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Re:Zero Kara Hajimeru Isekai Seikatsu – Arco 5 – Capítulo 31

O Custo de um Erro

Mimi: “Entendi!”

Garfiel: “Cê é um incômodo, para de ficar dizendo isso!”

Na manhã seguinte, parecendo estar em um estado bastante deprimido e ruim, Garfiel caminhou pelas ruas de Pristella com Mimi.

Rindo da resposta de Garfiel, Mimi sorriu tocando seu peito sob o manto, que estava manchado com as lágrimas e a saliva de Garfiel. O fedor chegou ao ponto de fazer arder ao nariz dele.

Para Mimi que tinha o mesmo olfato aguçado, o fedor deve ter sido insuportável, mas quando Garfiel a aconselhou a lavá-lo ela apenas respondeu com…

Mimi: “Mhhh, Tudo bem, não se preocupe! Quando voltarmos pro hotel, posso trocar de roupas~. Missy vai ficar muito brava por eu não ter voltado ontem à noite. Hetaro e Tivey também~!”

Garfiel: “… Desculpe.”

Mimi: “Mimi não está preocupada com isso!~ Mimi só dirá que garf é um menino bom quando está desabafando enquanto chora!”

No pedido de desculpas sincero de Garfiel, Mimi olhou mostrando um sorriso inocente. Na noite anterior, Garfiel compartilhou com ela sua segunda despedida de sua mãe.

Depois de ter sido atingido por uma série de feridas emocionais, ele acabou vergonhosamente chorando sobre o peito de Mimi no telhado.

E, ainda mais embaraçoso que isso, o choro o esgotou tanto que ele acabou adormecendo no lugar. Na manhã seguinte, um barulho alto e estridente da cidade o fez acordar, no colo de Mimi.

Quando o dono do telhado os encontrou, ele finalmente pôde se recompor mantendo sua postura e, como sempre, Mimi manteve sua atitude usual.

Foi difícil encontrar desculpas, então eles escapuliram do telhado envergonhados.

Mimi: “Você se sente melhor?”

Garfiel: “Pode-se dizer que sim…”

Garfiel franziu a testa incomodado com o fato de ser incapaz de expressar sua verdadeira gratidão a ela. Mas mesmo assim, Mimi ignorou sua fraqueza, deixando ele sem ter ideia do que dizer.

Ele se lembrou da noite anterior, quando Mimi deixou escapar pelo calor do momento que estava interessada nele.

Antes ele pensava que Mimi estava o acompanhando, apenas por estar sentindo companheirismo devido à sua herança não humana compartilhada, mas ela o seguiu tendo intenções românticas.

E, mesmo tendo feito sua confissão, além de ser ignorada, ela continuou agindo da mesma forma que sempre agiu.

Ele havia feito o mesmo com Ram, embora ele tenha sido rejeitado várias vezes, agora, quando a situação inverteu, ele ficou confuso.

Mimi: “Bem, e então, o que devemos fazer essa manhã? Ir até sua mãe fazer uma visita?”

Ele foi sacudido de seus pensamentos ao ouvir as palavras de Mimi.

Garfiel: “Ei, espere, espere. Por que deveríamos ir vê-la agora?”

Mimi: “Porque Reala é a mãe de garf, ela não deveria saber disso também, afinal de contas?”

Garfiel: “Essa anã realmente não sabe ler as entrelinhas…”

Mimi podia usar seu instinto para identificar a parte mais importante de seus relacionamentos, mas ela desconhecia as sutilezas envolvidas. Agora ele estava em uma situação difícil, Garfiel ainda não tinha certeza de seu relacionamento com sua mãe. Era uma situação complexa que ainda estava em conflito dentro dele.

Pensando nisso, ele concluiu imediatamente que era inútil tentar explicar e acabou desistindo. E percebendo que isso também era um problema,

Garfiel: “Está tudo bem… Não há necessidade de deixá-la saber que meu eu incrível é filho dela.”

Mimi: “Realmente está tudo bem?”

Garfiel: “Sim, está… Meu eu incrível vai deixar essa tarefa para minha irmã…”

Ele provavelmente informaria sua irmã racional sobre toda a situação.

Depois que o choque e a confusão passassem, ela provavelmente chegaria à uma conclusão, até mais rápido que ele, e certamente encontraria um modo para lidar com isso.

E mesmo que a conclusão de ambos seja diferente, ela ainda tinha o direito de saber que sua mãe ainda continua viva. Mas seria certo que ela suportasse a mesma dor que ele?

Garfiel: “Só tendo um momento só nosso podemos tomar uma decisão.”

Mimi: “Então é assim que as coisas funcionam~, Mimi só acha que todas as mães precisam ser felizes~.”

Garfiel: “Coisas sobre mães… Cê entende sobre esses assuntos?”

As orelhas de Garfiel estremeceram ao ouvir a declaração inesperada de Mimi. O tigre fez a pergunta curioso e ela acenou com a cabeça com uma atitude onipotente respondendo um “Sim~”.

Mimi: “Mimi, Hetaro e Tivey nunca conheceram a mamãe e o papai. Eles provavelmente pensaram que ter filhos “Trigêmeos” e criar uma família super grande era muito trabalhoso~. Então eles nos deixaram em algum lugar~. E aí fomos resgatados pelo chefe, e por isso consideramos o chefe como família, e Missy também é nossa família.”

Garfiel: “Então… cê realmente tem uma grande família.”

Sem saber o motivo, repentinamente ele sentiu que a atmosfera havia melhorado enquanto ele acariciava a cabeça de Mimi.

E no mesmo instante,

Mimi: “Waaaa!”

Mimi rapidamente fugiu de sua mão.

Garfiel encarou o rosto avermelhado dela ao mesmo tempo em que ela se virava com um resmungo enquanto esfregava a cabeça, no lugar onde Garfiel havia tocado.

Mimi: “Desde ontem, ficar muito perto de garf parece muito estanho.”

Garfiel: “Certo, desculpe… Cê quer que eu vá embora…?”

Mimi: “Eu também não quero isso~ Só não fique muito perto, nem muito longe. Acho que assim é melhor.”

Ela se afastou com pequenos passos para o lado, parando longe de seu alcance.

Garfiel franziu a testa, confuso, enquanto Mimi dava sua risada habitual. Agora mesmo seu rosto parecia formigar com um pouco de vermelhidão.

Mimi: “Ah, ei, vamos comer o suflê!~”

Garfiel: “S–sim, vamos…”

Com pressa em mudar de assunto, Mimi tirou a caixa de sobremesas da bolsa. Era o recipiente dado por Reala antes dos dois partirem na noite anterior.

Momentaneamente, uma dormência de dor em seu coração fluiu pelo peito de Garfiel ao ver Mimi segurando os lanches levando um em sua direção, o aroma flutuando suavemente sob seu nariz era extremamente agradável.

A sobremesa era parecida com um pão normal, junto com um tempero doce adicionado à massa, recheado com creme e pasta de feijão.

Havia dois suflês grandes e redondos dentro da caixa, um para Mimi e o outro para Garfiel, que apreciavam seu café da manhã.

