Kris ainda seguiu Luke de perto e Bobby estava atrás deles, enquanto Nancy e Quentin já estavam procurando no porão.
Comparado a Kris, que já foi salva por Luke duas vezes, eles estavam bem mais desesperados para descobrir exatamente o que Freddy queria.
Pegando algo de uma mesa velha, Quentin murmurou: — É isto, está é definitivamente a casa dele.
Quentin estava segurando uma lâmina de dedo, que era parte da arma de garra na mão de Freddy.
Após olhar em volta por um tempo, Nancy encarou uma mesinha: — Acho… que tem algo ali atrás.
Luke já havia detectado isto com o Olfato Aguçado: — Deixe comigo.
Pendurando a luz na parede, ele arrastou a mesinha de criança para revelar uma pequena porta no fundo.
Ele desmontou a porta cuidadosamente e colocou num lado. Agachando para olhar, percebeu que havia uma sala secreta.
Ele pegou a luz e iluminou o interior da pequena sala secreta: — Querem entrar para dar uma olhada?
Nancy e Quentin assentiram, enquanto Kris simplesmente olhou para Luke em silêncio.
Um momento depois, Bobby permaneceu fora enquanto o resto rastejou para a sala.
Era muito menor que a sala fora e era um espaço criado ao adicionar duas paredes extras num canto da sala original.
Não havia mobília além de uma cama coberta com uma colcha empoeirada.
Porém, todas as paredes estavam cobertas com rabiscos de tinta.
Após tanto tempo, a tinta ficou cinza e preta, então olhando bem, os rabiscos não eram fofos, pelo contrário, eram bem aterrorizantes.
Olhando para os rabiscos, Nancy tocou e murmurou: — Acho… que desenhei isto quando era criança.
Luke não pensou demais nisto. Olhou em volta e encontrou um álbum velho numa caixa de papel empoeirada na mesa de cabeceira.
Abrindo, encontrou algumas fotos laminadas velhas.
Ele folheou algumas páginas e analisou rapidamente o resto das fotos.
Alguns segundos depois, fechou o álbum e franziu a testa.
Notando a expressão, Quentin não pôde deixar de perguntar: — O que tem aí?
Kris e Nancy olharam para o álbum na mão de Luke.
Ele balançou a cabeça e não respondeu à pergunta.
Olhou para Nancy e depois para Kris: — Isto provavelmente é o que ele quer que se lembrem.
As garotas se aproximaram subconscientemente. Nancy então perguntou: — O que é?
Após um breve silêncio, Luke respondeu: — As respostas que estavam procurando para: o que aconteceu nesta escola primaria naquela época.
Nancy se aproximou mais com a mão estendida: — Posso dar uma olhada?
Franzindo a testa por um instante, Luke olhou para Kris e perguntou: — Acho que sei por que ele quer que vocês venham aqui, mas esta coisa é uma armadilha. Então, vou perguntar de novo: vocês realmente querem olhar para isto?
Após uma breve hesitação, Nancy assentiu: — Quero.
Olhando para o rosto de Luke, Kris balançou a cabeça: — Não, não quero.
Luke deu um aceno: — Tudo bem. Nancy, espere um pouco.
Dizendo isso, Luke tirou rapidamente a maioria das fotos antes de jogar o álbum para Nancy.
Ele então acendeu o isqueiro e queimou as fotos em sua mão até virarem cinzas.
Enquanto fazia isso, usou o corpo para bloquear a linha de visão de todos para que não conseguissem ver as fotos. Por outro lado, Nancy corou abruptamente quando olhou para as fotos antes de ficar pálida: — Não, isso é impossível.
Quentin se moveu, prestes a passar e dar uma olhada nas fotos.
Luke disparou para o lado dele e pressionou seu ombro: — É assunto dela.
Quentin ficou em silêncio.
Ele não podia ir lá mesmo que quisesse, porque a força no seu ombro o manteve no lugar.
Olhando para Nancy prestes a chorar, Luke não sentiu muita culpa.
Considerando a curiosidade de Quentin e Nancy, ambos suspeitariam muito se ele queimasse todas as fotos.
Felizmente, Kris confiava nele e era menos curiosa.
Luke se aproximou de Nancy e entregou o isqueiro: — Acho que você precisa disto.
Encarando atordoada o isqueiro por um instante, Nancy voltou finalmente a si e o pegou.
Entretanto, suas mãos estavam tremendo tanto que não tinha força alguma. Foram necessárias várias tentativas até conseguir acender.
Luke apenas ajudou ao simplesmente se virar para bloqueara linha de visão de todos.
Um momento depois, sentiu cheiro das fotos queimando e ouviu os soluços iminentes de Nancy.
Após um tempo, finalmente se moveu para ficar próximo de Kris.
Quanto a Nancy? Ela tinha Quentin para consolá-la. Claramente havia algo entre os dois e Luke não tinha que meter a mão pelos pés.
Vendo a perplexidade no olhar de Kris, expressou: — Como decidiu deixar o passado de lado, não precisa se sentir em conflito. Nem todas as memórias são lindas.
Vendo como Nancy estava chorando com tanta miséria, Kris ficou completamente aliviada internamente.
Ela teve a sensação de que teria ficado tão devastada quanto Nancy se tivesse escolhido ver as fotos.
Mesmo que tivesse um palpite sobre o que as fotos continham, não foi um grande golpe porque não viu com os próprios olhos.
Os seres humanos sempre foram bons em se enganar.
Após um longo tempo, Nancy finalmente se acalmou.
Somente então Luke disse: — Tudo bem, Nancy, sei que está chateada, mas isso se torna em mais um motivo para resolver isto de uma vez por todas, certo?
Nancy ergueu a cabeça e olhou para ele por um momento antes de assentir lentamente.
Quentin não pôde deixar de questionar: — Como vamos nos livrar dele?
Luke os observou e perguntou: — Faz um longo tempo desde que dormiram, certo?
Ambos assentiram amargamente.
Luke: — Agora, deitem-se na cama e vão dormir.
Eles olharam para a cama gasta e imunda e estremeceram.
Todavia, Luke já estava caminhando para puxar a cama de solteiro. Ele envolveu cuidadosamente a roupa de cama e a colcha antes de jogar num canto: — Deve servir agora. — Tudo que restava agora era a cama de solteiro e o estrado, e ele assentiu satisfeito.
Nancy e Quentin suspirou de alívio.
Embora as tábuas fossem duras, pelo menos estavam limpos.
Naquele momento, Luke continuou: — Kris, Nancy, deitem-se.
Vendo isso, ele puxou um banquinho de madeira do lado. Confirmando que era robusta o bastante, colocou ao lado da cama.
Atordoado, Quentin perguntou: — E… eu?
As duas garotas olharam para ele e depois para a cama de solteiro.
Luke sentou no banquinho. Ouvindo a pergunta, olhou subconscientemente para… o chão.