Shadow Slave – Capítulo  582

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Sunny congelou, tentando não mexer um músculo. Seu rosto ficou pálido e solene.

“O—o que está acontecendo? Mestre Welthe?”

A mulher encarou suas costas, a lâmina de um sabre esbelto pressionada contra a garganta de Cassie. Ela permaneceu em silêncio, como se relutasse em responder. No entanto, Pierce falou por ela, um sorriso sombrio aparecendo em seus lábios:

“Não se preocupe… nós vamos te contar em breve.”

Com isso, ele comandou dois Ecos a dar um passo à frente. Um deles segurava uma grande caixa de madeira, sua superfície gravada com um complicado entrelaçado de um padrão bonito, mas desorientador. O outro segurava um pedaço de pano preto dobrado.

Pierce pegou cuidadosamente a caixa, depois a colocou no chão à sua frente e fechou os olhos por um momento. Um clique alto ressoou de dentro, e sua tampa se ergueu alguns milímetros. No entanto, ele não a tocou.

Em vez disso, o temível Mestre suspirou e pegou o pano dobrado.

Sunny olhou para a caixa de madeira com um pouco de apreensão.

“O que é essa coisa?”

Welthe finalmente falou, sua voz fria e constante:

“É uma armadilha de espelho. Um artefato muito especial criado pelos anciões de nosso grande clã. Com sua ajuda, podemos capturar e prender o príncipe.”

Ele piscou algumas vezes, depois forçou um sorriso fraco.

“Bem, isso é… bom? Certo?”

Pierce rosnou.

“De fato… o problema é que o ritual requer algum tempo para ser realizado. E aquele monstro provou ser muito astuto para ser mantido tempo suficiente para funcionar. Sempre que o encurralávamos, ele simplesmente destruía o recipiente e escapava. Porque sempre estávamos um passo atrás, e ele era quem estava no controle do campo de batalha.”

O Mestre sorriu.

“Bem… isso está prestes a mudar.”

Sunny franziu o cenho.

Atrás dele, Cassie de repente falou:

“Vocês… vocês querem atrai-lo para uma armadilha? Usando a gente como isca?”

Welthe balançou a cabeça.

“Não você, Canção dos Caídos. Apenas o seu companheiro. Ele é quem o Príncipe Mordret quer, afinal.”

O outro cavaleiro riu.

“Ele é quem causou tudo isso… não seria justo que ele fosse aquele a encerrar isso?”

Pierce deu um passo à frente e olhou para Sunny.

“Eu não sei por que o bastardo escolheu você como o recipiente final, mas pelas ações dele, é óbvio que ele está obcecado em tomar o seu corpo acima de todos os outros. Do contrário, por que ele teria ido tão longe a ponto de te incriminar e excomungar? Indo tão longe a ponto de se infiltrar em nosso acampamento… o príncipe louco está doente e desequilibrado. Se nós apresentarmos uma oportunidade para ele possuir você, ele não resistirá.”

O Mestre franziu o cenho furiosamente.

“…E desta vez, nós estaremos no controle. Ele não escapará de nós novamente. Então… você não se importaria em fazer um sacrifício pelo bem maior, não é mesmo, Desperto Sunless?”

Sunny estremeceu e deu um passo involuntário para trás. No entanto, não havia para onde ele pudesse ir — Welthe e cinco Ecos estavam atrás dele, bloqueando o caminho de fuga.

“E—e se eu me importar?”

Pierce sorriu.

“Então a Lady Cassia perderá tragicamente a vida pelas mãos do assassino fugitivo… enquanto heroicamente auxilia o grande clã Valor e salva vidas, é claro. E você fará o que eu disser, de qualquer maneira, apenas depois de algumas etapas adicionais… e muito, muito desagradáveis.”

Cassie cerrou os dentes, depois gritou:

“Sunny! Não faça isso!”

No momento seguinte, Welthe moveu seu sabre, fazendo a garota cega se calar. Uma gota de sangue rolou por seu pescoço.

“Silêncio…”

Sunny congelou, como se não soubesse o que fazer. Seus olhos se moviam pela câmara, como se estivessem procurando por algo que pudesse salvá-lo. Mas não havia nada que ele pudesse usar — apenas os dois Mestres e os dez Ecos, todos prontos para avançar se ele tentasse alguma coisa.

“E—eu…”

Ele tremeu, hesitou e depois de repente abaixou a cabeça, como se estivesse derrotado.

“…Eu vou fazer isso. Só não… não machuquem ela. Por favor!”

‘Aquilo não foi demais… certo?’

Cassie lutava na garra de Welthe.

“Sunny! Não!”

Ele olhou para trás, uma expressão solene em seu rosto. Quando ele falou, sua voz soou sufocada e assustada, mas também certa e cheia de determinação.

…Quase heroica.

“Está… tudo bem. Não fique triste, Cassie. Pelo menos assim… assim, um de nós vai sobreviver.”

Com isso, Sunny encarou Pierce e tremeu.

“O que… o que eu preciso fazer?”

O temível Mestre sorriu e entregou-lhe o pedaço de pano dobrado.

“Boa escolha. Ajoelhe-se primeiro.”

Sunny pegou o pano e se ajoelhou na frente da caixa de madeira. Lentamente, Welthe se moveu para ficar ao lado de Pierce, e os Ecos se dispersaram, pairando perto das paredes enquanto o cercavam.

Ele fechou os olhos.

“…E agora?”

Welthe falou, ainda segurando Cassie com um aperto de ferro. Enquanto isso, Pierce se inclinou e colocou uma mão na tampa da caixa.

“Abra os olhos. Desdobre o pano, depois olhe para o objeto dentro. Não pense em fazer truques…”

Ela moveu seu sabre, fazendo Cassie gemer.

Sunny deu um salto, mas permaneceu ajoelhado. Rangeu os dentes, olhou para a garota cega e depois baixou a cabeça lentamente, desdobrando cuidadosamente o pano.

Dentro, deitado sobre o tecido preto, estava um único pedaço de espelho quebrado.

Sunny o encarou e viu seu reflexo pálido olhando de volta.

Os Mestres ficaram tensos.

…E então, nada aconteceu.

Bem, é claro que não aconteceu.

Se Sunny tivesse pensado o contrário, nunca teria permitido que ele mesmo chegasse a essa situação.

Na verdade, ele tinha certeza de que sabia o que Mordret estava planejando e por quê. Por esse motivo, ele acreditava que olhar para um espelho era perfeitamente seguro para ele, pelo menos agora.

Foi por isso que ele e Cassie encenaram essa pequena apresentação, fingindo estar assustados e sem pistas, ou pelo menos resignados ao destino deles. Sunny estava realmente orgulhoso de si mesmo. Parecia que sua habilidade de atuação havia realmente melhorado. A última linha, especialmente… tanta intensidade…

Cassie também se saiu surpreendentemente bem.

Pierce e Welthe o encararam, esperando um sinal de que Mordret tinha caído na armadilha. No entanto, depois de alguns segundos de nada acontecer, uma leve confusão apareceu em seus olhos e, em seguida, uma pitada de dúvida.

…E então, medo.

Welthe foi a primeira a entender.

Seu rosto empalideceu, e de repente ela olhou para cima, como se esperasse atravessar inúmeras camadas de pedra com o olhar.

E ver o acampamento fortificado que tinham deixado para trás.

Seus lábios tremeram.

“Não…”