coletiva.”

“Também não tem problema se você só descobrir pequenas coisas. Uma hora elas vão acumular e nos ajudar.”

As palavras de Skaya ecoaram em sua cabeça. Lá no fundo, ele não queria conversar com Erebo. Afinal, ele era o inimigo que havia matado seus amigos.

No entanto, ele precisava falar com a criatura… Ele tinha que fazer isso para que suas mortes não fossem em vão.

Seo Jun-Ho cerrou os dentes e cuspiu as palavras. “Como você sabia que eu estava aqui?”

“Hm?” Isso chamou a atenção de Erebo. Seus olhos de contas encararam Seo Jun-Ho. “Por que você deseja saber isso quando está prestes a morrer?”

“Não quero morrer sem saber de nada.”

“… Você não está mentindo.”

Seo Jun-Ho congelou.

‘Ele tem até mesmo a capacidade de dizer se alguém está falando a verdade ou não?’

Erebo riu. “Você ficou surpreso? Que um mero inseto foi abençoado com uma habilidade dessas?”

“…”

Alarmes soaram na cabeça de Seo Jun-Ho. Isso era perigoso, muito perigoso. Se ele dissesse algo errado, Erebo poderia descobrir sobre o diário.

“Parece que você ficou surpreso. O seu rosto ficou pálido.” Erebo deu um sorriso satisfeito antes de continuar: “Predador, alguma vez você já ouviu falar da Árvore do Mundo?”

Árvore do Mundo? Ele nunca tinha ouvido falar dela. Essa era a primeira vez que—

‘Não, espera.’

Seo Jun-Ho franziu a testa. Algo se passou por sua mente.

“Pegue se quiser. Está fraco, mas contém algum poder da Árvore do Mundo.” [1]

‘Huh?’

O Elfo Superior Rodomir. Ele era o monstro chefe do Portal Mata Selvagem na Inglaterra e morreu pelas mãos de Seo Jun-Ho. Rodomir percebeu seu Ovo de Espírito e disse essas palavras enquanto arrancava seu colar e o oferecia.

‘E…’

“É a primeira vez que vejo uma tribo com tantos elfos negros. Vocês são como baratas.”

“Não fale daqueles seres amaldiçoados na minha frente.” [2]

Quando Seo Jun-Ho falou sobre baratas, a reação de Rodomir foi cheia de ódio.

Apesar de estar nessa situação, ele olhou para Erebo e falou: “Então você…”

“Ah!” Erebo deu um sorriso animado e escancarou sua mandíbula. Sua língua se contorceu como uma minhoca. “Eu devorei a Árvore do Mundo e os elfos a protegendo como sua mãe!”

“…”

“Só de me lembrar dela faz eu querer devorá-la de novo! Ela foi sem dúvidas a melhor iguaria que já experimentei enquanto viajava pelo universo.”

Seo Jun-Ho tremeu e engoliu em seco. Agora ele tinha certeza de que esse inseto tinha comido a Árvore do Mundo.

“O gosto dela era delicioso, mas as habilidades eram ainda mais finas. Ela me ajudou a evoluir para um outro estágio.” Erebo assentiu. Ele tinha se apresentado como um revolucionário da evolução. “E claro que é graças a ela que agora eu consigo distinguir mentiras. Eu também consigo conectar e controlar aqueles da mesma espécie.”

Agora as peças estavam se encaixando…

“Então a consciência coletiva que você mencionou… São as baratas.”

Seo Jun-Ho finalmente percebeu por que a Confissão dos Mortos não funcionava nelas.

‘Esse maldito lunático. Ele se livrou do intelecto delas à força.’

Tudo para evitar que elas carregassem um único pensamento – para que elas não pudessem fazer nada a não ser obedecer a suas ordens habilmente. Assim como quando um comando era dado a um computador, Erebo as tinha transformado em cascas vazias.

“… Espera. Isso é estranho, eu nunca falei sobre a consciência coletiva antes.” Erebo virou a cabeça como uma coruja e encarou Seo Jun-Ho. Seus olhos de inseto vazios deram calafrios ao Jogador.

Seo Jun-Ho fechou suas mãos trêmulas em punhos.

‘Isso já é o suficiente.’

Ele tinha conseguido coletar todas as pistas importantes.

– Recomponha-se! Você precisa se mover!

“Inimiiiiigo! Onde foi que você ouviu essa expressããão?!”

Erebo começou a se rastejar para frente como um lunático para capturá-lo, mas antes que ele pudesse alcançá-lo, Seo Jun-Ho fincou a metade quebrada da Espada da Ambição em seu próprio coração.

“… Te vejo mais tarde, sua peste.”

Todas as suas perguntas tinham sido respondidas.


Notas:

[1] Capítulo 53

[2] Capítulo 51

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