Mimi: “Oba! É fofo! Delicioso!~Super, super delicioso!~”

Garfiel: “Ah, é realmente delicioso.”

Garfiel concordou com as descrições de Mimi que batia palmas.

A sobremesa estava excessivamente doce, mas não muito açucarada a ponto de se tornar enjoativa, juntamente com a massa fofa e macia. Se comessem recém-assado, provavelmente teria sido ainda mais gostoso. Esta era a culinária especializada de sua mãe.

Nesse caso, Garfiel teria mais chances de prová-la.

Mimi: “Garf!~?”

Garfiel: “…”

Com as preocupações de Mimi, Garfiel empurrou seus desejos para longe.

Agora, ele voltou seus pensamentos para seus amigos, que estavam esperando por ele. Assim como Mimi, Garfiel passou a noite fora sem a permissão de ninguém.

Por causa disso, ele com certeza seria seriamente repreendido e punido–

???: “Olá, olá? Tudo bem? Todos conseguem me ouvir? Se puderem melhor pra vocês! E os que não podem, apodreçam e morram, já seria de grande ajuda! Gahahahaha–!”

Garfiel: “O quê!?”

Mimi: “Hmm~?”

Depois de darem um passo à frente, uma vez repentina atingiu agredindo seus tímpanos.

Os dois se entreolharam e olharam para o céu ao mesmo tempo, onde o som parecia surgir.

Garfiel: “Essa voz parece…”

???: “Bem, bem, bem, ouve algum idiota que morreu com o choque ao ouvir minha linda voz? Se não, bem, isso realmente não importa muito agora, mas se houver alguém que se atreva a ignorar essa adorável dama, meu humor irá ser arruinando!”

Ignorando Garfiel, a voz aguda e irritante continuou a transmitir suas falas odiosas.

Os outros que caminhavam pelas ruas durante aquela manhã, também olharam para o céu, estupefatos, ao ouvirem uma voz chocantemente alta.

Garfiel, cujo sentido de audição era diferente de um humano normal, poderia dizer que essa voz não estava sendo transmitida de uma fonte; em vez disso, ela permeou pela cidade toda, espalhando-se para todos os lugares, como se fosse um eco.

Mas saber disso agora, não respondeu nenhuma das dúvidas deles.

???: “Vocês, criaturas insuportavelmente chatas, só servem para estragar meu humor. Não há valor algum neste lugar. Vocês não passam de lixos que gostam de se gabar. Limpem suas mentes nojentas desses seus pensamentos horrivelmente ridículos e, por favor, encontrem imediatamente uma lata de lixo e enfiem suas cabeças feiosas dentro delas! Por favor! Morram logo! Morram de uma vez! Por favor! Gahahaha!”

– o dona dessa voz tinha uma das almas mais podres e vis já vistas.

Garfiel: “Que tipo de brincadeira é essa? Pare com toda essa porra!”

Mimi: “Garf… eu sinto que isso é super, super desconfortável…”

Enquanto Garfiel se irritava e amaldiçoava a voz misteriosa, Mimi mostrou uma expressão de desagrado e inquietação.

Vendo essa reação, Garfiel tocou a cicatriz em sua testa cerrando os dentes. Essa expressão não combinava com ela, e ele não queria vê-la assim.

???: “Bem, bem, então já que as criaturas de carne podre não conseguem compreender, irei explicar. Eu tenho o controle do rádio – ou seja, ou seja, ou seja!?–”

Garfiel: “Vamos lá, diga qual o significado?”

???: “Isso mesmo!––– Eu! Não, Nós temos o controle da prefeitura. Ah, aliás, soube que existem várias torres de controle espalhadas pela cidade. Lamento dizer, mas todas elas também são nossas a partir de agora!”

Garfiel: “Torre de controle… aquelas que mano Otto havia dito?”

Garfiel entendendo as intenções da dona daquela voz, sentiu a ameaça, prendendo a respiração.

Antes e depois de chegar à cidade, Garfiel foi instruído pela estrutura de Pristella feita por Otto.

O portão de água sempre funcional de Pristella poderia prender qualquer inimigo que tentasse invadir a cidade, se eles fossem atraídos para dentro.

E no comando do funcionamento daquele portão, as quatro torres de controle localizadas em cada canto da cidade estavam sendo controladas por esse repentino anfitrião vil que possuía o caráter mais podre possível. Toda a população da cidade foi feita de refém.

Chegando à mesma conclusão que Garfiel, os outros ao redor começaram a ser tomados pelo pânico e a ansiedade. Todos gritaram ao mesmo tempo, e a cidade toda estremeceu enquanto ressoava em gargalhadas tóxicas e zombeteiras.

???: “Kahahahaha! Só agora estão percebendo que logo serão dizimados! É chocante ver como vocês são estúpidos! É demais para mim! Ah, lixo, seus sacos de lixos! GaHahahaha!”

Garfiel: “…”

???: “Ah, assim não vai dar certo. Se eu não der meu nome, vocês todos vão se esquecer da realidade que os cerca, não é? Sendo assim, permitam-me que a misericórdia dessa dama gentil lhes dêem a resposta para suas dúvidas.”

Na cidade em pânico, Garfiel segurou as mãos de Mimi com força. E atentamente ouviu a apresentação do inimigo.

??? :”Eu sou o Arcebispo do Pecado da Luxúria do Culto da Bruxa…”

Garfiel: “Culto da Bruxa!”

???: “Capella Emerada Lugnica! Gahahaha! Me adorem! Me respeitem! E, por fim, chorem! Agonizem! Implorem! e morram tragicamente como bons vermes que são! Seus pedaços de carnes podres! Kyahahaha!”


Ao ouvir a transmissão, Garfiel foi obrigado a tomar uma escolha.

Embora a transmissão do autoproclamado Arcebispo tenha gerado pânico, as ações dos cidadãos de Pristella foram bastante ordeiras. Mesmo no meio dessa turbulência, eles mantiveram os procedimentos de emergência em mente e seguiram para os abrigos espalhados ao redor da cidade.

Os pedestres tentaram levar Garfiel e Mimi para para um abrigo. No entanto, eles se recusaram a ajuda e, ao invés disso, escolheram ir para um outro lugar.

Isso obrigou Garfiel a fazer uma escolha.

E a resposta dessa escolha,

Reala: “Oh, Sr. Tigre!”

Garfiel: “…”

Correndo em direção a um abrigo, Reala avistou Garfiel e veio em sua direção ao reconhecê-lo, aliviada por encontrar um conhecido.

Garfiel suportou a dor de sua voz e presença, deixando-a se aproximar.

Desde o momento em que Garfiel se recusou a ser conduzido até um abrigo, sua escolha foi iminente.

Afinal, onde ele deveria estar? Perto de Subaru e Emilia, ou com a mãe, cuja existência e segurança ele se esforçou para confirmar?

Racionalmente, Garfiel sabia que deveria ter voltado imediatamente para onde seu grupo o aguardava.

Mesmo assim, ele usou como desculpa que uma vez que esse abrigo fosse perto, ele poderia confirmar a segurança dela.

Reala: “É ótimo ver que Mimi-san também está bem, essa transmissão me deixou preocupada.”

