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Re:Zero Kara Hajimeru Isekai Seikatsu – Arco 7 – Capítulo 8

Nome

???: “Subaru, você realmente é muuuito esforçado.”

Subaru: “Huh, Sério?”

Subaru inflou as narinas, orgulhoso, ao ser elogiado por uma voz prateada

Ele estava espremendo um pano de chão que havia sido retirado de um balde de água e limpando o chão com zelo. Estava no meio da limpeza do quarto, quando a dona daquela voz apareceu de repente—Emilia.

Enquanto alisava seus longos cabelos prateados com a mão, ela acenou casualmente com a cabeça, dizendo: ‘Sim.’”

Emilia: “Depois de todo aquele alvoroço com os majuus, você já está trabalhando logo após se recuperar. Fiquei surpresa.”

Subaru: “Hehe, nem é pra tanto assim… Espera, isso é uma bronca por estar exagerando logo após me recuperar?”

Emilia: “Não era minha intenção… mas pensando bem, talvez seja. Não pode, Subaru. Você precisa descansar mais.”

Subaru: “Eek, isso foi um tiro pela culatra!”

Subaru se arrependeu de não ter aceitado o elogio sinceramente. No entanto, enquanto refletia sobre isso, uma terceira voz começou a falar perto do ombro de Emilia, dizendo “Heheh”.

Era um pequeno gato cinza que se arrastava para fora do cabelo prateado de Emilia.

Puck: “Fufufu, você caiu direitinho, Subaru. Pensar que eu faria Lia te elogiar sinceramente, só para você tentar ler nas entrelinhas e acabar se complicando, foi exatamente como eu planejei.”

Subaru: “Puck, seu… que truque mais indireto! Qual é o seu objetivo?”

Puck: “Humph, está claro, não está? Eu sou um espírito de gato caprichoso. Assim como uso minha fofura e pelagem para encantar as pessoas, isso também foi uma travessura… Miau miau miau.”

Emilia: “Pooxa, Puck, pare de dizer coisas estranhas. Não complique a vida de Subaru.”

O espírito do gato, com uma expressão travessa, foi derrotado quando Emilia puxou suas orelhas. Ela segurou Puck com uma mão e pediu desculpas a Subaru.

Emilia: “Desculpe, eu tinha acabado de fazer uma pausa nos estudos e estava dando um passeio pela mansão, quando Puck disse que tinha encontrado você, então eu…”

Subaru: “Não, não, está tudo bem. Eu, na verdade, gostaria de passar cada segundo do meu dia com Emilia-tan. Pelo menos, tenho que agradecer ao Puck por isso.”

Emilia: “Ah, é? Não entendi muito bem, mas se você não está bravo, então está tudo bem. Fiquei aliviada.”

Subaru: “Então ela não me entendeu!? Mesmo sendo embaraçosamente direto?”

Emilia sorriu, franzindo as sobrancelhas bem-feitas e inclinando a cabeça ao ouvir a queixa de Subaru.

Embora tenha sido uma expressão de carinho relativamente direta, parecia que, infelizmente, não tinha chegado bem a Emilia. Qualquer coisa além disso precisaria de palavras ainda mais explícitas.

Subaru: “Escolher a situação, o clima e o dia certo para transmitir isso é o espírito de um homem…”

Puck: “Eu recomendaria a noite. Se eu estiver acordado, vou atrapalhar com certeza.”

Subaru: “Você está mostrando ter um instinto paternal surpreendentemente afiado”

Os pais normalmente não aprovam os relacionamentos de suas filhas, e isso não muda mesmo quando o pai é um espírito felino de outro mundo. Puck fazia questão de deixar isso claro.

Subaru olhou de lado para Puck, que estufou o peito sobre o ombro de Emilia.

Puck: “Claro que sim. Quando penso na fofura da Lia, vejo que há muitos insetos que se aproximam dela. Se eu não me esforçar para afastá-los, não terá fim, sabe”

Subaru: “Mas talvez escolher um inseto de uma vez pode ser uma boa ideia.”

Puck: “Um inseto com olhar ruim, não, obrigado. E, trazer insetos para perto da Lia é estranho, não acha? Vou procurar alguém que combine com ela, mesmo que leve mil anos.”

Subaru: “Essa escala está em um nível mítico!”

Esse comportamento de pai superprotetor é extremo, mas o problema é que, sendo uma meia-elfa e um espírito, eles realmente poderiam esperar mil anos.

Infelizmente, Subaru é humano, e não consegue competir com essa escala de tempo.

Subaru: “Me esforçando muito, acho que consigo, no máximo, até uns cento e vinte anos…”

Emilia: “…? O que você quer dizer com isso?”

Subaru: “Ah, estava falando da minha expectativa de vida.”

Emilia: “Sua expectativa de vida… Pare com isso, Subaru, isso é estranho. Você ainda é jovem, é muito cedo para se preocupar com essas coisas”

Subaru: “Bem, depende do seu ponto de vista…”

Emilia colocou a mão sobre a boca, tentando conter uma risada, mas acabou soltando uma gargalhada como se tivesse ouvido a melhor piada do mundo.

Ele devolveu o sorriso dela com um sorriso forçado. Porém, o homem dentro dele estava feliz ao ver a garota que sempre ocupava seus pensamentos sorrindo. As coisas eram complicadas, mas antes de mais nada, ele precisava que ela reconhecesse isso.

Subaru: “Pelo menos, enquanto me tratarem como criança, nem consigo entrar na competição.”

Puck: “Boa atitude, Subaru. Primeiro de tudo, você precisa se tornar um adulto. Se não fizer isso, não vai passar pela minha porta.”

Emilia: “Essa não é a mansão do Roswaal? O que você quer dizer com não passar pela sua porta?”

Emilia, com uma expressão de dúvida, dirigiu suas perguntas a Puck, que estava com os bracinhos cruzados, ouvindo a determinação silenciosa de Subaru.

Subaru, no entanto, não se deixou abater pelas palavras. Uma vez determinado o que precisava ser feito, ele só tinha um caminho a seguir: direto para seu objetivo.

Subaru: “Heh, fique de olho, Puck. Eu sou do tipo que não se incomoda em fazer a mesma coisa todos os dias, como subir de nível num jogo!”

Puck: “Fuhaha, humano tolo. Então prove que você não é só um novato que só sabe falar. Estarei esperando dentro do castelo com a princesa. Vamos, Princesa!”

Emilia: “Princesa, eu? Mas eu estou tentando ser uma rainha, não uma princesa.”

Enquanto Subaru e Puck se empolgavam sozinhos, Emilia, que não estava na mesma sintonia, sorriu para Subaru, que estava torcendo o pano até não sobrar mais uma gota.

Emilia: “Mesmo assim, dê o seu melhor no trabalho. Se você se esforçar ao máximo, com certeza alguém vai notar.”

Subaru: “Mas eu gostaria que fosse a Emilia-tan, e não qualquer outra pessoa…”

Emilia: “Sim, sim, entendi. Não posso ficar de olho em você o tempo todo, mas vou dar uma olhada de vez em quando. Além disso…”

Baixando suavemente as sobrancelhas, Emilia fez uma pausa. Então, dirigindo um sorriso encantador para Subaru, que esperava ansiosamente por suas palavras, ela continuou:

Emilia: “Quem mais observa seus esforços é você mesmo, não é? Então, tem que se esforçar para não se decepcionar.”

Com essas palavras, que capturavam a essência do esforço, ela fez Subaru se apaixonar por ela ainda mais.


Subaru: “Pensando naquela vez que me apaixonei pela Emilia-tan de novo… ainda assim, isso não torna as coisas menos difíceis.”

Murmurando essas palavras, Subaru olhou ao redor do caótico interior da tenda, coçando a cabeça.

Ele foi acolhido no acampamento dos soldados do Império de Vollachia e estava trabalhando como faz-tudo até a chegada do grupo de abastecimento da cidade.

Para Subaru, que estava praticando o lema “quem não trabalha, não come” em nome de Rem, que não podia se mover, e de Rui, que estava apenas consumindo recursos, ajudar Todd e os outros imperiais com um lugar para dormir, comida e tratamento para seus ferimentos não era algo que ele se importasse em fazer.

