Lentamente, concentrando-se apenas em girar a maçaneta da porta, Subaru prendeu a respiração.
Deixando Emilia e os outros na sala de estar, Subaru vagou pela mansão até chegar no segundo andar.
Ele caminhou pelo corredor até ver uma porta que chamou sua atenção. Ele não tinha certeza se era a correta, mas resolveu seguir sua intuição.
No momento em que tocou a maçaneta da porta, sua suspeita transformou-se em convicção e, quando começou a abri-la, não havia uma única dúvida em sua mente.
Subaru: “Ei, já faz um tempo.”
A biblioteca proibida, assim como ele se lembrava, estendia-se diante de seus olhos. Não havia mudado nada.
Assim como a jovem garotinha continuava a mesma. Sentada em uma escada como se fosse uma cadeira, ela folheava um livro.
Beatrice: “Então você veio mesmo, eu suponho. A mansão estava barulhenta hoje, então pensei nessa possibilidade.”
Seus olhos grandes e redondos encaravam a figura de Subaru que adentrou a porta.
Depois de murmurar isso, parecendo estar entediada, ela voltou seu olhar para o livro como se tivesse perdido o interesse.
Beatrice: “Se você voltou, o Nii-chan também deve estar aqui. Eu também sinto a presença de mais alguns insetos irritantes, eu suponho.”
Subaru: “Puck ainda não apareceu, ele está recobrando suas energias…eu acho. E eu não gosto do modo que você trata a Emilia-tan… embora eu não ligue muito quanto ao Otto.”
Beatrice: “Você é realmente muito barulhento, eu suponho.”
Beatrice bufou o nariz na pequena conversa de Subaru e reorganizou as pernas sob o vestido extravagante. Vendo isso, Subaru reorganizou seus pensamentos enquanto se aproximava.
Subaru: Mas realmente faz muito tempo que eu não te vejo. Desde quando eu encontrei Petel…ah, não, isso não aconteceu… desde o momento em que eu fui para a capital. Então já faz 10 dias.”
Beatrice: “Acho que não demorou tanto, enquanto Betty está nesta sala, o fluxo de tempo lá fora e diferente, eu supunho.”
Subaru: “E mais uma vez você continua dizendo coisas sem sentido. Além disso, você não deveria enfiar a cara num livro enquanto conversa abertamente com alguém, é falta de educação! Me ver depois de dez dias, eu até entenderia se você estiver tão feliz a ponto de querer esconder sua vergonha, mas ainda assim…”
Beatrice: “Eu também posso fazer sua boca cuspir sangue além dessas bobagens até que você empalideça, na verdade.”
Com a irritação costumeira da garota, Subaru sentiu alívio em sua tensão.
Sempre quando ele vem falar com a garota que guarda a biblioteca proibida, ele não consegue evitar de cutucar sua atitude teimosa para desfazer aquela expressão inexpressiva dela.
Contar piadas e fazer palhaçadas, irritando-a até ela ficar vermelha de raiva, e o expulsar da sala confidencial.
Há uma parte dentro dele que gosta de fazer essa troca de interação com ela. Mas o motivo desse sentimento, ele desconhecia.
Beatrice: “Suponho que o fato de você ter voltado é um sinal de que os distúrbios e os problemas mais recentes, ao redor, foram resolvidos.”
Subaru: “Então, você notou…você está certa. Além disso, você deveria pedir desculpas para a Emilia e a Ram. Elas correram toda mansão procurando por você, sabia?”
Beatrice: “Betty? Pedir desculpas? Por que e para quem? Não vejo nenhum motivo para fazer isso.”
Bufando, Beatrice fechou o livro com um barulho estridente e levantou-se do banco da escada. Colocando o livro de capa dura de volta na prateleira na ponta dos pés, ela se esticou o máximo que pôde para alcançar o livro ao lado.
Vendo ela se esforçando, Subaru se aproximou ao seu lado e pegou o livro,
Subaru: “Este aqui?”
Beatrice: “…. Não, o do outro lado. Se quiser ajudar alguém pelo menos faça direito, eu suponho.”
Subaru: “Uma Loli tão ingrata… ei, tome cuidado para não deixá-lo cair. Você vai se machucar se esse tijolo cair na ponta dos seus pés.”
Enquanto puxava o livro com uma das mãos, Subaru ficou um surpreso com o peso. Depois de entregá-lo cuidadosamente à ela, Beatrice o aceitou, abraçando-o contra o peito. Ele tentou ler o título, mas não entendeu o que estava escrito.
