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Re:Zero Kara Hajimeru Isekai Seikatsu – Arco 6 – Capítulo 32

Apenas Quem

ーーAntes do espetáculo imprevisto, Subaru não podia estar nada além de estupefato enquanto observava em choque.

Era uma noite em que acontecimentos curiosos estavam ocorrendo consecutivamente. Começando com ele cochilando não intencionalmente, até correr atrás de Anastasia = Eridna que havia desaparecido da Sala Verde, avistando e perseguindo um pássaro que não deveria estar dentro da torre. Ao perder o pássaro de vista num beco sem saída e encontrar uma passagem escondida investigando as paredes e chão que já eram familiares…

Subaru: “…Depois de sair do túnel, o que esperava do outro lado era um reino de neve.”

A caçoada que ele derramou não fez nenhuma contribuição para explicar este estranho espetáculo. O que Subaru tinha atravessado não era uma parede ou um túnel, tampouco que estava diante de seus olhos era um reino de neve, uma noite em que o vento soprava pelas dunas do mar de areia.

Estrelas cintilantes emergiram do céu noturno, e o cenário sombrio das dunas de areia que se estendia a longas distâncias era visível pela varanda da torre de vigia.

Nada correspondia às palavras de Subaru. Exceto por…

???: “Natsuki-kun?”

Escutando a murmuração rouca de Subaru, a sombra de uma pessoa, com cabelos dançando ao vento, virou-se para ele. A jovem garota segurava seu cabelo roxo ondulado com as mãos… olhos pálidos e esféricos, pele tão pálida que era nitidamente visível na escuridão e possuidora de uma aparência adorável. Era Anastasia, quem ele estava procurando. Subaru hesitou por um breve momento à chamada dela.

Subaru: “…Com certeza esse é o local ideal para um cenário pitoresco no meio da noite, hein.”

Escondendo seu espanto inicial com palavras, Subaru encolheu os ombros diante de Anastasia. Após o gesto e o assunto que ele trouxe, Anastasia fracamente sorriu dizendo, “Claro”.

Anastasia: “É certamente uma grande vista. Mas é realmente triste que o cenário esteja todo escuro. Seria diferente se ao menos a cidade fosse visível ao longe também.”

Subaru: “É verdade, mas o charme de olhar para o mar de escuridão não é tão ruim assim, sabe. No entanto, se assim você diz……”

Falando-o, Subaru apontou seu dedo em direção ao céu, em vez daquela vista infindável. Focada nisso, Anastasia também olhou para cima… estava visível lá a vastidão do céu estrelado.

Subaru: “O ar está frio e limpo, e as estrelas estão bem visíveis. É bem romântico, você não acha?”

Anastasia: “É verdade que as estrelas ‘tão lindas, e eu concordo que o ar ‘tá limpo…… Mas faz você sentir algo além de querer ver as estrelas, não?”

Subaru: “E esse algo seria?”

Anastasia: “O fato de que as estrelas estão visíveis por si só. Houve sequer uma noite em que as estrelas estiveram visíveis no deserto até agora?”

Tendo escutado aquilo de Anastasia em aparente espanto, Subaru bateu suas palmas dizendo “A~h”. O que ela estava apontando era de fato maravilhoso. Ser capaz de ver as estrelas pela varanda daquele jeito, levando em consideração a viagem pelo mar de areia até agora. Era impossível notar o brilho das estrelas nas áreas que cercavam a Torre de Vigia das Plêiades.

Porque…

Anastasia: “O miasma é escuro e grosso, e deve te’ se espalhado pelo céu como nuvens, afinal de contas.”

Subaru: “Isso não acontecer aqui significa que apenas essa torre não é afetada pelo miasma…… ou talvez ela possa estar acima da altura do miasma que a envolve”.

Anastasia: “Nessa altura, bem, não seria impossível.”

Embora ele tenha notado somente depois de ver a paisagem da sacada, a altitude atual deles… o nível pertencente à quarta camada da torre de vigia não era de uma altura de algumas dezenas de metros acima do chão, mas sim de uma altura de várias centenas de metros. Embora não parecesse assim, significava que a escada da quinta camada à quarta camada tinha esse comprimento.

Subaru: “…… Ainda assim, não sei se é correto julgar a distância do meio da torre até aqui.”