No entanto――,

Subaru: “Tenho que me preparar, não importa o que esteja acontecendo.”

Subaru murmurou essas palavras enquanto recolocava os suprimentos espalhados pelo chão em seus sacos.

Claro, por mais desorganizados e violentos que esses imperiais fossem, não havia como eles armazenarem os itens que sustentavam suas linhas de frente de maneira tão descuidada e desorganizada.

Afinal, Subaru tinha arrumado os suprimentos nesta tenda no dia anterior com muito esforço. O motivo de estar tão bagunçada era claro.

Subaru: “Foi uma provocação de alguém mal-intencionado…”

Rui: “Ahh.”

Subaru: “Ah, também há a possibilidade de que você tenha saído sorrateiramente durante a noite e causado essa bagunça. Está sentindo vontade de revelar sua natureza vil, Arcebispo do Pecado?”

Rui: “U-uur?”

Subaru lançou um olhar irritado para Rui enquanto recolocava os suprimentos espalhados no chão, com ela observando atentamente suas mãos.

No entanto, Rui respondeu de forma vaga à pergunta de Subaru, mordendo o próprio dedo. Parecia que ela ainda não tinha intenção de revelar sua verdadeira natureza.

Seria muito conveniente para ele se ela mantivesse isso escondido para sempre.

Subaru: “…Não tenho ideia do que pensar sobre o que Rem me disse ontem.”

Naquela manhã, Rui também havia seguido Subaru desde o momento em que ele acordou.

O olhar severo que ele recebeu de Rem, no momento em que se separaram para os exercícios de fisioterapia das pernas dela, passou por sua mente. No entanto, isso e irracional, considerando que Subaru era quem achava incômodo ser seguido assim.

De qualquer forma, outro motivo foi adicionado ao porquê de Subaru mal conseguir lidar com ela, em comparação ao dia anterior. E isso era por causa da informação que Rem havia lhe contado — o testemunho de que ela não conseguia sentir o cheiro persistente da Bruxa vindo de Rui.

Subaru: “…”

Subaru continuava a arrumar os suprimentos enquanto refletia, lançando um olhar para Rui, que observava suas mãos.

Nunca tinha pensado profundamente sobre isso, mas não podia ser que o cheiro da Bruxa fosse uma exclusividade sua. Na verdade, ele sentia que Rem já tinha usado essas palavras antes ao enfrentar membros do Culto da Bruxa, como Petelgeuse e seus seguidores.

Nesse sentido, o fato de que o miasma de Subaru se tornava mais forte a cada vez que ele “Retornava Através da Morte” parecia algo estranho até do ponto de vista de Rem, quando ela ainda tinha boas relações com ele.

Subaru: “O poder do meu miasma tem sido útil de vez em quando… como contra os Urgarms e a Baleia Branca. Mas, no final das contas, é basicamente algo que me traz muitos infortúnios.”

Mesmo que tenha havido momentos em que seu miasma foi útil, atualmente, ele servia

apenas como motivo para atrair a ira de Rem. Assim, sua impressão sobre o miasma era a pior possível.

E, não importa o quanto tentasse pensar sobre isso…

Subaru: “Não há como as pessoas do Culto da Bruxa… e os Arcebispos do Pecado não terem algo a ver com o miasma.”

Essa era a conclusão que Subaru havia chegado.

Dado que ele não sabia nada sobre as causas do miasma, ou qualquer detalhe específico sobre isso, ele só podia descrever isso como uma teoria. Mesmo assim, era algo difícil de aceitar.

A ligação entre os Arcebispos do Pecado e a Bruxa era clara. Os membros do Culto da Bruxa eram, essencialmente, a manifestação do mal.

No entanto…

Subaru: “Por mais paradoxal que pareça, podemos realmente pensar que aqueles que não emitem miasma não estão relacionados ao Culto da Bruxa? Tipo, quando temos essa garota bem na minha frente, isso é sério?”

Rui: “Awooh?”

Enquanto Subaru refletia, Rui apenas resmungava com um olhar vazio em seu rosto. Soltando um suspiro, Subaru se levantou e começou a arrumar a tenda bagunçada.

As ferramentas que ele havia colocado em posição vertical foram derrubadas, e os pacotes que ele havia organizado foram abertos, com o conteúdo espalhado por toda parte.

Era exatamente como algo que uma criança faria.

Subaru: “Bem, provavelmente é só uma provocação…”

A razão pela qual as tendas que ele havia arrumado estavam em estado de desordem não era porque Rui estava se esgueirando. Era mais provável que alguém no acampamento estivesse provocando e interferindo com ele.

Obviamente, estando em um acampamento imperial, ele teve contato com outras pessoas além de Todd. E, na maioria dos casos, não podia dizer que as atitudes deles eram amigáveis.

Nesse sentido, era como Todd havia dito; ele era o diferente.

Subaru: “Dito isso, ainda é muito melhor do que levar um soco de repente ou ser forçado a comer um sapato.”

Ele não podia negar que seus padrões de felicidade e normalidade haviam diminuído, se tivesse que dizer em voz alta. Mas, o fato era que era mais fácil lidar com a situação sem uma recepção tão dolorosa.

Por mais que Subaru odiasse admitir, ele estava bem acostumado a ser evitado ou ser mal visto.

Não é como se ele tivesse falhado tão desastrosamente em sua estreia no ensino médio, sendo isolado por quase dois anos. Ele nunca foi intimidado de verdade, mas era um mestre em lidar com o ambiente pesado ao seu redor.

Pensando bem, seus colegas de escola no ensino médio deviam ser pessoas bem decentes.

Mesmo tratando Subaru como se ele não estivesse lá, não parecia que eles o provocavam, nem que encontravam prazer em fazê-lo sofrer.

Subaru: “Espero que todos aqueles colegas gentis estejam se saindo bem. Como Inahata-kun, que se deu ao trabalho de me trazer os impressos. Seria ótimo se ele estivesse se dando bem.”

Lembrando-se vagamente de seus colegas de classe, Subaru terminou de arrumar a tenda em menos tempo do que ontem, mas com a mesma eficiência.

No entanto, era como cavar um buraco e depois preenchê-lo apenas para cavá-lo novamente. O saldo do trabalho de hoje estava definitivamente no negativo.

Emilia havia dito a Subaru que alguém, pelo menos ele mesmo, estava observando seus esforços, e ele queria se apoiar nisso.

Subaru: “No momento, você me observando não é muito motivador. Se ao menos Rem estivesse me observando, eu me sentiria muito diferente…”

Rui: “Ooh, uah.”

Talvez por ter aprendido algo depois de ser repreendida, Rui não atrapalhou o trabalho de Subaru hoje. Isso já era uma ajuda, e Subaru saiu para ir para a próxima tenda.

Subaru: “Whoa!”

Ao sair da tenda, ele tropeçou em algo e caiu desajeitadamente.

Instintivamente, ele colocou a mão no chão para se apoiar, mas sua mão esquerda doeu um pouco. Embora estivesse cicatrizando, ainda não estava completamente curada das marcas deixadas por Rem.

Subaru: “Guh…”

Quando Subaru olhou para trás, viu um homem de aparência rude parado ao lado da entrada da tenda.

Homem: “Ei, covarde. O que está fazendo se arrastando no chão de forma tão patética?”

Subaru: “Você é…”

O homem tinha um tapa-olho sobre o olho direito e uma barba por fazer, com uma aparência que personificava a palavra “bruto”. Ele era o mesmo que havia forçado Subaru a comer um sapato.

Subaru: “Você é Jamal, certo… gah!?”

Jamal: “É Jamal-san. Você e suas companheiras precisam aprender a ter mais respeito.”

No momento em que Subaru o chamou pelo nome sem o honorífico, Jamal agiu de forma direta.

Jamal pisou na mão esquerda de Subaru, que estava caída no chão, esmagando os dedos enfaixados com uma tala, e começou a pressionar com o calcanhar.

A dor nos dedos de Subaru voltou, e ele tentou suprimir um grito enquanto suportava a dor.