Mimi: “Ah!~ Nada nos aconteceu~! O suflê de ontem estava delicioso!~ Obrigado pela gostosa guloseima!~”

Reala: “Ah, que bom que gostou.”

Mimi não se opôs a nenhuma das ações e escolhas de Garfiel e o seguiu fielmente.

Claro que ela gostaria de retornar para Anastasia e seus irmãos. Para ela, obviamente a segurança de Reala era assunto relacionado a outra pessoa, e ela não tinha obrigação nenhuma de fazer isso.

Enquanto ouvia suas próprias desculpas conscientemente, Garfiel tendo finalmente confirmado a segurança de Reala, estava livre para partir. Agora, ele precisava voltar imediatamente para o lado de Emilia para defendê-la a todo vigor com sua força.

Quando o Culto da Bruxa aparecesse Garfiel protegeria Emilia e lutaria em seu lugar.

Esse foi o acordo que ele firmou com Subaru, que ele absolutamente não violaria.

Mesmo que ele não pudesse se proteger como um tigre, ele não poderia deixar de se honrar e muito menos se esquecer em seu papel de homem.

Garfiel: “Parece que está bem, então meu incrível eu…”

Reala: “Espere… Sr. Tigre, você…”

Enquanto ele se preparava involuntariamente para partir, a atitude repentina e involuntária de Reala o assustou.

Reala: “Você por acaso viu meus filhos hoje? Eles partiram de manhã e pelo que parece eles não estão neste abrigo.”

Olhando para cima e para os lados, Garfiel apressadamente examinou os arredores, incapaz de ver a figura das duas crianças em lugar algum.

Reala: “Até mesmo meu marido… Não, deixa pra lá, eu disse algo supérfluo, não quero…”

Garfiel: “O que é? Meu incrível eu ficará incomodado se você esconder alguma coisa num momento como esse.”

Reala: “A transmissão veio da prefeitura, onde meu marido trabalha… então imagino que tenha acontecido alguma coisa lá…”

A prefeitura era um prédio alto localizado no centro da cidade, onde a transmissão foi feita.

Garfiel soube que aquele lugar estava encarregado de fazer as funções da cidade, e agora o Arcebispo havia dito que havia o tomado.

Lá era onde Garek provavelmente estava.

Garfiel: “Haah…”

A notícia chegou abruptamente ao coração de Garfiel em ritmo de um alarme.

Os irmãos e Garek estavam em uma situação desconhecida no meio do caos e talvez em perigo. A confirmação de segurança de Reala o levaria a outro impasse ao descobrir as circunstâncias de sua família.

Garfiel: “Capitão, Emilia-sama…”

Seus rostos, assim como os de Otto e Beatrice, passaram pela mente de Garfiel. Ele precisava retornar e se tornar a força deles.

Mas, como se perseguindo essa mesma ideia, o rosto de Garek e dos irmãos também surgiram em sua mente.

Reala: “Lamento tê-lo incomodado, Sr. Tigre. Por favor, esqueça o que eu disse.”

Garfiel: “–––”

Reala: “A pouco eu só estava assustada. Meu marido e meus filhos estão bem cientes dos procedimentos de evacuação de emergência da cidade.”

Reala abriu um sorriso forçado, mas suas mãos estavam entrelaçadas como se estivesse rezando.

Não havia dúvidas de que seus gestos demonstravam relutância e preocupação. E ela estava apenas escondendo seu medo para evitar a preocupação de Garfiel.

Um silêncio tomou conta do grupo. Sem falar nada, rangendo os dentes, Garfiel estava pensativo. Mimi o encarou, também em silêncio, esperando sua decisão. Sem falar, ela apenas continuou segurando sua mão.

Garfiel: “Não se preocupe, deixe seus filhos e seu marido conosco.”

Reala: “Ah? Sr. Tigre!?”

Essa resposta inesperada deixou Reala extremamente surpresa. Acenando para ela incrédula, Garfiel baixou seu olhar para Mimi.

Garfiel: “Na verdade, isso é um problema meu, então cê deve voltar.”

Mimi: “Oi-ya!~”

Garfiel: “Ow?!”

Ao ser instruída a voltar, Mimi pisou no pé de Garfiel, que gritou alto de dor. Mimi aproveitou o momento para se levantar.

Mimi: “Garf disse algo tão bonito, então como Mimi poderia ficar apenas de braços cruzados e não corresponder a ele?~ Estou, definitivamente, ~ indo com você!~”

Garfiel: “Anã… Não. Tudo bem, Desculpe.”

Mimi: “Neste momento, você deveria estar oferecendo sua coragem!”

Garfiel: “– Sim, obrigado!”

Mimi: “De nada!”

Com uma risada alegre e doce, Mimi contagiou e atraiu Garfiel para uma risada também.

E então voltando-se para a Reala ainda atordoada, Garfiel falou…

Garfiel: “Meu incrível eu estará procurando pela sua família, então fique aqui com todos os outros, segura, e espere por nós.”

Reala: “M-mas… por que você faria isso por mim?”

Por que ele estava fazendo isso por ela?

O olhar vacilante e relutante de Reala questionou a decisão de Garfiel. E para isso Garfiel sorriu retribuindo como resposta.

Garfiel: “Porque meu eu incrível é um grandioso tigre dourado! Gorgeous Tiger!”

Mimi: “Então, Mimi também é Gorgeous Mimi!~”

Gritando suas falas estúpidas, sua irreflexão chocou as pessoas reunidas ao redor.

Com o choque de Reala, Garfiel e Mimi, com um giro valente, correram para fora do abrigo.

Mimi: “O que faremos, Garf?~”

Garfiel: “Use o cheiro deles para encontrá-los. Aqueles dois e Garek, você ainda se lembra do cheiro de cada um deles claramente, não é?”

O problema era que o fluxo de água estava por toda parte e a cidade era muito grande.

Para encontrar seus cheiros com precisão, as condições ambientais precisavam estar certas. Mesmo nesta cidade populosa, o poderoso sentido do olfato não poderia fazer absolutamente nada.

Apesar disso, os sentidos animais dos dois os ajudaram e serviram muito bem.

Assim que viram Reala partir em segurança, conseguiram localizar o cheiro dos irmãos.

Durante este período, a evacuação dos cidadãos na cidade ocorreu conforme instruído. Agora Pristella de maneira bem desagradável, parecia uma cidade fantasma. Naturalmente, na maioria dos casos como este, era normal encontrar o lugar em uma situação como essas.

No entanto, a ausência desse tipo de comportamento foi devido a notoriedade do nome do Culto da Bruxa.

Mimi: “Hmm~ É isso? Garf~, estou sentindo o cheiro deles!~”

Garfiel: “… Certo, então a direção é…”

Garfiel os rastreou enquanto quase provavelmente havia encontrado sua localização. Eles pareciam ter traçado a mesma rota feita ontem do terceiro ao primeiro distrito.

Então um pensamento passou pela sua mente.

Garfiel: “… Aqueles dois foram para o parque em busca da Cantora.”