Parado paralelamente à parede externa, Subaru olhou para a torre em invés do cenário da varanda e suspirou. Se sua conjectura estivesse correta, independente de estar numa posição acima do miasma, o cume da torre, aparentemente atravessando as nuvens, não poderia ser visto. Era alto demais, não obstante a escuridão. Era por esse motivo que a escada para o segundo andar tinha mais de quatrocentos degraus. Era portanto inquestionável que a torre fosse um desperdício em relação a todo o mundo exterior. De qualquer forma…

“ーーーー”

Restringindo seus pensamentos sobre as estrelas e a altura da torre, Subaru moveu seus olhos para Anastasia. Com os lábios sorrindo elegantemente e com as mãos atrás do quadril, Anastasia não fez nenhum movimento suspeito. Todos os sinais de eventual vigilância ou hostilidade eram também inexistentes. No mínimo, ele confirmou que ela não possuía nenhuma animosidade sendo expressa…

Subaru: “…Então, qual é a sua desculpa para esta situação?”

Anastasia: “Desculpa?”

Subaru: “Sorrateiramente sair do quarto tarde da noite, ir por uma passagem secreta que ninguém sabia sobre, brincar com pássaros durante a brisa da noite… Suspeito demais.”

Subaru ergueu seu rosto e questionou Anastasia, que estava com uma expressão mística.

Pássaros… Sim, pássaros.

Neste lugar, os dois, Subaru e Anastasia, estavam encarando um ao outro, mas muitos outros espectadores estavam povoando a sacada além dos dois. Sem mesmo o menor dos movimentos, eram pássaros que continuavam observando a situação como espectadores artificiais.

“ーーーー”

Não sendo um ou dois pássaros, eles não estavam numa quantidade tão gentil assim.

O número de pássaros parados na borda externa da sacada com as asas descansando era menor que cinquenta. Números que fariam qualquer um pensar que se tratava de uma horda inteira, mas a razão que o fez hesitar em classificá-los como uma horda era porque havia uma variedade de pássaros não uniformes.

Um pássaro branco, outro azul, um preto, outro manchado, um pássaro grande, pequeno, esbelto, gorducho, pássaros de variedade mista e sem senso de unidade se reuniram em um único conjunto. Essa verdade por si só já era bastante bizarra, mas o que fez com que Subaru se sentisse ainda mais ameaçado foi o comportamento dos pássaros que constituíam esse espetáculo.

… Embora houvesse uma multidão de pássaros presentes, nem mesmo uma única batida de asas podia ser escutada, que dirá ainda um único piado.

Não estava confirmado se os pássaros tinham inteligência para entender a vontade uns dos outros. Mas ao menos esses pássaros sem o mínimo de senso de união tinham sua intenção determinada de forma única.

Anastasia: “Não posso fazer nada se o Natsuki-kun está se sentindo inseguro desse jeito, mas…”

Em resposta à tal suspeita de Subaru, Anastasia tocou suas bochechas com as mãos.

Anastasia: “Passagem secreta, isso é um verdadeiro exagero, você não acha? Afinal, Natsuki-kun conseguiu chegar aqui também”.

Subaru: “É que… Bem, o pássaro meio que me guiou pra cá, sabe?”

Anastasia: “Nesse caso, foi a mesma coisa para mim também. Eu só estava passean’o pela torre à noite, e então um pássaro surgiu do nada. Fiquei curiosa imaginan’o o que ‘tava acontecen’o, e acabei chegando aqui”.

“ーーーー”

Anastasia: “Por que você não vai confiar em mim?”

Anastasia estreitou seus olhos, enquanto deixava um pássaro, que ela estava segurando com as duas mãos, ser solto lentamente e voar livre pelos céus. Ainda que óbvio, não era uma explicação convincente. Ele não tinha nenhuma base para negar, mas não havia como algo tão conveniente assim ter acontecido. Refletindo, essa foi a conclusão em que Subaru chegou.

Subaru: “Esse pássaro é……”

Anastasia: “Eu fico pensan’o, qual é a dessas crianças?”

Subaru: “ーー~hk. Era isso que eu queria perguntar.”

O olhar dos pássaros que observavam a conversa à distância parecia apreensivo, embora o mesmo também valesse para as atitudes da evasiva Anastasia. Era difícil de ler a emoção nos olhos dos pássaros, ou talvez eles não carregassem emoção alguma. Ele conseguia sentir a alienação que o levaria a tomar aquela conclusão. O que são esses pássaros, essa varanda, e esses pensamentos de Anastasia?

Subaru: “Não sabendo de nada assim como eu… É uma história muito conveniente para mim engolir.”

Anastasia: “Eu também queria dize’ algo sobre o fato de Natsuki-kun não sabe’ de nada… Mas é realmente preocupante. Tudo tem sido tão confuso depois de te’ vindo aqui”.