Rui: “Aawuuu!”

Jamal: “Hã?”

Rui se agarrou à perna de Jamal, que estava pisando na mão de Subaru, gritando em protesto. Seu peso leve não fez com que Jamal, com sua estrutura muscular, se movesse.

E, assim, ele agarrou Rui pelo cabelo comprido e a arrancou de perto dele à força.

Subaru: “Ei, ela é só uma criança!”

Vendo o que estava acontecendo, Subaru ficou furioso e gritou isso sem pensar.

Jamal franziu a testa, desagradado ao ouvir a reclamação de Subaru. Ele puxou Rui pelo cabelo com firmeza, fazendo-a soltar um grito de dor.

Jamal: “E daí que ela é uma criança? Pelo que ouvi, você tem tratado essa criança com bastante frieza, não é? O que houve com a mudança de atitude repentina?”

Subaru: “Não é isso… Você vai se arrepender se provocá-la demais.”

Jamal: “Como você tem coragem de dizer isso? Inventa uma desculpa melhor.”

Jamal bufou, balançou o braço e jogou Rui no chão. A caída Rui puxou o cabelo que havia sido agarrado, segurou a cabeça e olhou para Jamal com lágrimas nos olhos, soltando um “Uuuh”.

Honestamente, havia sempre a chance de que o ato de violência de Jamal pudesse servir como o gatilho que faria Rui voltar a ser como era antes. Não era como se as palavras desesperadas que Subaru havia dito fossem completamente sem fundamento.

Felizmente, ou talvez infelizmente, a dor e a raiva não pareciam despertar a personalidade original de Rui. É difícil dizer quem teve sorte nessa situação.

Jamal: “Que pirralha mal-educada. Não, não é só a pirralha. Eu não gosto de você, nem da outra garota, de nenhum de vocês!”

Subaru: “Gwhooa!”

Enquanto falava, Jamal ficou com raiva e chutou o rosto de Subaru. O golpe inesperado fez Subaru abrir a boca, a força violenta rachando um dente. O sangue começou a escorrer de sua boca. No momento em que o cheiro e o gosto de ferro se espalharam por sua língua, Subaru olhou para Jamal.

Subaru: “Ugh… Todd-san nos garantiu. Ele disse que poderíamos ficar aqui…”

Jamal: “Hmph, ‘Todd-san’, hein. Ele gosta bastante de você, não é? Essa é sua última esperança?”

Subaru: “…”

Jamal: “Desculpe, mas eu tenho uma patente superior à dele. Eu ouvi o pedido dele como um favor, mas não há razão para eu ter que cumprir.”

Falando com uma voz áspera, Jamal mais uma vez pisou em Subaru. Subaru se encolheu imediatamente para proteger a cabeça, mas desta vez um chute foi desferido em seu abdômen. A ponta da bota de Jamal fez o estômago de Subaru revirar e ele gemeu com o impacto, mas os chutes implacáveis continuaram.

Jamal: “Primeiro, aquela vadia sua machucou dois dos meus homens. Aqueles que não podem mais ser úteis têm que ser mandados de volta. Que azar. E em vez de conseguir algo para compensar… aquele bastardo do Todd encontrou algo extra.”

Subaru: “…tch.”

Jamal: “Se você não estivesse carregando aquela faca, eu teria te despedaçado no local. É difícil ser um soldado, não é?”

Os chutes persistentes e os comentários provocativos de Jamal. Mesmo sem olhar para o olho único de Jamal, o objetivo dele era claro.

O objetivo de Jamal não era apenas machucar Subaru. Ele queria mais do que isso.

Provavelmente, ele queria provocar Subaru para que ele reagisse e, assim, tivesse um motivo para puni-lo severamente.

Jamal disse que não dava ouvidos a Todd, mas a interação deles quando Subaru foi forçado a comer um sapato mostrava que ele não podia ignorar completamente as palavras de Todd. Por isso, Jamal queria um motivo. Um motivo para matar Subaru.

E, além disso, isso também seria um motivo para realizar uma vingança contra Rem. Por isso, Subaru não cederia à provocação. Se isso significasse que os dedos da mão esquerda de Subaru fossem quebrados novamente, ou que seus dedos restantes fossem quebrados, ele ainda venceria. Para garantir que a maldade vil de Jamal não fosse dirigida a Rem, ele aguentaria, aguentaria, aguentaria, aguentaria――,

???: “…Oi, o que você está fazendo aí?”

Jamal: “Tch.”

E assim, enquanto Subaru continuava a resistir, uma voz surgiu para Jamal. Nesse momento, Jamal estalou a língua e recuou o pé, lentamente se afastando. Logo depois, passos ruidosos se aproximaram, revelando um jovem de cabelo laranja.

Todd: “Mesmo que ninguém tenha assuntos a tratar aqui, quando ouvi algo vindo daqui, sabia que você estaria envolvido.”

Jamal: “Se não é o Todd. Você é realmente super protetor, não é? Você realmente gostou tanto dessa adaga imperial? Então você vai mimar esse covarde até que ele a venda, hein.”

Todd: “…Jamal.”

Todd estreitou os olhos, lançando um olhar penetrante para Jamal. Uma tensão hostil pairava entre os dois, até que Jamal a interrompeu, dizendo: “Vou parar.”

Jamal, que havia acabado de chutar Subaru, olhou para baixo, encarando-o.

Jamal: “Se você aprendeu a lição, tome cuidado para não se meter no meu caminho. Se cair de novo como agora, quem sabe o que vai acontecer? Hahahahaha!”

Assim, sem se preocupar com a demonstração de violência extraordinária contra Subaru, ele passou ao lado de Todd e foi embora.

Subaru também não tinha palavras para detê-lo. Se ele chamasse atenção para seus ferimentos ali, só provocaria Jamal da mesma forma.

Assim que Jamal desapareceu de vista, Subaru levantou o corpo do chão.

Subaru: “Ahh, droga… ai… Aquele desgraçado, um cara com uma aparência tão delicada não tem o direito de ser tão persistente. O que ele fez foi pura maldade…”

Ele fingia estar cheio de ressentimento em relação a Rem, mas basicamente, ele só tinha uma personalidade desagradável. Em primeiro lugar, ele disse que Rem o atacou no início, mas isso não seria porque ele provocou Rem, que já estava em uma situação de alto estresse?

Certamente, havia a possibilidade de que, por não ter memórias, Rem tivesse chegado a uma conclusão errada quando uma mão se estendeu para ela.

Subaru: “Bem, Rem não sabe de nada, então não tem como evitar.”

Enquanto passava um julgamento gentil sobre Rem, Subaru cuspiu um pouco do sangue misturado com saliva em sua boca e lentamente se levantou.

Todd: “Você está bem? Se envolver com Jamal foi azar, não foi?”

Para Subaru, que estava em uma condição instável, Todd franziu a testa ao cumprimentá-lo. Se ele não tivesse chegado, o ataque de Jamal ainda estaria em andamento.

Subaru estava grato por essa interrupção. Mas, deixando isso de lado――

Subaru: “Estou bem. Mais importante, Rem…”

Todd: “Se você está falando daquela jovem, ela está ajudando na cozinha. É uma tarefa que pode ser feita sentada. Jamal também não fará nada à vista de todos… com certeza.”

As palavras de Todd não tinham uma prova conclusiva, então Subaru não podia se sentir tranquilo. Limpando o sangue da boca, Subaru olhou para sua própria mão esquerda. A tala havia escorregado e as bandagens estavam soltas. Seus dedos, que deveriam ter sido deixados para cicatrizar por um tempo, começaram a ficar com uma cor desagradável novamente.

Todd: “Ahh… Se é assim, acho que vou ter que cuidar de você de novo. Sério, aquele Jamal.”

Subaru: “…Aquele cara, que tipo de homem ele é?”

Todd: “Jamal? Ele se tornou soldado na mesma época que eu e é o mais bem-sucedido. Ele vem de uma família nobre de baixo escalão, então a promoção para General de Terceira Classe não é apenas um sonho… Ah, você sabe o que significa General de Terceira Classe.”