Fred ontem havia dito que ele saiu tarde demais e por isso não conseguiu encontrá-la a tempo. Tendo aprendido isso, ele saiu cedo esta manhã, determinado a finalmente alcançá-la.

E desta vez sua irmã o acompanhou.

Garfiel: “Nesse caso, se formos até o primeiro distrito…”

Se eles fossem até lá, eles poderiam encontrá-los rapidamente.

Garfiel animou-se ligeiramente achando que sua situação havia mudado a seu favor, isso até ele farejar outra coisa –

Garfiel: “…”

Mimi: “Esse é o cheiro do pai deles?”

Mimi chegou à mesma conclusão que Garfiel.

Ou seja, um obstáculo surgiu no meio dos irmãos. Garek havia se dirigido para a prefeitura através desse mesmo caminho, momentos antes do caos acontecer.

O momento da escolha decisiva recaiu sobre Garfiel.

Se ele fosse para o primeiro distrito, ele poderia encontrar os irmãos e trazê-los em segurança até Reala. Se eles estiveram na presença da cantora durante sua apresentação, certamente estariam seguros agora.

No entanto, a prefeitura era um caso diferente.

Com o passar do tempo, as pessoas que se encontravam lá dentro, onde o Culto da Bruxa havia feito seu ataque, corriam um perigo cada vez maior.

E Garek, sendo uma das vítimas, estava em um lugar onde, a qualquer segundo, poderia acabar sendo morto instantaneamente, aumentando a possibilidade de não o salvarem.

Mimi: “Garf~… o que nós fazemos?”

Uma escolha mais uma vez passou pelas mãos de Garfiel.

Ele poderia decidir confirmar a segurança das crianças, e logo em seguida ir se reunir com Subaru. Mas nesse caso, ele estaria deixando Garek para trás na prefeitura.

Qual seria o relacionamento de Garek e Garfiel?

Ao contrário de Reala e de seus filhos, Garek não tinha nenhuma relação direta com Garfiel. Se o sangue foi usado de base para o resgate, sua obrigação de salvar o pai de seus meio-irmãos deixaria de existir.

Mas o que seria de Reala se ela o perdesse?

Ela passaria anos de luto junto com seus filhos, tudo porque Garfiel desistiu de salva-lo, tomando a decisão errada. Essa família certamente choraria sem fim.

Garfiel: “… É na câmara municipal onde o Arcebispo está, certo?”

Mimi: “Sim!~”

Garfiel: “Essa torre de controle é um lugar bem perigoso, mas se pudéssemos capturar o Arcebispo e matá-la, então…”

Mimi: “Todos serão alvos!?~ Incrível! Muito incrível, Garf!~”

Saltando sob o local, Mimi comemorou e felicitou os comentários de Garfiel.

No entanto, no instante seguinte ela imediatamente parou de saltar.

Mimi: “Embora eu saiba que não seja um grande problema… eu meio que me sinto inquieta.”

Garfiel: “Inquieta…?”

Mimi: “É muito perigoso. É esse o tipo de sentimento que sinto. Não está completamente claro. Mas é o que sinto.”

Ela não tinha base para confirmar o perigo, mas sentiu essa emoção.

Com essa atitude, Garfiel se sentiu desconcertado e menos confiante.

Até o momento, Mimi o apoiava em todas as suas ações e decisões sem questionar.

Garfiel: “Que vergonha… esperar que as pessoas ajam de acordo com minhas expectativas… sou patético.”

Mesmo que elas o apoiem, não quer dizer que elas concordem ou apenas aceitem o que estiver acontecendo. Mimi também queria ter um papel significativo nessa situação, além de apenas apoiá-lo.

Mimi: “Garfiel, o que posso fazer agora?”

Garfiel: “Seria idiota ignorar seu instinto de inquietação, o capitão e os outros não vão me condenar por isso, mas…”

A força mais forte de Emilia não podia fugir de medo em uma situação como essa.

E por mais que eles lutassem agora, as coisas não se resolveriam tão facilmente. Para salvar a cidade, eles precisariam enfrentar a prefeitura eventualmente.

Garfiel: “Primeiramente, precisamos confirmar a situação na Câmara municipal. Precisamos confirmar se há sentinelas por perto e se o interior é seguro.”

Mimi: “Isso é o que chamam de investigação?~ Oooh! Entendo~, vamos fazer um reconhecimento!”

Embora Mimi ainda estivesse um pouco tensa, ela concordou ansiosamente.

Vendo ela sacar uma varinha que adorava usar, de seu manto, Garfiel também puxou os escudos pratas presos em sua cintura e os prendeu em seus pulsos.

Como seus braços estavam cobertos pela armadura, ele se declarou pronto.

Garfiel: “Vamos!”

Mimi: “Tudo bem!”

Com essa resposta, uma breve palavra de Garfiel, os dois se dirigiram para a prefeitura.

De acordo com as informações de Subaru, o Arcebispo do Pecado da Preguiça tinha vários lacaios lutando ao lado dele. Embora não pudessem se igualar aos Arcebispos, aqueles que tinham experiência em combate eram capazes de representar uma ameaça.

Na estrada, durante o caminho, Garfiel alertou Mimi sobre isso enquanto viajavam com cautela até o lugar.

Garfiel: “Que estranho… o que está acontecendo?”

Ao chegarem no lugar, eles não conseguiram ver nem mesmo um cultista que fosse.

Mesmo se estivessem escondidos, eles não seriam capazes de enganar os narizes de Garfiel e Mimi.

Garfiel: “É como se pensassem que não precisam de um guarda agora!”

Mimi: …

Quando se lembrou da voz da transmissão, a força do ódio de Garfiel aumentou.

O inimigo abaixou a guarda, talvez imaginando que não receberia um ataque direto imediato. Sem um sinal de alerta, eles presumiram que a vitória já havia sido alcançada e que o controle do prédio foi tomado garantindo a segurança das pessoas.

Mimi: “Hmm?”

Enquanto Garfiel rangia os dentes, Mimi exclamou um murmúrio suave parecendo pensativa.

Parecendo subjulgada, ela cutucou as costas de Garfiel, perturbada, contraindo seu nariz constantemente.

Garfiel: “O que é?

Mimi: “Não sei~, mas sinto algo de errado. Garf, algo está errado.”

Garfiel: “Não hesite agora!”

Agarrando as barras da calça de Garfiel, Mimi falou palavras desanimadas. Garfiel gritou com ela, que queria recuar depois de chegar até aqui.

Se eles saíssem agora, a possibilidade da família de Reala sofrer uma perda juntamente com a tragédia era enorme.

Garfiel: “Você pode ficar aqui se não quiser ir. Meu incrível eu vai ficar bem, irei esmagar a cabeça do Arcebispo facilmente.”

Mimi: “Garf!”

Com toda velocidade, Garfiel saltou de seu esconderijo depois de observar bem os arredores.

Da praça ao longo do canal, ele planejava pular imediatamente para o prédio da prefeitura.

A distância estava diminuindo. A atmosfera permaneceu inquieta. A arrogância dos dois era real, uma piada.