Querida, ó querida; assim dizendo enquanto colocava uma das mãos nas suas sobrancelhas, Anastasia demonstrava um comportamento de quem se afogava em lamentações. Olhando para Anastasia sem baixar sua guarda, Subaru se lembrou subitamente de algo relacionado aos pássaros.

ーーOs pássaros voam sobre as Dunas de Areia de Augria, em direção à Torre de Vigia das Plêiades.

Ele tinha ouvido aquilo no bar em que tinham parado para se preparar para cruzar o mar de areia para seguir em direção à torre. O bartender os disse para olhar para os pássaros caso ficassem perdidos no caminho pelo deserto.

Felizmente, Subaru e o resto do pessoal não cometeram o erro de se perder no deserto, então acabou sendo um aviso quase completamente esquecido, mas…

Subaru: “Olhando dessa maneira, me faz pensar que isso não é necessariamente só algum rumor.”

Apesar de ouvirem o cochichar de Subaru, os pássaros não devolveram nenhuma resposta. Eles meramente moviam suas asas silenciosamente e deixavam suas asas descansarem, como se desprezassem a ideia de voar sob o crepúsculo. Apesar de estarem expostos à brisa gelada, eles não se amontoavam perto uns dos outros e evitavam compartilhar o calor. Eles meramente tinham seus olhos focados em Subaru e Anastasia como bonecos requintados.

Anastasia: “Essas crianças são sempre assim, eu também fico meio perdida.”

Subaru: “Julgando pela minha experiência, isso é um pouco difícil para mim acreditar.”

Anastasia: “Julgando pela sua experiência, você diz?”

Subaru: “Baseado na minha experiência, ao se deparar com uma cena como essa, é geralmente garantido que sua vida está em perigo.”

Subaru teve uma gama de experiências de quase morte devido ao seu comportamento negligente. Começando por ser espancado até a morte por Rem, vagando pela velha mansão à noite. Muitas coisas aconteceram naquela noite que estão sendo deixadas de fora, mas a experiência de Subaru o ensinou e fez concluir que comportamento negligente é igual à morte em sua essência. E a julgar pela sua experiência, ele achou essa situação bastante perigosa.

Anastasia: “Se é assim, melhor adicionar um novo padrão a esses julgamentos com base nas suas experiências. Isso não vai acontecer desta vez.”

“ーーーー”

Anastasia: “Para o covarde Natsuki-kun, a pior possibilidade é a em que eu estou planejan’o alguma coisa. Então eu o atraí para essa torre e criei uma conspiração ultrajante, para prejudica’ Natsuki-kun ou Emilia-san e os outros de maneira irrecuperável. Foi o que pensou… não é?”

Tendo sido atingido de maneira certeira, Subaru levemente se enrijeceu. Olhando como Subaru reagia, Anastasia sorriu dizendo “Fácil de ler”.

Anastasia: “Relaxe, eu não tô pensan’o em algo assim, nem tenho hostilidade alguma contra o Natsuki-kun, nem por qualque’ outra pessoa nessa torre…… Ah, sem conta’ os juízes dos testes.”

Subaru: “Shaula e Reid, huh.”

“ーーーー”

No momento em que ele disse os nomes, Anastasia silenciou-se com uma expressão amarga. Ao olhar aquela reação, Subaru deixou escapar uma voz dizendo “Ah”.

Subaru: “Você não tinha ouvido falar sobre ele porque estava dormindo, certo? Sobre o cara que tinha acabado de aparecer para o 『Teste』 do segundo andar… Ele é Reid Astrea, 『Santo da Espada』da primeira geração. Parece que o objetivo era fazer com que ele aparecesse do passado”.

Anastasia: “Essa torre tem um layout questionavelmente ultrajante… Me pergunto o que o criador dela estava pensando.”

Recebendo a explicação de Subaru, Anastasia baixou sua voz e adicionou mais uma coisa a seu comentário cheio de repulsa. Sentindo a omissão do sotaque proveniente do dialeto Kararagi em sua voz, Subaru prendeu a respiração. Até este momento, Subaru tinha a intenção de tratar e lidar com ela como Anastasia. Mas no das contas, a verdadeira natureza dela, a qual estava diante dos olhos dele, era…

Subaru: “…Agora, só há você e eu aqui. Que tal abrir francamente seu coração?”