Beatrice: “Eu não vou agradecer, eu suponho.”
Subaru: “Eu sei que você quer seguir o caminho de uma tsundere, mas, francamente, você dizer mesmo diretamente já carrega o mesmo significado de um ‘obrigado’, neste contexto.”
O fato dela ter reconhecido que suas ações geralmente eram dignas de agradecimento, era em si uma prova de sua boa vontade.
Em resposta a indagação apontada por Subaru, Beatrice franziu a testa e virou o rosto, e vendo essa reação obstinada, Subaru coçou a cabeça.
Subaru: “Eu não espero que você me agradeça. Mas lembre-se de ao menos agradecer as duas, ok? Elas estavam realmente preucupadas em deixar você para trás na mansão.”
Beatrice: “Não e como se estivesse pedindo isso a elas…”
Subaru: “Não diga algo tão idiota e superficial. Ninguém pede para nascer, e ainda assim nascem. E mesmo que você não queira que as pessoas se preucupem com você, elas ainda se preucuparão…isso só mostra que tem pessoas de bom coração ao seu redor.”
Não havia necessidade de dizer que Emilia e Ram eram o tipo de pessoa que se preocupavam com o bem estar dos outros. Especialmente Emilia, que era uma pessoa boa e sensível. Independente disso, Beatrice pareceu não concordar com ele em relação ao assunto. Em vez disso, ela mordeu os lábios levemente e disse:
Beatrice: “E ainda assim elas deixaram Betty na mansão, eu suponho…”
Subaru: “O que você quer dizer? Que não queria ser deixada para trás? Você se trancou nessa biblioteca se escondendo de todos, se isolando com aquela magia da ‘porta de hikikomori’, Se você realmente quisesse sair, você poderia ter feito isso por conta própria.”
Beatrice: “É ‘cruzamento de portas’. Não mude para um nome ridículo desses, eu suponho.”
Como se não estivesse ouvindo o que Subaru falava, Beatrice continuou olhando para o lado, com uma expressão triste e a sua atitude obstinada, inquebrável. Ele sentiu que desta vez havia algo diferente e perigoso, além de seu ato usual.
Vendo isso, Subaru mordeu os lábios. Apesar dele sempre a provocar, ele apenas fazia aquelas coisas na intenção de dar vida aquele rosto inexpressivo que o incomodava.
Com ela agindo assim, antes mesmo de eles começarem a falar do que ele realmente queria, ele se perguntou como traria isso à tona agora.
Ele então pensou em uma maneira de deixá-la de bom humor para tentar cumprir seu verdadeiro objetivo.
Subaru: “Oh, bem, se você continuar com essas teimosias eu direi a Emilia-tan que você não parava de dizer ‘obrigado’ com lágrimas de gratidão no rosto.”
Beatrice: “Você não deveria mentir, eu supunho. Já faz muito tempo desde a última vez que eu chorei.”
Subaru: “Você está com vergonha por chorar, Beako? Você não devia se preucupar com o que os outros pensam a seu respeito. Quando você crescer terá dificuldades de lidar e demonstrar seus sentimentos.”
Beatrice: “Isso e algum tipo de ironia? Ouvindo isso de um homem que chorou rios de lágrimas no colo da mulher que gosta, certamente é vergonhoso.”
Subaru: “Você poderia esquecer isso, por favor?”
Nem Emília gostaria de relembrar desse dia em que ele, como um idiota, para se distrair do medo que carregava no fundo do coração, deitado no colo de Emilia, teve todas suas emoções colapsarem, seguidas de uma enxurrada de lágrimas. Ao se lembrar disso, o rosto de Subaru ficou vermelho, não de vergonha, mas sim de raiva de si mesmo.
Subaru: “deixando o choro de lado…eu queria lhe perguntar uma coisa, posso?”
Beatrice: “Você está livre para perguntar, eu suponho.”
Em sua resposta, acompanhada pelo som de uma página se virando de seu livro, enquanto parecia entendiada como sempre, ela sentou-se na escada com o livro que Subaru havia lhe dado, percorrendo seus olhos redondos pelas letras diminutas que Subaru não compreendia.
Não houve indicação de cooperação dela, mas pelo menos ela lhe deu permissão para perguntar.
Subaru: “–Vamos raciocinar um pouco, considerando toda aquela comoção acontecendo lá fora, sua atitude não foi meio deficiente?”