Subaru: “Não, não sei. É uma patente?”

Subaru balançou a cabeça, e Todd assentiu com um dedo levantado.

Todd: “Isso mesmo. Na verdade, no Império de Vollachia, os militares têm um sistema de patentes chamado ‘General’. Eles sobem de Soldado, Soldado de Primeira Classe, General de Terceira Classe, General de Segunda Classe, e assim por diante.”

Todd: “Quando chegam ao General de Primeira Classe, é um grupo de elite, apenas nove no império inteiro, conhecidos como ‘Os Nove Generais Divinos’. Nesse ponto, já não se trata mais de linhagem ou feitos, mas sim de talento.”

Subaru: “Então é uma questão de talento.”

Todd: “Exatamente. Portanto, nós, pessoas comuns, miramos algo como General de Terceira Classe.”

Ouvindo a explicação despreocupada de Todd, Subaru refletiu sobre a atitude anterior Jamal.

“Generais” são, essencialmente, oficiais no exército, mas era difícil imaginar que Jamal tivesse a capacidade para tal posição. Ele era egoísta e com baixa empatia. O tipo perfeito de superior incompetente.

Subaru: “Diga a ele que há muitos soldados que morrem no campo de batalha atingidos por flechas perdidas vindas de trás.”

Todd: “Assustador. E quanto aos primeiros socorros?”

Subaru: “Pode me ajudar? …Mas primeiro, quero ver a Rem.”

Todd: “Meu Deus, você está apaixonado mesmo… Coitada dessa menina aqui.”

Subaru priorizava verificar a segurança de Rem, mesmo com a dor nos dedos. Todd, dando de ombros, direcionou sua atenção para Rui, que estava encolhida em frente à tenda.

Rui estava enrolando os dedos no cabelo que Jamal havia puxado, rosnando baixo como um animal.

Todd: “Ela tem uma cara de quem não gosta de ser derrotada. Gosto de crianças persistentes.”

Rui: “Aah! Uuh, aah!”

Rui respondeu aos sorrisos de Todd com gritos. “Se você gosta dela, pode levá-la” estava na ponta da língua de Subaru, mas ele não queria que isso chegasse aos ouvidos de Rem e a deixasse irritada novamente, então decidiu ficar calado.


Rem: “Esse cheiro… você se machucou de novo?”

Subaru: “Ugh… dá para perceber?”

Rem: “Eu sei. Como a criança está assistindo, por favor, lembre-se do comportamento que discutimos.”

Isso foi o que Rem aconselhou durante o almoço, enquanto compartilhavam a mesma mesa.

Embora Subaru não concordasse completamente com o conselho, ele assentiu, já que não havia benefício em contrariar. Ao lado dele, Rui, imitando-o, também assentiu.

Isso aconteceu após Jamal ter sido cruel com Subaru e Todd ter gentilmente providenciado tratamento.

Depois de verificar que Rem estava bem, Subaru recebeu cuidados médicos na tenda tratamento. Embora o médico tenha expressado surpresa por vê-lo novamente, Subaru foi tratado. Após isso, ele terminou de arrumar outra tenda e se juntou ao almoço.

O almoço no acampamento era quase como um sistema de distribuição, onde as pessoas recebiam sua porção e formavam grupos informais para comer.

Rem ajudava na preparação e distribuição das refeições. Devido a serem forasteiros, Subaru e os outros ficaram por último, recebendo principalmente às sobra.

Subaru: “Bem, não estamos em posição de exigir luxo. Ter algo para comer já é uma grande coisa.”

Com isso, Subaru trouxe as porções para ele e Rem e as colocou em uma pequena mesa no canto. Rui, atrevida, também garantiu sua própria porção.

Assim, os três se reuniram relutantemente para o almoço tardio.

Subaru: “O que você fez até o almoço? Teve algum problema?”

Rem: “Não houve nada em particular. Tive que ter cuidado com minhas pernas, então… A única coisa que ajudei foi um pouco na cozinha. Além disso, estou ajudando enquanto me ensinam.”

Subaru: “Enquanto te ensinavam… Você sentiu que seu corpo lembrava de algo?”

Rem: “――――”

Em resposta à pergunta urgente de Subaru, os olhos azul-claros de Rem se estreitaram e seus lábios se comprimiram.

Subaru entrou em pânico ao perceber que talvez tivesse colocado muita força na reação, mas Rem imediatamente soltou um suspiro e disse:

Rem: “…Se eu dissesse que não esperava isso, estaria mentindo.”

Subaru: “Rem…”

Rem: “Eu pensei que, se tentasse fazer isso ou aquilo, talvez houvesse coisas com as quais minhas mãos estivessem familiarizadas. Mas, isso seria muito conveniente, certo?”

Olhando silenciosamente para suas próprias mãos, Rem murmurou como se estivesse envergonhada de sua própria tolice.

Mas quem ridicularizaria as esperanças de Rem como tolices? Em uma situação de incapacidade de lembrar as partes que compõem a si mesma, a atitude de Rem de se agarrar a uma solução, quem poderia dizer isso?

Rem: “…Por que você está fazendo essa cara amarga?”

Subaru: “Por que você pergunta, isso é…”

Rem: “――. Você me conhecia antes. Eu entendo isso. Não há razão para duvidar.”

Fixando seu olhar em Subaru, que tinha os olhos baixos, Rem o surpreendeu ao dizer isso.

Até agora, Rem só havia expressado opiniões negativas sobre Subaru, mas pela primeira vez ela fez uma concessão.

Compreendendo isso, a esperança brotou no peito de Subaru. No entanto――,

Rem: “Mas, não importa quantas vezes você me chame de ‘Rem’, eu não consigo aceitar que esse seja meu nome. Não importa o que você diga.”

Subaru: “Ah…”

Rem: “Talvez, se essa criança falasse, seria diferente.”

Dizendo isso, Rem abaixou os olhos e acariciou a cabeça de Rui ao seu lado. Rui estava concentrada em comer sua porção de comida, indiferente ao que acontecia ao seu redor. Mesmo com essa atitude indiferente, mesmo que Rui tivesse uma consciência adequada, ela não falaria sobre Rem. E mesmo que pudesse, Subaru não permitiria. A inimizade persistente não permitiria isso.

Todd: “O que está acontecendo? Que caras amarradas. Que mesa triste.”

Nesse momento, Todd se intrometeu na mesa dos três com um tom descontraído.

A interrupção veio no momento em que o silêncio constrangedor estava prestes a cair.

Aliviado pela mudança de atmosfera, Subaru olhou para o homem que se sentou ao seu lado.

Depois do incidente com Jamal, esse homem amigável tinha sido uma grande ajuda.

Subaru: “Agradeço por se preocupar, mas você não deveria estar comendo com seus companheiros?”

Todd: “Hã? Bem, conheço esses caras há muito tempo. Não vai mudar nada se não comermos juntos por um ou dois dias. Além disso, quero me familiarizar com vocês.”

Subaru: “Mesmo que você queira se familiarizar, não tenho nada para oferecer.”

Todd: “Pense nisso como um investimento a longo prazo. Um dia, quem sabe.”

Embora Todd falasse de maneira leve, ele mudou a atmosfera, intencionalmente ou não. E então, Todd disse “De qualquer forma”, e de repente colocou o braço em volta do ombro de Subaru.

Todd: “Comparado a ontem, parece que vocês estão se entendendo melhor. Conseguiram se reconciliar?”

Subaru: “Reconciliar… não sei. Quero acreditar que minha sinceridade chegou até ela.”

Rem: “――. Estou ouvindo. Se você acha que nos entendemos, está enganado.”

Rui: “Uu!”

Com uma expressão séria, Rem expressou sua insatisfação com a conversa dos dois homens. Rui, aparentemente do lado de Rem, também parecia concordar enquanto Rem limpava sua boca. A resposta fria de Rem e a aceitação de Rui aumentaram o peso no peito de Subaru.

Todd pareceu perceber isso e, ainda com o braço em volta de Subaru, deu um tapinha em seu ombro e disse: “Ei relaxa”

Todd: “Não fique tão abatido. Só o fato de estarem conversando já é um grande progresso comparado a mim.”