Anastasia: “O q……”

Subaru: “Pra ser honesto, não consigo fazer progresso nenhum com você, que está vestindo a máscara de outro alguém. Não importa o que me diz, é impossível para mim confiar em você do fundo do meu ser. É por isso que…”

???: “… Você diz que quer trocar palavras comigo, não a versão que age como a Ana.”

Nesse instante, a presença de Anastasia mudou como se respondesse à proposta de Subaru. O humor que a envolvia mudou completamente, embora sua forma não tenha mudado, o senso de existência do qual ele estava diante havia definitivamente se alterado. As emoções que habitavam seus olhos, as expressões que entrelaçaram seus pensamentos, tudo havia mudado completamente.

“ーーーー”

E, antes que Subaru, que tinha prendido a respiração ao testemunhar essa transformação, Anastasia… Não, o espírito artificial Eridna, que agia como Anastasia, lentamente se virou para a borda externa da varanda. Sem uma cerca que prevenisse a queda, apenas uma grade de altura desprezível era tudo o que a borda possuía. Ela lentamente colocou seus quadris sobre aquela cerca e gentilmente acariciou a cabeça de um pequeno pássaro branco que estava parado bem ao seu lado.

E…

Eridna: “ーー É de fato a primeira vez que trocamos palavras com somente nós dois sozinhos.”

Dizendo isso, ela aceitou a proposta de Subaru com um sorriso fugaz.


Eridna: “Você não vai vir aqui?”

Subaru: “Não, quero dizer, não tem uma cerca, e meus planos e contramedidas de segurança estão incompletos demais, então não.”

Eridna: “De jeito nenhum, não vou te empurrar mesmo se você chegar aqui perto com a guarda baixa, sabe?”

Subaru: “De maneira alguma eu vou acreditar nessa fala sua, você é igual à original, quando se trata de coisas assim.”

Subaru torceu os lábios diante de Eridna, que estava sentada num lugar sem o mínimo de segurança e o convidou sem nenhuma malícia. Mas, talvez ela não tivesse gostado da maneira que ele expressou a recusa, e franziu suas sobrancelhas com franqueza. Então ela disse: “Você está vendo?” e ergueu um único dedo como se estivesse ensinando-o…

Eridna: “Eu já lhe disse várias vezes, mas que tal parar de me enxergar como aquela bruxa original ou coisa do tipo? Para falar a verdade, não é nada além de desagradável ser comparada com alguém que não conheço. Ainda que essa pessoa desconhecida seja minha criadora.”

Subaru: “Isso vale para o seu jeito de falar também, mas… mandei mal, me desculpe. Vou ser mais atento quanto a isso.”

Eridna: “Por favor, seja.”

Eridna apelou para Subaru com a mesma aparência e voz de Anastasia. Com toda a honestidade, pelo que ele tinha apontado, era exatamente como o tom da má bruxa que Subaru conhecia, com a insistência composta de uma circunstância pela qual ele deveria acenar sinceramente em concordância. A verdade é que, se fosse dito para Subaru que ele era de uma existência semelhante à Echidna, seria uma afirmação que o faria responder de uma maneira que seria terrivelmente desonrosa.

Eridna: “Tendo dito isso, suas preocupações estão até que certas. Ver alguém noite após noite ir a um lugar que não foi descoberto por ninguém sozinha naturalmente faria dessa pessoa suspeita. No entanto, ao invés de aceitar essas dúvidas como algo natural, devo negá-las mais uma vez”.

Subaru: “Você é realmente corajosa por estar tocando nesse pássaro sem ao menos estar atenta.”

Eridna: “….Você escutou o que eu acabei de dizer?”

Subaru: “Eu de fato ouvi.”

Seus comentários estavam em caminhos cruzados em relação um ao outro.

No entanto, não poderia ser evitado o fato de que era muito mais misterioso para Subaru… ela estava acariciando a cabeça do pequeno pássaro como se fosse algum objeto mais artificial que a maneira como ela dizia. As coisas teriam sido diferentes se ela estivesse em um parque durante à tarde e os pássaros dessem alguma reação espiritual.

Subaru: “Você não tem medo de ser morta se eles se juntarem e bicarem todo o seu corpo?”

Eridna: “Devo dizer que a sua imaginação é muito mais assustadora. Não vai me dizer que este é outro de seus julgamentos baseados em experiências, não é?”

Subaru: “Veja bem, algo assim aconteceu em que coelhos fofos e bonitinhos pularam em cima de mim com toda a energia… e, bem, as coisas acabaram dessa maneira.”