As palavras que saíram de sua boca não carregaram o significado que ele pretendia transmitir e, em vez disso, serviu apenas para reacender a conversa que ele havia acabado de tentar encerrar.
Ouvindo as palavras de Subaru, Beatrice ergueu os olhos do livro. Subaru respirando fundo continuou,
Subaru: “… Enquanto você estava aqui sentada fingindo que nada estava acontecendo, as coisas lá fora estavam muito loucas, sabia? Esse estranho grupo de caras, cercaram a mansão, e…”
Beatrice: “Pare.”
Subaru: “…Se eu de fato, não tivesse conseguido trazer esforços comigo da capital você não faz idéia do que poderia ter acontecido. E, não e como se fosse fácil trazer meu caminho de volta a aqui…”
Beatrice: “Eu realmente, quero que você pare neste momento, eu supunho.”
Subaru: “Na verdade, Foi uma jornada difícil. Se eu contasse para você agora, provavelmente eu e você estaríamos derramando lágrimas no final da história, mas tendo finalmente vencido esse obstáculo, ainda…!”
Com um barulho alto de estalo, o discurso de Subaru foi interrompido à força.
Olhando para ela, Subaru viu que a fonte do barulho era o livro nas mãos de Beatrice, que agora estavam segurando o livro fechado. Ele não entendeu muito bem a sua reação, mas Beatrice virou para encará-lo com um olhar penetrante e impiedoso.
Beatrice: “Que tal você me dizer o que veio fazer aqui, seu covarde?”
Subaru:…”Sim.”
Ele não podia negar. Ela estava certa, e viu perfeitamente através dele, através da tentativa dele de fugir. Querendo fugir da resposta à pergunta que ele queria fazer.
Subaru: “Você…”
Engolindo em seco, ele fechou os olhos, ouvindo apenas as batidas do coração.
Subaru: “Você se lembra da Rem…?”
–sua pergunta foi válida, e sendo jogada para a realidade, não poderia mais ser retirada.
Após a batalha contra a baleia branca, Subaru só teve contato com Beatrice uma vez, quando foi evacuar a vila e a mansão de Roswaal.
O objetivo da conversa era convencê-la a escapar junto com eles do culto da bruxa, mas ela se recusou a sair da biblioteca, sendo deixada para trás.
Embora ele não se lembrasse de exatamente tudo que conversaram, tinha um fato importante que ele não podia esquecer.
Beatrice, naquela época, durante aquela conversa, perguntou à ele sobre Rem, que deveria ter retornado com ele.
Naquela época a carta que Rem havia enviado para a mansão, já havia chegado em branco.
Em outras palavras, essa conversa que eles tiveram no passado, ocorreu depois que Rem foi atacada pelos Arcebispos do Pecado, e, Beatrice, que nunca pareceu se importar muito com Rem, até aquele momento, perguntou sobre ela.
Subaru: “Ei, me responda! Você se lembra da Rem que morava nessa mansão?”
Ele queria que ela se lembrasse, ela deve se lembrar, seu coração ansiava por isso.
Beatrice silenciosamente olhou para Subaru. Dentro de suas pupilas, não havia sentimentos nem emoções.
Subaru: “Ei…”
…Por que você não diz nada? Você se lembra ou não? Não é uma pergunta difícil de se responder.
Claro… só havia uma resposta que ele queria ouvir. Que ela se lembrava de Rem, e que toda aquela conversa de que ela teve seu “nome comido” ou que teve suas “memórias consumidas” fossem mentira.
Mesmo que eles pudessem apenas compartilhar a realidade comum de sua existência, talvez eles encontrassem a solução juntos, e isso seria o suficiente.
Então…diga que a conhece, assim como todos os outros, como Emilia, como Crusch e Wilhelm. Não me diga que não lembra!
E para o coração vacilante sedento de Subaru, Beatrice respondeu:
Beatrice: ––”Eu não quero responder.”
Ela desviou o olhar de Subaru, respondendo nem sim nem não.
Levantando os braços no ar e espantado com a resposta dela, Subaru com um “huh?” disse:
Subaru: “Ah? Como assim não quer responder? É uma pergunta simples! Apenas responda com um sim ou não.”
Beatrice: “A resposta de Betty não ira mudar, eu suponho. Eu não quero responder.”
Subaru: “Isso não e uma resposta!”
Balançando o braço para baixo, Subaru avançou furiosamente.
