Shadow Slave – Capítulo  292

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Gunlaug parecia exatamente como da última vez que Sunny o vira.

…Como um demônio dourado nascido de algum inferno aterrorizante.

O Senhor Luminoso era alto e tinha ombros largos e poderosos. Seu corpo estava coberto por uma armadura estranha que parecia ser feita de ouro derretido. Era sólida e líquida ao mesmo tempo, fluindo sobre seus poderosos músculos e cobrindo-o da cabeça aos pés.

Nem mesmo os olhos de Gunlaug estavam expostos.

No lugar onde deveria estar seu rosto, havia apenas uma superfície lisa e vazia de ouro polido. O grande salão do Castelo Luminoso refletia nele, e todas as pessoas ali reunidas também.

Assim que Sunny viu a máscara dourada, ele sentiu a aura opressiva que irradiava do Senhor Luminoso. Mesmo sabendo o que ia acontecer, ele não pôde deixar de tremer um pouco e morder o lábio.

O ataque mental da armadura dourada era realmente difícil de suportar. Mesmo com a proteção do Manto do Titereiro, ele sentia a pressão sobre ele, dificultando a respiração. No fundo, um medo primal e bestial arranhava seu coração.

Mas esse medo não pertencia a ele. Era falso. Com uma expressão sombria, Sunny sufocou esse medo e o fez desaparecer.

Saindo das sombras do nicho como uma aparição dourada, Gunlaug lançou um olhar à massa de pessoas abaixo dele e sentou-se no trono. Sua pose era relaxada e casual, como se estivesse ali para resolver calmamente um assunto trivial, e não decidir o destino de alguém.

Centenas de destinos, talvez.

No entanto, apesar de sua atitude descontraída, todos os reunidos no grande salão se abalaram um pouco, pressionados ao chão pela incrível força de sua presença.

O Senhor Luminoso demorou-se por alguns momentos e então disse, com sua voz serpentina cheia de alegria:

“Ah, que espetáculo. Todos os meus preciosos tutelados reunidos aqui, unidos pelo desejo de ver a justiça prevalecer. Essa dedicação, esse fervor pela regra da lei… oh, isso faz meu sangue ferver de apreço. Não acham maravilhoso?”

Ele riu e virou a cabeça levemente, olhando diretamente para Nephis. Ela baixou a cabeça um pouco, um tremor quase imperceptível percorrendo seu corpo. Para Sunny, parecia que as placas de mármore sob seus pés estavam prestes a rachar com a pressão aterrorizante do olhar de Gunlaug.

No entanto, ela suportou isso sem mostrar muito do enorme esforço que estava sofrendo.

O Senhor Luminoso fez uma pausa e então ecoou suas palavras, um tom de alguma emoção sombria encontrando seu caminho em sua voz:

“Você não acha maravilhoso, Estrela da Mudança do clã Chama Imortal?”

Nephis cerrou os dentes, lutando para se manter firme sob o ataque psíquico da armadura dourada. Quando ela finalmente respondeu, sua voz soou reprimida:

“… De fato.”

Gunlaug permaneceu em silêncio por um tempo. Embora seu rosto estivesse escondido atrás da máscara dourada, Sunny tinha a sensação de que ele estava sorrindo.

Finalmente, ele falou:

“Que bom. De alguma forma, eu estava sob a impressão de que você discordaria. Fui informado por meus ajudantes mais leais de que você é uma pessoa desagradável. Acho que não se pode confiar em ninguém hoje em dia.”

Com isso, ele olhou para seus tenentes, fazendo-os empalidecer e tremer.

Sunny também tremeu. A mensagem escondida naquelas palavras era clara: Gunlaug estava deixando Nephis saber que ele sabia que ela tinha um espião entre os mais altos escalões de seu povo o tempo todo.

E não se importava. Talvez até permitisse que isso acontecesse em silêncio.

‘Merda…’

Quanto ele sabia?

Finalmente, o Senhor Luminoso olhou para Effie. Depois que alguns segundos se passaram em silêncio tenso, ele falou com ela com um toque de tristeza:

“Nos encontramos novamente, Effie. Que pena que seja nestas circunstâncias trágicas. Se ao menos você tivesse me ouvido e se juntado ao Exército… talvez então não tivesse caído tão baixo. Que pena…”

Ele balançou a cabeça e suspirou.

“Eu tinha grandes esperanças para você. Mas, infelizmente… matar humanos inocentes não é algo que possa ser perdoado. Olhe para si mesma! Em vez de uma nobre Caçadora, você se transformou em uma fera selvagem. Mas é isso que acontece quando as pessoas recusam a minha graça. Elas se tornam nada melhores do que Criaturas do Pesadelo.”

Suas palavras sombrias ecoaram no silêncio do grande salão, fazendo as pessoas baixarem os olhos.

Effie tremeu, pressionada pela força de sua atenção total. Mas então, ela sorriu e respondeu, sua voz rouca soando descontraída e despreocupada.

Ela disse apenas uma palavra:

“Foda-se.”

Gunlaug riu e levantou as mãos em um gesto impotente.

“Eu encerro meu caso. Todos vocês veem como essa assassina vil não se arrepende. Não há um pingo de remorso em sua alma corrompida e podre. É por isso que, com o coração pesado, tenho que condenar essa jovem promissora à morte. Ela tem que responder por seus crimes, e deixá-la viva colocaria vocês, meus protegidos, em perigo. Não me resta escolha.”

Um zumbido de vozes subiu da multidão. Morador da favela ou habitante do Castelo, todos foram afetados por suas últimas palavras:

“Não ouse, desgraçado!”

“Mate essa assassina!”

“Effie! Estamos aqui!”

“Faz ela pagar!”

“Senhora Nephis! Você não pode deixá-los!”

“Matem ela!”

“Matem todos eles!”

Não afetada por essa explosão de emoções fervilhantes, Nephis colocou a mão no ombro de Effie e olhou para o Senhor Luminoso com uma expressão fria. Encarando diretamente a máscara dourada, ela franziu a testa e disse, sua voz clara e alta:

“Eu discordo.”

A tempestade de vozes de repente ficou quieta. Todos se voltaram para ela, dois tipos de expectativa escondidos em seus olhos.

Um estava cheio de esperança. O outro cheio de prazer maldoso.

Gunlaug inclinou a cabeça.

“Discordar? O que você quer dizer? A culpa dela foi provada sem deixar espaço para dúvidas. Não há nada que você possa fazer para mudar o resultado.”

Ele fez uma pausa por um momento e então, de repente, se inclinou para frente, sua voz insidiosa se espalhando pelo grande salão como uma onda:

“Bem. A menos que, é claro…”

A Estrela da Mudança olhou para ele com determinação sombria e baixou o queixo teimosamente.

Então, ela disse:

“Eu quero invocar o direito de desafio.”