Desde então, Subaru ficava nervoso com a presença de um grande número de animais reunidos em um único lugar. Acumulando várias experiências através do Retorno Através da Morte, ele havia confirmado e podia afirmar que não existia morte fácil, mas aquela memória era uma maneira notavelmente horrível de morrer.

Eridna: “Você realmente está ficando com o rosto pálido, então não vou te pressionar muito. Também não é como se eu estivesse afetuosamente familiarizada com estes pássaros.”

Talvez por ver o rosto de Subaru ficar crescentemente mais pálido, Eridna naturalmente retirou a mão do pequeno pássaro. E então colocando ambas as mãos sob os joelhos, ela mais uma vez olhou para Subaru dizendo “Bem…”

Eridna: “Você sugeriu que eu abrisse meu coração francamente… Fico me perguntando, sobre o que você quer falar com o meu eu que se esqueceu de se comportar como a Ana?”

Subaru: “Primeiramente, qual seu relacionamento com este lugar e esses pássaros?”

Eridna: “Em relação a isso, só posso responder da maneira como respondi como Ana. Também fui atraída até este lugar por um pássaro. Até então, eu não tinha conhecimento do lugar. Apenas…”

Subaru: “Apenas?”

Apesar do desânimo por falta de substituição dessa resposta, Subaru ergueu as sobrancelhas em busca da tênue resposta. Um pouco hesitante sobre a reação dele, Eridna continuou.

Eridna: “Para ser completamente honesta, eu estava pensando em te perguntar a mesma coisa.”

Subaru: “Perguntar a mesma coisa?”

Eridna: “Eu pretendia ser a Ana porque então poderia sair como uma piada. Estou aqui porque sinto como se tivesse sido conduzida até este lugar. E agora, estou aqui dialogando com você neste mesmo lugar… com você, que está na frente da entrada para retornar à torre.”

“————”

Eridna: “Você é um conhecido da Shaula, a guardiã da Torre. No mínimo, ela o trata com essa forte convicção. Levando isso em consideração, apenas nós dois sermos informados sobre este lugar parece covarde para mim, mas…”

Engolido pelas palavras de Eridna, Subaru foi incapaz de interromper os comentários dela. Antes de Subaru, Eridna parou na fala e, mantendo o rosto de Anastasia, apresentou uma pergunta. E essa pergunta era…

Echidna: “…Subaru Natsuki, quem é você?”

Subaru: “Quem sou eu…?”

Eridna: “Vamos voltar um pouco no tempo antes de você ir para Pristella. Depois da cerimónia de entrega de honras quando você cumpriu a subjugação da Baleia Branca e a subjugação da Preguiça, há um ano. A Ana conduziu uma investigação sobre você.”

Aquilo que Echidna havia revelado, talvez tivesse sido um dos planos na estratégia da chapa de Anastasia para a Seleção Real. Investigar Subaru, que aceitou a atribuição de condecorações como cavaleiro da candidata rival Emilia, era algo que poderia ser chamado de teoria em uma luta desse tipo.

Mas, a grande comerciante Anastasia Hoshin, que liderava a companhia Hoshin, estava…

Eridna: “Seu passado não pôde ser descoberto. Ana reclamou que investigar apenas as mínimas informações era extremamente difícil. Quanto a isso, acreditei que talvez as pessoas ao seu redor soubessem algo a mais sobre você.”

Se houvesse alguém capaz de controlar informações sobre Subaru, e que tivesse uma conexão profunda com a chapa, o primeiro da lista seria Roswaal, seguidos por Otto e Clind, possivelmente. De qualquer forma, não seria estranho da parte deles estarem fazendo isso. E eles eram muito indelicados ou muito grosseiros para sair do caminho deles e se abster de informar essa verdade para Subaru.

Eridna: “Afinal, o que pôde ser obtido era em torno do pequeno acontecimento com o qual você se envolveu na Capital antes do início da Seleção Real. Quando o cavaleiro Reinhard descobriu a candidata Felt, há evidências de que ele avistou você.  Mas, isso é tudo.”

Quaisquer registros anteriores a isso não deveriam existir. Doravante, a investigação de Anastasia seguiu os passos de Subaru perfeitamente. Excluindo o fato de que esse foi um resultado insuficiente para eles.

“————”

Eridna estreitou os olhos, enquanto Subaru silenciosamente se perguntava como ele deveria responder. Até agora, ele teve várias experiências de ser incapaz de transmitir as informações do 『Retorno Através da Morte』 e em guardá-las consigo, e posteriormente sofrer por não poder compartilhar tais informações. No entanto, esta vez era novidade para ele. A pergunta era apenas quem era Subaru Natsuki e a natureza não identificada de suas origens em ligação com os acontecimentos…

Subaru: “Eu sou…”

Eridna: “…E foi assim que terminei de alinhar tudo.”