Nada havia acontecido. Restavam dez passos. Nove passos. Oito passos. Sete passos. Ele escalou uma parede, encontrando uma rota mais simples até o prédio. Seis passos. Cinco…

Mimi: “Garf!”

Mudando repentinamente de direção, Garfiel redirecionou toda sua energia para suas pernas, saltando não para frente onde seria seu destino, mas sim para o lado.

Uma luz forte brilhou na ponta de uma lâmina silenciosa repentina que foi refletida no olhar de Garfiel. Essa energia destrutiva permanecia firmemente silenciosa.

Os degraus de pedra que foram cortados no lugar de Garfiel eram bem visíveis. Uma fumaça branca flutuante se esgueirou sobre o chão onde o impacto com pedra e ferro foi causado.

Se não fosse pelo grito de advertência de Mimi, agora Garfiel provavelmente estaria morto.

Um belo e requintado golpe foi direcionado à cabeça de Garfiel. Se aquele golpe artístico tivesse acertado seu alvo, a cabeça de Garfiel estaria agora exposta para a exibição na praça.

Um suor frio escorreu pela sua testa.

Naquele instante, Garfiel pousou no chão e se virou para encarar o responsável por desencadear o golpe.

Diante de seus olhos, duas figuras apareceram de repente.

Uma delas era um homem gigante, que segurava vagarosamente uma grande espada em cada mão. A outra parecia ser uma mulher esguia e delicada, que segurava uma longa espada.

Ambos usavam dois mantos pretos, sendo assim, Garfiel foi incapaz de identificar seus rostos.

Garfiel: “… Não é o jeito certo de dar uma saudação, sabe?”

Coçando a nuca, que era de suor frio causado pelo choque, Garfiel falou tentando desviar a atenção deles de determinar sua força de combate.

No entanto, nenhum dos dois respondeu ao chamado de Garfiel. Ao invés disso,

Mimi: “Garf, esses dois…”

Fazendo um círculo em volta deles, Mimi sentiu o perigo e se juntou a Garfiel.

Garfiel nem se atreveu a tirar seus olhos das duas figuras, ignorando Mimi e mantendo seu olhar fixamente.

Garfiel: “Sim, eles são fortes…”

A voz de Mimi estremeceu nervosamente, enquanto Garfiel respondeu colocando a mão sobre seu ombro, apoiando-a.

Os outros dois que estavam à sua frente pareciam fantasmas sinistros e sombrios.

Os níveis sobrenaturais de perigo que os dois exalavam eram impossíveis de se medir precisamente.

Obviamente, a força do inimigo superou muito a normalidade.

Eles eram superiores a máquina assassina que Garfiel enfrentou uma vez.

Garfiel: “São, apenas duas pessoas…?”

Garfiel olhou em volta para confirmar sua dúvida. Não havia mais nenhuma sombra à espreita.

Os únicos guardas eram os dois diante deles. Eles ocultaram sua existência de Garfiel até agora, aqueles com força já haviam escolhido parar de se esconder, portanto qualquer outra presença com potencial não existia ali.

Ou seja, os dois presentes ali eram a barreira que eles precisavam derrubar para reconquistar a prefeitura. E entendendo isso,

Garfiel: “heh, interessante.”

Mimi: “Garf?”

Garfiel: “Se vencermos, podemos romper esse impasse!”

Seu coração se agitou em euforia quando ele se recusou a deixar seu medo controlar seu coração. Ele tocou seu peito com um escudo enquanto falava em voz alta. Mesmo quando sua mente começou a se acalmar, faíscas de excitação começaram a saltar de dentro dele.

No entanto, agarrando as costas dele, Mimi gritou.

Mimi: “Não, não, não, Garf! Não podemos, essas duas pessoas… eles são super fortes! Apenas Mimi e Garf absolutamente não darão conta! Não podemos vencer! Não conseguiremos!”

Garfiel: “Se venceremos ou não, não saberemos se não tentarmos. Eu absolutamente não concordaria com isso. E além disso…”

Vendo Mimi desanimada, Garfiel fez beicinho com a boca, com os olhos cheios de raiva para os dois hostis à frente.

Garfiel: “Mesmo se fugirmos com o rabo entre as pernas, eles vão nos alcançar.”

Mimi: “Então, então, vamos uma vez! Vamos golpeá-los uma vez, desviar e fugir. Se formos só nós, não conseguiremos, temos que sair! Sem o chefe e o Julios não dá!”

(N/T: Ela pronunciou o nome de “Julius” errado.)

Com as falas frenéticas de Mimi, Garfiel mordeu os lábios.

Na verdade, Garfiel entendeu que Mimi estava certa. Eles não podiam corresponder à força dos dois.

Enfrentar esse tipo de inimigo desse nível, individualmente, era suicídio.

Então, como não havia outro jeito, pensar em desistir era o caminho certo?

As duas figuras à sua frente formavam uma barreira esmagadoramente forte. Contendo um poder avassalador que bloqueavam o caminho.

Garfiel sendo derrotado por Reinhard, estava longe de ser o mais forte.

Com a consciência de que devia se tornar o escudo mais forte, você deve percorrer o caminho mais desafiador para que você possa reivindicar ser o tigre mais forte durante sua trajetória.

Se ele se retirasse daqui agora, Garek seria–

E mais uma vez, agarrando a bainha da calça de Garfiel, dominada por pensamentos torturosos, estava Mimi com uma expressão inquieta. Garfiel relembrou sua noite suave e calma, onde ela havia sido sua guardiã.

Só então, seus sentimentos teimosos começaram a derreter gradualmente.

Garfiel: “…Tudo bem, vamos fazer o que você disse. Depois do ataque fugiremos e iremos procurar alguém para nos ajudar. Está bem?”

Mimi: “Sim, sim! É isso mesmo! Vamos fazer isso!”

Diante da coragem inabalável e estimulante de Garfiel, Mimi falou com alegria.

Tendo unificado suas opiniões, os dois se viraram para enfrentar as figuras defensivas diante deles, que permaneceram em silêncio.

Essa breve briga proporcionaria uma oportunidade perfeita para lançar uma nova ofensiva. Eles se contiveram por causa da honra? Compaixão?

Garfiel: “Vamos!”

Mimi: “Hah!”

– Sendo cautelosos, agora, era a hora e o momento para esmagá-los.

Sem precisarem de nenhum sinal, Garfiel e Mimi avançaram ao entrarem na briga em conjunto. Garfiel voou em direção a mulher e Mimi atacou o gigante.

Quando Garfiel se aproximou dela em alta velocidade, a mulher gentilmente alterou a parte superior de seu corpo, e no momento seguinte, estava balançando a lâmina para baixo, com toda precisão, em uma velocidade alarmante.

O forte clarão de sua espada cortou o ar com uma nitidez que fascinou Garfiel e fez com que ele se desconcentrasse momentaneamente.

Garfiel: “Hah!”

No entanto, ele não era tão bobo a ponto de deixar que a lâmina o atingisse.

Se recompondo, ele protegeu seu corpo colocando seu pulso unificado com o escudo na frente da lâmina, e aproveitou a oportunidade para desencadear um chute nela. No entanto, ela rapidamente evitou seu chute e atacou novamente, sua forma ágil e aterrorizante foi bloqueada pelo escudo de Garfiel.