Subaru: Essas não são as palavras que eu queria ouvir de você.”
Beatrice: ” Por que Betty tem que responder o que você quer ouvir para satisfazer seus desejos?…Pare de fazer barulho.”
Uma onda de emoções percorreu o corpo de Subaru ao ver o rosto que agora o encarava.
Beatrice: “Essa sua pergunta, está relacionada com alguém que foi vítima da gula…”
Subaru: “… Então… você sabe!”
Beatrice: “Betty não está familiarizada com esse tipo de assunto. Se alguém entende da autoridade da gula, é Roswaal, Nii-chan e Shaula, eu suponho.”
O nome inesperado de Roswaal surgiu na conversa. A garganta de Subaru entupiu.
Roswaal conhecendo a autoridade da Gula, isso quer dizer que pode haver uma chance dele se lembrar de Rem?
Subaru: “O quanto vocês sabem sobre o culto da bruxa? Roswaal já devia saber que assim que a indentidade da Emilia, uma meia-elfa, fosse descoberta, o culto da bruxa começaria a agir. No entanto, se eu não tivesse feito nada, a mansão e a vila teriam sido destruídas. O que está acontecendo?”
Falando com a cabeça fervendo em pensamentos, Subaru perguntou a silenciosa Beatrice que apenas ouvia suas declarações.
Beatrice: “Betty não sabe o quanto Roswaal pensou nisso tudo, ou se ele está envolvido nessa situação, mas também não acho que ele ficaria de braços cruzados, eu supunho.”
Subaru: “É um equívoco? Se Roswaal fez alguma coisa, por que eu estava passando por tantos problemas?”
Beatrice: “Se você não sabe, ninguém mais saberá.”
Seu suspiro carregava uma cor de decepção.
Subaru colocou a mão na jaqueta e pegou um livro com capa preta.
O livro, sujo de sangue na capa, foi o saque que ele fez após o resultado de uma batalha feroz. Ele havia pegado o livro na intenção de conseguir alguma informação do culto da bruxa, mas já que ele não entendeu a escrita, descartou-o por um momento.
Subaru: “Eu sei que esse livro e muito importante para o culto da bruxa. Eu não consegui decifra-lo, mas talvez você consiga, já que você é a guardiã da biblioteca proibida talvez tenha algum entendimento.”
Beatrice:–– Um evangelho!”
Olhando o livro nas mãos de Subaru, os olhos de Beatrice se arregalaram.
Seus lábios cor de pêssego tremeram, olhando para o Evangelho com um olhar congelado.
Beatrice: ” Por que você de todas as pessoas tem um…”
Subaru: “Eu roubei, mas não era oq eu queria. Como eu disse, o culto da bruxa cercou a mansão, então eu tomei isso do líder deles, ele agora não existe mais…eu apenas me livrei dele porque ele era um monstro que matava pessoas.”
A voz de Beatrice tremeu quando ela estendeu as mãos para o Evangelho roubado por Subaru. Por um momento vendo a reação dela, ele exitou. Mas depois a entregou levemente.
Beatrice: “Você disse que o dono está morto, certo?”
Subaru: “Sim, ele esta morto, eu o matei.”
Embora Essas palavras fossem cruéis demais, Subaru não conteve sua raiva ao se lembrar daquele homem.
Apesar de Subaru não se sentir bem em carregar aquela morte, Petelgeuse era uma existência abominável que merecia morrer. Era apenas isso.
No entanto, Beatrice parecia não demonstrar nenhuma emoção.
Beatrice apenas murmurou “entendo” com os olhos baixados no evangelho em suas mãos e disse:
Beatrice: “Então… até você abandonou betty, Geuse…”
Subaru: “…O quê?”
Beatrice: “Não há necessidade de você saber. Sendo assim, o que aconteceu com o gene da bruxa, já que a ‘preguiça’ foi morta?”
Na pergunta de Beatrice, Subaru torceu as sobrancelhas e inclinou a cabeça. Beatrice franziu as sobrancelhas ao ver a expressão confusa de Subaru.
Ela estreitou os olhos tentando ler as expressões de Subaru, mas seu olhar não conseguiu encontrar o que estava procurando.
Subaru estalou a língua em agitação.
Subaru: “Genes da bruxa? Não use termologia com um cara que não sabe nada do assunto.”
Beatrice: ” Você não sabe?…espera… sério? Então, por que você matou a ‘preguiça’, eu suponho?”