Subaru: “Ah, é verdade, Todd, você disse que estava separado de sua noiva, não é?”

Todd: “Sim. Minha noiva mora na capital imperial. Além de ter que cumprir essa missão, estamos separados há muito tempo. É difícil, sabe?”

Subaru: “Essa solidão é o motivo de você estar com a gente?”

Todd: “Exatamente. Então, por favor, me deixem usar vocês. Valeu a pena resgatá-los.”

Subaru agradeceu internamente pela consideração de Todd. Agradecer diretamente seria indelicado. Todd parecia entender isso.

Assim, os quatro continuaram a refeição, mas――,

Subaru: “Na verdade, nos disseram que poderíamos pegar carona com a equipe de suprimentos, mas quanto tempo vai durar sua missão, Todd?”

Todd: “Eu disse, não disse? Até encontrarmos o ‘Povo de Shudrak’ escondido na floresta. Se não os encontrarmos, podemos ficar aqui por anos. Servir ao império não é fácil.”

Subaru: “O ‘Povo de Shudrak’…”

Com a colher de madeira na boca e uma expressão amarga, Todd fez Subaru refletir.

O povo de Shudrak ―― Quando Subaru ouviu Todd falar sobre isso no acampamento, ele suspeitou que as pessoas chamadas assim eram as mesmas que ele encontrou na floresta, incluindo o homem mascarado.

Ele devia um favor ao homem mascarado por ter lhe dado a faca. Então, ele não contou a Todd sobre essa pessoa, mas agora isso parecia desleal.

Todd o ajudou tanto quanto o homem mascarado, então qual seria o motivo de manter essa lealdade só com o homem mascarado e não com Todd?

Subaru: “Todd, o que vocês pretendem fazer quando encontrarem o povo de Shudrak? Vocês montaram um acampamento aqui, então vão lutar… ou algo assim?”

Todd: “――――”

Subaru tentou parecer casual, mas uma certa tensão escapou em sua voz. Embora Rem não participasse da conversa, a menção de “luta” causou uma reação em sua expressão. Ela não conseguia evitar a resposta de aversão ao termo.

Todd, percebendo a tensão de Subaru, fechou um olho e respondeu:

Todd: “Não, parece que os ‘generais’ não querem lutar, se possível. Não sei todos os detalhes, mas o povo de Shudrak é um grupo bastante forte. Se houver uma luta, será difícil. Então, o objetivo é negociar.”

Subaru: “Negociar? Negociar o quê com uma tribo da floresta?”

Todd: “Não pergunte tanto para um novato! Eu não sei muito, mas provavelmente querem que a tribo jure lealdade ao Imperador.”

Subaru: “O povo de Shudrak não obedece ao Imperador do Império Vollachia?”

Todd: “Alguns não obedecem. É o jeito de Vollachia, não é?”

Todd sorriu como um guerreiro ao dizer isso, e Subaru levantou as sobrancelhas. Ele respondeu calmamente com um “Viva Vollachia” e refletiu sobre a conversa.

Se acreditasse nas palavras de Todd, o exército imperial queria evitar um confronto com o povo de Shudrak. Talvez fornecer informações poderia evitar um derramamento de sangue desnecessário. Mas as informações de Subaru não eram detalhadas e, se ele revelasse isso, teria que admitir que mentiu sobre sua identidade.

Subaru: “Isso é complicado. Resolver um lado causa problemas no outro…”

Rem: “Você sempre está com as sobrancelhas franzidas. Você já não tem a melhor das aparências, então deveria tentar sorrir mais.”

Subaru: “Essa foi direta! …Se eu sorrir mais, você vai ser um pouco mais gentil comigo?”

Rem: “Haaah?”

A resposta genuinamente perplexa de Rem feriu Subaru profundamente. Vendo Subaru tentar mascarar seu desânimo com um sorriso trêmulo, Todd riu.

Todd: “Bem, todo caminho começa com o primeiro passo. Estou vendo seus esforços, então não se preocupe.”

Subaru: “Obrigado, Todd… Então, qual é o verdadeiro motivo pelo qual você não pode encontrar sua noiva?”

Todd: “Hahaha, isso mesmo, sofra, sofra.”

Subaru: “Maldição!”

Subaru ficou pensando se Todd estava tentando confortá-lo ou apenas provocando. Qualquer forma, a atitude de Todd estava ajudando. Nessa situação difícil, a leveza que Todd trazia era essencial.

Subaru: “Quando vocês vão começar a explorar a floresta de verdade?”

Todd: “Depois que montarmos os outros acampamentos, vamos atacar todos de uma vez. A floresta é grande e densa. Mesmo gastando um dia inteiro, não avançamos muito…”

Subaru: “Entendi. Não dá pra avançar rapidamente. Não sabemos o que tem na floresta, há grandes Majuus por lá.”

Subaru pensou no homem mascarado que encontrou na floresta, que ele suspeitava ser do povo de Shudrak. Além disso, havia os caçadores e a enorme serpente Majuu que encontraram. A área também tinha armadilhas que Rem havia deixado.

Pensando nisso, as dificuldades que Todd e seu grupo enfrentariam na floresta são evidentes. Mesmo que ele não pudesse contar tudo, Subaru achou que deveria avisar sobre as armadilhas de Rem para evitar confusões desnecessárias.

Todd: “Majuus?”

Todd, que estava bebendo água, arregalou os olhos ao ouvir Subaru mencionar a Majuu. Ele limpou a água que escorria pelo canto da boca com a manga e olhou para Subaru, surpreso.

Sem entender por que Todd estava tão surpreso, Subaru apenas devolveu o olhar com uma expressão confusa.

Todd: “Você disse Majuu agora? Está dizendo que há uma Majuu naquela floresta?”

Subaru: “Sim, eu disse… Falei algo estranho?”

Todd: “Claro que falou. Você não encontra uma Majuu todo dia. Agora, é diferente se estivermos falando do Reino das Majuus de Lugnica, mas elas não aparecem em nenhum lugar dentro das fronteiras de Vollachia.”

Todd ficou ainda mais sério. Sem entender, Subaru permaneceu em silêncio. Todd então dirigiu a pergunta para Rem.

Todd: “Diga, você também viu uma Majuu? Na selva de Budheim?”

Rem: “Não sei bem o que é uma Majuu, mas se está falando de uma criatura verde e grande, sim, eu vi.”

Todd: “Ela tinha chifres na cabeça?”

Rem: “Chifres? Acho que eram brancos e tortos.”

Ao ouvir isso, Todd ficou tenso e se levantou. Ele olhou novamente para Subaru.

Todd: “Como era a Majuu? A aparência?”

Subaru: “Uma cobra, uma cobra grande. Tinha uns dez metros.”

Todd: “Uma, só uma… Droga, nessa floresta enorme, não dá pra saber se há só uma. Mas você não parece estar mentindo. Isso muda tudo!”

Coçando a cabeça agressivamente, Todd se virou para longe deles, com a expressão completamente mudada. Ele começou a se afastar antes de parar no meio do caminho com um “Ah” audível, como se tivesse percebido algo. Ele se virou e voltou para Subaru e os outros,

Todd: “Essa informação foi valiosa. Sem isso, estaríamos em apuros. Obrigado.”

Ele bagunçou o cabelo de Subaru e Rem vigorosamente. Surpresos, os dois demoraram a reagir. Todd não se importou e se virou novamente.

Enquanto caminhava para onde outros estavam almoçando, Todd gritou:

Todd: “Todos os comandantes, se reúnam! Vamos para a tenda principal, temos uma discussão importante!”

Ele bateu palmas enquanto começava a reunir algumas pessoas. O som de muitos passos podia ser ouvido enquanto o acampamento entrava em frenesi. Todd continuou em direção a uma tenda nos fundos – que provavelmente era onde reuniões de guerra e outras discussões importantes eram realizadas.

Subaru e Rem observaram, meio atônitos.

Rem: “Essa foi uma reação intensa. Aquela criatura… a Majuu é tão importante assim? Eu sei que é perigosa, mas…”

Subaru: “Na verdade, eu também não tinha percebido a gravidade disso.”