Com o pescoço fora da linha de perigo da lâmina, Garfiel o protegeu com sua mão esquerda. Imediatamente depois, ele a chutou, seu corpo leve saiu voando logo em seguida.

Garfiel: “Haah!”

Olhando para a forma da mulher que ele facilmente causou dano, Garfiel sentiu uma leve sensação de alegria.

E virando-se, ele viu a forma do gigante, que desempenhava um papel de adaptabilidade e contra-atacava os ataques mágicos de Mimi.

Fazendo-o recuar, Mimi parecia ter escapado das lâminas do homem com sucesso.

O gigante não tinha velocidade para poder competir com Mimi enquanto corria, e essa mulher não tinha habilidades suficientes para lutar contra Garfiel, nesse caso…

Garfiel: “Se pudermos derrotar pelo menos um!”

Se ele pudesse eliminá-la agora, atacar o outro inimigo seria mais fácil. Derrotar a mulher encapuzada agora tornaria a luta contra o gigante muito mais fácil, e aumentaria suas chances de vitória.

Garfiel saltou para a frente, em direção a mulher desmaiada sobre o chão de pedra, ao sentir a aproximação, a espada colidiu contra o pulso esquerdo de Garfiel.

Ele havia trazido seu pulso esquerdo contra o corpo dela, de forma esguia e frágil. Ela não poderia ter a mesma capacidade de regeneração que Elsa.

Garfiel: “Peguei cê!”

Ele seria capaz de retirá-la do campo de batalha.

No momento em que Garfiel confirmou isso e levantou a voz, a sombra da morte veio por trás.

– O gigante que deveria estar longe, aproximou-se furtivamente de Garfiel, trazendo consigo o fedor da morte. Garfiel agiu instintivamente como uma mola sendo jogada com toda a força contra o chão.

Interrompendo imediatamente seu ataque, ele inclinou seu corpo para trás, saltando para longe do local.

No entanto, outro ataque que veio de suas costas  acertou o pulso esquerdo de Garfiel, que perdeu o sustento do corpo e caiu no chão com um grito.

Garfiel: “Aah!?”

Garfiel que foi engolido através do choque, gemeu violentamente ao ser acertado por um golpe inimaginável.

Agora, ao saltar do chão, seu corpo, preso no ar, pela segunda vez enfrentou um ataque ultrajante.

Visando Garfiel, que estava deslizando pelo ar, em trajetória paralela ao solo, o gigante e a mulher mergulharam em sua direção ao mesmo tempo.

Com a ajuda de seus escudos gêmeos, ele montou uma defesa contra o impacto – mas foi lançado voando pelo impulso.

Garfiel: “Aaaah!”

Garfiel foi imprensado entre os dois ataques ao mesmo tempo.

Ele visou a espada que veio balançando na frente dele, que se defendeu com um escudo, e usou o outro para bloquear a espada gigante atacando suas costas. Com um chute forte no chão, ele mal conseguiu se esquivar e escapar dos ataques desencadeados pelos dois.

A espada usada pela mulher surgiu repentinamente mais uma vez, a qual ele impediu o ataque, usando seus dois escudos. Faíscas voaram seguidas por um golpe, varrendo o alvo de cima para baixo.

Garfiel: “Ah!”

Seus ossos racharam e a força e resolução do golpe manchou a visão de Garfiel de um vermelho ensanguentado. Embora ele tenha sofrido o impacto daquela espada, aquela lâmina em instantes seria capaz de tirar sua vida.

Um grito de agonia seguiu o sangue saindo de sua boca enquanto seu corpo voava para a parede, mal conseguindo evitar o perigo de ser feito em pedaços. No entanto, os inimigos de pretos não permitiram nem uma reação sequer.

Sem palavras, eles atracaram Garfiel.

Embora a intensidade desse golpe não pudesse ser comparado com a dor anterior, a nitidez da espada da mulher mascarada, quando ela invocou um poder que deveria estar fora de seu alcance, foi desencadeada de forma linda e perfeita, mesmo tendo tamanho comprimento aquela lâmina, esbelta e elegante, iria dividi-lo ao meio.

E igualmente a esgrima, o estilo de batalha do gigante era rude e cruel.

No entanto, esse tipo de brutalidade não era impulsivo e por acaso, era a brutalidade de alguém que poderia otimizar e controlar perfeitamente seu poder destrutivo. A maioria das pessoas normais quase não eram capazes de segurar nem uma espada sequer, mas ele facilmente segurava duas delas, cada uma em um de seus braços gigantes.

Garfiel: “Ah, ah, hah, ah, haaah!”

Um redemoinho de aço cortou o vento, fluindo como água corrente.

Embora o estilo dele fosse diferente da mulher, a eficácia de sua dinâmica era compatível com a habilidade avassaladora dela, deixando Garfiel em fuga apenas se defendendo com seus escudos de aço.

Desesperadamente, pulando para trás nos degraus de pedra, esquivando-se de um ataque cortante atrás do outro, enquanto sentia um forte assobio do vento raspar sua cabeça, ele só poderia confiar no seu instinto para resistir aos ataques com seus escudos, esquivando-se, abaixando-se, fugindo.

– Mas se eles continuassem a insistir, mais cedo ou mais tarde ele perderia a resistência e seria decapitado.

As duas figuras pressionaram Garfiel, e com isso ele suspirou pesadamente, não vendo nenhum raio de esperança. Todos os seus esforços daqui em diante eram apenas para evitar um acidente fatal.

Quando ele se exaurisse, sua atenção provavelmente não conseguiria acompanhar a situação. E seu eu distraído sofreria um golpe fatal.

Um combate magistral, com ataques precisos e magistrais.

Se houvesse um descuido, eles facilmente e simplesmente poderiam matá-lo. Quanto mais tempo passava, mais rotas de fuga se fechavam para ele.

Tomar uma decisão agora era importante.

A única maneira de sair desse dilema era revelando suas presas. Naquele momento, Garfiel encontrou a única vantagem que poderia usar.

E esse pensamento o reviveu brevemente acendendo uma chama de esperança dentro de si.

No mesmo instante, ele procurou uma brecha para respirar profundamente.

Garfiel: “Mas o que…?”

As lâminas vis e calmas da mulher fizeram cortes mortais. Ele trouxe ambos os pulsos para frente para se proteger, mudando seu corpo de direção e aumentando a distância entre ela, mas fazendo o mínimo possível para não se distanciar tanto a ponto de ser pego no ataque desencadeado pelo gigante logo em seguida.

Como esperado, o corte causado pelo gigante rachou o ombro esquerdo de Garfiel, e o joelho de sua perna direita foi quebrado. Mas em troca de um bom suspiro de ar fresco, essa dor não era nada.

Garfiel: “Kah… Aaah!”

Com um rugido furioso, ele libertou o calor que residia dentro de si, que fervia seu corpo.