A conversa que não parecia se encaixar estava esgotando a paciência de Subaru. Mas ao contrário dele, que estava tentando entrar no ritmo, Beatrice estava cada vez mais perto do silêncio.
Colocando as costas das mãos sob os lábios, como se estivesse pensando profundamente, ela apenas continuou olhando para a capa do livro pensativa.
Beatrice: “Eu não sei… não poderia ajudar…isto está além das capacidades de betty.”
Balançando a cabeça, Beatrice jogou o Evangelho em Subaru.
Pegando rapidamente o livro jogado, Subaru deu um pequeno suspiro de alívio.
Subaru: “Ei, tome mais cuidado, é um livro importante, manuseie com calma.”
Mas, antes que Subaru pudesse dizer qualquer coisa, havia um sentimento estranho se formando atrás dele.
Havia o som do espaço sendo dobrado por uma força não natural. Subaru instintivamente entendeu, apesar de não saber o motivo.
Subaru: “Você ainda vai me expulsar? Eu ainda tenho muito coisa para te perguntar! Eu ainda não consegui informção nenhuma. “
Beatrice: “As respostas que você quer ouvir não são direcionadas a Betty, de fato. Eu não sou uma existência conveniente assim. Pare de ser tão orgulhoso e egoísta!”
Subaru: “Apenas me diga, eu quero saber! Não vou pedir mais nadar, então por favor!”
Todos os pelos de suas costas se arrepiaram – pois estavam sendo fisicamente puxados para trás por uma força invisível que sugava o corpo inteiro de Subaru junto.
O espaço estava distorcendo – somente quando ele virou a cabeça para olhar para trás, viu que a porta que deveria estar fechada havia sido aberta e em alguns instantes ele sabia que seria despejado para fora da biblioteca.
Só que havia uma pressão indescritível por todo o corpo pela frente, e uma força gravitacional invisível aos olhos nus por trás, como se o estivesse o abraçando, afastando-o.
Subaru: “Beako… Beatrice!”
Beatrice: “Seu coração não quer ouvir a verdade. Por causa de sua fraqueza, seu olhar evita a realidade e sua mente egoísta não quer olhar prós seus próprios pecados. Tudo isso distância você dessa biblioteca!”
Enquanto essas palavras passavam pelos lábios de Beatrice, Subaru não conseguiu pronunciar outra sílaba.
Beatrice: “O que você quer ouvir, quando você quer ouvir, com as palavras que você quer, eu não sou um ser conveniente assim. Eu não sou uma mera ferramenta para ser usada por apenas sua conveniência!”
Completamente despreparado, Subaru foi totalmente atacado por aquelas palavras.
Quando o vazio surgiu, a resistência do corpo de Subaru entrou em colapso.
E no último momento, Subaru agarrou a beirada da porta e, quando a outra metade estava prestes a balançar, ele pisou no outro lado.
Ofegante e cerrando os dentes com força, ele olhou para cima. Na sua frente, estava uma garota com o olhar cheio de tristeza.
Beatrice: “Se tem algo que você quer saber, pergunte ao Roswaal – Nii-chan e Betty não podem responder.”
Subaru: ” Por que você está chorando?!”
Na pergunta final de Subaru, Beatrice baixou os olhos e não respondeu.
Por fim, a garota estendeu as pontas dos dedos e as envolveu com os dedos de Subaru na porta e os tirou, jogando-o para fora da biblioteca proibida, onde jazia uma garota de expressão triste e de olhar vazio, chamada Beatrice.
Deslizando, a porta o cuspiu para o corredor. Diante de seus olhos, a porta que o expulsou se fechou violentamente. Vendo isso, Subaru estendeu a mão para a aba, mas já era tarde demais.
Subaru: “Droga sua Loli teimosa!”
Olhando ao redor da mansão, ele sentia que hoje não conseguiria mais encontrá-la. Subaru chutou a porta que até alguns momentos atrás estava conectada à Biblioteca Proibida e soltou um longo suspiro.
Balançando a cabeça ele tentou esquecer a imagem que veio na sua mente em sua última olhada para dentro da biblioteca proibida. A última coisa que ele viu – a expressão de Beatrice.
Subaru: “Fazendo essa expressão estúpida como se quisesse chorar. Você não precisa sofrer sozinha, estúpida.”
Pensando que todo aquele sofrimento era por sua causa, Subaru sentiu-se culpado em relação a pessoa a qual ele não podia culpar.