Subaru: “——Ah?”

Eridna desdobrou os dois braços diante de Subaru, o qual tentou de alguma forma dizer algumas palavras com uma expressão séria. O tom dela era muito indiscreto, enquanto Subaru permanecia estupefato. Recebendo a reação de Subaru, Eridna assentiu com uma expressão aparentemente satisfeita dizendo um, “Hm”.

Eridna: “Ana e eu reconhecemos você como um cavaleiro recém-chegado com uma pilha de feitos extremamente meritórios, de um descendente desconhecido… bem, isso foi, até Pristella. Não tenho palavras para explicar como essa impressão mudou com a luta contra o Culto da Bruxa… mas estou ciente de que está mudando levemente depois de chegar a esta Torre de Vigia.”

“————”

Eridna: “Eu me senti ansiosa por estar sozinha com você tarde da noite em um espaço enorme e vazio além da visão de qualquer um, então mesmo que eu estivesse em alerta com você, eu quero que você entenda que isso foi feito devido a algo que não havia solução.”

Cruzando os braços, Echidna inclinou o pescoço enquanto sorria. E surpreso com as palavras que ouviu dela, Subaru murmurou e moveu seus lábios secos e seriamente se confrontou sobre como ele deveria reagir.

Subaru: “…Não me diga que você está realmente assustada?”

Eridna: “Essa pergunta é um tanto decepcionante. Mas usando como exemplo, que tipo de relacionamento você tem com a Shaula?”

Sem responder diretamente à pergunta de Subaru, Eridna respondeu com uma outra pergunta separada.

Subaru: “Eu conheci Shaula pela primeira vez aqui. Eu não sei de mais nada, além disso.”

Eridna: “E quanto ao 『Teste』 do terceiro andar, foi uma coincidência você ter conseguido terminá-lo tão rapidamente?”

Subaru: “…Sim, foi uma coincidência.”

Eridna: “Nesse caso, que tal você passar pela passagem secreta quase camuflado a ponto de não poder ser notado à primeira vista, e me abordar em um lugar em que eu estava sozinha?”

“————”

O que recomeçou persistentemente, foi a amargura e desconfiança de Eridna direcionada a Subaru. Ao empurrar perguntas antes de Subaru, ela transmitiu isso a ele, e então…

Subaru: “E quanto a você, tente se imaginar no meu lugar…”

Eridna: “Mas ainda assim, devido a vários fatores, eu estimo você como uma existência que tem uma baixa possibilidade de ser hostil. E quero que acredite em mim enquanto revelo coisas do âmago do meu coração como uma prova viva de minha boa fé.”

Com as mãos em seu magro peito, Eridna demonstrou que havia expressado seu verdadeiro estado mental por meio de sua atitude. Da perspectiva de Subaru, ele queria muito concordar com as palavras dela agora que ele parou para encarar o seu passado e as suspeitas ações de sua natureza. Ele queria, mas…

Eridna: “Parece que meu criador deixou muitas feridas profundas em seu coração, não é?”

O comportamento do Espírito Artificial Eridna de fato se assemelhava ao da 『Bruxa da Ganância』, Echidna, então não importava quanta boa fé ela demonstrasse, era difícil confiar verdadeiramente nela. Isso em si poderia ser precisamente chamado de cheiro persistente de uma bruxa.

Subaru: “Eu entendo o que você está dizendo. Mantendo de lado se eu posso ser confiado ou não…”

Echidna: “Seus conflitos foram transmitidos muito bem.”

Subaru: “Ainda bem, mesmo que você e eu nos encontremos aqui seja apenas uma coincidência. Mas e então, que lugar é este? Porque você acha que um lugar parecido com uma varanda foi feito?”

Na verdade, mesmo que essa Eridna estivesse tramando algo, não existia nenhuma evidência que a fizesse abrir a boca. Ele a obedeceu não porque confiava nela, mas porque considerava isso uma inevitabilidade. No entanto, isso, e o fato de que este lugar era um espaço oculto são assuntos totalmente diferentes. Por estar escondido, deve haver algum tipo de valor para sua existência.

Eridna: “Eu tenho uma hipótese a respeito disso. Você se lembra do que aconteceu três dias atrás… no deserto?”

Subaru​: “Três dias atrás… isso foi antes de chegarmos à torre, algumas coisas realmente confusas vêm à minha mente.”