A mesma sensação de sangue fervendo se expandiu para todo o seu corpo, além de seu campo de visão que se tornou branco juntamente com um som de estalos ecoando por baixo de sua pele enquanto os ossos se remexiam ao se espandirem dentro da carne. Seus dentes se alongaram em presas, e ele mexeu bem seus braços enquanto seus músculos cresciam rapidamente, seu corpo agora era maior que nunca coberto por pelos dourados.

Apenas a parte superior de seu corpo mudou, deixando-o em um estado de meio animal.

O cheiro de sangue afugentou sua racionalidade, mas nesta forma, seus pensamentos não eram completamente animalescos. Vendo seu oponente na frente deles se transformar, era impossível para qualquer um manter a calma.

Enfentando as duas figuras mudas, Garfiel rosnou, deleitando-se com a idéia de estilhaçar seus tímpanos, confirmando que suas unhas haviam se transformado em garras afiadas. E vendo que os passos dos inimigos congelaram, ele decidiu abrir buracos em seus corpos.

Sua pata dianteira desceu em direção à mulher, até que a forma gigantesca de um homem se pôs na frente dela.

Não importava o que fizessem. Mesmo aqueles músculos grossos do homem não seriam de grande ajuda. Nesta situação, eles eram apenas escudos de papel sob suas garras. E justamente proteger era exatamente o que o gigante pretendia fazer – ele estendeu as mãos, na ponta da outra mão de baixo, a lâmina de sua espada estava abaixada. Fazendo gestos de não defender nem atacar, e sim escolheu proteger a mulher.

Fofo. Mas agora acabou.

– Suas patas iriam rasgar o corpo do gigante, seguido pela mulher.

O processo da estratégia que havia sido planejado, foi interrompido em seu primeiro movimento.

A pata de tigre de Garfiel havia atingido o homem gigante, mas não conseguiu matá-lo. Isso porque ele agarrou a pata de Garfiel com as próprias mãos antes de atingi-lo.

O gigante descobriu a parte da frente de seu manto para revelar seus seis braços.

Com o braço forte de Garfiel suprimido, as garras de Garfiel bloquearam fortemente a ponta da lâmina quando ele agarrou a espada impedindo o ataque mortal.

E para isso,

– E aqui mais um movimento decisivo foi desencadeado pelo gigante (oito braços).

“—“

Atordoado demais para reagir, Garfiel hesitou.

Ele não podia acreditar que o gigante pudesse resistir ao seu ataque esmagador.

E chocado demais, naquele momento, Garfiel baixou a guarda e foi exposto.

Por trás das costas do gigante, a mulher saltou no ar, e se lançou sobre ele, mirando nas costas da besta.

As costas de Garfiel, coberta por pelos de tigre, eram um alvo fácil para aquela mulher que brandia sua longa espada. À medida que a espada se aproximava, Garfiel sentiu o sopro gélido da morte sobre sua nuca.

Com as patas capturas e sendo presas pelas mãos do gigante, tudo que ele poderia fazer era esperar pela sua morte.

Mimi: “Esperem um segundo!”

Garfiel teria sido dividido diagonalmente ao meio, se o corte da mulher não tivesse sido interrompido por uma barreira mágica azul que se desdobrava.

Seu golpe foi anulado instantaneamente pela barreira, que desapareceu quando a mulher caiu de volta no chão. A gatinha de cabelos laranjas havia salvo a vida de Garfiel a tempo.

Mimi: “Garfiel, prometemos fugir imediatamente após o primeiro ataque!”

Pela primeira vez, algo como reprovação coloriu a voz de Mimi.

Ouvindo o chamado dela, Garfiel ainda em sua forma bestial, sua racionalidade voltou para sua cabeça quando ele percebeu sua estupidez.

Ignorando sua ansiedade e seu instinto, sendo descuidado, e tendo sido muito desdenhoso com seus oponentes, ele se colocou em uma situação perigosa. E desse beco sem saída, Mimi o salvou.

Garfiel engoliu em seco ao presenciar tamanha força da barreira de Mimi.

A violência presente na lâmina da espada da mulher não combinava com seus gestos delicados. E graças a capacidade defensiva de Mimi, ele agora escapou com vida. Ele realmente teve muita sorte dela estar lá agora.

Garfiel: “Ah, ah, hah, Aaaaahh!”

Mulher: “–“

Com a certeza de que agora estava seguro, Garfiel se libertou das garras do gigante. Tendo chutado o corpo do homem e vendo seu ataque sendo bloqueado por um braço, Garfiel pegou Mimi pela cintura e se afastou da batalha.

Dessa forma, ele fugiria daqui com Mimi. Seguindo o plano como planejado anteriormente, eles retomariam a luta com reforços.

Mas antes que eles pudessem se mover, a mulher os alcançou rapidamente sem esforços. Mas mais uma vez, Mimi lançou uma barreira mágica, dessa vez ainda maior que na anterior. A mulher foi novamente jogada para trás, e Garfiel juntou toda sua força e energia nas pernas para escapar.

– Ele sentiu uma respiração anormal. E a figura da mulher parou e gentilmente colocou a mão na barreira e pegando impulso com um salto, ela se aproximou.

Garfiel: “O quê–!?”

Mulher: “–“

Mimi: “–“

Garfiel: “Eh?”

Um pequeno som causou um suave impacto.

Garfiel parou no meio do salto. Quando os degraus de pedra passaram voando por baixo dele rapidamente, ele percebeu que uma linha vermelha foi lançada sob o céu.

Sangue. Era o que se espalhou pelo céu.

Garfiel: “Anã?”

A consciência de manter sua forma semi-besta foi interrompida pelo mal pressentimento, assim fazendo Garfiel voltar rapidamente a sua forma humana. A sensação de perder seus pelos de tigre foi soterrada por uma onda de calafrios.

Em seus braços, havia a figura de uma Mimi exausta e esgotada. Ele ergueu seu olhar. Olhando para cima, para a figura voadora de uma mulher cuja sua lâmina cortou o ar.

Mais da metade de sua espada estava coberta de sangue vermelho e viscoso.

Um líquido quente pingou na parte inferior do abdômen de Garfiel. Vendo a pequena mão mortal de Mimi apertar a varinha que tanto adorava usar, mesmo estando quase imóvel de exaustão, finalmente Garfiel voltou a sua consciência.

Aterrissando e pulando de um edifício para o outro, suportando fortemente o peso tanto de seu corpo quanto o de Mimi, Garfiel fugiu. Felizmente, seus adversários não o seguiram.

Eles pareciam interessados em outra coisa, a não ser guardar a praça, ou será que isso era uma demonstração de humanidade? Isso não importava. O que ele deveria fazer agora? Após quatro longos saltos para longe da praça, Garfiel desabou em um prédio, onde verificou as condições de Mimi.

Os olhos de Mimi se fecharam, uma grande quantidade de sangue escorria de seu ferimento no peito.

Garfiel abriu suas roupas para verificar a gravidade de seus ferimentos. Ele concluiu que ainda não era um ferimento fatal. Claro, isso não era motivo para otimismo. Ela precisava de magia de cura imediatamente. Ele precisava se acalmar.

Colocando a mão sob a ferida dela, Garfiel depositou toda a mana de seu corpo para Mimi.