Rem parecia incerta, e Subaru ainda estava tentando processar a situação. Para ele, a reação de Todd foi inesperada.

Subaru: “No Império, Majuus são raras…”

Isso era completamente inesperado e novo para Subaru. Para ele, viver em um mundo de fantasia estava intrinsecamente ligado às Majuus. Desde o primeiro dia de sua convocação, grande parte dos eventos envolviam Majuu.

Desde os Urugarum na confusão criada por Meili, até a luta contra a Baleia Branca com Wilhelm, e o Grande Coelho que quase devorou o Santuário.

Mesmo em Pristella, apesar de não haver Majuus, a resolução dos problemas levou Subaru às Dunas de Augria e à Torre de Vigia de Pleiades, que eram centros de Majuus.

Claro, a Majuu mais memorável para Subaru foi o ‘Escorpião Vermelho’.

Subaru: “…Meio melancólico pensar nisso, mas enfim. Nunca passou pela minha cabeça que Majuu fossem raras.”

Ele sempre pensou que as Majuu eram como os monstros dos RPGs de videogame, que apareciam em qualquer lugar do mundo. Mas parece que não era o caso.

Pensando bem, no mundo real, leões e girafas não estão em todos os lugares do mundo, então faz sentido.

Subaru: “Eu nunca soube que Lugnica era chamado de país das Majuu…”

Só com a presença de uma única Majuu, Todd ficou extremamente preocupado. Se isso é padrão, não é de se admirar que Lugnica seja chamado de país das Majuu. Meili deve parecer uma personagem de contos de fadas.

Subaru: “Então, será que se ela fosse para um lugar onde não tem muitas Majuu, poderia viver como uma criança normal…”

Rem: “Ah, desculpe-me.”

Pensando na Meili, que estava separada do grupo, e em seu futuro, Subaru foi interrompido pela voz de Rem.

Quando ele olhou na direção dela, viu que ela apontava para a mesa. Ali estava Rui, que tinha terminado sua refeição e agora dormia profundamente na mesa.

Rem: “Parece que ela ficou de barriga cheia e acabou adormecendo. Poderia carregá-la, por favor?”

Subaru: “Até ‘de barriga cheia’ você diz…”

Subaru sorriu ironicamente com o comentário de Rem e balançou a cabeça. Ele limpou a mesa, incluindo a parte de Todd que havia esquecido de arrumar, e, embora relutante, pegou Rui nos braços.

Às vezes, ela se agarrava a ele, então Subaru sabia que ela era leve. Parecia apenas uma menina normal. Na verdade, só parecia uma menina normal.

Subaru: “Você está bem, Rem? Tenho um espaço nas costas, se precisar…”

Rem: “Que ideia ridícula. Não preciso da sua ajuda. Posso me virar sozinha…”

Dizendo isso, Rem pegou uma bengala de madeira que estava apoiada na mesa – parecia mais um galho grosso encontrado em algum lugar. Ela havia enrolado um pano na parte de segurar para evitar que as farpas machucassem sua mão. Uma bengala improvisada. Ela se apoiou nela e se levantou.

Ainda estava um pouco instável, mas――

Rem: “――Estou bem.”

Subaru: “…Tem certeza? Não se force, peça ajuda se precisar.”

Rem: “Não vou pedir. Estou bem. Apenas cuide para não deixar essa criança cair.”

Subaru: “Entendi. Mas lembre-se disso: eu estou segurando ela assim não porque quero, mas por você.”

Rem: “O que faz você dizer algo assim…”

Relutante em parecer que estava cuidando bem de Rui por vontade própria, Subaru seguiu com Rem, que caminhava devagar com a ajuda da bengala.

Eles levaram Rem e Rui de volta para a tenda emprestada e Subaru voltou a arrumar o acampamento. Ainda estava curioso sobre o que Todd e os outros fariam.

Subaru não queria que pensassem que ele estava cuidando bem de Rui por vontade própria. Rem, espantada com a fala dele, seguiu Subaru com passos hesitantes, apoiando-se na bengala.

Eles levaram Rem e Rui de volta para a tenda emprestada e, em seguida, Subaru voltou a arrumar o acampamento. Ele ainda estava curioso sobre o que Todd e os outros fariam a seguir.

Rem: “…Você está preocupado com eles?”

Subaru: “…Hein? Ah, sim, algo assim. Quero dizer, eu sei que fui desleal com quem me ajudou. Falar sobre majuu pode ter sido imprudente.”

Rem: “…Quem te ajudou, é?”

Subaru começou a se sentir como um trapaceiro por estar mentindo tanto, e seu humor foi ficando sombrio. No entanto, ouvindo suas palavras, Rem murmurou algo de forma enigmática.

Ela repetiu a frase “quem te ajudou”, mas os sentimentos por trás disso eram difíceis de entender. Não parecia que fosse algo positivo.

Subaru: “Rem?”

Rem: “――. Não, não é nada. Não se preocupe.”

Subaru: “Bem, depois de dizer isso, é impossível não me preocupar…”

Rem: “Entendo. Então, por favor, não fale comigo.”

Subaru: “Isso é se afastar ainda mais! Se você começou a falar, diga tudo! Estou curioso!”

Subaru estava andando devagar para acompanhar o ritmo de Rem, o que tornava a caminhada lenta. Talvez frustrada com isso, Rem suspirou levemente.

Percebendo que Subaru não iria desistir, Rem balançou lentamente a cabeça de um lado para o outro e disse:

Rem: “Aquele Todd, certo? …Eu não tenho uma boa impressão dele.”

Subaru: “Hã? Por quê? Ele nos deixou ficar no acampamento deles, nos protegeu daquele homem cruel ‘Alimenta Sapatos’. Não sentir gratidão por isso seria…”

Rem: “Não estou dizendo que não sinto gratidão. Claro que estou agradecida. Mas…”

Subaru: “Mas?”

Rem hesitou por um momento, antes de finalmente soltar um suspiro profundo e dizer:

Rem: “――É difícil confiar em alguém que não pergunta o nome do outro.”

Subaru: “――――”

Com as palavras de Rem, Subaru prendeu a respiração.

Ele tentou responder, mas de repente lembrou-se de tudo o que tinha acontecido até agora. Rem disse que Todd não tentava saber o nome dos outros.

Pensando nisso, era verdade. Todd nunca chamou Subaru pelo nome. Sempre usou “você”. Se ele não sabia o nome, isso fazia sentido.

Mas…

Subaru: “Talvez seja coincidência? Rem, você também não me chama pelo nome…”

Rem: “Natsuki Subaru, certo? Conhecer e não usar é diferente de não tentar saber desde o início. É só isso.”

Subaru: “――――”

Rem: “Isso é tudo que tenho a dizer. De qualquer forma, não temos outra opção além de contar com eles.”

Dizendo isso, Rem passou por Subaru, que havia parado, e continuou à frente. Subaru ficou em silêncio, observando Rem seguir devagar.

Infelizmente, Subaru não sabia como amolecer o coração obstinado de Rem.

Como ficou claro com o incidente envolvendo a majuu, Subaru era muito ignorante sob as normas deste mundo. Ele mal conhecia o reino, quanto mais o império, um território completamente desconhecido para ele.

Talvez, no império, a questão de perguntar ou não o nome de alguém tenha um significado especial. Pode ser considerado rude perguntar antes que a pessoa se apresente.

Mesmo que existissem tais regras, Subaru não podia explicá-las para Rem. Sua ignorância e falta de conhecimento o frustravam.

Rem: “…Até quando vai ficar parado aí?”

Subaru: “Ah…”

Ao ouvir a voz dela, Subaru levantou o rosto. Rem estava um pouco à frente, olhando para trás.

Com uma expressão ligeiramente impaciente, ela se apoiava na bengala com ambas as mãos e olhava para Subaru. Ao perceber que ela estava esperando por ele, Subaru sentiu seu peito apertar.

Ele quase caiu de joelhos ali mesmo.

Subaru: “Ugh…”

Rem: “O que… o que aconteceu!? Seus dedos…”

Subaru: “Não, eu só pensei que você estava me esperando, e…”

Rem: “…Não vou entrar em detalhes, mas foi perda de tempo.”