Eridna: “No meio daquele tumulto, uma luz branca nos atacou quando estávamos sendo perseguidos pelos Ursos Florais… Ao que parece foi a Shaula.. Então, este lugar seria…”

Subaru: “Um andaime, para observar o deserto?”

Antes que a hipótese de Eridna chegasse ao fim, Subaru estalou os dedos. A hipótese dela era convincente. A verdade era que ela continuou a atirar naqueles que se aproximavam da torre com o que ela chama de 『Hell’s Snipe』 de longa distância. Ele se perguntava como ela conseguia fazer aquilo sem haver uma única janela ou maneira de ver fora da torre de vigia…

Eridna: “Talvez tenha outros lugares como este conectados pela circunferência da torre. Pelo que parece, este espaço não está na direção de onde nos aproximamos da torre.”

Subaru: “E os pássaros?”

Eridna: “Os pássaros são um enigma. Mesmo que sejam tocados dessa maneira, eles não respondem. Talvez eles só tenham uma temperatura corporal muito quente, realmente não parecem artificiais. Se possível eu gostaria de dissecá-los…”

Olhando para os pássaros ao seu lado, Echidna estreitou seus olhos redondos com crueldade. No entanto, quando estava prestes a tocá-lo, ela puxou o dedo para trás e olhou intensamente para aquele dedo.

Eridna: “Infelizmente, não quero sobrecarregar mais ainda o corpo de Ana. As coisas aconteceriam mais rápido se você dissecasse os pássaros…”

Subaru: “Bem, eu farei isso só se for realmente necessário…”

No ano que passou vivendo sua vida em um mundo diferente desde que foi invocado, Subaru ganhou experiência em caçar pássaros ou lebres. Claro, matar para comer e matar para experimentar pareciam coisas completamente diferentes.

Subaru: “Depois de matá-los, assim como para comê-los…”

Eridna: “Sim, também havia o problema com os suprimentos restantes na torre. Então, eu gostaria de solicitar cerca de vinte deles.”

Subaru: “Maldita idiota! Você não conhece The Legend of Zelda!?”

Solicitando com indiferença o grande número de vidas dos pássaros, Subaru levantou sua voz asperamente. Eridna arregalou os olhos por ter ouvido gritos sobre um conhecimento do qual ela e não tinha como saber. Além disso, matar vinte deles iria de fato agravar o espírito dele.

Subaru: “Além disso, se você o matar, haveria uma revolta entre esses inúmeros pássaros, sabia?”

Eridna: “…Isso parece inegavelmente assustador.”

Em resposta à angústia de Subaru, Echidna também colocou a mão na boca. Os pássaros não reagiram à conversa perigosa dos dois, mas apenas seus olhares estavam imutavelmente fixos nos forasteiros deste lugar, isto é, Subaru e Eridna. Com as palavras “enterro no céu” aparecendo acidentalmente em sua mente, Subaru deteve o as ações imediatas de Eridna.

Subaru: “Se vamos fazer isso, então faremos depois de alguns preparativos.  Por enquanto, vamos deixar para depois.”

Eridna: “Nenhuma atitude de fugirem também, hein. Entendi, muito bem… a verdade é que é difícil até mesmo imaginar o que poderia ser ganho com a investigação dessas aves.”

Subaru: “Hum, por favor, pare com essa atmosfera de ter espírito de investigação ou comentários sobre o sucesso da sede pelo conhecimento.”

Eridna: “–??”

Ele pensou que Eridna, apesar de realmente não conhecer a natureza da Bruxa, manteve um estilo de comportamento semelhante à original e, consequentemente, ele nunca baixou a guarda. De qualquer forma, Subaru ignorou esse aspecto e lançou uma pergunta ao aspecto espiritual de Echidna, que era totalmente diferente da Bruxa.

Subaru: “Eu realmente não confirmei direito, mas como está a Anastasia-san?”

Eridna: “…Assim como antes. Mesmo agora, Ana continua a dormir nas profundezas deste corpo. Nunca morei dentro do corpo por tanto tempo, então estaria mentindo se dissesse que não estou ficando impaciente.”

Subaru: “Impaciente?”

Subaru considerou a nuance e pensou que ela deveria estar falando sobre o fato de querer retornar ao antigo corpo dela, mas Eridna balançou a cabeça para a esquerda e para a direita dizendo, “Não é isso”.

Eridna: “Até onde sei, Ana e eu temos uma relação contraída de um Espírito e um usuário espiritual normal, embora seja um relacionamento imperfeito…um Espírito imperfeito, junto com um usuário imperfeito. Acho que já falei sobre o corpo de Ana.”