Garfiel era um dos poucos que poderia usar magia de cura no santuário. Ele sempre achou que isso era pouco efetivo e mais inútil, mas no caso de alguma emergência esperava poder fazer algum efeito.

Portanto, Garfiel havia concentrado todos os seus esforços mágicos em aprender como curar, e para isso ele tinha uma compreensão áspera, mas completa, de cada nível de cura.

Contanto que o ferimento não fosse fatal, ele estava confiante de que poderia fazer alguma coisa.

As feridas de Mimi precisavam de todo o esforço possível para cicatrizar. O suor escorria de sua testa enquanto ele reunia toda sua mana, direcionando para diminuir o fluxo de sangue e curar a pele cortada, além do músculos e órgãos internos feridos, desejando profundamente que tudo fosse curado, dando mana continuamente.

Continuamente, continuamente…

– A ferida não se fechava.

Garfiel: “Por quê, por quê…?”

Quem estava sussurrando suavemente isso em seu ouvido?

Alguém que estivesse fazendo isso, nesta situação, fazer um som tão calmo não merecia nada além da ira de Garfiel. Ele olhou ao redor freneticamente, procurando a fonte do barulho. Não havia ninguém lá. E então, ele finalmente percebeu. A voz era dele mesmo. Era sua voz.

Ah, então aquela voz suave era sua? O som feito por ele, era, era, era…

Garfiel: “Feche, feche, feche, cure, cure, cure,cure…!”

Exausto, ele direcionou toda sua magia de cura para o corpo inconsciente de Mimi. A onda de magia de cura fluía para o corpo dela.

Apesar disso, a ferida recusou a se fechar.

Garfiel: “É mentira, certo?”

Incapaz de aceitar a realidade à sua frente, Garfiel murmurou novamente com uma voz ainda mais fraca.

Imediatamente depois, ele se bateu no rosto, e mordeu os lábios com força para manter seu corpo firme. Agora não era uma hora para fazer corpo mole e uma voz suave. O que ele poderia fazer?

O que ele poderia fazer? O que ele poderia fazer? O que ele poderia fazer? O que ele poderia fazer? Ele não sabia. Mas ele não podia desistir de tudo aqui assim. Essa garota precisava ser salva de qualquer jeito.

Essa criança, que havia se machucado tentando salvá-lo, não poderia morrer assim.

Garfiel: “–“

Rangendo os dentes, Garfiel começou a correr com Mimi em seus braços. Uma de suas mãos se sobrepôs na ferida de Mimi tentando novamente estancar o sangramento em seu peito com sua magia ineficaz.

O cheiro do sangue. O cheiro da morte. Nessas ruas desertas qualquer pensamento sobre o que poderia ter acontecido aos arredores não passava pela mente de Garfiel.

Alguém! Alguém, por favor, salve essa criança! Qualquer um! Me diga o que fazer! Se houver algo que eu possa fazer! O que eu devo fazer para salvá-la?

Garfiel fortaleceu seu olfato.

Sentiu o cheiro de água, sangue, sentimentos elevados, carne derretida e carbonizada. Em todos esse odores horríveis, Garfiel encontrou um cheiro muito familiar passando pelo ambiente e imediatamente o farejou seguindo.

Correndo, ele correu, continuou correndo e correndo com todas as suas forças.

Ele voou para um abrigo, vendo figuras cobertas por manchas de sangue, ele deu um suspiro triste. Mas agora ele não tinha tempo para se importar com ninguém. Abrindo bem os olhos ele procurou pela pessoa que emanava o forte cheiro.

Subaru: “Garfiel!?”

Ele o encontrou.

Ali, naquelas instalações subterrâneas, escuras e frias, ele finalmente encontrou aquele que tanto procurou desesperadamente.

Seu mentor e condutor, Natsuki Subaru.

Para Garfiel, essa existência era milagrosa, e na pior das hipóteses possível ele era um raio de luz, a última esperança de Garfiel.

Balançando a cabeça, Garfiel oscilou para frente e para trás, devido ao peso em suas mãos e de seu próprio corpo.

Ao se aproximar, Subaru finalmente percebeu a inconsciente Mimi em seus braços.

Sob o olhar de Subaru, Garfiel abaixou a cabeça, ajoelhado, ele segurando Mimi, amaldiçoou sua própria estupidez.

Garfiel: “Desculpe, capitão…! Eu sou tão inútil! Incompetente…”

Ele foi incapaz de proteger a família que prometeu salvar, sua promessa de se tornar o escudo de Emilia não foi cumprido, seu desafio contra as forças inimigas não surtiram efeito e, no final das contas, a essa pobre garota estava à beira da morte.

Subaru: “Garfiel, o que aconteceu…? Não, agora não é hora pra isso. Ferris!”

Ferris: “Eu sei! Depressa, dê ela para mim!”

Estendendo a mão, Mimi foi retirada de seus braços e colocada em uma cama, perto de Subaru. Garfiel levou um tempo para organizar seus pensamentos.

No momento seguinte, uma energia brilhosa de cura volátil transbordou, tomando a visão do ambiente. Garfiel nem poderia comparar essa magia com a sua. Se a habilidade de cura de Garfiel fosse comparável a uma gota, a de Ferris seria uma cachoeira.

Testemunhando a magia que poderia reviver até mesmo uma vida perdida, Garfiel se sentiu ainda mais frustrado.

Subaru gentilmente colocou a mão sob o ombro flácido de Garfiel. Com um olhar, ele pôde perceber que Subaru havia sofrido um ferimento terrivelmente abominável no pé.

Subaru: “Embora eu não possa dizer que tudo ocorreu bem, você fez um ótimo trabalho em trazê-la para Ferris. Graças a você ela pode ser salva.”

Garfiel: “Graças a mim…?”

O que Subaru estava dizendo?

Graças a ele Mimi foi salva? Que ridículo! Mimi havia sido ferida gravemente, e a causa disso tudo era Garfiel.

Primeiramente, a vida dela nunca deveria ter sido colocada em risco. Tudo isso aconteceu só pelo julgamento errôneo e patético de Garfiel, que fez a pior escolha possível.

Um vazio junto com um pensamento distorcido tomou conta do interior de Garfiel, pensamentos insolúveis de culpa e incapacidade afetaram sua consciência. O mundo jamais perdoaria a tolice de Garfiel.

Ele havia cometido um erro, e teria que pagar caro por isso. E ainda assim, os piores resultados imagináveis estavam acontecendo.

Subaru: “Ferris, o que aconteceu…?”

Sentindo uma mudança, a expressão de Subaru mudou, ficando preocupado.

Ele se arrastou até ao lado da cama questionando o homem que lançava seus feitiços de cura.

Nessa aterrorizante torrente de magia, o curandeiro balançou a cabeça respondendo a pergunta de Subaru.

Ferris: “Por que…? As feridas não estão se curando! Se continuar assim, não sei se conseguirei salvá-la!”

Seu grito angustiado ecoou pela sala, e Garfiel inquieto ergueu o rosto para o céu. No entanto, ele estava debaixo de um subsolo, sendo assim, o céu não tinha nada a dizer para Garfiel.

– o preço por seus erros cometidos serão pagos com sangue.

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