Com uma expressão e voz sem emoção, Rem finalmente virou as costas para Subaru.

Enquanto a seguia apressadamente, Subaru refletia sobre o pedido de desculpas que deveria dar a Rem e sobre as palavras que ela havia dito.

Rem provavelmente está apenas pensando demais nas coisas, ele debateu consigo mesmo.


――E assim, a dúvida que pairava no fundo do coração de Subaru foi esclarecida no dia seguinte.

Após o almoço, Todd foi se encontrar com o “general” do acampamento para uma discussão, e a reunião militar se estendeu até tarde da noite.

No fim, Subaru deixou Rem e Rui na tenda e passou o resto do dia lidando com sensação de desconforto enquanto cumpria suas tarefas. Além disso, naquela noite, Rem foi ainda mais fria com ele do que no dia anterior, fazendo Subaru sentir-se fora de lugar.

No entanto――

???: “――Oi, acorda, acorda. Vai ficar dormindo até quando, hein?”

Subaru: “Nnh… Ah?”

Subaru, que estava dormindo, foi sacudido e despertado por alguém.

Uma de suas poucas boas qualidades era acordar bem, mas havia uma diferença entre acordar sozinho e ser acordado por alguém. Com pensamentos ainda meio lentos, Subaru abriu os olhos para ver o rosto de Todd.

Subaru: “…Todd-san?”

Todd: “Ah, você está cansado, hein? Não é de se admirar, com todo esse trabalho ao qual não está acostumado. De qualquer forma, graças a você…”

Subaru: “――Natsuki Subaru.”

Todd: “Huh?”

Todd estava falando rapidamente enquanto Subaru lentamente se levantava. Ele arregalou os olhos quando Subaru de repente mencionou seu próprio nome.

Por um momento, Todd pareceu não entender o significado daquilo.

Subaru: “Natsuki Subaru, esse é o meu nome.”

Todd: “Ah… quer dizer que você se incomodou de ser chamado de ‘você’?”

Subaru: “Não que me incomodasse tanto assim… mas achei que talvez fosse muito rude não ter dito meu nome.”

Todd: “Hahaha, você está pensando demais. Mas Natsuki Subaru, entendi, vou me lembrar.”

Todd riu suavemente e deu um tapa no ombro de Subaru, que desviou o olhar, embaraçado. Vendo que Todd não tinha mudado seu comportamento, Subaru sentiu um certo alívio.

Parece que as preocupações de Rem de ontem eram exageradas e as dúvidas de Subaru também eram desnecessárias.

Todd, genuinamente surpreso com seu erro, murmurou “Desculpe, erro meu” antes de continuar.

Todd: “Certo, esse assunto é importante, mas há algo ainda mais importante. Graças à sua informação de ontem, a estratégia dos ‘generais’ mudou.”

Subaru: “Mudaram a estratégia… você quer dizer a invasão da floresta?”

Todd: “Exatamente. Veja, além de explorar uma floresta desconhecida, se ainda há majuu vivendo lá, a situação muda bastante. Nossas perdas podem ser significativas. Então…”

Ele fez uma pausa e abriu um grande sorriso. Segurando o rosto de Subaru com ambas as mãos, ainda meio desacordado, disse:

Todd: “Decidimos encerrar a missão imediatamente.”

Subaru: “Encerrar imediatamente? Então, Todd-san, você vai poder voltar para sua noiva?”

Todd: “Sim, isso mesmo!”

Todd assentiu vigorosamente, e Subaru, compartilhando da alegria, exclamou “Ohhh!”.

Com a mudança de planos, a possibilidade de Todd voltar para casa era motivo de grande alegria para ele. Eles se cumprimentaram e começaram a dançar juntos na tenda.

E, claro, isso significava que――,

???: “…Podem fazer um pouco menos de barulho, por favor?”

Subaru: “Ah, desculpe, Rem.”

Rem levantou-se de sua cama com uma expressão irritada e lançou um olhar mortal aos dois homens. Não era apenas o fato de ter sido acordada que a deixava irritada; seu descontentamento vinha de ter seu sonho interrompido pela dança dos dois.

Ela balançou a cabeça levemente e murmurou: “Então…”

Rem: “――? Sinto um cheiro estranho, não sentem?”

Subaru: “Cheiro?”

Rem: “Sim. Além do seu cheiro, é claro.”

Rem fungou algumas vezes e fez um gesto como se quisesse afastar o cheiro de Subaru. Ele ficou um pouco magoado com o gesto, mas Todd logo pediu desculpas: “Foi mal, Foi mal

Todd: “Achei que a distância fosse suficiente, mas quem tem um bom nariz sente. Mas algo foi decidido, é melhor fazermos logo, certo?”

Subaru: “Todd-san?”

Dizendo isso, Todd abriu a entrada da tenda deles e fez um sinal para que saíssem. Subaru trocou um olhar com Rem, entregou a bengala a ela e seguiu em direção à entrada. Então, se colocou ao lado de Todd e olhou.

Subaru: “――Hã?”

Era uma visão de uma fumaça negra e densa subindo furiosamente, acompanhada por um forte cheiro de queimado.

A vasta floresta― a grande floresta de Buddheim―― que antes se estendia à direita esquerda até onde a vista alcançava, agora estava envolvida em chamas vermelhas, queimando intensamente.

Rem: “Isso é…”

Ao lado de Subaru, Rem ficou sem palavras diante da mesma cena

Os dois ficaram paralisados, assistindo à floresta ardendo em chamas vermelhas, a selva sendo consumida pelo fogo, como se o mundo estivesse acabando.

Todd: “Se há majuu escondidos lá, não sabemos o quanto seríamos prejudicados. Quando disse isso, o General de Segunda Classe Zikr, nosso comandante, entendeu.”

Subaru: “――――”

Todd: “Graças às informações que você nos deu, evitamos sofrer baixas. Foi uma grande ajuda.”

Todd riu e deu um tapa nas costas de Subaru. O impacto amigável fez os lábios de Subaru tremerem. Seus pulmões tremiam, sua garganta tremia, e sua voz também――,

Subaru: “Por… Por quê…?”

Todd: “Por quê o quê?”

Subaru: “Você disse que não queria lutar contra os Shudrakiano na floresta, não foi?”

Todd havia dito que se houvesse uma batalha, seria difícil e que esperavam conseguir a submissão ao imperador por meio de negociações.

No dia anterior, durante a refeição, Todd havia contado isso a Subaru. Então Subaru pensou que não haveria luta e se sentiu aliviado.

Subaru: “Isso é… pior do que lutar…”

Todd: “Sim, não queríamos lutar. Não sabíamos quantas perdas teríamos do nosso lado. Eu poderia ter morrido também. Mas, quando expliquei sobre a majuu para o General Zirk, ele resolveu o problema. O Povo de Shudrak não poderá se opor ao imperador.”

Subaru: “――hk”

Todd: “E eu posso voltar para minha noiva mais cedo. Cara, você foi um grande achado. Eu já falei com o general, então você com certeza deve receber uma recompensa.”

“Talvez você até ganhe uma segunda adaga” Todd, brincando sobre ganhar uma segunda adaga, deu mais um tapa nas costas de Subaru.

Então, ele disse “Ah, quase esqueci” como se lembrasse de algo.

Todd: “Disseram para eu te mostrar o resultado da batalha e depois voltar. Desculpe, mas o café da manhã vai atrasar um pouco. E não precisa mais arrumar a tenda. Vamos desmontar o acampamento em breve.”

Subaru: “――Ah, o quê?”

Todd: “Vamos, anime-se. ――Não deixe a garota preocupada.”

As últimas palavras foram sussurradas, e Todd deixou uma expressão realmente amigável enquanto se afastava.

No final, Subaru não conseguiu dizer nada para as costas que se distanciavam permaneceu em silêncio.

Subaru: “――――”

Mas, mesmo com Subaru calado e atormentado pela confusão em seu coração, a visão da floresta ardendo intensamente diante dele não mudava

As chamas engoliam tudo, queimando tudo o que vivia naquela terra.