Subaru: “Ah, sobre ter alguns defeitos no portão e coisas assim.”

Eridna: “Isso é próximo ao relacionamento que existe atualmente entre você e Beatrice. A diferença do nosso relacionamento para o de vocês é que o corpo de Ana não tem nenhum receptáculo para receber Mana. Para que ela mantenha o contrato comigo, ela não tem escolha a não ser gastar o  Od dela.”

Subaru: “Hm, hm?”

Ele pensou nessa explicação mais ou menos da mesma maneira ao que ouvira antes. No entanto, Eridna acreditava que o entendimento de Subaru era bastante superficial, então ela colocou um dedo no peito e:

Eridna: “Este estado é equivalente a eu me manifestar no lugar de Ana. O que significa que o Od de Ana está sendo consumido em uma taxa crescente.  Mesmo agora, neste momento, segundo após segundo, o Od de Ana está sendo ralado.”

Subaru: “Eu acredito que o Od era tipo, a própria alma da pessoa… o que significa…”

Eridna: “Além de concordar com os perigos de ter um contrato comigo, Ana pegou minha mão. Desde então, eu suspeitei que algum dia o fim chegaria… mas agora é muito em breve.”

… É por causa disso que o corpo devia ser devolvido a Anastasia o mais rápido possível.

Foi assim que Eridna explicou a situação em que Anastasia e ela foram colocadas.  Ao ouvir o que ela disse, Subaru percebeu que estava levando as circunstâncias muito levianamente.

Subaru: “Com esse corpo… em um estado esfarrapado, ela poderia realmente se tornar algo como uma rainha?”

Eridna: “Você está dizendo isso no sentido de que você quer que Ana abandone esse privilégio pelo bem do seu próprio mestre?”

Subaru: “–Hk! Não brinque! Claro que não! Eu quis dizer…”

Eridna: “A Ana não vai recuar, não importa o que aconteça. Nem vai desistir. Eu sei que não.”

Eridna afirmou categoricamente diante de Subaru, que deu um passo à frente tentando levantar a voz.

Impressionado com aquele vigor, Subaru piscou os olhos. E então timidamente seus lábios tremeram…

Subaru: “… Será mesmo que Anastasia-san quer tanto assim ter o seu próprio país? Mesmo que ela coloque as mãos nele, ela pode ter que soltá-lo.”

Eridna: “Embora talvez o tempo dela seja menor do que o das pessoas normais, a Ana utilizará esse curto período de tempo muito melhor do que os outros. Além disso, ela tem um motivo para não abrir mão do trono.”

Contra a voz impotente de Subaru, Eridna declarou colocando a confiança em Anastasia. E recitou seu motivo para não desistir do trono…

Eridna: “—Porque ela desejou por isso.”

Eridna, que já havia se levantado, concedeu a ele essa breve resposta e encarou Subaru de frente do centro da varanda. Olhando para os olhos negros de Subaru enquanto ele permanecia imóvel com tais palavras que os pálidos olhos haviam transmitido a ele. Um peso diferente daquele sentido nos 『Testes』, daquele da Torre de Vigia das Plêiades, pressionou Subaru para baixo.

“————”

Ele estava imóvel, sem palavras. Nem Eridna disse mais nada. E além dessas duas pessoas imóveis, apenas o som de asas batendo cortava a brisa da noite fria. O som das asas vinha de trás, pois se unia ao bando de pássaros que descansavam sobre a sacada. E então, mais uma vez, um único pássaro voou em direção à varanda…

E por trás…

Assim como antes, Subaru estava parado de costas para a parede externa da torre de vigia. Se um pássaro surgisse levantando voo atrás dele, sem dúvidas vinha do interior da torre de vigia. Eridna e Subaru haviam chegado a este lugar, ao serem conduzidos pelos pássaros. Então, naturalmente, esse também era o caso do terceiro bater de asas do terceiro pássaro que surgiu do corredor.

???: “——Qual é o significado das palavras que você disse agora?”

Uma voz, um tanto espantada e incrédula, ecoou pela sacada. Os pássaros abriram suas asas ao mesmo tempo que ouviram a voz do homem de pé. E, dando origem a um som terrível de asas batendo formando uma tempestade, os pássaros alcançaram voo sem qualquer vacilação.

Em direção ao céu noturno, e ao deserto envolta do crepúsculo.

Deixando Subaru e Eridna para se afogarem em um oceano, junto a Julius Juukulius.

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