Isso incluía a Majuu, a grande serpente, o Homem Mascarado que vagava pela floresta, e caçador que os perseguia. ―― Tudo seria reduzido a cinzas.

Rem: “――hk”

De repente, ao lado de Subaru, Rem cambaleou com o impacto.

Subaru rapidamente segurou seu corpo frágil, mas assim que a tocou, Rem ficou tensa. E o olhou com uma expressão de medo e rejeição.

Subaru: “Ah…”

Rem: “Eu sei que isso não é culpa sua… eu entendo. Mas…”

Subaru: “――――”

Rem: “Por favor, não me toque.”

Rem reprimiu o medo que quase a dominou e afastou lentamente a mão de Subaru. Não foi um gesto brusco ou agressivo, apenas afastou.

Ela sabia que Subaru não havia causado a situação intencionalmente. No entanto, esse entendimento oferecia pouco conforto.

Diante dos acontecimentos reais, era um conforto insignificante――.

Rem: “…Parece que aquela criança acordou.”

Dizendo isso, Rem desviou o olhar de Subaru, desviou o olhar da floresta em chamas, desviou o olhar de tudo o que não queria ver, e se virou para Rui dentro da tenda.

Subaru não conseguiu chamar Rem enquanto ela se afastava.

Dentro de Subaru, ele ainda não conseguia organizar os acontecimentos. Nenhuma das palavras que surgiam em sua mente parecia ser a correta.

Por isso, ele não conseguiu impedir Rem, que se afastava lentamente, como um bebê engatinhando.

Não conseguiu impedir――,

Subaru: “…Hã?”

Subaru mordeu os lábios, olhando para as costas pequenas de Rem, que o havia rejeitado. De repente, ele sentiu um leve toque em suas costas e soltou um som de surpresa.

Quando se virou para ver o que havia acontecido, não encontrou nada ou ninguém que pudesse ter tocado suas costas. No entanto, no momento em que se virou, algo passou pelo canto de sua visão.

Era como se algo tivesse se movido para trás dele ao mesmo tempo que ele se virava――,

Rui: “Uuuh!!”

Logo depois, Rui, dentro da tenda, soltou um grito como uma criança fazendo birra.

Embora o arcebispo do pecado fosse barulhento ao acordar, havia uma situação mais urgente diante deles agora. Não que Subaru pudesse fazer muito a respeito.

Rui: “Uah, Aaa! Aaaaa!!”

Subaru: “――kh, cala boca! Estamos ocupados agora! Não temos tempo para você.”

Subaru franziu a testa, prestes a gritar com Rui que estava chorando, quando percebeu algo. Rem estava sentada no chão, segurando Rui enquanto ele se contorcia. Sua expressão havia mudado novamente.

Desta vez, não era medo ou rejeição, mas um puro e absoluto espanto ao perguntar puramente “Por quê?”. Seus olhos azuis estavam arregalados, olhando fixamente para Subaru ―― ou, mais precisamente, para atrás dele.

Subaru: “…Minhas costas?”

A partir do ângulo do olhar de Rem, Subaru determinou o alvo de sua atenção. Virando o pescoço, Subaru espiou suas próprias costas.

Então, ele finalmente percebeu. ――A identidade da coisa que havia se movido para suas costas antes.

Subaru: “――Uma… pena de flecha…”

Isso era o que havia passado pela visão de Subaru.

E, obviamente, a flecha estava presa em seu corpo, balançando em suas costas――,

Subaru: “――Ah”

O tiro lançado havia acertado em cheio as costas de Subaru.

Subaru: “――――”

Subaru sentiu sua cabeça girar, e ele não conseguiu se manter de pé, caindo no chão. Instintivamente, ele agarrou a entrada da tenda, fazendo-a se inclinar com o impacto de sua queda.

Sem ter tempo de se preocupar com isso, o corpo de Subaru caiu de lado.

Rem: “Kyaaa――!”

Rem soltou um grito agudo ao ver a cena.

Os pensamentos de Subaru giravam e, de alguma forma, ele notou que nunca tinha ouvido Rem gritar daquela maneira antes. Essa observação sem sentido flutuou em sua ment escapando pelos ouvidos.

Rui: “Aaa, uaaah!”

Rui se aproximou de Subaru de quatro, com passos desajeitados, e começou a sacudir o corpo de Subaru. No entanto, Subaru não conseguiu encontrar forças para repreendê-la ou resistir.

Era surpreendente como uma única flecha poderia deixá-lo nesse estado?

Rem: “Alguém! Alguém, por favor, alguém…! …Isso… Algo assim não deve ser nada! Um ferimento tão… superficial causado por uma flecha não pode ser.”

Rem, que havia largado sua bengala, aproximou-se de Subaru, caindo de joelhos, e observou com desespero a ferida em suas costas.

Ah, Rem é realmente gentil, pensou Subaru. Mesmo que ela não confiasse em Subaru por causa do miasma, mesmo que suas palavras descuidadas tivessem causado esse caos ardente, ela ainda estava lá tentando ajudar.

Não queria mostrar fraqueza diante dessa Rem.

Ei, Natsuki Subaru, é só um arranhão de flecha. Por que não se levanta casualmente e mostra que está tudo bem?

Quando assistia a dramas históricos, Subaru sempre achava que morrer ou ficar incapacitado por uma flecha fina como aquela era falta de determinação.

Bem, exceto quando uma grande flecha atravessava o peito, como nos dramas, a flecha nas costas de Subaru, como Rem disse, não parecia tão poderosa. Na verdade, foi tão suave que ele pensou que alguém tinha apenas roçado suas costas.

Então, por que estava assim――?

Subaru: “――Ugh, blurgh…”

Rem: “――Isso…será que é veneno?”

Subaru vomitou a sensação de calor abrasador que subia por sua garganta, e Rem chegou à mesma conclusão que ele.

Não era a força da flecha que o mataria. Era o veneno na flecha que estava corroendo o corpo.

Seus braços e pernas pararam de se mover, sua mente estava confusa como se estivesse com febre alta. Algo escorria de seus olhos, nariz e ouvidos, e seu corpo começou a tremer violentamente.

O zumbido em seus ouvidos ficou mais alto, e ele não conseguia ouvir a voz preocupada Rem. Nem os gritos irritantes de Rui. Tudo estava ficando inaudível

Veneno, veneno, quem, por quê, a flecha, o caçador, a floresta, queimando, queima Subaru descuidado, a majuu, Todd, queimando, Rem, Rem, Rem――.

Sua consciência estava se desvanecendo, e Subaru soltou um gemido enquanto bolhas de sangue saíam de sua boca. Com os olhos injetados de sangue, ele tentou olhar para o rosto de Rem e percebeu.

――A cerca de trinta metros da tenda, havia uma silhueta minúscula olhando para ele em um local facilmente alcançável em menos de dez segundos se alguém corresse até lá.

Subaru: “――――”

Era uma criança. Uma criança pequena, não muito diferente de Rui.

Uma criança com uma expressão severa. Não, não era apenas severa. Ela estava olhando para Subaru com olhos cheios de ódio e intenção de matar.

Seu cabelo e rosto estavam sujos de fuligem, e ela segurava um arco pequeno com olhos cheios de ódio.

Foi essa criança que, com suas mãos e vontade, atirou a flecha envenenada em Subaru.

Subaru: “――――”

Era natural ser odiado por ela.

Era natural que ela quisesse matá-lo.

O resultado das ações de Subaru levou a garota a um destino de ódio. Então, isso era a retribuição que Subaru merecia――,

Rem: “――Não! Espere! Por favor, espere. Espere…”

Uma voz desesperada soava em seus ouvidos.

Queria esperar. Queria parar. Queria segurar a mão dela e sorrir. Mas não podia fazer nada disso.

Não podia fazer nada disso.

Subaru começou a espumar sangue, convulsionando, revirando os olhos, urinando e vomitando enquanto seus órgãos internos se dissolviam e ele caía na escuridão.

Rem: “Espere…”

Um tolo sujo e patético, sem pensar, caía na escuridão.

Caía――,

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